Juros negativos é um herpes financeiro
Infografia: Como a "bazuca" do BCE chega à economia
07 Fevereiro 2015, 00:01 por Nuno Aguiar | naguiar@negocios.pt, Rui Santos - infografia , Rosa Castelo | Infografia (clicar)
De facto, não vai chegar á economia. Esta é uma conversa fiada que já tem barbas. A realidade é que o esquema QE não funcionou, nem nos EUA, nem no Japão, e portanto o E-QE também não funcionará na Europa.
Basicamente, o dinheiro não chega, nem às empresas, nem ao consumo, porque os critérios do crédito são mais apertados do que nunca para estes segmentos da economia, e assim sendo não se melhora o emprego, nem se trava o desemprego—salvo, em parte, no setor público.
O dinheiro virtual, ou lixo monetário, serve tão só para continuar o 'business as usual' da especulação financeira e para alimentar o cancro burocrático. Sob a patranha do risco sistémico, continuar-se-à a encher os bolsos dos bancos comerciais e dos banksters OTC, endereçando a conta aos contribuintes e ao estado social.
No fundo, isto não passa de um esquema de confisco das poupanças privadas e de expropriação retroativa dos empréstimos de risco, incluindo parte do que foi usado nos casinos bolsistas, em nome das elites financeiras globais.
Os juros negativos poderão aliviar ligeiramente o peso dos empréstimos contraídos, por exemplo, na compra de habitação própria. Mas se o valor do imobiliário continuar a cair (exceto nas propriedades de luxo), e o desemprego a aumentar, estes juros negativos —que, apesar de tudo, deverão ser refletidos o mais depressa possível nos 'spreads' aplicados pelos bancos às taxas LIBOR e EURIBOR— acabarão por ter um impacto muito maior na poupança do que nas dívidas das famílias.
As elites financeiras mundiais, com a cooperação ativa das corrompidas elites partidárias, da direita à esquerda, preparam-se para deixar de emprestar dinheiro, e até para remunerar negativamente os depósitos, ao mesmo tempo que vão buscar liquidez virtual ao BCE, que depois será ensopada por todos nós, nomeadamente sob a forma de uma AUSTERIDADE INFINITA. Ou seja, a corja rendeira e devorista mundial prepara-se para uma expropriação direta das poupanças de 99,9% da população do planeta. Prepara-se, pois, para resgatar as dívidas públicas e especulativas com dinheiro dos contribuintes e aforradores. É o que na gíria anglo-saxónica se chama bail-in.
Max Keiser: uma reportagem que explica quase tudo
Keiser Report en español: Una economía de casino (E715)
Publicado: 5 feb 2015 14:14 GMT | Última actualización: 5 feb 2015 17:20 GMT
Max y Stacy comentan que no hay nada que haya disuadido a los bancos de cometer fraudes, que el Estado de derecho brilla por su ausencia y que ahora los intereses están en niveles negativos. En la segunda mitad, Max entrevista a la cineasta, bloguera y autora, Kerry-Anne Mendoza, con la que conversará sobre su nuevo libro: ‘Austeridad: la demolición del estado de bienestar y el auge de la economía zombi’.
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