domingo, fevereiro 22, 2015

O Grécia-Alemanha ainda não acabou

Gráfico interativo do BIS via BBC (clicar)


O clube não se chama Alemanha, mas Europa


Premiê grego declara vitória com Grécia evitando colapso financeiro
sábado, 21 de fevereiro de 2015 14:12 BRST

ATENAS/BRUXELAS (Reuters) - O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, declarou vitória neste sábado após aprovação no último minuto de um acordo de resgate financeiro sob condições com a Europa, apesar das grandes concessões que terão que ser feitas para evitar o colapso financeiro nos próximos dias.

Aconteça o que acontecer na próxima Segunda-Feira (ver declaração de Alexis Tsipras/BBC), e nos próximos quatro meses, a relação da Alemanha com o resto da União Europeia sofreu um enorme abalo. E esta foi a vitória, gostemos ou não, da Grécia.

Talvez depois de os calvinistas e protestantes terem chamado porcos e preguiçosos aos católicos e ortodoxos de Portugal, Irlanda, Itália, Espanha e Grécia, e de os gregos terem lembrado o recente passado nazi da Alemanha e as dívidas de guerra que não chegou a pagar até a fim, seja agora o momento de introduzir alguma calma e racionalidade no desembrulhar de uma situação que está longe de ter sido resolvida na sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015. Na Grécia, como no resto da Europa.

Salvo alguns preconceitos culturais, o vídeo anexo é uma boa visualização da presente crise financeira europeia.





Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

sábado, fevereiro 21, 2015

Lisboa tem a eletricidade mais cara da Europa

Energie-Control Austria. The Hungarian Energy and Public Utility Regulatory Authority. VaasaETT Global Energy Think Tank
(pdf)

Herança elétrica de Sócrates prossegue com o governo esverderado de Passos Coelho


“...Lisbon overtakes Copenhagen as the place with the most expensive electricity followed by Prague and Berlin”

União Europeia?

Os preços pagos por kWh de eletricidade residencial em 23 capitais europeias podem variar até 142%. No consumo elétrico as cidades + caras —em preços nominais— são Copenhagen e Berlim, onde o grosso das faturas, porém, se deve a taxas. Lá como cá.

Mas se ajustarmos o poder de compra, então os consumidores de Lisboa têm a energia elétrica mais cara da Europa. Onde está o Jorge Moreira da Silva? Crescimento, como?

Vale a pena ler este breve e esclarecedor relatório, e observar os seus quadros e gráficos.


Household Energy Price Index for Europe
February 5th, 2015
January Prices Just Released
Energie-Control Austria
The Hungarian Energy and Public Utility Regulatory Authority
VaasaETT Global Energy Think Tank
pdf

Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

EU to 'reframe' Russian energy ties when time is right - draft | Reuters

Time to buy Portuguese and Spanish energy equity!


Portugal poderá beneficiar da crise ucraniana ao ver ampliado o seu
mercado energético, até agora bloqueado pela França e outros players
europeus. É que 1/3 da energia consumida na Europa vem da.... Rússia.

Num mercado mais aberto e concorrencial, mas também com acesso a mais
consumidores, haverá eventualmente lugar para baixar as rendas
excessivas cobradas em Portugal pelo setor energético.

Alô, Jorge Moreira da Silva​?
REUTERS: The European Commission, the EU executive, is seeking to create a single energy market, based on cross-border connections to improve security of supply and reduce dependence on Russia, which supplies roughly one third of EU energy.
EU to 'reframe' Russian energy ties when time is right - draft | Reuters

Bataglia entala Espírito Santo

Helder Bataglia na Assembleia da República
Img. derivada de foto original © Manuel de Almeida @ Lusa

Estou francamente mais preocupado com as responsabilidades do Governador do Banco de Portugal e do Presidente da República no colapso do GES-BES do que com Helder Bataglia


O senhor Bataglia é um middleman que cobra bem pelas suas informaçãoes e pelos seus serviços de intermediação. Contra isto, nada a dizer.

O Grupo BES recorreu a este homem muito bem relacionado para obter bons investimentos em África (contra isto, nada a dizer), na sua tentativa de fugir à tenaz financeira de Frankfurt, que jurou destruir o banqueiro de Salazar, que, relembremos, trouxe para o nosso país (de forma legal, entenda-se) ouro sequestrado aos judeus pelo regime nazi de Hitler, a troco do volfrâmio essencial ao endurecmento do aço das blindagens de tanques e navios de guerra, e que Portugal então vendeu em grandes quantidades ao governo alemão chefiado por Adolf Hitler, mas também aos Aliados.

