Maria Luís Albuquerque, ministra das finanças Foto: LUSA |
500 milhões são 'peanuts'!
Assim, com amendoins destes, este governo não vai a parte alguma.
Ninguém explica que dos 78 mil milhões de euros emprestados pela Troika, 34 mil milhões são destinados aos juros. Poupar 500 milhões de euros é um pingo que se esfuma neste grande buraco negro.
Ninguém explica que Portugal pediu agora dinheiro mais barato para pagar empréstimos mais antigos com juros caros—foi só isso!
A Espanha, por exemplo, financiou-se em janeiro a 0,0%.
Se Portugal quer poupar —e precisa de poupar!— mais do que 500 milhões de euros, então terá que cumprir de uma vez por todas o Memorando da Troika (vejam só!), diminuindo as 'rendas excessivas' das 120 Parcerias Público Privadas (PPP), bem como eliminar ou reduzir drasticamente as taxas que encarecem criminosamente o preço da energia elétrica que consumimos.
Estas duas medidas estratégicas permitiriam poupanças todos anos, ao contrário do desconto de 500 milhões, que ocorre uma só vez.
Estes são dois dos custos que tornam a nossa dívida pública insustentável:
- as 120 PPP custaram em 2014 dois mil milhões de euros ao Orçamento de Estado, e no final da brincadeira vão custar 70 a 80 mil milhões de euros, ou seja, 35% do PIB!
—Só para termo de comparação: as indemnizações de guerra pagas pela França à Alemanha em 1870-72, as mais elevadas que se conhecem, custaram então 23% do PIB francês. - as taxas de energia (CIEG) custaram a todos nós, pessoas e empresas, em 2014, mais dois mil e seiscentos milhões de euros —valor bruto; o valor depois dos 'alisamentos' foi de 1.701.418.000€. Para termos um padrão de referência, a Ponte Vasco da Gama custou mil milhões.... Se este assalto não for parado, em dez anos teremos pago mais de vinte mil milhões de euros — só em taxas, sobretaxas e outros custos indiretos, fora o que pagamos pela energia que realmente consumimos. Ver a este propósiro o docuemnto da ERSE sobre os CIEG (pdf.)
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Em 2013, Portugal consumiu a mesma eletricidade que em 2006 (fonte - ERSE). Os CIEG em 2006 ascenderam a 500 milhões de euros. Em 2014, atingiram mais de 2600 milhões de euros. Ou seja, aumentaram mais de cinco vezez, apesar do consumo estagnado.
Contra factos não há argumentos. Aqui há “rendas excessivas”, e de que maneira. A Troika chamou a atenção do governo Passos Coelho para isto. Mas o governo fez orelhas moucas e preferiu aumentar impostos e perseguir os automobilistas (ver o caso escandaloso da Brisa).
Carlos Tavares, CEO da Peugeot/Citroen, disse que a eletricidade é em Portugal 40% mais cara do que em França. Em breve, se não pusermos os rendeiros na ordem, veremos as grandes fábricas voarem, uma a uma, daqui para fora.
Do que é que a Oposição está à espera para substituir o discurso dos "calimeros" por propostas claras e sensatas?
Bruxelas: Pagamento antecipado ao FMI poupa 500 milhões de euros a Portugal
Jornal de Negócios. 17 Fevereiro 2015, 15:20 por Lusa
Nos cálculos da Comissão Europeia, a decisão do Governo poupará centenas de milhões aos cofres públicos e ajudará à sustentabilidade da dívida pública.
Os ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) deram esta terça-feira o seu apoio político ao plano de Portugal de pagar antecipadamente parte do empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI), após o aval do Eurogrupo na véspera.
"Da parte da Comissão, gostaria de saudar o pedido por parte das autoridades portuguesas de pagar antecipadamente alguns dos empréstimos do FMI. O reembolso antecipado irá resultar em poupanças líquidas de pagamentos de juros na ordem dos 500 milhões de euros e terá um impacto positivo na sustentabilidade da dívida portuguesa", observou o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Euro, Valdis Dombrovskis, na conferência de imprensa realizada no final do Conselho Ecofin.
PS: Alguém pergunta: mas a decisão foi má? Não. Foi boa. Trocar dívida velha e cara por dívida nova e menos cara é sempre uma boa decisão. Sabe é a pouco e não pode servir para esconder a floresta.
NOTA AOS POLÍTICOS:
- O atual governo conservador inglês impôs a redução das rendas elétricas para 6%.
- O governo espanhol acabou com as rendas garantidas das eólicas e outras semelhantes deixando a EDP a ganir.
- Quando terminou em Itália a Operação Mãos Limpas todos os concursos de obras públicas foram suspensos; depois de retomados, os preços cairam 40%.
- Se não querem um Syriza no nosso país é melhor enviar para Évora umas boas duas dúzias de piratas e rever todos os contratos leoninos. As rendas no setor financeiro cairam a pique. A economia está em depressão. Os sinais de um novo colapso financeiro brotam como furúnculos infetados por todo o lado. Defender rendeiros e rendas garantidas é um erro político grave que vai sair muito caro a quem o cometer.
Atualizado em 16/02/2015 16:21 WET
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