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sexta-feira, agosto 16, 2019

E agora Costa?

in ECO

Uma nova estratégia para Portugal, já!


Juros negativos travam emissão de obrigações do Tesouro para as famílias 
Com os juros da dívida portuguesa abaixo de 0% até aos sete anos, maturidade das emissões de OTRV, IGCP poderá não avançar com a operação. Certificados vão tapar "buraco" de mil milhões de euros. 
As OTRV foram criadas para oferecer aos pequenos investidores uma forma de investirem diretamente nas obrigações do Tesouro, com as vantagens e desvantagens que tal oferece. Se nos últimos anos permitiu ter acesso a taxas atrativas, à luz das alternativas do próprio Estado, com o contexto de taxas negativas o interesse destes investidores desaparece. Em julho de 2018 — altura em que se realizou a única emissão de OTRV do ano passado–, a taxa a sete anos estava em 1,3% no mercado, tendo o IGCP oferecido 1% aos aforradores nas OTRV. Agora, a yield dos títulos com a mesma maturidade está em -0,05%. 
—in ECO

A Cristina Casalinho faz o que pode, mas pagar para emprestar ao Estado que, ao mesmo tempo, enveredou por uma espécie de fascismo fiscal, não dá!!!

Quando o sistema financeiro mundial der um novo grande estouro, quem irá governar este país de corruptos e tolos chamado Portugal?

É possível que haja um Reset do sistema financeiro ocidental, ou mesmo global, baseado na utilização do chamado blockchain (uma espécie de livro aberto e universalmente partilhado de contas e transações), o qual, porém, terá que ser indexado ao ouro, única medida universalmente assumida como válida (1). Por algum motivo desde há mais de uma década a China acumula reservas de ouro, enquanto outros, como nós, as desbarámos (das 800 toneladas deixadas pelo ditador Salazar, já vendemos 500) em nome de um socialismo que não conseguimos financiar com o que realmente produzimos e vendemos.

Resta-nos definir sem demora um agenda clara de ação:

1) exigir um Estado menos corrupto, economicamente sustentável e menos arrogante (privatizando tudo o que pode ser privatizado sem prejuízo do interesse da comunidade, acabando de vez com a proteção corporativa e partidária dos ditos setores estratégicos, a maioria dos quais faliu e foi alienada, nomeadamente para pagar a monstruosa dívida do Estado); racionalizar o estado social, estabelecendo, nomeadamente, uma pensão de reforma mínima e uma pensão de reforma máxima;

2) exigir a redução da classe política, e da sua obsessiva e omnipresente propaganda, à sua real (quer dizer, escassa) importância económica, social e cultural;

3) atacar politicamente de forma decisiva a voragem fiscal das elites e da partidocracia que têm arruinado o futuro do país;

4) manter a trajetória (imposta pela Alemanha e pelos credores) da redução do défice e da dívida públicos;

5) apoiar estrategicamente todas as indústrias exportadoras, a começar pelo turismo, indústrias tradicionais (têxteis e calçado e maquinaria), a horticultura, a vinha, a produção de fruta e a olivicultura, os serviços florestais certificados, a requalificação das fileiras do mármore, granito e outras rochas decorativas, a exploração sustentável dos metais raros, a aquicultura em mar aberto, e, finalmente, as indústrias de conhecimento e prestação de serviços cognitivos (nomeadamente na esfera das redes 5G, computação quântica, robótica e nanorobótica, e medicina molecular).




NOTA

States-gold-cryptos: the three pillars of the next international currency

...globalized human society is trying to find solutions between maintaining open participation in the world, refocusing on regions of economic activity, reinventing national added value, and optimizing the degree of anchoring to the reality that cities provide. Solutions capable of integrating all these levels exist thanks to new technologies and the networking model in general.

It is in this context that we must place the reflections currently being carried out by the international bodies in charge of conceiving the next world monetary system – reflections made more urgent by the dollar’s return home. In monetary terms, if we combine new technologies (cryptocurrencies, virtual currencies), the mandatory global dimension, the need to re-anchor the system and the inevitability of states, some solutions emerge: a mix of monetary virtualisation offset by the support of gold, all guaranteed by the only level of governance connected to citizens i.e. the State. One can then imagine an international monetary system technologically unified by the blockchain, anchored in national gold reserves that are networked through it and embodied in national denominations: crypto-dollars/Swiss francs/yuan… supported by gold.

Let’s look now at the current events which seem to be heading in this direction...

[...]

In monetary terms, if we combine new technologies (cryptocurrencies, virtual currencies), the mandatory global dimension, the need to re-anchor the system and the inevitability of states, some solutions emerge: a mix of monetary virtualisation offset by the support of gold, all guaranteed by the only level of governance connected to citizens i.e. the State. One can then imagine an international monetary system technologically unified by the blockchain, anchored in national gold reserves that are networked through it and embodied in national denominations: crypto-dollars/Swiss francs/yuan… supported by gold.

Let’s look now at the current events which seem to be heading in this direction.

Beyond the various withdrawals, openness to the world remains (e.g. tourism)
Despite the many tensions at the international level, on an individual basis, the will to get together and interact with other cultures remains strong. In fact, away from the major conflicts, tourism on a global scale is experiencing strong growth, with about 100 million people moving from one country to another each month as visitors. In total, in 2017, 1.4 billion people made the decision, of their own free will, to experience another way of life. France and Spain are the most visited countries, with 87 million and 82 million international tourists respectively, followed by the United States (77 million tourists) and China (60 million tourists).
In 2017, tourism worldwide grew by 7%, well above the forecasts of the UNWTO (World Tourism Organisation), which forecasted a 3.8% growth.
These figures shed light on the dynamics being generated at a human level. They show that, beyond potential trade wars or other diplomatic tensions, there is a greater than expected appetite for abroad, near or far.

The current appetite for global currencies

In the same vein, beyond the populist and nationalist movements, we have seen over the past two years how fond people are of these de facto global currencies called cryptocurrencies. Although there are still few users in comparison to the world’s population, the fact remains that the trend is rising, thanks to the integration of cryptocurrencies within popular services. We can mention here the most emblematic projects already deployed or announced such as Reddit, Telegram, Facebook or even the browser Brave...

Read more in GEAB 132

Atualizado: 17/8/2019 20:41

domingo, abril 08, 2018

H. R. 5404 e a guerra para salvar o dólar




O dia em que a China cumpriu a promessa de deixar cair o dólar


Qual vai ser a resposta americana ao Petro-Yuan, para além da intensificação das guerras militares e comerciais? Será o regresso da convertibilidade do dólar face ao ouro? A avaliar pela iniciativa do congressista Mooney, no passado dia 22 de março (ver texto mais abaixo), sim.

Vejamos rapidamente as principais datas do início e fim da hegemonia da moeda americana.
  • 1944 - Bretton Woods system: 35 dólares americanos podem ser trocados por uma onça de ouro: hegemonia americana decorrente da sua participação financeira e militar na 2ª Guerra Mundial.
  • 1971 - fim do acordo de Bretton Woods: o dólar americano transforma-se numa moeda flutuante meramente fiduciária—início do endividamento sistémico do hegemon.
  • 2018, 22 de março - Alexander X. Mooney submete ao Congresso dos Estados Unidos o projeto de lei H.R.5404: "To define the dollar as a fixed weight of gold."
  • 2018, 26 de março - a China lança o Petro-Yuan: contratos de compras futuras de petróleo denominados em yuans convertíveis em ouro.

O preço do petróleo mede-se, desde 26 de março de 2018, em dólares do Texas, euros de Brent, e yuans de Xangai


Shanghai crude futures roar into action as global merchants dominate trade 
Meng Meng, Josephine Mason, Henning Gloystein 
REUTERS, March 26, 2018 / 3:51 AM
BEIJING/SINGAPORE (Reuters) - China’s crude futures kicked off to a roaring start on Monday as western traders and Chinese majors eagerly traded the world’s newest financial oil instrument, which many expect to become a third global price benchmark alongside Brent and WTI crude.

