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sábado, maio 31, 2014

São Rosas, Senhor!

António Costa, um carreirista simpático, mas sem ideias.

O Costinha queria ideias? Pois aí estão!


Tozé Seguro: habituem-se, porque isto mudou!

O António Maria adora enganar-se quando o engano beneficia as suas convicções. Pode ser o caso de António José Seguro, um homem que a generalidade dos portugueses e militantes do PS consideram uma pessoa honesta e que, face a uma tentativa descarada de assassinato político por parte do fundador e promitente coveiro do Partido Socialista, Mário Soares, reagiu da melhor maneira, anunciando quatro ideias que quer ver concretizadas, e que há muito são reclamadas por nós, por muitíssimos socialistas descontentes, por vários movimentos de opinião a favor de uma democracia mais direta e transparente, e por alguns milhões de abstencionistas ativos fartos do rotativismo da desgraça que nos afundou a todos.

A Revolução das Rosas, de António José Seguro, é esta:
  • Primárias abertas aos militantes, simpatizantes e eleitores regulares do PS;
  • Diminuição do número de deputados para o limite mínimo legalmente previsto: 180;
  • Aproximação dos eleitores aos eleitos, mudando o método de eleição dos deputados;
  • Alteração da lei de incompatibilidades de cargos públicos por forma a afastar os lobistas encapotados dos centros de decisão política.
Esta manhã houve um verdadeiro terramoto no seio do PS, e não foi soarista. Como prevíamos ontem, o Costa, empurrado por Soares e pela maçonaria em desespero, já está arrependidíssimo. O aspirante a cabotino, João Galamba, perdeu subitamente a língua [voltou a ganhá-la depois deste post, mas sem grande sucesso]. E Isabel Moreira, mais prudente, faz bem em não sair do nicho constitucional e da sua guerra em prol dos direitos das lésbicas e dos maricas (tradução portuguesa da palavra inglesa gay).

Curiosamente, as rosas de Seguro são também uma jogada de antecipação face a Marinho Pinto e ao MPT. Em que ficam? Alinham, ou assobiam para o ar? Para já, perderam a iniciativa a favor do PS, sim, do PS!

Estas rosas são também bem-vindas no PSD de Passos, mas não no táxi de Paulo Portas.

Só mesmo Mário Soares, a corja maçónica e os devoristas do regime em geral ficam a coçar a cabeça.

Onde está o Coelho? Esse grande urso que abraçou Seguro?

Por fim, a tropa indigente dos mérdia que temos revelou uma vez mais o que é: nada.

POST SCRIPTUM

Lisboa está cheia de buracos. O turismo cresce graças às Low Cost e ao cruzeirismo inglês, graças também à desgraça alheia (Tunísia, Turquia, Líbano, Egito, etc.), graças aos preços atrativos, mas não a qualquer estratégia camarária do senhor Costa, que continua com um município sobrelotado, dívidas impagáveis e cada vez mais buracos no alcatrão.

Entretanto, continua a usar o Quadratura do Círculo para propaganda pessoal, ataca o líder do seu partido depois deste ganhar duas eleições seguidas, e nunca se lhe ouviu um ai quando Sócrates arruinava o país.

E agora António Costa, como é? Vai continuar a cavaqueira autopromocional na televisão? Vai continuar à frente da CML? Vamos ter mais quantos buracos?


Atualizado: 2/6/2014 13:14

quinta-feira, novembro 07, 2013

Ensino privado pago com impostos

Os burros não têm culpa nenhuma!


O financiamento escandaloso da ‘liberdade de escolha’

Quando um privado só consegue fazer o seu negócio com o dinheiro dos contribuintes, não é um 'privado' mas um rendeiro do regime. Isto é verdade para a EDP, mas é também verdade para a tropa-fandanga desta democracia corrupta, populista e pindérica.

Esta corajosa reportagem de Ana Leal para a TVI ('Verdade Inconveniente') vem confirmar as minhas suspeitas sobre a falta de transparência do estado neo-corporativo que se mantém praticamente intacto mais de quarenta anos depois de Salazar. Da construção das escolas privadas, ao financiamento contínuo das mesmas, passando pelo apoio às mafias dos manuais escolares, ou ainda pelo interminável negócio benzido das IPSS, percebe-se até que ponto a corrupção em Portugal se transformou numa pandemia, cujo fim só por um triz escapará às cenas de violência e miséria que estamos a ver na Grécia. Com uma diferença: quando a Grécia chegar a Portugal, o tumulto e as consequências serão bem mais graves e imprevisíveis. Não nos esqueçamos da Primeira República!

