sábado, maio 02, 2015

SPAC diz que pode acabar com a greve amanhã

Comandante Lino da Silva


Parece que o Lino deu um passo maior do que a perna! 


É tempo de o presidente e a direção do SPAC agirem de acordo com o seu mandato, em vez de continuarem a seguir um estratega que custa os olhos da cara e resolveu jogar à roleta russa com o Sérgio Monteiro, numa altura em que é pública a falta de interessados na privatização da TAP.

Sempre me interroguei porque motivo estariam os pilotos a deixar que o governo fizesse deles o bode expiatório da bancarrota da TAP, consequência da gestão criminosa da casta que capturou o país, os partidos e os governos nos últimos vinte anos.

Acabei por engolir a história do copo cheio, e do já não haver nada a perder. Mas a proximidade do prazo limite da reprivatização —15 de maio— fez-me sempre pensar que teria que haver algo mais e de muito estranho.

Lá estranho é!
Investigação da RTP revela origem do conflito entre pilotos da TAP

RTP, Diana Palma Duarte/Rui Cardoso/Liliana Claro
01 Mai, 2015, 14:59 / atualizado em 01 Mai, 2015, 18:19

A mais polémica greve da TAP está a colocar pilotos contra pilotos. Uma investigação da RTP apurou a origem deste conflito. O foco deste é o assessor financeiro do sindicato que é acusado de ser o grande estratega da paralisação.

A greve dá ao governo o pretexto ideal para, mentindo com todos os dentes dos seus governantes, e ainda os de António Costa, rasgar o caderno de encargos e vender sem mais chatices a empresa a quem ficar com o Novo Banco. Por um euro e uma garrafa de Champagne!

Entretanto, no final do Sexta às 11 (RTP), sobre a greve dos pilotos da TAP, o representante mandatado do SPAC anunciou que estariam dispostos a terminar a greve já amanhã.


Para tal seria apenas preciso que o governo acedesse a sentar-se de novo à mesa das negociações, pois a Gerência da TAP, como se sabe, não passa de uma figura de retórica e uma testa de ferro sabe-se lá de quem.
Hélder Santinhos (SPAC): "o SPAC está aberto a negociar, mas as portas estão fechadas por parte do Governo" — Expresso.
O Governo tem a obrigação de reunir-se com o SPAC amanhã de manhã, ou ainda esta noite, e ambos devem suspender a greve, reiniciando um período de negociação pública, à vista de todos, sobre os assuntos relevantes que preocupam os pilotos, os restantes trabalhadores da TAP, o governo e o país.

Menos que isto será a prova que o Governo teria agido de má fé em todo este processo, procurando fazer do SPAC um bode expiatório do fracasso patente da sua inexistente política de transportes, em particular no caso da TAP.

Mas há ainda uma hipótese sinistra

Uma greve de dez dias, em vésperas do anúncio do resultado do concurso de reprivatização, poderia servir para tornar mais digerível a venda da TAP por um valor irrisório, combinado debaixo da mesa, e precedida do encerramento da empresa e sua reabertura no dia seguinte, com menos 30% dos trabalhadores e nenhum compromisso laboral herdado, os quais cessariam automaticamente com o fecho da empresa. As indemnizações por cessação dos contratos de trabalho ficariam do lado dos contribuintes, a inscrever no orçamento do próximo ano.

Neste caso, em que só uma pequena parte dos pilotos será dispensada, a greve da TAP apareceria como o veículo de um enorme negócio de duvidosa legalidade. Senhora Procuradora-Geral da República, fica aqui o alerta.


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6 comentários:

Anónimo disse...

1. Num país com a dimensão de Portugal e uma economia historicamente pobre, é óbvio que uma companhia aérea não pode funcionar com a estrutura de custos da tap. Isso significa despedimentos... Muitos.
2. É também óbvio que a direção dos sindicatos de pilotos tem o sonho húmido de um dia poder fazer parte da administração da tap e beneficiar de todas as regalias inerentes.
3. É óbvio que a distribuição de água, ou produção de eletricidade devem ser serviços públicos. Para a saúde ou educação talvez um modelo privado em que os contribuintes sejam subsidiados. No que respeita às transportadoras aéreas, o mercado é suficientemente eficiente para dispensar uma companhia de bandeira.
4. É ainda óbvio que a sua opinião é um bocado tacanha.

António Maria disse...

Adivinhem de quem é este comentário!

António Maria disse...

Estive a ouvir esta tarde o "Sexta às 11" (RTPi), programa que ontem apanhei já no fim.

Impressões:

1) o presidente e o vice-presidente do SPAC são dois fantasmas que têm servido a agenda do tal economista-piloto, de nome Lino da Silva, ou Paulo Rodrigues, conforme esteja em modo aéreo (piloto), ou terrestre (consultor financeiro do SPAC);

2) invocar, como fez Hélder Santinhos (SPAC), que a razão da intransigência final dos pilotos é o corte de 7,5% nos seus vencimentos, num país resgatado onde as perdas de rendimentos andaram muito acima desta percentagem, onde há 15% ou mais de desempregados reais, e de onde emigraram 350 mil portugueses desde 2011, é de tal modo mesquinho e idiota que a causa só pode estar noutro lugar;

3) e esse outro lugar é sinistro: houve, estou convicto, uma conspiração entre o dito consultor financeiro do SPAC (afinal a pessoa que manda nos pilotos), Fernando Pinto e o Governo (Sérgio Monteiro) para, pura e simplesmente, rebentar com a TAP antes de se saber que não há nenhum candidato à compra da empresa com o segundo Caderno de Encargos congeminado pelo Governo. No entanto, depois da greve de 10 dias, o Governo poderá anunciar o colapso da tesouraria da TAP, e assim fechar a empresa, ou proceder à suspensão do processo de privatização, seguida de um período curto (3 meses?) de reestruturação e venda subsequente da maioria do capital da empresa da empresa a... quem ficar com o Novo Banco.

4)Será que consegui resolver o enigma da greve da TAP? Veremos.

Curioso disse...

Caro António, fico com a ideia que o caríssimo amigo anda a debitar fel pela TAP com argumentos infundados. Talvez fosse interessante reunir dados fidedignos antes de dar os mesmos como verdades "verdadeiras". Depreendo pelo seu ódio de estimação pela TAP que deve ter sido corrido da dita cuja por alguma razão que não consegui ainda descortinar...

António Maria disse...

Caro Curioso, se se der ao trabalho de ler a mais de meia centena de artigos aqui escritos sobre a TAP perceberá que o assunto apenas nos mereceu preocupação fundada, e que, infelizmente, o tempo veio dar razão ao que este blogue escreveu sobre a TAP e sobre a Portela.

Não sou piloto, nem técnico de manutenção, nem comissário, mas escritor, pelo que nunca me interessou a TAP como emprego.

Curioso disse...

Caro António, peço perdão pela minha provável impertinência e insistência, mas onde se baseia para afirmar que a TAP tem recebido subsídios do Governo, ilegais, ao longo dos anos? A ideia que eu tenho é que são as companhias Low Costs que recebem apoios estatais com o pseudo-pretexto de atrair turismo.

P.S.: Curioso como o Governo Regional dos Açores defende há muito a liberalização dos voos para o arquipélago (e que eu concordo) mas insurge-se contra a liberalização da produção de leite e o fim das cotas leiteiras porque vai afetar os produtores açorianos!!