China's New Yuan-Denominated Oil Futures Usher In a New Era in Global Trade 
Sputnik International, 19:45 26.03.2018 (updated 19:46 26.03.2018)
China kicked off its first ever crude futures on Monday. According to observers, the country's yuan-denominated oil contracts could emerge as a brand new benchmark, providing Beijing with extra pricing powers and help it internationalize the yuan. This is especially important amid the ongoing tariff war between the US and China.
In strict accordance with its initial plan, China launched yuan-denominated oil futures on the Shanghai International Energy Exchange on March 26, thus challenging the dominance of the Brent and West Texas Intermediate (WTI) benchmarks.
Ren Wei of South China Morning Post highlighted that China's recent move became possible due to the fact that the country had emerged as the largest oil importer in 2017, surpassing the United States.

The Yuan-Oil Future And Gold 
Seeking Alpha, Mar. 30, 2018 2:00 AM ET
China does not intend to replace the petrodollar with its own currency, other than for her own energy and commodity imports. To put it into context, China imports about 8 million barrels of oil per day, mostly from the Eurasian continent, which compares with global daily demand of roughly 100 million barrels. China also produces her own oil to the tune of about 3.7 mbd, so if all of China's suppliers take yuan in payment, it leaves about 88% of global demand still being priced in dollars.
Therefore, there is for the moment little alarm in Western financial markets about this development. However, at the same time, US oil production is rising, and her imports declining, so even though the energy world is dominated by dollars, the relative importance between the US and China with respect to the international oil trade is rapidly shifting away from America.
[...]
There can be little doubt that the introduction of the yuan-denominated oil future has been a major strategic step for China. China will have been worried about undermining the dollar and global financial markets. It is not her style to act in bovine fashion in a porcelain factory. For the Chinese state, the priority is control of outcomes, but at some stage she had to begin to develop her own financial markets for them to be an effective alternative to the dollar.
[...]
The initial source of the dollar's decline measured in gold seems likely to be an acceleration of central bank demand for physical metal from the oil-exporting nations dealing with China. Some nations will be content to build their yuan reserves, or maybe sell some of them for other currencies, including the dollar. But others, particularly Russia, Iran, and possibly Qatar can be expected to increase their physical gold holdings by selling some of their yuan.
The introduction of the oil-for-yuan futures contract gives these nations the opportunity to match a sale of oil for yuan with a matching purchase of gold for yuan on two exchanges, Hong Kong and Dubai. Officially, the Chinese government has stood to one side with respect to this issue, but Hong Kong's gold exchange is in talks with Singapore, Dubai and Myanmar to establish an enhanced gold dealing, delivery and storage facility, with vaulting storage in the Qianhai free trade zone on the Chinese mainland. 

A imprensa não viu, nem relatou, mas ocorreu...


O projeto de lei do senador Mooney deve ser lido na íntegra, por ser uma análise sucinta e certeira do declínio do dólar, mas também pela medida extrema que propõe: a reversão do chamado Nixon shock, ou seja, o regresso à convertibilidade da moeda americana em ouro.

Esta parece ser, aliás, uma resposta preventiva racional ao que a China faria, e tinha sido anunciado, dois dias depois da apresentação do projeto de lei H.R.5404: a inauguração no mercado de futuros de Xangai de uma plataforma de compra e venda de petróleo cujo preço é denominado em yuans convertíveis em ouro!

Não por acaso os bancos centrais de países como a China, a Rússia e a Índia têm adquirido centenas de toneladas de ouro ao longo da última década. Esperemos que Portugal não tenha ainda comprometido todas as suas reservas (como Cadilhe chegou um dia a propor), nomeadamente sob a forma de swaps!


H. R. 5404
To define the dollar as a fixed weight of gold.
115th CONGRESS
2d Session
IN THE HOUSE OF REPRESENTATIVES
March 22, 2018
Mr. Mooney of West Virginia introduced the following bill; which was referred to the Committee on Financial Services

A BILL
To define the dollar as a fixed weight of gold.

Be it enacted by the Senate and House of Representatives of the United States of America in Congress assembled,
SECTION 1. FINDINGS.

Congress finds the following:

(1) The United States dollar has lost 30 percent of its purchasing power since 2000, and 96 percent of its purchasing power since the end of the gold standard in 1913.

(2) Under the Federal Reserve’s 2 percent inflation objective, the dollar loses half of its purchasing power every generation, or 35 years.

(3) American families need long-term price stability to meet their household spending needs, save money, and plan for retirement.

(4) The Federal Reserve policy of long-term inflation has made American manufacturing uncompetitive, raising the cost of United States manufactured goods by more than 40 percent since 2000, compared to less than 20 percent in Germany and France.

(5) Between 2000 and 2010, United States manufacturing employment shrunk by one-third after holding steady for 30 years at nearly 20,000,000 jobs.

(6) The American economy needs a stable dollar, fixed exchange rates, and money supply controlled by the market not the government.

(7) The gold standard puts control of the money supply with the market instead of the Federal Reserve.

(8) The gold standard means legal tender defined by and convertible into a certain quantity of gold.

(9) Under the gold standard through 1913 the United States economy grew at an annual average of four percent, one-third larger than the growth rate since then and twice the level since 2000.

(10) The international gold exchange standard from 1914 to 1971 did not provide for a United States dollar convertible into gold, and therefore helped cause the Great Depression and stagflation.

(11) The Federal Reserve’s trickle down policy of expanding the money supply with no demand for it has enriched the owners of financial assets but endangered the jobs, wages, and savings of blue collar workers.

(12) Restoring American middle-class prosperity requires change in monetary policy authorized to Congress in Article I, Section 8, Clause 5 of the Constitution.

SEC. 2. DEFINE THE DOLLAR IN TERMS OF GOLD.

Effective 30 months after the date of enactment of this Act—

(1) the Secretary of the Treasury (in this Act referred to as the “Secretary”) shall define the dollar in terms of a fixed weight of gold, based on that day’s closing market price of gold; and

(2) Federal Reserve Banks shall make Federal Reserve notes exchangeable with gold at the statutory gold definition of the dollar.

SEC. 3. DISCLOSURE OF HOLDING.

During the 30-month period following the date of enactment of this Act, the United States Government shall take timely and reasonable steps to disclose all of its holdings of gold, together with a contemporaneous report of any United States governmental purchases or sales, thus enhancing the ability of the market and of market participants to arrive at the fixed dollar-gold parity in an orderly fashion.


Overview
https://www.congress.gov/bill/115th-congress/house-bill/5404

Text
https://www.congress.gov/bill/115th-congress/house-bill/5404/text

sábado, setembro 02, 2017

É a China, estúpido!

Clique para ampliar. In Nikkei Asian Review

Renminbi convertível em ouro desafia fake money de Wall Street. Um novo Tratado de Tordesilhas nunca esteve tão perto, pois uma guerra nuclear global é impensável.


“China is expected shortly to launch a crude oil futures contract priced in yuan and convertible into gold in what analysts say could be a game-changer for the industry.” Nikkei Asian News

A Coreia do Norte não é o maior problema da América. A China é. Na realidade, aquilo a que temos assistido é à transformação da Coreia do Norte numa espécie de Israel à moda de Pequim. Senão vejamos.

O que tem sido, de facto, o estado de Israel desde que foi criado pelos ingleses, sob o comando e inteligência de Lord Balfour e do Barão Edmond de Rothschild? Pois bem, um seguro de vida para as comunidades judaicas, sobretudo Asquenazis (oriundas na sua maioria da Europa Central e Oriental), e um bastião militar da estratégia petrolífera inglesa, e depois, anglo-americana. Basta ler a famosa Balfour Declaration (1917), ou a nota de Lord Rothschild que a precedeu para termos um quadro analítico que dispensa toda a verborreia ideológica. O petróleo foi a energia fundamental da Segunda Revolução Industrial. E quem controlou as principais regiões petrolíferas do planeta dominou o mundo até hoje.

Acontece, porém, que a taxa de crescimento demográfico mundial atingiu o seu pico em meados da década de sessenta do século passado, e o pico do petróleo americano ocorreu no início da década de 1970. Ou seja, os anos dourados do Sonho Americano tinham passado, e a partir daquele momento a hegemonia americana no mundo, conseguida como troféu da sua participação na Segunda Guerra Mundial, começaria a esmorecer. O dólar passou a estar sob pressão, pois a América estava cada vez mais dependente das importações de petróleo do Médio Oriente, do Golfo do México, da Venezuela e de África.

