sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Plano Juncker PT



O embuste barragista continua com o atual governo de lémures



ENERGIA (são dezenas de projetos. Todos necessários? Qual quê!)
  • 1.210.000.000€
  • 7 new hydroelectric projects with 815 MW 
  • up to 2018
  • Private Promoter
  • Ministry of Environment and Energy
  • ... apesar do Lack of risk taking willingness from private sector, 
  • ... apesar do lack of investment funding
  • ... apesar do lack of social awareness!

Temos que nos agarrar a este AVISO:

DISCLAIMER: There are no financing commitments by the EC, the EIB or any Member State for any of the projects included in this report (country lists and/or illustrative project examples) and the inclusion of projects in the report does not entitle them to preferred access to national or European resources. They have not been subject to specific assessment by the Commission, EIB or the Task Force Members (i.e. Member States) and hence do not imply the support of the particular investment proposal by these organisations. This document is the result of the work of the Task Force and as such certain views may not necessarily represent t he position of the European Commission, the EIB, or any particular Member State .

SPECIAL TASK FORCE (MEMBER STATES, COMMISSION, EIB) ON INVESTMENT IN THE EU FINAL TASK FORCE REPORT (pdf)

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

A pardidocracia é incapaz de reformar o estado

Não se reforma o estado despedindo pessoas, ou atirando-as para a leprosaria do INA!


A elite partidária e nepotista colocada no topo da administração pública e do dito setor empresarial do estado é o principal obstáculo, e o principal cancro, à reforma do regime e do seu aparelho burocrático.

Reforma-se o estado acabando com departamentos inúteis, redundantes, e centenas de sinecuras partidárias (fundações, observatórios e institutos fantasmas). Não se reforma a administração pública atirando para a fossa jardineiros, carpinteiros, cantoneiros, pessoal de limpeza, auxiliares de enfermagem, etc., cujos serviços são depois contratados a empresas privadas capturadas pelos mesmos devoristas e rendeiros de sempre, que arruinaram o país, e que estão invariavelmente ligados com grude ao PS, PSD, CDS-PP e PCP.

Sem uma varridela em profundidade do regime, o futuro é o empobrecimento galopante do país, o seu envelhecimento, mais e mais corrupção, e a perda acelerada de autonomia de um país cada vez mais dependente, e cada vez menos independente.

Com ou sem revolução, é preciso mudar!

Políticos e chefias de topo ganham mais do que em 2011
18/02/2015 | 22:00 |  Dinheiro Vivo

No final do ano passado - quando já estavam de novo a ser aplicados os cortes salariais que vigoraram de 2011 a 2013 - os dirigentes superiores da administração pública recebiam, entre remuneração base e suplementos, 4346,5 euros por mês, ou seja, mais 86,1 euros do que em outubro de 2011. Parte deste acréscimo deve-se ao aumento do salário base destas chefias de topo, que passou de 3539 para 3562 euros mensais. Segundo os dados da Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP) também entre os dirigentes intermédios se registou um acréscimo quer na remuneração base quer no ganho médio mensal neste mesmo período. Os representantes do poder legislativo, estão também no grupo dos viram a remuneração subir: o seu vencimento base aumentou em média 150 euros e aquilo que recebem no final do mês subiu cerca de 220 euros (8,7%).


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quarta-feira, fevereiro 18, 2015

Germanexit?

O buraco negro da Alemanha é o verdadeiro problema
(clique para ampliar)

A mentira alemã é o verdadeiro problema do euro


Afinal quem é que está endividado ate às raízes dos cabelos?

O Eurostat revela, em %/PIB, as dívidas escondidas dos governos europeus, de que as famosas PPP são o prato forte. Mostramos três pares de resultados que desmistificam completamente a narrativa dos lémures do Eurogrupo.

Dívida pública não reportada nos orçamentos de estado em % do PIB
  • Alemanha=126,26; Grécia=6,82
  • Holanda=107,15; Portugal: 51,79;
  • Reino Unido=60,88; Espanha=12,46.
—in Eurostat News Release, 26/2015 - 10 February 2015/ A new data collection for government finance statistics/ First time release of data on contingent liabilities and non-performing loans in EU Member States.

A maior dívida pública da Europa em % do PIB é alemã.

Somando as dívidas públicas dos países comparados neste post, ou seja, somando as estimativas da CIA relativas ao ano 2013, a que hoje acedemos no respetivo sítio, mais as divídas escondidas reveladas pelo Eurostat no passado dia 10 de fevereiro, ficamos a saber que, afinal, a dívida pública alemã, em percentagem do PIB (imaginem o montante!), é superior à dívida grega!

