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Tsipras vai, de novo, à Rússia
Na sequência de um pedido de Alexis Tsipras para uma conversa por telefone com Vladimir Putin, que se realizou esta sexta-feira, ficou agendada a deslocação do primeiro-ministro grego a São Petersburgo, por ocasião da realização do Fórum Económico Internacional, segundo o canal de televisão russo em inglês RT.
Na ocasião realizar-se-á um encontro entre o chefe de governo helénico e o presidente russo. Aquando da primeira visita de Tsipras à Rússia em abril e do encontro em Moscovo com Putin, tinha ficado acordado que o primeiro-ministro helénico seria convidado de honra do Fórum.
Expresso, 5-6-2015
Os falsos socialistas gregos (iguais aos nossos!) levaram a Grécia à bancarrota. A direita grega ajudou à missa e também roubou o mais que conseguiu, claro. O albergue espanhol que é o Syriza herdou, pois, um país em chamas e com velhos a morrer sem conseguir chegar aos hospitais. Como afirmou, ou pensou, o ateniense, professor de economia, especialista em teoria de jogos, Yanis Varoufakis, casado com a artista Danae Stratou e atual ministro das finanças do governo grego presidido por Alexis Tsipras, humilhar um país falido com chantagens de toda a espécie não é um comportamento decente, nem sobretudo avisado.
A verdade é que a Grécia já reestruturou duas vezes a sua dívida pública (artigo de Nuno André Martins), que o resto dos contribuintes europeus pagou, está a pagar e vai continuar a pagar. E vai reestruturá-la uma vez mais depois do incumprimento desta semana, deixando agora, sob instruções diretas de Obama, o FMI pendurado, além de outros credores institucionais.
Os banksters alemães, espanhóis, franceses, holandeses, portugueses, etc., já despacharam os calotes para o BCE. Mas como no fim de junho a tragédia terá novo episódio, a que se seguirão outros, pois a dívida grega é impagavel e ingerível (ver quadros da dívida a pagar até 2057), Alexis Tsipras volta a Moscovo, para negociar com Putín a sua proteção contra o cerco financeiro montado à sua porta.
Desengane-se quem acreditar que esta jogada não passa de um bluff.
A reunião de urgência em Berlim, entre a chanceler Merkel, o pacóvio Hollande e Jean-Claude Juncker, testemunham a desorientação e fraqueza completas da UE perante o colapso financeiro, económico e social de um dos seus membros estratégicos que, com o Chipre, outro membro que a UE deixou cair de forma desastrosa e arrogante, tem a chave oriental do Mediterrâneo.
Talvez nos estejamos a aproximar rapidamente do Grito do Ipiranga da metade sul da União Europeia, a qual se prepara para rejeitar a hegemonia regional alemã. Será que alguém explicou estes detalhes ao Passos de Coelho? É que convém não ser apanhado com os calções arreados!
O impacto da crise grega nas eleições espanholas e portuguesas é imprevisível neste momento.
Não gostaria nada de ver Portugal, Espanha, Itália e Grécia regressarem a um absolutismo colbertiano mascarado de eco-marxismo neo-keynesiano, largamente burocrático, corrupto e irresponsável, como aquele que o governo de José Sócrates exibiu em plenitude e a que António Costa e os seus pindéricos economistas querem regressar a troco de um prato de lentilhas. A razão é simples: numa economia falida o mercantilismo da substituição das importações, das exportações e do protecionismo só podem existir em regime burocrático fechado, em ditadura, sem liberdade, sem cultura. Foi, aliás, para resolver um problema de falência das finanças públicas semelhante ao que hoje temos, que fomos forçados a aturar Salazar entre 1926 e 1968.
“Que faut-il faire pour vous aider?” perguntou Colbert. “Nous laisser faire”, respondeu (reza o mito) o comerciante Legendre.
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