Esta dependência significava trocar petróleo por dólares convertíveis em ouro. Ou seja, a existência da moeda americana como moeda de reserva mundial pressupunha a estabilidade do seu valor real, e não apenas fiduciário, ou seja, implicava a sua convertibilidade no único mineral capaz de garantir a fé no dólar: o ouro.

Esta convertibilidade (1 onça de ouro = 35 USD) foi entretanto destruída por um império condenado a desvalorizar paulatinamente a sua moeda, tal como o Império Romano fez durante a sua longa decadência e colapso.

Nixon, face ao crescente excesso de dólares no mercado (e a correspondente procura de ouro como garantia anti-inflacionista), face à estagflação que se seguiu à criação da OPEP (1960), e face à Guerra dos Seis Dias (1967), viria a declarar sem efeito os Acordos de Bretton Woods, pondo deste modo fim à convertibilidade do dólar.

A Guerra do Yom Kippur (1973), protagonizada pela parceria entre Israel e a aliança anglo-americana, levaria a OPEC a concertar o famoso embargo, e a provocar uma subida do preço do petróleo sem precedentes (de 3 para 12 dólares). Desde então, a hegemonia americana não parou de perder influência, e a bolha fiduciária especulativa alimentada em Wall Street e na City londrina não parou de crescer até hoje.

A Alemanha tentou escapar a esta corrida para o precipício estabelecendo uma agenda económica e diplomática própria. Por sua vez, a implosão da União Soviética e a reunificação da Alemanha forçou a França a negociar com Bona a criação efetiva da União Europeia, um sonho alimentado desde 1952 (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço), mas sempre adiado por pressão dos americanos e dos ingleses. O Brexit foi provavelmente a última e desesperada tentativa por parte da coroa britânica e financeiros londrinos de manter um paradigma de domínico há muito insustentável.

Entretanto, a China cresceu!

Mas para crescer, sobretudo depois de também ter chegado o pico das suas reservas petrolíferas, que começaram a ser extraídas por volta de 1959-60, em Daqing, a China viria a tornar-se no terceiro maior importador de crude do planeta, depois da União Europeia e dos Estados Unidos (há quem afirme que já é o primeiro). Ou seja, a disputa estratégica global pelo ouro negro tem três grandes atores, todos eles com demografias de peso e capacidade militar de sobra para destruir o planeta.

Acontece que os americanos, ainda que por razões compreensíveis (ninguém gosta de deixar de ser império), continuam a ignorar a realidade, ao mesmo tempo que se endividam cada vez mais, assistem ao declínio imparável do dólar, e começam a perder o controlo da sua própria estabilidade económica, social, política e cultural.

Chegou, pois, o momento de deixar de depender da moeda americana, e sobretudo de permitir que esta exerça chantagem sobre os países que quer controlar, ou impedir de crescer, recorrendo sistematicamente à prepotência das sanções económicas e financeiras, só possíveis de duas formas: pela manipulação do acesso e uso do dólar, ou pelo uso da força militar.

É neste ponto que importa perceber o real significado da escalada nuclear na Coreia do Norte, na sequência, aliás, de inúmeros incidentes entre americanos e chineses em torno da territorialidade dos Mares de China.

Quer queiramos quer não, o supremo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, transformou o seu país numa potência nuclear. Ou seja, num país inatacável, ao contrário, por exemplo, da Síria, do Irão, ou da própria Turquia. As consequências são óbvias: se os Estados Unidos forem, como tudo indica, incapazes de impedir o nascimento de mais um país dotado de mísseis balísticos intercontinentais, então é só uma questão de tempo para que a Turquia e o Irão atinjam desideratos semelhantes.

Neste jogo de xadrez, a China levou a melhor, e usou Pyongyang da mesma forma que Washington usou Telavive ou, como alguns preferem, como Telavive tem usado Washington.

Aqui chegados, os Estados Unidos não terão outra opção que não seja negociar uma espécie de novo Tratado de Tordesilhas com Pequim. Desta vez, os meridianos não serão geográficos, mas monetários. Haverá duas moedas. Resta saber se o dólar e o yuan, se o yuan e o euro. Tudo dependerá de quem ganhar a batalha africana.


REFERÊNCIAS

Nota de Lord Rothschild ao então MNE britânico Arthur Balfour

Baron Edmond de Rothschild & Palestine 
Edmond de Rothschild (1845-1934) was the youngest son of James and Betty de Rothschild. He bore the Hebrew name Benjamin. He was born in Paris on 19 August 1845. Edmond joined the Paris Banking House in 1868 becoming a director of the Est railway company and other family concerns, and devoting himslef to art, culture and philanthropic interests.  In 1877, he married Adelheid (1853-1935), the daughter of Wilhelm Carl Rothschild (1828-1901). 
He made journeys to Bukharu to examine the potential of the oilfields of the area. In 1895, he visited Palestine for the first time, and his most outstanding achievements were involved in responding to the threats facing the Jewish people in Europe in the late 19th century by supporting massive land purchases and underwriting Jewish settlements in Palestine and Israel. 
Until his death, 'The Benefactor', as he was known provided support for Jewish colonists, overseeing dozens of new colonies. Rishon le Zion (the First in Zion) was followed by others bearing the names of his parents. In 1923 PICA (the Palestine Jewish Colonisation Association) was formed to oversee his affairs in Palestine. When Edmond died in Paris in 1934, he left a legacy which included the reclamation of nearly 500,000 dunams of land and almost 30 settlements. In 1954 his remains and those of Adelheid were brought to Ramat Hanadiv in Zikhron Ya'akov. 
— in Rothschild Archive

China prepara alternativa ao Banco Mundial

China sees new world order with oil benchmark backed by gold 
Yuan-denominated contract will let exporters circumvent US dollar
DENPASAR, Indonesia -- China is expected shortly to launch a crude oil futures contract priced in yuan and convertible into gold in what analysts say could be a game-changer for the industry. 
The contract could become the most important Asia-based crude oil benchmark, given that China is the world's biggest oil importer. Crude oil is usually priced in relation to Brent or West Texas Intermediate futures, both denominated in U.S. dollars. 
China's move will allow exporters such as Russia and Iran to circumvent U.S. sanctions by trading in yuan. To further entice trade, China says the yuan will be fully convertible into gold on exchanges in Shanghai and Hong Kong. 
"The rules of the global oil game may begin to change enormously," said Luke Gromen, founder of U.S.-based macroeconomic research company FFTT. 
(...)
China has long wanted to reduce the dominance of the U.S. dollar in the commodities markets. Yuan-denominated gold futures have been traded on the Shanghai Gold Exchange since April 2016, and the exchange is planning to launch the product in Budapest later this year.

(...)
Saudi Arabia, a U.S. ally, is a case in point. China proposed pricing oil in yuan to Saudi Arabia in late July, according to Chinese media. It is unclear if Saudi Arabia will yield to its biggest customer, but Beijing has been reducing Saudi Arabia's share of its total imports, which fell from 25% in 2008 to 15% in 2016. 
Chinese oil imports rose 13.8% year-on-year during the first half of 2017, but supplies from Saudi Arabia inched up just 1% year-on-year. Over the same timeframe, Russian oil shipments jumped 11%, making Russia China's top supplier. Angola, which made the yuan its second legal currency in 2015, leapfrogged Saudi Arabia into second spot with an increase of 22% in oil exports to China in the same period.
—in  Nikkei Asian Review, September 1, 2017 8:56 pm JST


Atualizado em 13/9/2017, 00:56, WET

terça-feira, abril 11, 2017

Ninguém pergunta nada...



O próximo resgate


Se não travarmos a despesa pública e o estado partidário, se não pusermos na ordem as rendas excessivas da EDP e das PPP, um novo resgate é inevitável—especialmente se a diminuição dos estímulos do BCE conduzir a uma mais do que provável subida das taxas de juro, e se Trump continuar a provocar a Europa, atiçando o fogo e o terrorismo no Médio Oriente.