  • Alemanha 79,9 + 126,26 = 206,16
  • Grécia  175 + 6,83 = 181,83
  • Holanda 74,3 + 107,15 = 181,45
  • Portugal 127,8 + 51,79 = 179,59
  • UK  91,1 + 60,88 = 151,98
  • Espanha 93,7 + 12,46 = 106,16

Mas comparando as dívidas externas, de vários países, a Alemanha também não sai bem.


Vejamos o panorama em percentagem do PIB (Wikipédia)

  • Luxemburgo (um verdadeiro paraíso fiscal): 3.443%
  • Reino Unido: 406%
  • Portugal 223%
  • Grécia: 174%
  • Espanha: 167%
  • Alemanha: 145%

E agora em valores nominais (CIA)
  • Reino Unido (2ª maior dívida externa do mundo)
    $9.577 trillion (31 December 2013 est.)
  • Alemanha (3ª maior dívida externa do mundo)
    $5.717 trillion (31 December 2012 est.) 
  • Luxemburgo
    $2.935 trillion (31 December 2012 est.)  
  • Espanha
    $2.278 trillion (31 December 2012 est.) 
  • Grécia
    $577.2 billion (2012) 
  • Portugal
    $508.3 billion (31 December 2012 est.) 

Masaccio (1401 – 1428)
Adão e Eva Expulsos do Paraíso

Se a esta vergonha, que andou embrulhada em mentiras sobre os PIIGS (1), somarmos o grande buraco negro do Deutsche Bank (ver gráfico acima), teremos em toda a sua plenitude o embuste da retórica do senhor Schäuble a propósito da Grécia e a verdadeira natureza e gravidade do problema da dívida europeia.
Sideways: Deutsche strategy – Twilight of the bank
by Jon Macaskill

Is Deutsche Bank contemplating a secret Götterdämmerung trade that would hive off sections of its investment bank and offer senior executives an escape route?

The strategy of the bank is looking increasingly perplexing to outsiders, with a potential spin-off of German retail banking unit Postbank widely seen as a measure that might raise some money, but that would leave the group even more exposed to an investment bank that is heavily biased towards struggling areas of the fixed-income markets. The verdict of shareholders on the current Deutsche Bank business model is clear. Its shares fell by 24% last year and its capitalization of around €35 billion is roughly 0.6 of nominal book value, making Deutsche effectively the least-trusted big bank.

Full article
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Os alemães têm que baixar a bolinha ou... serão eles a ter que abandonar o euro. Aliás, faria todo o sentido termos uma moeda única competitiva!

O doente não é a Grécia, mas toda a Europa. Controlo de capitais, reintrodução de fronteiras e limitações de uso das caixas multibanco podem já estar prontas a entrar em ação em caso de Grexit.

Europe Will Implement Both Border and Capital Controls in the Coming Months
Zero Hedge. Submitted by Phoenix Capital Research on 02/18/2015 09:30 -0500

The European banking system as a whole is leveraged at over 26 to 1. That’s the ENTIRE European Banking system leveraged at near Lehman levels (Lehman was 30 to 1 when it collapsed).

To put this into perspective, with a leverage level of 26 to 1, you only need a 4% drop in asset prices to wipe out ALL capital. What are the odds that European bank assets have fallen 4% in value in the last two years?

Atualizado em 18/02/2015 22:21 WET

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terça-feira, fevereiro 17, 2015

Amendoins

Maria Luís Albuquerque, ministra das finanças
Foto: LUSA

500 milhões são 'peanuts'!


Assim, com amendoins destes, este governo não vai a parte alguma.


Ninguém explica que dos 78 mil milhões de euros emprestados pela Troika, 34 mil milhões são destinados aos juros. Poupar 500 milhões de euros é um pingo que se esfuma neste grande buraco negro.

Ninguém explica que Portugal pediu agora dinheiro mais barato para pagar empréstimos mais antigos com juros caros—foi só isso!

A Espanha, por exemplo, financiou-se em janeiro a 0,0%.

Se Portugal quer poupar —e precisa de poupar!— mais do que 500 milhões de euros, então terá que cumprir de uma vez por todas o Memorando da Troika (vejam só!), diminuindo as 'rendas excessivas' das 120 Parcerias Público Privadas (PPP), bem como eliminar ou reduzir drasticamente as taxas que encarecem criminosamente o preço da energia elétrica que consumimos.

Estas duas medidas estratégicas permitiriam poupanças todos anos, ao contrário do desconto de 500 milhões, que ocorre uma só vez.

