Albert Rivera, Presidente do Ciudadanos |
A velha ordem começa a ruir
Aqueles que levaram Espanha para o buraco não sabem, não querem, e não podem tirá-la desse mesmo buraco. Pelo contrário, tenderão a cavar um buraco cada vez maior, despedaçando aquela que é a quarta economia europeia.
Em Portugal passa-se exatamente o mesmo.
Precisamos, pois, como de pão para a boca, de uma alternativa à nomenclatura e aos partidos que atiraram o país ao lixo. Espero que os eleitores entendam rapidamente esta realidade, e que os muitos núcleos de cidadãos e partidos embrionários que pelo país fora discutem e procuram uma saída para a grave crise em que estamos, se unam numa grande Convergência de Ideias e de Gerações capaz de substituir o poder corrupto, ou demasiado incompetente, que nos trouxe até ao desastre.
Em Espanha, até agora, as atenções estiveram sobretudo voltadas para o fenómeno de massas que tem sido o Podemos. Apesar das tentativas de desvalorizar o fenómeno nascido dos Indignados da Puerta del Sol, em Madrid, a verdade é que num estudo de opinião publicado no dia seis deste mês pelo El País, o partido liderado por Pablo Iglesias continua a liderar as intenções de votos, com apreciável vantagem sobre o PP e o PSOE.
Mas o mais interessante desta tomada de pulso à sensibilidade política dos espanhóis é a descoberta da fulgurante subida de notoriedade de um outro partido, nascido na Catalunha em 2006, situado algures na banda do centro-esquerda. Chama-se Ciudadanos-Partido de la Ciudadanía e aparece já como quarta força eleitoral do país, bem à frente, por exemplo, dos partidos nacionalistas catalães.
ENCUESTA DE METROSCOPIA Clima político y social en España El País Madrid 6 FEB 2015 - 22:30 CET |
O Ciudadanos, que já conta com nove deputados no parlamento catalão, e dois no parlamento europeu, faz parte da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa (ALDE), e tem, curiosamente uma postura radicalmente anti-nacionalista, pró-autonómica e fortemente pró-europeia. Tal como o Podemos, é um partido jovem, protagonizado por líderes jovens, claramente distante do sistema político-burocrático de que a larga maioria dos espanhóis estão fartos. Talvez por isto mesmo serão as estrelas e a esperança das próximas eleições gerais espanholas, que terão lugar em dezembro deste ano.
Portugal, ao contrário da Espanha, tem um problema de renovação geracional da sua democracia. É o preço de termos tido durante tantos anos a extrema-esquerda e um falso partido verde no parlamento.
Quase tudo o que vemos mexer na cena política portuguesa são, de uma forma ou doutra, tertúlias de reformados insatisfeitos. Quando é que a malta nova, com qualificações e vontade de renovar este país, acorda? É tempo de acabar com endogamia, com o nepotismo e com o oportunismo!
Precisamos dum Convergência de Ideias e de Gerações para desviar Portugal do desastre monumental para o qual a nomenclatura tem conduzido o país.
1 comentário:
Santa ingenuidade! Ou não será bem só isso...
Ver aqui:
http://quartarepublica.blogspot.pt/2015/02/um-podemos-monadero.html
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