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sábado, janeiro 09, 2016

A dívida crescerá em 2016, e o resto?


source: tradingeconomics.com

Em 2030 Portugal terá menos 529 mil residentes*. Vamos crescer como?


O Deutsche Bank tinha em dezembro de 2013 uma exposição ao buraco negro de derivados financeiros na ordem dos 54,7 biliões de euros (54,7x10E12), isto é, 19x o PIB da Alemanha! (1)

Só para termos uma ideia ainda mais dramática do problema, o PIB mundial em 2014 andou pelos 68 biliões de euros.

A fraude ambiental da Volkswagen pode ter sido o cisne negro que levou o sistema financeiro global dar mais um forte sinal de que caminha rapidamente em direção a um novo colapso.

Os sinais dados pela China desde o verão passado são evidentes.

Em suma, o ambiente externo favorece tudo menos a resolução dos nossos problemas.

O crescimento que António Costa, apoiado por Catarina Martins e Jerónimo de Sousa defendem, não existe, nem existirá tão cedo.

Haverá mais défice (ainda que parte dele seja ‘neutralizado’ com o apoio da CE e do BCE). E assim sendo pergunta-se: como iremos resolver o problema da nossa colossal dívida pública, quando em 2016 já se prevê (2) um novo endividamento junto dos mercados (garantidos pelo BCE, é preciso sublinhá-lo) na ordem dos 21,7 mil milhões de euros, 7 mil milhões dos quais destinados a financiar as necessidades líquidas do Estado, nomeadamente com o Novo Banco, o Banif, e a chamada “viragem da página da austeridade”?

É que com taxas médias crescimento 1,02% no final de 2016, e de 1,27% em 2020 [Trading Economics], e uma dívida a pagar taxas de juro médio acima dos 2%, estaremos cada vez mais entalados.

E entalados, neste caso, significa:

1) subordinação quase completa às exigências dos credores, a começar pelo BCE e Comissão Europeia;

2) insolvência crescente do nosso sistema financeiro e a consequente alienação do mesmo ao casino dos tubarões financeiros globais;

3) definhamento acelerado da grande burguesia nacional e dos seus grupos económicos;

4) novos apertos fiscais;

5) deterioração contínua do estado social apesar do aumento da despesa pública;

6) e o perigo de entrarmos num período de grande instabilidade política e social.

Convinha que a esquerda dissesse o que efetivamente quer, e como pretende atingir os seus objetivos estratégicos, se é que os tem.


* — Portugal, residentes

10.562.178 (INE, Censos 2011)
10.374.822 (INE, 2014)

United Nations
World Population Prospects; The 2015 Revision
Portugal

10.175.000 (UN, previsão elevada para 2030) | 2014 > 2030: -199 mil
  9.845.000 (UN, previsão média para 2030) | 2014 > 2030: -529 mil
  9.515.000 (UN, previsão baixa para 2030) | 2014 > 2030: -859 mil


NOTAS

  1. Notional amounts and gross market values of derivatives transaction, dec. 31, 2013. Zero Hedge.
  2. Estado prevê emitir até 20 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro este ano / 07 Jan 2016 Económico; IGCP quer até 20 mil milhões com obrigações em 2016 / 07 Janeiro 2016, 15:19 Jornal de Negócios.

Atualização: 18/01/2016 19:47 WET

quinta-feira, novembro 05, 2015

As esquerdas mentem quando falam de crescimento e de estado social

O comércio mundial declina

Não há crescimento possível, mas há uma bolha de crédito que acabará por rebentar


Comércio mundial está em queda. Os preços da energia e das matérias primas estão a cair, não porque escasseiem, mas porque não há dinheiro para pagar o crescente custo da sua produção. A diarreia monetária conhecida por alívio quantitativo (QE) é um remédio que produz cada vez menos resultados e está a destruir a poupança mundial e a formação de capital a ritmos alucinantes. Sem poupança não há capital, sem capital não há investimento produtivo, sem investimento produtivo não há comércio, nem consumo, nem portanto crescimento. Em suma, o crescimento global morreu.

A austeridade é, assim, inevitável, e as despesas sociais continuam a disparar em todos os países desenvolvidos ou a caminho disso.

As consequências estão à vista de todos, em toda a parte: no Japão, nos Estados Unidos, na Europa, na Venezuela, no Brasil, em África e no Médio Oriente, na China. O êxodo demográfico em direção à Europa apenas começou.

Foi Você que pediu crescimento? Esqueça!