Se os deputados servissem para algo, já estariam a perguntar ao governo para onde vai cada cêntimo das maiores fatias do orçamento: juros da dívida pública, segurança social, educação e saúde. É aqui que o devorismo e o rentismo indígenas continuam a chafurdar e a roubar os portugueses, ao mesmo tempo que arruinam a economia e expulsam do país centenas de milhar de concidadãos todos os anos.

Cheguei a pensar que o ministro da educação era só ambicioso. Afinal é não passa de mais um lacaio dos rendeiros e devoristas que levaram Portugal à bancarrota. Que diz o cor-de-rosa e inseguro seminarista do PS sobre isto? Pode falar livremente, ou tem que pedir licença à irmã Maria de Belém Roseira, Presidente da Mesa da União das Misericórdias?

domingo, abril 14, 2013

A Grande Remodelação

Miguel Poiares Maduro, mais um sinal positivo da reforma interna do PSD

Passos Coelho subiu 10 pontos na minha consideração

A imprensa indígena deveria pedir desculpa ao país por ter andado mais de três meses metida numa conspiração contra a legítima coligação governamental em funções. Sempre quero ver o que diz hoje o vendedor de remodelações Marcelo Rebelo de Sousa!

A 'micro remodelação', como lhe chamou o indigente Expresso, foi, na verdade, uma GRANDE REMODELAÇÃO !!!

Foi, na realidade, um humilhante revés para a corja indígena:

— para a corja partidocrata, em primeiro lugar, para a corja rendeira e devorista, em segundo lugar, e por último, para a corja dos jornalistas indigentes. Passos subiu 10 pontos na minha consideração (numa escala de 0 a 20, subiu de 8 para 18 ;) O verdadeiro presidente da Junta (dos refrigerantes) ficou de queixo ainda mais caído, e o Portinhas vai ter que se concentrar nos negócios estrangeiros e na coisa europeia, duas flagrantes omissões do seu 'consolado'.

O governo reformista de Passos Coelho aproximou-se claramente da sociedade civil, e esta é uma excelente notícia.


Alguns dos meus leitores queixam-se de nunca saber para que lado acordo em cada dia que passa na mais grave crise que o país conheceu desde o colapso da ditadura e da balbúrdia demo populista que se lhe seguiu.
 

Passo a explicar: o principal desígnio da corja devorista e partidocrata do PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE, sindicatos e alguns dinossauros autarcas era substituir o Álvaro por um obediente qualquer. O pretexto era o famoso crescimento — como se um junkie que promete abandonar as seringas se lhe dermos mais dinheiro fosse uma criatura credível. A presa em mira tem um nome muito mais prosaico: QREN !!! António Pires de Lima berrava, e ainda berra, agora mais baixinho, em tom de lamento, pelo lugar do Álvaro, que é estrangeiro, emigrante, que não sabe falar, que horror!

Ora bem, Passos Coelho esvaziou esta enorme pressão, substituindo Relvas por um deputado respeitável do PSD: Marques Guedes. Este, por sua vez, fez-se acompanhar por um jovem deputado do PSD: Emídio Guerreiro. Joaquim Cardoso da Costa, um PSD muito próximo do renovador e promissor vice-presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva, foi chamado pelo jovem ministro Miguel Poiares Maduro, que também convidou para o seu gabinete um enfant terrible do comentário político: Pedro Lomba.

Ou seja, Passos remodelou em três áreas essenciais do governo (QREN, administração regional e coordenação política do governo) sem dar uma lentilha que fosse ao CDS. Tal como nas finanças, educação, saúde e economia, todas nas mãos de independentes insensíveis ao choradinho na ruinosa nomenclatura do regime, também o novo senhor QREN não pertence à corda devorista, rendeira e corrupta que nos conduziu à bancarrota!