Até agora a transição democrática e a democracia que temos custaram 435,8 toneladas de ouro e três pré-bancarrotas seguidas de três resgates internacionais e três períodos de austeridade forçada.
  • Em 1971, o Banco de Portugal tinha 818,3 toneladas de ouro.
  • Queda da ditadura: 25 de abril 1974.
  • Situação pré-revolucionária: abril 1974-novembro 1975.
  • Vendas ouro entre 1976-1978: 172 toneladas.
  • Resgates: 1977 (Mário Soares), 1983 (Mários Soares), 2011 (José Sócrates) [video RTP]
  • Em 2001, o BdP tinha 606,7 toneladas.
  • Vendas de ouro entre 2001-2006: 224 toneladas.
  • Em Abril de 2012 o BdP tinha 382,5 toneladas.
  • O BdP não vendeu mais ouro desde 2006 porque, felizmente, está impedido de o fazer pelo BCE.
À grande destruição da poupança nacional e de capital somou-se um endividamento público e privado assustador.

A economia cresce mais devgar que o serviço da dívida pública, e o estado paquidérmico e corrupto que temos continua por reformar—pois é há muito a coutada da partidocracia instalada, da intelectualidade indigente e dos rendeiros do regime.

O Bloco Central Alargado (PS-PSD-CDS), mas também as esquerdas, falharam redondamente aos portugueses.

O futuro só não será mesmo negro se a a União Europeia sobreviver ao ataque americano, e reforçar as suas legítimas aspirações e desiderato.

Um buraco negro chamado Estado


Os governos são hoje grandes máquinas de lavagem automática de dinheiro de proveniência dissimulada. Dois casos bem conhecidos e de dimensão astronómica: a City de Londres e o Luxemburgo. Lavam tudo: dinheiro da droga, dos refugiados forçados a emigrar em direção à Europa, da exportação de armamento, explosivos e armas químicas, da Máfia, da Camorra, da rapaziada de Marselha, e dos políticos corruptos, da prostituição e do futebol.

Para esconder esta realidade os 'mass media' têm sido paulatinamente transformados em instrumentos de guerra psicológica. Veja-se o caso mais recente da operação Trump contra o estado sírio.

Brexit


O Brexit pode ter sido um tiro que vai sair pela culatra, reduzindo a uma espécie de náufrago os piratas de sua majestade. O império britânico morreu há muito, e a pantomima a que a pomposa elite britânica se dedica, em nada apagará o facto de a velha Albion ter dado um grande passo em direção à sua insignificância no dia em que resolveu apoiar-se na sua ralé e nos seus líderes populistas para defender a sua City e os seus paraísos fiscais, julgando que assim e uma vez mais dividiria o continente europeu. Este artigo mostra que a reação dos europeus, ingleses e não ingleses, vai na direção de um reforço da União Europeia e do seu espírito democrático e culturalmente aberto. Trump, Le Pen, Erdogan, Boris Johnson, e os indígenas do PCP e do Bloco, entre outros, acabam de dar um safanão à utopia europeia que, parece, acordou para a sua excecionalidade histórica.

A Espanha, que vai ocupar o lugar dos Ingleses no diretório europeu, força a Alemanha a olhar para a Península Ibérica com outros olhos.

A leste e no Médio Oriente a balbúrdia que convém à Internacional Terrorista promete continuar.

Enquanto durar a carnificina no Leste no Médio Oriente e norte de África muito dinheiro voará para Portugal e Espanha. Se ao menos os indígenas soubessem aproveitar positivamente a desgraça alheia...

sábado, agosto 29, 2015

Quem subsidia o crescimento?


Gas Stealers Beware 1974
David Falconer/National Archives, Records of the Environmental Protection Agency.
Wikipedia

Depois do pico do petróleo barato, o pico da dívida e a fossa da taxa de juros


1970: pico do petróleo nos EUA (aumento exponencial das importações).
1971, 15 de agosto: Nixon decreta o fim da convertibilidade do dólar (1 onça de ouro = 35 USD).
1973, março
: abandono da convenção de Bretton Woods.
1973, outubro: embargo petrolífero decretado pela OPEP.
1974: início do crescimento pela via do consumo, do endividamento, e da criação de moeda virtual.
1988: Basel I (por cada 100USD de depósitos/ empréstimos, os bancos passam a ter em reservas obrigatórias, não 20, mas apenas 8 dólares).
1990: Japão inicia primeira experiência, pós-keynesiana, de monetização especulativa do endividamento público e privado, através da criação monetária virtual, com desvalorizações cambiais agressivas e sucessivas, e destruição paulatina das remuneração do dinheiro (taxas de juro a caminho de -0).
2004: Basel II elimina as exigência de reservas, transferindo a avaliação objetiva da solvência dos bancos para um regime inverificável de avaliação qualitativa, através das famosas agências de notação financeira (rating agencies).
2008: Copiando a receita japonesa da década de 1990, a China começa a expandir a sua base monetária de forma especulativa, através de empréstimos sem retorno a uma economia assente na exportação e atingida pelo colapso do Lehman Brothers .
2009: Reserva Federal (Fed) e Banco de Inglaterra (BoE) começam a imprimir dinheiro virtual. Os Estados Unidos imprimiram 4 biliões de USD, entre 2009 e 2012, à razão de 1 bilião de dólares por ano ($1.000.000.000.000), ou seja, 80 mil milhões por mês.
2015: BCE anuncia a compra de ABS (Asset Back Securities) até ao montante de 60 mil milhões de euros/mês, até, pelo menos, setembro de 2016. Segundo Paul Mason (Postcapitalism, a guide to our future) a expansão da massa monetária virtual, desde 2008, andará pelos 12 biliões de dólares, ou seja, 1/3 do PIB mundial.


Aqui vão alguns gráficos para ajudar alguns dos nossos jornalistas económicos a papaguearem menos a voz do dono, a escreverem menos disparates, e a pensarem com os seus próprios neurónios.

Lição número 1:

—a algazarra entre os partidos da corda, sobre a dívida portuguesa e o défice, não diz respeito às suas diferenças de linguagem e demagogia, mas ao simples facto de a economia ser há muito uma realidade global. Ou seja, a diferença entre votar no PS, ou no PSD, é apenas a diferença entre votar em mais despesa, apesar do descalabro em curso (PS), ou continuar com as barbas de molho até que a tempestade amaine (PSD). 

No entanto, se soubermos combater a cleptocracia indígena (nomeadamente os DDT do Bloco Central da Corrupção), seremos também capazes de preparar o país para se defender, com algumas garantias reforçadas, do dilúvio da dívida onde corremos sérios riscos de nos afogarmos todos. A sorte de José Sócrates e da família Espírito Santo mostra que o perigo chega mesmo a todos!

Os Estados Unidos-Canadá, o Japão e a Europa, a que se juntaram a Austrália, no início da década de 1980, e a China no início da década de 1990 (1), deixaram de poder crescer à custa do resto do planeta, entre outras razões porque os chamados segundo e terceiro mundos acordaram e ganharam garras suficientes para exigirem a sua parte do bolo da distribuição do PIB mundial.

É por causa desta equilibração dos pesos da distribuição da riqueza global, que as bolhas especulativas se formaram tão rapidamente (décadas de 1980, 1990, 2000, 2010, 2020...), o endividamento global disparou (300% do PIB mundial em 2014), e esrtamos todos neste momento a caminho de um buraco negro. Ninguém sabe o que iremos lá encontrar!

Nestas situações históricas, os países mais antigos devem fazer o que os velhos recomendam: cuidados e caldos de galinha.

Os dois gráficos que se seguem são claros sobre a dimensão do monstro que fomos capazes de parir.

That 70s show – episode 4
by Eugen von Böhm-Bawerkon August 28, 2015
4

Source: History of the United States from Colonial times to 1970, Bureau of Economic Analysis, Bawerk.net

...why did debt levels rise so dramatically after the final central bank restraint was removed? It is essentially due to the massive subsidy central bankers provided. If you tax a thing you get less of it (think all the tax on labour) but if you subsidise it you will get more of it. As time went by, debt obviously grew ever larger and eventually large enough to become an integral part of the business cycle. In other words, central banks could not stop the subsidy for fear of creating, well, a 2008 financial meltdown.