A taxa anual de crescimento de Portugal tem vindo a cair desde 1996
@ Trading Economics
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O discurso das esquerdas, começando pelos seus famosos economistas, é uma mistificação demagógica. Nomeadamente quando ouvimos as carpideiras do Bloco de Esquerda e as Testemunhas do Marxismo-Leninismo do PCP a acusar os partidos do centro-direita de estarem a destruir o estado social. Mentem descaradamente, como os gráficos que se seguem provam abundantemente.

80% das pensões auferem menos de 833€/mês, 91% auferem menos de 1667€. Um teto de 2500€ permitiria maior sustentabilidade no sistema.
@Governo de Portugal
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Mas comecemos pelo fim do crescimento...


Gail Tverberg

Once the debt bubble collapses, we are in deep trouble 
} Low commodity prices suggest we are now near debt collapse 
Oops! Low oil prices are related to a debt bubblePosted on November 3, 2015 by Gail Tverberg 
Why is the price of oil so low now? In fact, why are all commodity prices so low? I see the problem as being an affordability issue that has been hidden by a growing debt bubble. As this debt bubble has expanded, it has kept the sales prices of commodities up with the cost of extraction (Figure 1), even though wages have not been rising as fast as commodity prices since about the year 2000. Now many countries are cutting back on the rate of debt growth because debt/GDP ratios are becoming unreasonably high, and because the productivity of additional debt is falling.

Não há crescimento sem consumo crescente de energia
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A energia cara trava o crescimento
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O petróleo e a energia em geral tem sido comprada com dívida crescente
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Embora os preços da energia estejam a cair, os seus custos continuam a crescer
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Só nos resta a eficiência para mitigar os graves problemas que temos pela frente
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Acabar de vez com a demagogia populista das esquerdas sobre o estado social

Ao contrário da litania sem imaginação do PCP, do Bloco e de António Costa, os sucessivos governos que temos tido não só não atacaram o estado social, como a dimensão deste e o seu peso no orçamento do estado e na dívida pública não têm parado de aumentar desde 1975. Se repararmos nos gráficos deste excelente artigo de Ryan McMaken, onde se mostra que os Estados Unidos são um estado social insuspeito, veremos que também Portugal está entre os dez ou quinze países da OCDE que mais despesa social executa anualmente.

“Social Expenditures” In the US Are Higher Than All Other OECD Countries, Except FranceMises Institute, OCTOBER 30, 2015Ryan McMaken

According to the Organization of Economic Cooperation and Development (OECD), "social expenditures" are expenditures that occur with the purpose of redistributing resources from one group to another, in order to benefit a lower-income or presumably disadvantaged population.

The focus on direct government spending, however, creates the impression that the US does not engage in the business of redistributing wealth to the degree of other OECD-type countries. But this is not the case. When we consider tax incentives, benefits, and mandates, the picture is very different.

...

Once tax breaks for social purposes (TBSPs) are included, the US begins to look much more similar to its European counterparts. By this measure, the US falls in the middle, with more net social spending (as a percentage of GDP) than New Zealand, Norway, Luxembourg, Australia, and Canada (y axis=percentage of GDP).


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sábado, março 07, 2015

O fim da prosperidade


Esqueçam as promessas de crescimento.
Tempo de nos prepararmos para um longo inverno de austeridade.


2009-2010: o fim da financiarização da economia. O que virá depois ninguém sabe ao certo. Mas a prosperidade dos últimos 50 anos acabou. E a longa era de crescimento rápido e inflacionário sustentado por energia e recursos abundantes e baratos, iniciada por volta de 1887, também.

The One Chart You Need to Predict the Future
Charles Hugh Smith, Friday, March 06, 2015

We are witnessing a profound secular sea-change: the failure of expanding debt and leverage to lift the real economy of wages and household income.

[...] something changed around 2009. Expanding debt and leverage no longer boosted wages. For the first time in 30 years, juicing debt and leverage did not push wages higher--rather, wages declined or stagnated, despite trillions of dollars of Fed stimulus, near-zero interest rates and all the other tricks of financialization.

The returns on additional debt and leverage have diminished to near-zero. This is the endgame of financialization: expanding debt and leverage no longer move the needle on wages and household income. Rather, adding more debt is weighing on wages.


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segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Os limites do otimismo

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Não haverá milagre na Grécia, mas destruir as classes médias não é solução


O notável artigo de Michael Pettis, que abordámos em post anterior, dedicado ao pensamento efeverscente e maniqueísta sobre as responsabilidades pelas crises grega, cipriota, portuguesa, espanhola, italiana, e em geral da maioria dos países europeus, demonstrando que o capitalismo global é um sistema de vasos comunicantes onde as crises financeiras tendem a assumir natureza sistémica, exigindo, por esta razão, remédios permanentemente concertados, precisa talvez de uma contextualização económica mais ampla.

Recomendo, por isso, a leitura de um outro artigo recente, não menos notável, de Gail Tverberg, analista de risco, editora do extinto e célebre The Oil Drum, e autora do blogue Our Finite World.

Gail Tverberg considera, como eu e um número crescente de observadores, que nos aproximamos ou estamos já no quadro energético previsto por M. King Hubbert [1956, “Nuclear Energy and the Fossil Fuels”—pdf], conhecido como Pico do Petróleo. Este quadro casa, aliás, com um outro mais recente, traçado em 1972 pela equipa do relatório The Limits to Growth, que analisa os limites do paradigma de crescimento em que ainda vivemos, do qual temos que sair, mas ninguém sabe como.

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Os quadros estatísitcos têm vindo a confluir na perceção de que estamos no fim de uma longa era de prosperidade e crescimento explosivo, único na história humana, cujos motores principais foram o carvão mineral, o petróleo e o gás natural, a par de descobertas e invenções tão extraordinárias quando a eletricidade, a energia nuclear, a higiene e o saneamento básico, ou as vacinas e os antibióticos.

Sem energia abundante e barata o paradigma civilizacional em que nascemos e nos habituámos a perceber como natural há três coisas que desaparecerão depois de sucessivas e dolorosas crises:
  • taxas de crescimento demográfico e económico acima dos 2%
  • crescimento baseado na utilização de capital intensivo e em endividamento
  • boa parte da atividade discricionária não produtiva, nomeadamente o consumo conspícuo de massas.

Esta versão inesperada de The Tragedy of the Commons [Garrett Hardin, 1968] parece já estar, de facto, em cena num qualquer smartphone, ou televisão perto de si. O aparente triunfo argumentativo de Yanis Varoufakis face à inércia burocrática de Bruxelas e Berlim, e face ao defensismo atávico do BCE e do sistema financeiro em geral, espelha bem que o problema que temos entre mãos é um daqueles problemas a que Hardin chamou “a no technical solution problem”.

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Recomendando desde já a leitura integral do artigo em três partes de Gail Tverberg reproduzi a modo de convite alguns extratos e alguns gráficos esclarecedores. Quem quer que seja que pretenda chegar ao poder, nomeadamente para mtigar a contínua má direção que temos seguido, deverá, antes de mais, ler atentamente os três artigos aqui citados—o de Gail Tverberg, o de Michael Pettis, e o célebre artigo de Garrett Hardin, publicado pela Science em 1968.

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A new theory of energy and the economy, Part 1
Generating economic growth
By Gail Tverberg
Posted on January 21, 2015

[...]

What if oil prices are artificially low, on a temporary basis? The catch is that not all costs of oil producing companies can be paid at such low prices. Perhaps the cost of operating oil fields still in existence will be fine, and the day-to-day expenses of extracting Middle Eastern oil can be covered. The parts of the chain that get squeezed first seem to be least essential on a day to day basis–taxes to governments, funds for new exploration, funds for debt repayments, and funds for dividends to policyholders.

Unfortunately, we cannot run the oil business on such a partial system. Businesses need to cover both their direct and indirect costs. Low oil prices create a system ready to crash, as oil production drops and the ability to leverage human labor with cheaper sources of energy decreases. Raising oil prices back to the full required level is likely to be a problem in the future, because oil companies require debt to finance new oil production. (This new production is required to offset declines in existing fields.) With low oil prices–or even with highly variable oil prices–the amount that can be borrowed drops and interest costs rise. This combination makes new investment impossible.

If the rising cost of energy products, due to diminishing returns, tends to eliminate economic growth, how do we work around the problem? In order to produce economic growth, it is necessary to produce goods in such a way that goods become cheaper and cheaper over time, relative to wages. Clearly this has not been happening recently.

The temptation businesses face in trying to produce this effect is to eliminate workers completely–just automate the process. This doesn’t work, because it is workers who need to be able to buy the products. Governments need to become huge, to manage transfer payments to all of the unemployed workers. And who will pay all of these taxes?

The popular answer to our diminishing returns problem is more efficiency, but efficiency rarely adds more than 1% to 2% to economic growth. We have been working hard on efficiency in recent years, but overall economic growth results have not been very good in the US, Europe, and Japan.