Assim, e ao contrário da indigente imprensa que temos, e da multidão de ruminantes (como lhe chama e bem Manuel Maria Carrilho) que ao longo de meses e meses ruminou em uníssono a necessidade e a inevitabilidade de uma remodelação governamental, ouve remodelação, sim, e das grandes, só que não aquela que a corja almejava. Ficaram a ver navios. Ainda bem para o país!


O erro de Poiares Maduro

Ao que parece o agora ministro da coordenação política do governo, das autarquias, da RTP e do QREN apostou num cavalo errado ao sugerir que Cavaco poderia ter que formar um governo de iniciativa presidencial. Na realidade, esta sugestão sibilina vinha acompanhada de um cutelo:
“Se a renegociação não for viável nos termos que o TC impõe e não se revendo a constituição nem tolerando o país um maior esforço fiscal só resta uma alternativa: incumprimento do memorando o que levaria em pouco tempo à saída do Euro com todas as consequências (temo que ainda mais desastrosas que a austeridade a que já estamos sujeitos)” … in Diário Digital.
Logo, o erro talvez tivesse sido mais aparente do que real...

A oportunidade do Tó Zé

Falhada a grande coligação nacional para derrubar Passos Coelho, António José Seguro tem hoje uma grande oportunidade para dar um golpe de coelho na divisão Sócrates do PS. Depois talvez seja tarde demais...

É que a estratégia de José Sócrates e dos seus bulldozers pressupunha uma dramatização da crise política até às Autárquicas. Mas tal não aconteceu. Logo, prevejo que o Pinóquio regresse à Rive Gauche em menos de seis meses.

domingo, outubro 14, 2012

Rendeiros e Devoristas


Nosferatu, o morto-vivo, o imortal de Murnau (1922)

Nem a Troika, nem este governo são os principais problemas

Problema são os vampiros insaciáveis do regime. Pela calada das suas metáforas e disfarces faliram o país e preparam-se para continuar a beber o sangue dos portugueses ad aeternum. Se estes deixarem, claro!


Expresso (13 out 2012): dos 7,2 milhões de prédios urbanos registados 1.590.768 usufruem de isenções temporárias ou permanentes de IMI. 565.534 usufruem de isenções permanentes.

Observando os beneficiários destas isenções indecorosas ficamos a conhecer de forma precisa quem são os novos devoristas de Portugal:
  • os fundos de investimento imobiliário, com valor estimado de 12 mil milhões de euros (além do IMI também não pagam IMT pelas transações imobiliárias que realizam!);
  • as 4860 instituições particulares de solidariedade social (ver também a lista oficial), ou seja, as famosas IPSS, de que a União das Misericórdias é uma parte autónoma, mas muito importante, e que foi em tempos presidida pelo padre Melícias (um franciscano simpático que usufrui a linda reforma de 7450 euros)
  • os clubes de futebol — os adeptos que não se queixem da carga fiscal antes de fazerem as perguntas devidas sobre o que são, na realidade, os seus clubes de futebol :(
  • os sindicatos — não pagam IMI, mas os seus associados pagam a dobrar :(
  • as associações patronais — a mania de pedir...
  • as coletividades de cultura e recreio, onde, como todos sabemos, se realizam as mais diversas atividades lucrativas — como alugar instalações para eventos desportivos, culturais e religiosos;
  • os colégios particulares, que são caros, como todos sabemos, e que pertencem na sua maioria à igreja católica;
  • e ainda todos os edifícios considerados de interesse público ou com valor municipal — ou seja, uma bolsa interminável de favores à disposição dos partidos e dos poderes de turno. Pergunta: o Pavilhão Atlântico recentemente "oferecido" ao genro de Cavaco Silva, paga IMI? E pagou IMT?

Resumindo, pagamos todos mais IMI e mais IMT do que seria necessário, para que o estado capturado pelos devoristas satisfaça de privilégios estas insaciáveis criaturas. A teia está bem montada e engoliu literalmente o embaraço democrático que no início, isto é, pouco depois do 25A, atrapalhou os rendeiros e os cleptocratas de sempre. Sabem quem é a presidente da mesa da assembleia geral da União das Misericórdias? Pois é, acertaram: a irmã Maria de Belém Roseira.