So every time spending growth came to a halt, the central banks would step in and lower rates and consequently also debt servicing cost. With more money in consumers’ pockets spending could resume.

As debt continued to grow, debt servicing cost obviously rose along with it, and the high in interest rates could never reach its previous peak before a new slump in spending occurred. In addition, the central banks always had to lower rates to a lower level than in the preceding cycle to reinvigorate spending.

When debt funded spending could not be stimulated even at zero rates the necessary deleveraging started with devastating consequences for global finance, trade and output.

Source: Federal Reserve, Bundesbank, European Central Bank, Bank of England, Bank of Japan, International Monetary Fund, Bawerk.net

NOTAS
  1. A Grande Miragem da China. A China esteve de pernas cortadas no que se refere ao seu crescimento e desenvolvimento enquanto não pôde dispor de petróleo barato. Até 1960, quando finalmente começou a produzir petróleo, a partir das grandes reservas de Daqing, descobertas em 1959, tudo mudou. Pequim deixou de depender de Moscovo e do Ocidente para se abastecer do precioso ouro negro. Foi a descoberta das grandes reservas de petróleo na bacia de Songhua Jiang-Liao —cujo pico de exploração foi, no entanto, atingido em 2014— que viria a pulverizar o comunismo chinês, inventado por Mao Zedong, e tão do agrado de alguns intelectuais sado-masoquistas da Europa. Foi a junção económica entre as reservas próprias de petróleo e as suas formidáveis reservas de mão de obra barata e submissa que levou a China até aos píncaros de 2007. No entanto, a conjunção entre o colapso da procura agregada mundial, pondo fim ao boom das exportações Made in China, a par do fim do petróleo barato chinês, fazendo da China hoje o maior importador de petróleo do planeta, podem transformar 2015 no ano da Grande Miragem da China. Talvez alguns chineses já se tenham apercebido disto mesmo, e por isso começam a voar como as andorinhas em direção ao Ocidente, nomeadamente para Portugal.

domingo, abril 26, 2015

'Socialistas' gregos hipotecaram ouro do país à Troika

Os impérios financeiros não duram sempre...

O chamado socialismo europeu, com origem na social-democracia alemã, é uma fraude


Sabiam que o governo 'socialista' de George Papandreu hipotecou as reservas de ouro gregas à Troika? Sim, em caso de bancarrota, a Troika terá legalmente acesso, cortesia da cleptocracia 'socialista' grega, às reservas de ouro do país!

Em Portugal o que o aldrabão Sócrates fez com as PPP não foi menos criminoso.

Zero Hedge: Ms. Katseli, an economist who was labor minister in the government of George Papandreou until she left in a cabinet reshuffle last June [2012], was also upset that Greece’s lenders will have the right to seize the gold reserves in the Bank of Greece under the terms of the new deal.


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sábado, fevereiro 21, 2015

Bataglia entala Espírito Santo

Helder Bataglia na Assembleia da República
Img. derivada de foto original © Manuel de Almeida @ Lusa

Estou francamente mais preocupado com as responsabilidades do Governador do Banco de Portugal e do Presidente da República no colapso do GES-BES do que com Helder Bataglia


O senhor Bataglia é um middleman que cobra bem pelas suas informaçãoes e pelos seus serviços de intermediação. Contra isto, nada a dizer.

O Grupo BES recorreu a este homem muito bem relacionado para obter bons investimentos em África (contra isto, nada a dizer), na sua tentativa de fugir à tenaz financeira de Frankfurt, que jurou destruir o banqueiro de Salazar, que, relembremos, trouxe para o nosso país (de forma legal, entenda-se) ouro sequestrado aos judeus pelo regime nazi de Hitler, a troco do volfrâmio essencial ao endurecmento do aço das blindagens de tanques e navios de guerra, e que Portugal então vendeu em grandes quantidades ao governo alemão chefiado por Adolf Hitler, mas também aos Aliados.

O que, por outro lado, diz tudo do gansgsterismo financeiro, de que o Grupo BES foi um dos principais braços, e que tem mantido, até hoje, o país no bolso, é o diagrama da obscuridade, da dissimulação, das cumplicidades, da ilegalidade e da corrupção que vamos conhecendo.

Não esquecer nunca que as cumplicidades da banca, de que o BES é caso exemplar, vão até ao PCP (a quem o BES pagava uma espécie de avença publicitária à Festa do Ávante!), e englobam, obviamente, os sindicatos, nomeadamente através do atual SG da UGT—que saiu em defesa do seu posto de trabalho, mas não em defesa dos clientes do banco que foram assediados por gerentes de conta com Papel Comercial que hoje sabemos não ter passado de uma burla.

Bastaria publicar uma listagem de todos os administradores não executivos e presidentes de mesas de assembleias gerais das 500 maiores empresas do país (incluindo a União das Misericórdias e as recentemente privatizadas a 100%%—como os CTT, por exemplo), para termos uma radiografia perfeita da captura do regime e respetivos trastes partidários pela lógica rendeira, devorista e especulativa que atirou e continua a atirar Portugal para o lixo.

Para terminar, este instantâneo do Jornal i:

“Até agora, foram poucos os convocados à Comissão de Inquérito ao BES que admitiram saber da existência deste veículo: um deles foi Bataglia, os outros foram Francisco Machado da Cruz e José Castella, que confirmaram ser administradores desta sociedade, mas que afirmaram nunca ter olhado para as contas da sociedade.”


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sábado, novembro 29, 2014

EDP e GALP, as próximas vítimas

A corrida ao ouro acelera, mas o stock é limitado!

Dívida > monetização > reflação > + dívida > deflação > depressão :(


Federal Reserve Confirms Biggest Foreign Gold Withdrawal In Over Ten YearsZeroHedge, 29 nov 2014
Gold To Start Week With Swiss Referendum, End With U.S. PayrollsForbes, 28 nov 2014

OPEC Presents: QE4 and DeflationThe Automatic Earth, 28 nov 2014 (1)

Special Report: Why Italy's stay-home shoppers terrify the euro zoneReuters, 28 nov 2014 (2)

O Referendo suíço sobre o regresso ao padrão ouro e à prudência monetária que terá lugar este domingo (30-11-2014) e cujo resultado poderá, se for um NÃO (como apontam as sondagens), sancionar de vez o monetização suicida das economias europeias e americana, em benefício dos países emergentes e sobretudo da China, assenta em três ideias:
  1. o Banco Nacional Suíço deixará de vender ouro; 
  2. o ouro soberano da Suíça deverá ser armazenado na Suíça; 
  3. o Banco Nacional Suíço deverá manter pelo menos 20% dos seus ativos em ouro.
Entretanto, Alemanha, Holanda e outros países cuidam das suas reservas de ouro, chamando para o seu território as toneladas eventualmente guardadas em cofres outrora confiáveis.

Por fim, e ao contrário da verborreia populista da esquerda desmiolada e oportunista que temos, o que temos pela frente é a continuação do declínio económico e social e mais défice.

A queda de preços, nomeadamente da energia, com impacto positivo no turismo, a par da ilusão de abrandamento da crise, são alívios psicológicos temporários. Só mesmo o QREN 2014-2020 e o EQE (European Quantitative Easing) prometido por Draghi poderão lançar uma bóia de salvação ao governo em funções, no que resta deste ano e no quadriénio 2015-2019, independentemente de quem governar.

A crise intestina no PS e no resto da 'esquerda', ao contrário do que alguns querem crer, são péssimos argumentos a favor de António Costa e do sonhado regresso da 'esquerda' ao governo em 2015. A menos que a nossa incompetente, insensível e oportunista casta partidária acorde e perceba de uma vez por todas que terá que acelerar o seu pensamento político, para perceber a gravidade da situação em que nos encontramos, e agir de acordo com a excecionalidade que a situação exige, o que aí vem será bem pior do que o que já conhecemos e estamos a sofrer na carne.

Mas como podemos estar enganados, fechamos com uma nota de boa disposição ;)

Se o petróleo acabar, nomeadamente porque abaixo de 50 dólares o barril não haverá forma de ganhar dinheiro com a sua exploração, cada vez mais dispendiosa, a solução é esta: regressar aos computadores movidos a água!




NOTAS

  1. OPEC Presents: QE4 and Deflation — The Automatic Earth, 28 nov 2014

    Thinking plummeting oil prices are good for the economy is a mistake. They instead, as I said only yesterday in The Price Of Oil Exposes The True State Of The Economy, point out how bad the global economy is doing. QE has been able to inflate stock prices way beyond anything remotely looking fundamental, but energy prices have now deflated instead of stocks. Something had to give at some point. Turns out, central banks weren’t able to inflate oil prices on top of everything else. Stocks and bonds are much easier to artificially inflate than commodities are.

    The Fed and ECB and BOJ and PBoC may of course yet try to invest in oil, they’re easily crazy enough to try, but it will be too late even if they did. In that sense, one might argue that OPEC – or rather Saudi Arabia – has gifted us QE4, but the blessings of the ‘low oil price stimulus’ will of necessity be both mixed and short-lived. Because while the lower prices may free some money for consumers, not nearly all of the freed up ‘spending space’ will end up actually being spent. So in the end that’s a net loss as far as spending goes.

    The ‘OPEC Q4′ may also keep some companies from going belly up for a while longer due to falling energy costs, but the flipside is many other companies will go bust because of the lower prices, first among them energy industry firms.

    [...]

    You can’t force people to spend, not if you’re a government, not if you’re a central bank. And if you try regardless, chances are you wind up scaring people into even less spending. That’s the perfect picture of Japan right there. There’s no such thing as central bank omnipotence, and this is where that shows maybe more than anywhere else. And if you can’t force people to spend, you can’t create growth either, so that myth is thrown out with the same bathwater in one fell swoop.

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  2. Special Report: Why Italy's stay-home shoppers terrify the euro zone — Reuters, 28 nov 2014

    (Reuters) - "Three for the price of two" used to be the most common special offer in Giorgio Santambrogio's supermarket chains. It has barely been used this year. The reason explains why efforts to resuscitate Italy's moribund economy are failing.

    "People aren't stocking up because they know prices will be lower in a month's time," says Santambrogio, chief executive of Vege, a Milan-based association covering 1,500 supermarkets and specialist stores. "Shoppers are demanding steeper and steeper discounts."

    Italy is stuck in a rut of diminishing expectations. Numbed by years of wage freezes, and skeptical the government can improve their economic fortunes, Italians are hoarding what money they have and cutting back on basic purchases, from detergent to windows.

    Weak demand has led companies to lower prices in the hope of luring people back into shops. This summer, consumer prices in Italy fell on a year-on-year basis for the first time in a half-century, and they have barely picked up since. Falling prices eat into company profits and lead to pay cuts and job losses, further depressing demand. The result: Italy is being sucked into a deflationary spiral similar to the one that has afflicted Japan's economy for much of the past two decades.

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quarta-feira, abril 16, 2014

China prepara globalização do Renminbi




A China precisa de aumentar as suas reservas de ouro para poder lançar o Yuan como moeda de reserva mundial

Temos insistido regularmente nesta tecla. A questão é simples: a China tonou-se o maior importador de petróleo do planeta... Se e quando o dólar cair a pique, o Yuan irá surgir inevitavelmente como uma das principais moedas de reserva mundiais... O ouro é essencial como garantia de uma moeda chinesa de reserva.

Reservas de ouro, 2013 (ton.) - Wikipedia
  • Eurolândia (est. mínima): 10.990,4
  • EUA (supostamente): 8.972,6
  • China: 1.054,1
  • Rússia: 1.041,9 
ÚLTIMA HORA

BRICS countries to set up their own IMF
April 14, 2014 Olga Samofalova, Vzglyad

Very soon, the IMF will cease to be the world's only organization capable of rendering international financial assistance. The BRICS countries are setting up alternative institutions, including a currency reserve pool and a development bank.

Source: Russia Beyond the Headlines

Atualizado: 17/04/2014 01:21 WET

terça-feira, fevereiro 25, 2014

China Starts To Make A Power Move Against The U.S. Dollar

A Chimerica (acrónimo criado por Niall Ferguson) tem os dias contados, na medida em que o pequeno veneno virtuoso da simbiose oportunista entre ambos os países atingiu já uma volume que tende a ser letal para ambos...

A China começou a comprar ouro em doses maciças, fabrica bitcoins em Hong Kong, estabelece acordos bilaterais em yuans por toda a parte e, last but not least, começou a desfazer-se do Evereste de papel higiénico verde que os americanos lá foram despejando ao longo dos últimos vinte anos.

A turbulência ao longo deste ano vai dar indicações preciosas sobre o próximo Tratado de Tordesilhas (2.0) em preparação....

China Starts To Make A Power Move Against The U.S. Dollar

quarta-feira, outubro 03, 2012

Banco de Portugal, repito, cadé o ouro?

Marc Quinn, Siren (2006). Modelo: Kate Moss. Ouro de 18Q, Peso: 50Kg.

Onde está o ouro português? Existe mesmo ou é de papel? 

O Banco de Portugal, ao referir-se aos seus ativos em ouro, descreve-os assim:  “Ouro e ouro a receber”, ou seja, ouro mesmo e ouro emprestado em troca de liquidez, supõe-se. Mas quanto ouro metal afinal existe no Banco de Portugal? E quanto foi alienado sob a forma de swaps e outros instrumentos de venda dissimulada? É que há fortes suspeitas de que os bancos centrais europeus, tal como o FMI, alienaram milhares de toneladas de ouro desde que este século começou! Terá sido esta uma das contrapartidas para as astronómicas vendas de dívidas soberanas europeias, a chineses, americanos, árabes, russos e indianos, por intermédio do BCE?
“...once we acknowledge how big the discrepancy is between the actual true level of physical gold demand versus the annual “supply”, the obvious questions present themselves: who are the sellers delivering the gold to match the enormous increase in physical demand? What entities are releasing physical gold onto the market without reporting it? Where is all the gold coming from?

There is only one possible candidate: the Western central banks. It may very well be that a large portion of physical gold currently flowing to new buyers is actually coming from the Western central banks themselves. They are the only holders of physical gold who are capable of supplying gold in a quantity and manner that cannot be readily tracked. They are also the very entities whose actions have driven investors back into gold in the first place. Gold is, after all, a hedge against their collective irresponsibility – and they have showcased their capacity in that regard quite enthusiastically over the past decade, especially since 2008.”

in "Do Western Central Banks Have Any Gold Left???". By: Eric Sprott & David Baker. Sprott Global.
Entre 2002 e 2006 (!) o Banco de Portugal vendeu, sem perguntar aos portugueses, qualquer coisa como 225 toneladas de ouro (15 em 2002, 30+45 em 2003, 35+20 em 2004, 35+10 em 2005 e 15+20 em 2006). E só não vendeu mais, nomeadamente durante o consulado pirata de Sócrates, porque a UE proibiu a venda de ouro para tapar os buracos orçamentais — que todos os partidos com assento parlamentar cavam alegremente, em nome da presa eleitoral, e adiando invariavelmente o pagamento da fatura. Para a corja partidária populista que nos levou à bancarrota o governo que vier, os filhos, e os netos, que paguem a crise!

Diz-se que o BdP tem ainda 382,5 toneladas de ouro. Mas terá mesmo?

Nas demonstrações financeiras de 2011 o BdP regista entre os seus ativos: “Ouro e ouro a receber” no montante de 14 964 159 000 €.

"A receber"? Como? Porquê? Quanto? Quando?!

Fiz algumas contas rápidas, reportadas a 31 dez 2011:
  • Preço da onça troy em 31/12/2011: 1 209,87€
  • Preço da tonelada: 38 897 569 €/T  
  • Quantidade existente estimada no (?) Banco de Portugal: 384,7 toneladas
No entanto, fazendo contas de acordo com relatórios do próprio BdP, deveria haver 600-225=375 ton. E de acordo com os jornais (Sol), 382,5 ton.

Em que ficamos? Que diz o Banco de Portugal? O dono do banco, isto é, o povo português, quer saber!

Na realidade, está na altura de exigir uma auditoria independente às reservas nacionais públicas de ouro. É que depois do roubo encoberto pela nacionalização/venda do BPN tudo é de esperar das desconfiáveis autoridades monetárias deste sítio insolvente chamado Portugal.