O que, por outro lado, diz tudo do gansgsterismo financeiro, de que o Grupo BES foi um dos principais braços, e que tem mantido, até hoje, o país no bolso, é o diagrama da obscuridade, da dissimulação, das cumplicidades, da ilegalidade e da corrupção que vamos conhecendo.

Não esquecer nunca que as cumplicidades da banca, de que o BES é caso exemplar, vão até ao PCP (a quem o BES pagava uma espécie de avença publicitária à Festa do Ávante!), e englobam, obviamente, os sindicatos, nomeadamente através do atual SG da UGT—que saiu em defesa do seu posto de trabalho, mas não em defesa dos clientes do banco que foram assediados por gerentes de conta com Papel Comercial que hoje sabemos não ter passado de uma burla.

Bastaria publicar uma listagem de todos os administradores não executivos e presidentes de mesas de assembleias gerais das 500 maiores empresas do país (incluindo a União das Misericórdias e as recentemente privatizadas a 100%%—como os CTT, por exemplo), para termos uma radiografia perfeita da captura do regime e respetivos trastes partidários pela lógica rendeira, devorista e especulativa que atirou e continua a atirar Portugal para o lixo.

Para terminar, este instantâneo do Jornal i:

“Até agora, foram poucos os convocados à Comissão de Inquérito ao BES que admitiram saber da existência deste veículo: um deles foi Bataglia, os outros foram Francisco Machado da Cruz e José Castella, que confirmaram ser administradores desta sociedade, mas que afirmaram nunca ter olhado para as contas da sociedade.”


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

No Grexit


Jornal cooperativo alemão —taz.de—ridiculariza teimosia de Schaueble.

Grécia—1, Alemanha—0


Rebatismos
  • "troika": "the institutions"
  • "current programme": "current arrangement"

A Alemanha acaba de engolir um sapo, cortesia do Syriza, do BCE, da Rússia, do Podemos, dos EUA, e da NATO. Que estranha constelação esta, aparentemente formada para prejudicar a estratégia alemã e a arrogância do neo-Nosferatu Schäuble.

O mínimo que se pode dizer é que a Troika no seu formato conhecido acabou.

A Grécia terá um período de carência de quatro meses, que lhe permitirá uma extensão, sem novo resgate, de famoso Programa, agora designado current agreement, da não menos famosa Troika, agora chamada the institutions.

Até final de abril muita água irá correr debaixo das pontes.

Pergunta cínica: em que posição ficam os indígenas do Governo de Lisboa e o traste de Belém depois disto?

A comparação entre as duas últimas versões do acordo entre a Grécia e o Eurogrupo são elucidativas.

A Grécia deixou uma pegada política provavelmente irreversível na instituição europeia.

O Eurogrupo deixou de ser uma coutada da Alemanha, por vontade da Grécia (seria feio atribuir o mérito a outros), por vontade do BCE (Goldman Sachs, etc.), por vontade dos Estados Unidos/NATO, e com a ajuda just in time da Rússia/Ucrânia.

Entretanto, a diarreira neo-neo-neo-keynesiana do BCE, conhecida por Expanded Asset Pucrchase Program, e muito saudada por alguma imprensa americana (The Wall Street Journal, por exemplo), vai ocupar as cachas dos média, e manter os especuladores, os rendeiros e os devoristas do buraco negro das finanças europeias nada preocupados com os senhores Yanis Varoufakis e Alexis Tsipas, salvo se for para lhes pedirem acesso VIP aos casinos de banhos de Atenas.

O Nosferatu de Friburgo terá em breve que expor ao resto da Europa a parte escondida do icebergue da dívida pública alemã. E ainda o buraco sem fundo que o Deutsche Bank (1) esconde nos seus livros de especulação com derivados. Apesar da sua arrogância, que deu da Alemanha, outra vez, uma péssima imagem, a terceira tentativa teutónica de dominar a Europa entrou hoje em mais uma rampa descendente.

Será bom para a União Europeia? Provavelmente não. Mas há uma coisa de que a Alemanha terá um dia que se convencer de vez: jamais dominará a Europa enquanto não aprender a usar a linguagem de uma forma civilizada.

POST SCRIPTUM — Grécia—1, Alemanha—0

A questão da derrota da Alemanha protagonizada ontem pela Grécia, que o resto dos PIIGS agradece entre protestos hipócritas de fidelidade ao dono alemão, é simples de equacionar:

— a Alemanha sempre disse que a Grécia só tinha um caminho:

1a) continuar a negociar com a Troika e
1b) negociar um novo resgate, ou seja, trocar dívida-lixo, impagável, por outra putativamente pagável, para assim safar a exposição da banca alemã e em particular do Deutsche Bank, que andaram a especular com o sofrimento alheio, dum bail-in.