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A new theory of energy and the economy, Part 2
Charts showing the long-term GDP-energy tie
By Gail Tverberg
Posted on February 5, 2015

The high oil prices–around $100 per barrel–continued until United States QE was tapered down and stopped in 2014. About the same time, China made changes that made debt more difficult to obtain. Both of these factors, as well as the long-term adverse impact of $100 per barrel oil prices on the economy, brought oil price down to its current level, which is around $50 per barrel (Figure 10). The $50 per barrel price is still very high relative to the cost of oil when our infrastructure was built, but low relative to the current cost of oil production.

[...]

Where Does the World Economy Go From Here?

In Part 1, I described the world’s economy as one that is based on energy. The design of the system is such that the economy can only grow; shrinkage tends to cause collapse. If my view of the situation is correct, then we need an ever-rising amount of  inexpensive energy to keep the system going. We have gone from trying to grow the world economy on oil, to trying to grow the world economy on coal. Both of these approaches have “hit walls”. There are other low-income countries that might increase industrial production, such as in Africa, but they are lacking coal or other cheap fuels to fuel their production.

Now we have practically nowhere to go. Natural gas cannot be scaled up quickly enough, or to large enough quantities. If such a large scale up were done, natural gas would be expensive as well. Part of the high cost is the cost of the change-over in infrastructure, including huge amounts of new natural gas pipeline and new natural gas powered vehicles.

New renewables, such as wind and solar photovoltaic panels, aren’t solutions either. They tend to be high cost when indirect costs, such as the cost of long distance transmission and the cost of mitigating intermittency, are considered. It is hard to create large enough quantities of new renewables: China has been rapidly adding wind capacity, but the impact of these additions can barely can be seen at the top of Figure 14. Without supporting systems, such as roads and electricity transmission lines (which depend on oil), we cannot operate the electric systems that these devices are part of for the long term, either.

We truly live in interesting times.

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A new theory of energy and the economy, Part 3
The Problem of Debt as We Reach Oil Limits
By Gail Tverberg
Posted on February 11, 2015

Many readers have asked me to explain debt. They also wonder, “Why can’t we just cancel debt and start over?” if we are reaching oil limits, and these limits threaten to destabilize the system. To answer these questions, I need to talk about the subject of promises in general, not just what we would call debt.

In some sense, debt and other promises are what hold together our networked economy. Debt and other promises allow division of labor, because each person can “pay” the others in the group for their labor with a promise of some sort, rather than with an immediate payment in goods. The existence of debt allows us to have many convenient forms of payment, such as dollar bills, credit cards, and checks. Indirectly, the many convenient forms of payment allow trade and even international trade.

Each debt, and in fact each promise of any sort, involves two parties. From the point of view of one party, the commitment is to pay a certain amount (or certain amount plus interest). From the point of view of the other party, it is a future benefit–an amount available in a bank account, or a paycheck, or a commitment from a government to pay unemployment benefits. The two parties are in a sense bound together by these commitments, in a way similar to the way atoms are bound together into molecules. We can’t get rid of debt without getting rid of the benefits that debt provides–something that is a huge problem.

There has been much written about past debt bubbles and collapses. The situation we are facing today is different. In the past, the world economy was growing, even if a particular area was reaching limits, such as too much population relative to agricultural land. Even if a local area collapsed, the rest of the world could go on without them. Now, the world economy is much more networked, so a collapse in one area affects other areas as well. There is much more danger of a widespread collapse.

Our economy is built on economic growth. If the amount of goods and services produced each year starts falling, then we have a huge problem. Repaying loans becomes much more difficult.

In fact, in an economic contraction, promises that aren’t debt, such as promises to pay pensions and medical costs of the elderly as part of our taxes, become harder to pay as well. The amount we have left over for discretionary expenditures becomes much less. These pressures tend to push an economy further toward contraction, and make new promises even harder to repay.

[...]

Governments of “advanced” countries now have debt levels that are high by historical standards. If there is another major financial crisis, the plan seems to be to use Cyprus-like bail-ins of banks, instead of bailing out banks using government debt. In a bail-in, bank deposits are exchanged for equity in the failing bank. For example, in Cyprus, 37.5% of deposits in excess of 100,000 euros were converted to Class A shares in the bank.

[...)

The economy, as it exists today, has been made possible by countries working together. With sanctions against Iran and Russia, we are already moving away from this situation. Low oil prices are now putting the economies of oil exporters at risk. As countries try different approaches on interest rates, this adds yet another force, pulling economies apart.

[...]

Conclusion

If the current economic system crashes and it becomes necessary to create a new one, the new system will have to deal with having an ever-smaller amount of goods and services available for a fairly long transition time. This is one chart I have shown in the past of how the growth in energy products, and thus growth in goods and services, might look.

Because of this, the new system will have to be very different from the current one. Most promises will need to be of short duration.  Transfers among people living in a particular area might still be facilitated by a financial system, but it would be hard to have long-term or long-distance contracts. As a result, the new economy will likely need to be much simpler than our current economy. It is doubtful it could include fossil fuels.

Many people ask why we can’t just cancel all debt, and start over again. To do so would probably mean canceling all bank accounts as well. Most of our current jobs would probably disappear. We would probably be without grid electricity and without oil for cars. It would be very difficult to start over from such a situation. We would truly have to start over from scratch.

I have not talked about a distinction between “borrowed funds” and “accumulated equity”. Such a distinction is important in terms of the rate of return investors expect, but it is not as important in a crash situation. Similarly, the difference between stocks, bonds, pension plans, and insurance contracts becomes less important as well. If there are real problems, anything that is not physical ends up in the general category of “paper wealth”.

We cannot count on paper wealth (or for that matter, any wealth) for the long term. Each year, the amount of goods and services the economy can produce is limited by how the economy is performing, given limits we are reaching. If the quantity of these goods and services starts falling rapidly, governments may fail in addition to our problems with debts defaulting. Those holding paper wealth can’t count on getting very much. Workers producing whatever goods and services are actually being produced will likely need to be paid first.

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segunda-feira, setembro 29, 2014

Nova crise global pode estar iminente



Se pensam que vai ser fácil deitar a mão aos 25mM€ do próximo QREN pensem duas vezes!


Há uma evidente conspiração em curso para despedir António José Seguro do PS e Pedro Passos Coelho do PSD. O primeiro caíu ontem. Quanto a PPC vamos ver se resiste à ofensiva combinada dos bonzos do PS e do PSD, protagonizada mediaticamente por Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Pacheco Pereira, Manuela Ferreira Leite, Morais Sarmento, Ângelo Correia, Mário Soares, José Sócrates, António Vitorino, Augusto Santos Silva, etc. O objetivo desta corja é só um: fazer regressar o Bloco Central da Corrupção e os principais cleptocratas e rendeiros do país (ex-Grupo BES, Grupo Mello, Mota-Engil, EDP, etc.) ao controlo pleno do regime. A desculpa piedosa será certamente religiosa, e deve chamar-se qualquer coisa como 'defender a todo o custo os centros de chulice indígena', perdão, queria escrever, 'centros de decisão nacionais'. Acontece, porém, que o tempo deixou de ser favorável a esta gente. E assim sendo conviria que os democratas deste país acordassem e se dispusessem a despachar a mencionada corja para o caixote do lixo da história.

Que tenciona fazer o sargento-ajudante Costa?

Vai renunciar à dívida do país? Não vai cumprir as recomendações que a Troika certamente dará ao governo dentro de dias? Vai mandar à fava o BCE quando forem realizados e conhecidos os próximos testes de esforço à banca portuguesa? Vai aumentar os salários? Vai investir — onde? Vai continuar o esforço de desendividamento público e privado — como? Vai sair da NATO e aliar-se ao Bloco de Esquerda? E se não, vai enviar tropas portuguesas para o Iraque e a Síria? Que pensa das manobras de desestabilização mundial em curso por parte dos Estados Unidos, Inglaterra, Israel e Arábia Saudita, contra a Rússia, contra a China e contra milhares de milhões de muçulmanos? Alinha, ou não?

Sabemos que o grande objetivo da corja rendeira e devorista é a caça ao último pacote de ajuda comunitária, no montante de 25mM€, para ser aplicado no período de 2014-2020. Que vai fazer António Costa, se porventura ganhar as próximas eleições, a este respeito? Quais são as suas prioridades, para além de favorecer quem o apoiou? Finanças públicas? Segurança Social? Saúde? Educação? Energia? Transportes —quais? Reforma do estado — como e por onde?

Uma coisa vai ser certamente difícil conseguir. Chama-se crescimento. E sem crescimento, ou com crescimento negativo, lá irá por água abaixo o bluff Costa.

IMF warns on rising debt levels
By Chris Giles and Robin Harding in Washington
FT. April 9, 2014 1:42 pm

Rising levels of debt prompted by five years of ultra-low interest rates could exacerbate the dangers of bringing monetary policy back to normal, the International Monetary Fund warned on Wednesday.

New Global Crisis Imminent Due To “Poisonous Combination Of Record Debt And Slowing Growth", CEPR Report Warns
Zero Hedge. Submitted by Tyler Durden on 09/29/2014 07:52 -0400

The world has not yet begun to deleverage its crisis-linked borrowing. Global debt-to-GDP is breaking new highs in ways that hinder recovery in mature economies and threaten new crisis in emerging nations – especially China. The latest Geneva Report on the World Economy argues that the policy path to less volatile debt dynamics is a narrow one, and it is already clear that developed economies must expect prolonged low growth or another crisis along the way.

[...]

It warns of a “poisonous combination of high and rising global debt and slowing nominal GDP [gross domestic product], driven by both slowing real growth and falling inflation”.

[...]

The total burden of world debt, private and public, has risen from 160 per cent of national income in 2001 to almost 200 per cent after the crisis struck in 2009 and 215 per cent in 2013.

“Contrary to widely held beliefs, the world has not yet begun to delever and the global debt to GDP ratio is still growing, breaking new highs,” the report said.

terça-feira, setembro 02, 2014

Crescimento zero e enterro da dívida



O risco de crédito baixou à medida que os governos entraram dentro dos bancos

Baixa inflação e deflação, baixo crescimento, baixos salários e reestruturação global das dívidas a caminho... O resto é propaganda!


Enquanto a França vende dívida pública a juros negativos (e vende!), a Espanha lançou esta semana uma emissão de dívida pública de 1mM€ a 50 anos com um cupão de 4%. Talvez seja esta a notícia mais importante da silly season no que toca à tendência de fundo da economia mundial e do respetivo sistema financeiro. Este é mais um sinal de que os ajustamentos orçamentais não irão ser realizados pela via da reflação, pois não haverá nem crescimento nem especulação que cheguem para tal, e portanto o que aí vem é uma guerra de classes entre espoliação fiscal e reestruturação das dívidas públicas e privadas por via dos cortes: cortes nas pensões, cortes nos salários, cortes nos juros e cortes nos dividendos esperados, com muitos especuladores a perderem dinheiro, e muitos aforradores a perderem as suas poupanças mal aplicadas....

NOTA IMPORTANTE: é precisamente por isto que 1) as brigadas do reumático cor-de-rosa e laranja andam desesperadas por retomar o poder, e 2) Passos Coelho ganhará as próximas eleições legislativas, com maioria absoluta, se a malta socratina enfraldada pelo Costa conseguir dar o golpe de estado que planeou contra António José Seguro e contra o PS.


O fim de um ciclo longo à vista...

One of the more interesting stories of yesterday was a €1bn 50 year private placement bond issued by the Spanish Government with a 4% coupon. It’s a measure of how far things have come in a couple of years that such a deal could be launched. It was also a day when 2 year French yields traded below zero for the first time ever. We still live in remarkable financial times. Back to the Spanish deal, although current low levels of inflation make this deal look optically attractive on a real yield basis we thought we'd look at the rolling average 50 year level of inflation in Spain to highlight what real returns might potentially be over the lifetime of the bond. I hope I survive to see it mature but I hope I won't be writing about it then. Anyway the average annual inflation over the last 50 years in Spain is 7.0% and as the graph in today's pdf shows the last time the 50-year rolling average was below 4% was in 1956. Clearly prior to this the average rate of inflation was constantly below this level as inflation has been a modern day (last 100 years) phenomenon tied to the evolution of central banks (the Fed started in 1913) and the gradual demise of precious metal currency systems. So it’s a measure of how buoyant fixed income markets are that investors are prepared to ignore that last half century's inflation record and the current fiat currency world when pricing long-term bonds. This is not a Spain-specific issue but on a slow news day the story stood out. The same would be true for most countries issuing similar long-dated debt today. Indeed yields elsewhere would likely be even lower.

in ZeroHedge

Quatro novos gráficos sobre Portugal

Estes quatro gráficos sobre Portugal dizem quase tudo, mostram que, em geral, temos seguido as tendências económicas do Ocidente. Só que em registo quase sempre medíocre e indigente.



 Todos os gráficos (exceto o último) in: Desvio Colossal, de Pedro Serrano (grazia tanta ;) 

Última atualização: 6-9-2014, 15:59 WET