Qual foi a rentabilidade real das vendas de ouro realizadas entre 2002 e 2006, quando comparadas com o valor atual e futuro próximo deste metal precioso, que regressa paulatinamente ao centro da discussão sobre a natureza inflacionista da monetização das dívidas soberanas atualmente em curso?


Francisco de Goya — Urano devorando a sus hijos (1823), Museu do Prado. Provavelmente uma das mais terríveis metáforas sobre o endividamento irresponsável.

Depreciação da moeda e decadência dos regimes andam sempre associados!

A inflação provocada pelo aumento constante dos custos do trabalho, da energia e da responsabilidade social associada à diminuição do emprego (seguros de desemprego, extensão dos programas educativos, criação de emprego burocrático e não produtivo, consumo conspícuo) leva ao crescente endividamento público e privado, atingindo por vezes níveis insustentáveis.

A resposta que historicamente os governos têm dado a estas crises sistémicas passa por aumentar a massa monetária e por diminuir o preço do dinheiro (através da destruição dos juros), ou seja, pela depreciação da moeda.

Esta depreciação, por sua vez, conduz à especulação económico-financeira, produzindo bolhas e colapsos, acabando por lançar pessoas, empresas e governos na insolvência. Se a resposta à insolvência for mais liquidez, e portanto uma depreciação radical da moeda, o resultado é invariavelmente a deflação dos ativos financeiros e não financeiros (casas, por exemplo) e a ocorrência de episódios de hiperinflação. atingindo sobretudo os preços associados aos bens de primeira necessidade (alimentação, etc.)

Quatro dos seis gráficos que se seguem foram compilados por Dylan Grice, um analista da Société Géneral, cuja mais recente reflexão desaguou em vários blogues económicos, nomeadamente no ZeroHedge — From Currency Debasement To Social Collapse: 4 Case Studies (ZeroHedge/ Dylan Grice).

A depreciação da moeda e a inflação aparecem intimamente associados ao colapso de Roma, ao incremento da Caça às Bruxas em Inglaterra nos séculos 16 e 17, ao Terror dos primeiros anos da Revolução Francesa, e ao colapso da República de Weimar que antecederia a irrupção do nazismo.

As tabelas sobre a depreciação do marco alemão, e sobre a repartição dos gastos familiares durante o longo período de inflação que antecedeu o episódio hiperinflacionista de 1923, são particularmente ilustrativas do que poderá vir a suceder na Europa e nos EUA se a crise sistémica em curso continuar agarrada a paliativos monetaristas.


Colapso do denário romano


A Caça às Bruxas recrudesce com a inflação


A desvalorização abrupta do franco face ao ouro acompanha o Terror na Revolução Francesa


A concomitância entre a chegada de Hitler e a inflação é evidente


Notas de banco servem para construir papagaios!


A relação entre o marco e ouro revela até que ponto o dinheiro fácil é ilusório. O ouro torna-se na medida real do valor das coisas quando o dinheiro nada vale


A alimentação torna-se o bem mais valioso quando o dinheiro perde exponencialmente valor

segunda-feira, junho 25, 2012

Ora viva Herr Schäuble!

Wolfgang Schäuble © Photo: Armin Kübelbeck

As coisas começam a ficar claras

Já não é só o nosso transmontano a devolver aos piratas de Wall Street e Washington os elogios sobre quem melhor rouba o próximo!

Quem empacotou lixo com nomes bonitos e perfumados e atraiu os fundos de... pensões!!! nomeadamente alemães :( à armadilha de melhores rendimentos para compensar a corrida de lémures contra os juros induzidos pelos bancos centrais, foram as Nove Donas Brancas de Wall Street e da City. Será que alguém duvida ainda que estamos no meio da primeira Guerra Mundial Financeira do século 21?

Do que esta corja de Wall Street e da City está mesmo a precisar é de uma verdadeira tosquia com Máquina Zero! Esqueçam os bancos, e resgatem os investidores de boa-fé, assim como a generalidade dos contribuintes, do Buraco Negro dos Derivados, das burocracias parasitárias e das clientelas partidárias — quanto antes!

Eu espero sinceramente que a União Europeia encoste os novos Drakes de sua majestade pirata ao molhe, avançando sem medo com o PSI na gestão da parte odiosa das dívidas soberanas europeias, e de caminho dê um salto em frente na união financeira, política e militar da Europa.

As pátrias europeias não passam hoje de embustes para enganar tolos. 

Precisamos de uma verdadeira democracia europeia, onde predomine o direito, a transparência, a defesa da propriedade privada legítima e a defesa das poupanças individuais e familiares. Onde ganhe preponderância um novo estilo de eficiência governativa, sem a escandalosa captura partidária e burocrática dos estados e das democracias que quase destruiu um continente. Onde, em suma, a liberdade criativa das pessoas e das comunidades seja a verdadeira e eficiente soberana.

A Tragédia dos Comuns não pode ser o trampolim fácil dos oportunistas de sempre, nem o pretexto para a emergência de novas ditaduras burocráticas assentes na corrupção infinita protagonizada pelo capitalismo de estado que uma vez mais pretende insinuar-se e destruir as democracias ao som das suas hipócritas cantorias populistas.

A China será em breve exemplo do que quero dizer, com a sua mistura altamente tóxica e explosiva de uma ditadura burocrática com a selvajaria do capitalismo pirata. A grande bolha das afinal falsas emergências económicas do Oriente, mas também do Brasil, ou de Angola, todas elas penduradas no consumismo financeiro euro-americano e na corrupção sem limites, irá rebentar antes mesmo da implosão das economias ocidentais fatalmente atraídas pelo buraco negro dos derivados.

Algum equilíbrio global será porventura possível, mas antes de lá chegarmos, isto é, antes de percebermos que será necessária uma nova divisão do mundo em duas metades, teremos infelizmente que passar por grandes apertos, tensões, guerras financeiras não declaradas e possivelmente até por uma proliferação de guerras convencionais associadas a conflitos virais, nomeadamente eletrónicos, cujas configurações só agora começamos a perceber. O efeito destruidor destes conflitos irá crescendo de dimensão até transformarem-se numa nova guerra mundial, altamente mortífera e devastadora no plano económico e financeiro.

Tempo para comprar proteção, sobretudo local. 

As minhas recomendações permanecem, pois, no plano puramente defensivo: apostar no ouro, na prata, no imobiliário próximo dos centros urbanos, bem servido de transportes públicos e com custos de condomínio mínimos, e nas nossas melhores terras e árvores: oliveiras, amendoeiras, sobreiros, castanheiros, figueiras, alfarrobeiras, laranjeiras, limoeiros e vinha. De preferência, dispensando pesticidas e adubos químicos de toda a espécie.

Do ponto de vista político: prioridade absoluta às autarquias locais. Todo o poder às paróquias e freguesias, mesmo ou até sobretudo depois do processo de concentração em curso!

terça-feira, agosto 16, 2011

Arrecadas de Viana, protegam-nos!

Ainda vai a tempo de comprar ouro e prata!


Clicar na IMG para ampliar

“Gold has gone up for 12 straight years in a stealth market. In the last ten years gold has had a compound annual growth of 20.5%.  This is an absolutely outstanding return but investors should not look at gold as an investment but as money. Gold reflects governments’ deceitful actions in totally destroying the value of paper money by printing unlimited amounts of it. With gold up 7 times since the bottom in 1999, is it too late to jump on the Goldwagon?

The answer to the above question is a categorical NO” — in Egon von Greyerz: “Too Late To Jump On The Goldwagon?” (ZeroHedge)

Eis mais um bom argumento para recomendar a compra de ouro (barras de ouro!) e prata nos próximos meses. A especulação financeira e os estados soberanos falidos só há pouco acordaram para o refúgio dos metais preciosos, e mesmo assim, mal! Ou seja, em vez de comprarem ouro, prata e platina, andam a especular com papeis de ouro, prata e platina! Ou seja, estão a criar mais uma bolha piramidal, a qual, quando rebentar, irá fazer disparar para valores sem precedentes o valor dos cordões, arrecadas, moedas e barras de ouro, prata e platina que os mais previdentes tiverem entretanto amealhado.