Mais austeridade seria o corolário do ultimato alemão. Ora bem, o ultimato esvaziou-se, nomeadamente por imposição do BCE e dos Estados Unidos. O resto é ruído mediático para alegrar o povo que paga isto tudo com juros.

Sempre defendi a posição alemã em matéria de controlo da despesa pública. Mas não defendi nunca, não defendo e estarei sempre frontalmente contra os sonhos imperiais da Alemanha. Deram sempre, e darão sempre mau resultado.

NOTAS
  1. Enquanto revíamos este post chegou-nos (via Zero Hedge) mais uma notícia americana sobre o estado preocupante do maior e mais antigo banco alemão [e já agora, também, do Santander!):

    U.S. Units of Deutsche Bank, Santander Likely to Fail Fed Stress TestThe Wall Street Journal, 20-02-2015

    Large European banks including Deutsche Bank AG and Banco Santander SA are likely to fail the U.S. Federal Reserve’s stress test over shortcomings in how they measure and predict potential losses and risks, according to people familiar with the matter. Failing the stress tests would likely subject the U.S. units of Deutsche Bank and Banco Santander to restrictions on paying dividends to their European parent companies or other shareholders.


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

Plano Juncker PT



O embuste barragista continua com o atual governo de lémures



ENERGIA (são dezenas de projetos. Todos necessários? Qual quê!)
  • 1.210.000.000€
  • 7 new hydroelectric projects with 815 MW 
  • up to 2018
  • Private Promoter
  • Ministry of Environment and Energy
  • ... apesar do Lack of risk taking willingness from private sector, 
  • ... apesar do lack of investment funding
  • ... apesar do lack of social awareness!

Temos que nos agarrar a este AVISO:

DISCLAIMER: There are no financing commitments by the EC, the EIB or any Member State for any of the projects included in this report (country lists and/or illustrative project examples) and the inclusion of projects in the report does not entitle them to preferred access to national or European resources. They have not been subject to specific assessment by the Commission, EIB or the Task Force Members (i.e. Member States) and hence do not imply the support of the particular investment proposal by these organisations. This document is the result of the work of the Task Force and as such certain views may not necessarily represent t he position of the European Commission, the EIB, or any particular Member State .

SPECIAL TASK FORCE (MEMBER STATES, COMMISSION, EIB) ON INVESTMENT IN THE EU FINAL TASK FORCE REPORT (pdf)

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

A pardidocracia é incapaz de reformar o estado

Não se reforma o estado despedindo pessoas, ou atirando-as para a leprosaria do INA!


A elite partidária e nepotista colocada no topo da administração pública e do dito setor empresarial do estado é o principal obstáculo, e o principal cancro, à reforma do regime e do seu aparelho burocrático.

Reforma-se o estado acabando com departamentos inúteis, redundantes, e centenas de sinecuras partidárias (fundações, observatórios e institutos fantasmas). Não se reforma a administração pública atirando para a fossa jardineiros, carpinteiros, cantoneiros, pessoal de limpeza, auxiliares de enfermagem, etc., cujos serviços são depois contratados a empresas privadas capturadas pelos mesmos devoristas e rendeiros de sempre, que arruinaram o país, e que estão invariavelmente ligados com grude ao PS, PSD, CDS-PP e PCP.

Sem uma varridela em profundidade do regime, o futuro é o empobrecimento galopante do país, o seu envelhecimento, mais e mais corrupção, e a perda acelerada de autonomia de um país cada vez mais dependente, e cada vez menos independente.

Com ou sem revolução, é preciso mudar!

Políticos e chefias de topo ganham mais do que em 2011
18/02/2015 | 22:00 |  Dinheiro Vivo

No final do ano passado - quando já estavam de novo a ser aplicados os cortes salariais que vigoraram de 2011 a 2013 - os dirigentes superiores da administração pública recebiam, entre remuneração base e suplementos, 4346,5 euros por mês, ou seja, mais 86,1 euros do que em outubro de 2011. Parte deste acréscimo deve-se ao aumento do salário base destas chefias de topo, que passou de 3539 para 3562 euros mensais. Segundo os dados da Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP) também entre os dirigentes intermédios se registou um acréscimo quer na remuneração base quer no ganho médio mensal neste mesmo período. Os representantes do poder legislativo, estão também no grupo dos viram a remuneração subir: o seu vencimento base aumentou em média 150 euros e aquilo que recebem no final do mês subiu cerca de 220 euros (8,7%).


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação