Balbúrdia no laranjal de Belém
Marcelo avisa sociais-democratas que não podem abrir brechas nas presidenciais
Antigo líder do PSD adverte que será "um problema se começa a haver o grupo A, o grupo B, o grupo C, o grupo D…”
Jornal de Negócios, Margarida Gomes, 19/08/2015 - 07:28
Ao PÚBLICO, o professor e comentador político insiste na tónica das divisões no principal partido da coligação – “é um problema se começa a haver o grupo A, o grupo B, o grupo C, o grupo D…” – e explica que “só evitando divisões internas é que o PSD consegue juntar na campanha todas as figura do partido”.
A cerca de meio ano das eleições para a Presidência da República, Marcelo não abre ainda o jogo sobre se vai entrar na corrida, mas fala de dificuldades para os candidatos do centro-direita. “Se continuarem a surgir mais candidaturas à esquerda começa a ser mais difícil competir para qualquer candidato do centro-direita”, refere, fazendo as contas às candidaturas que já andam no terreno e àquelas que se avizinham.
À 'esquerda', mas com grande projeção no eleitorado do centro e conservador, já temos candidata: Maria de Belém.
No laranjal do PSD-CDS a confusão tenderá a aumentar. Entre o intriguista-mor do reino (Marcelo) e a caricatura serôdia de Cavaco (Rui Rio) as opções presidenciais da direita apodrecem a olhos vistos.
Por sua vez, a proliferação de candidatos orientados para o centro e o centro-esquerda —Henrique Neto, Sampaio da Nóvoa, Maria de Belém, Paulo Morais e o candidato do PCP (será que Marinho e Pinto também irá a votos para Belém?)— vai, como bem teme Marcelo, retirar dezenas de milhar de votos ao candidato finalmente apoiado pelo PSD e CDS-PP.
E se assim for, à segunda volta, a convergência ao centro-esquerda, sobretudo se a coligação ganhar as Legislativas, estará garantida.
Quem não gosta de ouvir o professor Marcelo? Cada macaco no seu galho, como reza o provérbio!