A compra de boas peças de filigrana portuguesa é uma excelente protecção contra a inflação camuflada (embora cada vez mais real e ameaçadora), contra a pilhagem fiscal em curso, contra a desvalorização agressiva do dinheiro (e portanto das reformas e dos fundos de pensões e saúde), e ainda contra o colapso financeiro iniciado em 2006-2007, cujo Bang 2 está prestes a ocorrer!

Arrecadas de Viana em ouro, prata dourada ou prata, são uma alternativa imbatível aos títulos de dívida pública portuguesa de longo prazo (10 anos/ Certificados do Tesouro), e mais ainda de médio prazo (5 anos/ Certificados de Aforro).

E para quem tiver 1, 10, 100 milhões de euros para investir, uma dica: aposte em força na ourivesaria portuguesa:
  • compre matéria prima! 
  • invista na protecção e qualificação da ourivesaria tradicional portuguesa, nomeadamente na arte da filigrana! 
  • promova e desenvolva um mercado global para a filigrana portuguesa!

Ao governo português, uma dica também: porque não resolve criar um Banco Público de Ouro, para além das Reservas de Ouro do Banco de Portugal? Teria dois grandes méritos: proteger o metal precioso dos seus cidadãos; e pedi-lo emprestado, em caso de força maior e só depois de aprovação em Referendo, como garantia de empréstimos externos.

segunda-feira, agosto 08, 2011

Banco de Portugal, cadé o ouro?

Primeiro, precisamos de saber se o nosso ouro está em boas mãos, depois temos que proteger as reservas públicas e privadas deste metal precioso

Goldman Sachs Group Inc. (GS) raised its futures forecasts to $1,645 an ounce, $1,730 an ounce and $1,860 an ounce on a three- month, six-month and 12-month horizon as it expects real U.S. interest rates to stay lower for longer. The previous estimates were $1,565, $1,635 and $1,730 an ounce, it said in a report. “We continue to recommend long-trading positions in gold,” the bank said. (Bloomberg, 8-8-2011)

Arrecadas em filigrana de ouro. Foto: APTL


Compras de ouro para Dezembro realizadas hoje, depois do tombo na credibilidade financeira dos EUA, pagaram-se a $1,718.20 a onça. A Goldman Sachs prevê que o preço deste metal precioso chegue muito perto do 1900 dólares a onça (60,6 USD/grama) daqui a um ano. E a subir mais depresssa do que o ouro está a prata!

O BCP vende barras de ouro de 10 gramas, com pureza máxima (999), mas só a clientes, e a Caixa também vende, mas desconheço os pormenores.

Ao contrário das jóias, as barras e as moedas (libras inglesas, águias americanas, pandas chineses, krugers sul-africanos, violinos austríacos, etc.) são imediatamente convertíveis em dinheiro.

Comprar ouro virtual, i.e. investir em ouro meramente electrónico, mas pago por transferências bancárias de dinheiro efectivo, é um risco especulativo sujeito a todos os perigos inerentes.

Comprar ouro mesmo, e guardá-lo, é investir na segurança em tempos de grande volatilidade, como os de hoje, e que não vão sossegar nos próximos anos!

ATENÇÃO: o ouro e a prata das jóias portuguesas são em geral mais puros que os empregues por outros países na confecção de objectos decorativos e simbólicos. O nosso ouro e a nossa prata têm, no mínimo, 80% de metal precioso puro, e em média, 83%. Assim quando comprar/vender prata e/ou ouro tenha estes números presentes... para não ser enganado! E não se esqueça também de observar sempre à lupa os contrastes das peças em ouro e prata (ver informação importante da INCM).

E ainda: o Banco de Portugal tem que se por rapidamente em campo para supervisionar o negócio dos metais preciosos no nosso país, protegendo-os dos "raids" em curso para a sua captura e exportação para os países credores. As máfias do ouro, da prata e do cobre proliferam, e precisamos por isso de uma estreita colaboração entre o Banco de Portugal, a indústria e comércio portugueses de metais preciosos, e a polícia, para proteger activos realmente preciosos!

CONSULTAR:

Gráfico interactivo das cotações do ouro e prata no Bullion Vault

Cotações e outras informações no Goldprice


NOTAS E RECOMENDAÇÕES SOBRE COMPRA/VENDA DE METAIS PRECIOSOS (10-08-2011)
  1. Em primeiro lugar é preciso ter em conta que os metais preciosos podem ser vendidos na forma quase pura, normalmente em barras (com um grau de pureza de 999 milésimas), e como parte integrante de objectos decorativos ou de outro uso trabalhados pelo homem: moedas, jóias e componentes de máquinas e aparelhos (da electrónica às protecções para motores e sistema de escape de um McLaren!)
  2. Enquanto as barras de prata, ouro, platina, etc., valem de acordo com cotação diária dos metais preciosos determinada pelo jogo de mercado, i.e. em função da procura e da oferta, já as aplicações de metais preciosos dependem de outros factores, como sejam, o trabalho e a raridade. Uma filigrana de Gondomar, ou uma caixa de rapé valem não apenas pelo metal que contêm, mas também, e às vezes sobretudo, pelo trabalho acumulado nessas mesmas peças: o trabalho do artista, o trabalho social que lhe conferiu um determinado valor cultural subjectivo, o trabalho da sua conservação, da sua manutenção, a apreciação historiográfica, etc. Idem para as moedas, onde pesam sobretudo os catálogos de Numismática e o mercado muito especial dos coleccionadores de moedas.
  3. Logo comprar/vender barras de ouro ou prata e comprar/vender jóias, ou peças de um serviço de jantar, são operações muito diversas. As aplicações em ouro, prata e platina, sobretudo se em ouro e a prata portugueses, contêm no mínimo 80% de metal precioso (podendo, no caso da prata, chegar às 999 milésimas de pureza.)
  4. Assim recomendo que 1) para moedas, se comece por consultar a Imprensa Nacional Casa da Moeda e este sítio na Net: Moedas Portugal; 2) para objectos doméstico e jóias, se consultem ourivesarias certificadas para avaliação do valor real dos mesmos; 3) para a venda da chamada "sucata" de prata e ouro, isto é objectos em ouro e prata usados e sem valor artístico assinalável (nomeadamente objectos soltos e danificados pelo uso) há pelos menos dois concorrentes no mercado nacional muito activos: Valores e Ouroinvest. Enquanto a primeira é de evitar absolutamente no caso de venda de objectos em prata, pois subvalorizam escandalosamente o metal em mais de 85%!, já a Ouroinvest desvaloriza em cerca 56,5%. O motivo porque a sucata de prata é tão desvalorizada prende-se com os custos associados à logística da transacção (alugueres de espaço, contratações, gastos de energia e telecomunicações, etc.), ao transporte da sucata e aos custos da sua ulterior fundição. Dada a valorização muito superior do ouro, o preço pago pelo mesmo contido nos objectos colocados à venda fora do circuito do mercado das jóias e moedas, é bem mais próximo do valor das cotações oficiais do ouro.
  5. Para a compra de ouro, a opção das barras é mais clara: vale sempre a cotação diária no mercado global. As moedas, pelo contrário, além de conterem menos ouro por volume/peso, estão sujeitas ao jogo de mercado distinto da Numismática, e às jogadas, por vezes traiçoeiras, dos bancos emissores, que frequentemente inundam os mercados com moedas, destruindo-lhes o valor de raridade, ou escassez relativa. Ou seja, para os não-coleccionadores de moedas, a opção das barras é mais directa e fiável. No entanto quem conseguir comprar Pandas de ouro e de prata, sem ter que se deslocar à China, fará certamente um bom investimento em metais preciosos, e em peças de colecção cujo valor, se o Dragão do Oriente, vier a ser o que promete, subirá provavelmente muito para além do valor dos respectivos pesos em ouro e prata ;)
  6. Para compra de barras de ouro já não recomendo os bancos, pois cobram comissões demasiado altas. É preferível recorrer a boas ourivesarias, casas de moedas, ou à Ouroinvest, comparando as condições e as comissões oferecidas pelas diversas alternativas.