Se todos, ou quase todos, pagassem impostos, a fiscalidade deveria baixar, naturalmente. Os partidos, como em tudo o que lhes convém, não pagam — pois imagino que se instalaram todos em imóveis com valor municipal. E nós que julgávamos que o financiamento vinha só dum lado. Não, vem de todos os lados e mais alguns. É só cavar um pouco mais, e lá aparece outro pequeno desvio orçamental em direção aos partidos!

Nestas circunstâncias, mudar de governo não adianta coisa nenhuma, pois todas as combinações de governo que se podem imaginar apenas serviriam para alimentar o monstro, nunca para o enfrentar.

Quando os rabos pelados do novo regime devorista instalado depois do 25A, que colonizam de forma permanente e omnipresente o espaço mediático, acusam os ministros deste governo de impreparação, de falta de aderência à realidade (neste particular Álvaro Santos Pereira foi o bombo da festa), ou mais recentemente acusam todo o governo pelo assalto fiscal em curso (porque lhes chegou finalmente aos bolsos!) eu desconfio das suas razões. Aliás percebo muito bem que a sua única intenção é impedir que os seus privilégios sejam beliscados, nem que o país se afunde entre as suas lágrimas de crocodilo e as suas contas bancárias e ativos tantas vezes ilegitimamente adquiridos. Nisto, todos se juntam, dos burocratas de sucesso do PCP e professores do Bloco, aos passageiros do táxi CDS.

O Bloco Central da Corrupção é isto: uma turma interminável que se está nas tintas para o país e se atirou de cabeça para dentro do caldeirão da poupança salazarista, e depois para o dilúvio de euros vindo de Bruxelas e Frankfurt, até que não restasse nada, ou seja, até que ficasse apenas à vista o cadáver adiado de um país estupefacto com o que lhe aconteceu.

É por isto que eu não confio nada nos partidos do parlamento. É por isto que defendo o boicote nacional das próximas eleições autárquicas. É por isto que a menos que o euro desapareça, ou sejamos expulsos da união monetária, a nossa saída está mesmo inscrita no memorando da Troika.

Livrem-nos da corja devorista!




A tempestade mundial ainda não amainou

Tal como estão as coisas em Portugal, Grécia e Espanha —mas também na Irlanda, Bélgica, Reino Unido e EUA— teremos depressão e recessões sucessivas até 2017, pelo menos. Haverá até lá uma destruição, sem precedentes na história do capitalismo, de excedentes de capital fictício, de máquinas, de empresas, de capacidade produtiva e de emprego .

Mas o pior de tudo chama-se hipertrofia dos ditos estados de bem-estar social, capturados pelos bancos, pelas partidocracias, pelas corporações e pela burocracia, e que crescem como manchas de azeite entornado que em breve poderão transformar-se em regimes de terrorismo fiscal intermitente.

Se a Grécia não aguentar, duvido que o euro aguente. Logo, a Alemanha vai ter que acabar por aceitar um crescimento desmesurado da massa monetária de onde virá, mais cedo ou mais tarde, inflação como não vemos há décadas.

A inflação é o alimento preferido do devorismo demopopulista europeu, precisamente por causa dos regimes de exceção fiscal. Depois de expropriadas pela via fiscal, o que ainda sobreviver das riquezas nacionais será confiscado através da inflação. O monstro estatal e o buraco negro da especulação financeira são insaciáveis.

Tudo se conjuga para uma catástrofe inimaginável. Não tardaremos a ver a extrema direita portuguesa contagiada pela explosão que a mesma terá em breve no país vizinho. A esquerda está a repetir os erros do passado, e portanto vai acabar por dar mais um grande tiro no pé.

A China, aliada à Rússia e à Índia criará em breve uma moeda única asiática para fugir à inflação monetária do dólar e do euro. Em breve deixará o Ocidente entregue a novas guerras fratricidas.

Quando isto ocorrer, e temo bem que venha a ocorrer, em Portugal haverá um novo golpe de estado constitucional, e possivelmente uma nova ditadura. Não vai parecer uma ditadura, mas vai ser uma ditadura.

Eu acho que deveríamos evitar chegar aqui, mas para tal, teremos que tomar a tempo a iniciativa de refundar a democracia, com outra constituição e acabando de vez com o predomínio sombrio dos devoristas.