Estes são dois dos custos que tornam a nossa dívida pública insustentável:

  • as 120 PPP custaram em 2014 dois mil milhões de euros ao Orçamento de Estado, e no final da brincadeira vão custar 70 a 80 mil milhões de euros, ou seja, 35% do PIB!
    —Só para termo de comparação: as indemnizações de guerra pagas pela França à Alemanha em 1870-72, as mais elevadas que se conhecem, custaram então 23% do PIB francês.
  • as taxas de energia (CIEG) custaram a todos nós, pessoas e empresas, em 2014, mais dois mil e seiscentos milhões de euros —valor bruto; o valor depois dos 'alisamentos' foi de 1.701.418.000€. Para termos um padrão de referência, a Ponte Vasco da Gama custou mil milhões.... Se este assalto não for parado, em dez anos teremos pago mais de vinte mil milhões de euros — só em taxas, sobretaxas e outros custos indiretos, fora o que pagamos pela energia que realmente consumimos. Ver a este propósiro o docuemnto da ERSE sobre os CIEG (pdf.)

Clique para ampliar

Em 2013, Portugal consumiu a mesma eletricidade que em 2006 (fonte - ERSE). Os CIEG em 2006 ascenderam a 500 milhões de euros. Em 2014, atingiram mais de 2600 milhões de euros. Ou seja, aumentaram mais de cinco vezez, apesar do consumo estagnado.

Contra factos não há argumentos. Aqui há “rendas excessivas”, e de que maneira. A Troika chamou a atenção do governo Passos Coelho para isto. Mas o governo fez orelhas moucas e preferiu aumentar impostos e perseguir os automobilistas (ver o caso escandaloso da Brisa).

Carlos Tavares, CEO da Peugeot/Citroen, disse que a eletricidade é em Portugal 40% mais cara do que em França. Em breve, se não pusermos os rendeiros na ordem, veremos as grandes fábricas voarem, uma a uma, daqui para fora.

Do que é que a Oposição está à espera para substituir o discurso dos "calimeros" por propostas claras e sensatas?

Bruxelas: Pagamento antecipado ao FMI poupa 500 milhões de euros a Portugal
Jornal de Negócios. 17 Fevereiro 2015, 15:20 por Lusa

Nos cálculos da Comissão Europeia, a decisão do Governo poupará centenas de milhões aos cofres públicos e ajudará à sustentabilidade da dívida pública.

Os ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) deram esta terça-feira o seu apoio político ao plano de Portugal de pagar antecipadamente parte do empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI), após o aval do Eurogrupo na véspera.

"Da parte da Comissão, gostaria de saudar o pedido por parte das autoridades portuguesas de pagar antecipadamente alguns dos empréstimos do FMI. O reembolso antecipado irá resultar em poupanças líquidas de pagamentos de juros na ordem dos 500 milhões de euros e terá um impacto positivo na sustentabilidade da dívida portuguesa", observou o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Euro, Valdis Dombrovskis, na conferência de imprensa realizada no final do Conselho Ecofin.

PS: Alguém pergunta: mas a decisão foi má? Não. Foi boa. Trocar dívida velha e cara por dívida nova e menos cara é sempre uma boa decisão. Sabe é a pouco e não pode servir para esconder a floresta.

NOTA AOS POLÍTICOS:
  1. O atual governo conservador inglês impôs a redução das rendas elétricas para 6%.
  2. O governo espanhol acabou com as rendas garantidas das eólicas e outras semelhantes deixando a EDP a ganir.
  3. Quando terminou em Itália a Operação Mãos Limpas todos os concursos de obras públicas foram suspensos; depois de retomados, os preços cairam 40%.
  4. Se não querem um Syriza no nosso país é melhor enviar para Évora umas boas duas dúzias de piratas e rever todos os contratos leoninos. As rendas no setor financeiro cairam a pique. A economia está em depressão. Os sinais de um novo colapso financeiro brotam como furúnculos infetados por todo o lado. Defender rendeiros e rendas garantidas é um erro político grave que vai sair muito caro a quem o cometer.
OAM/RR

Atualizado em 16/02/2015 16:21 WET

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A reforma oportunista do estado


Um ministro (Nuno Crato) não pode ser mais um oportunista.

Redução de funcionários e trabalhadores na FP é fogo de vista.

Que no entanto queimou os afetados!


Despedir não é reformar. Reformar é redesenhar de alto a baixo o sistema de ensino e aprendizagem, estabelecendo uma simbiose amigável e produtiva entre a iniciativa e autonomia dos cidadãos, novas tecnologias, redes sociais, voluntariado, envolvimento empresarial e uma nova classe de mestres (WiFi Tutors).

Mas para realizar, de facto, esta reforma, é necessário começar por implodir o Edifício da 5 de Outubro, e enviar a burocracia toda de férias durante um ano.

O estado tornou-se um empecilho devido à inércia dos seus recursos humanos e dirigentes, das dinastias burocráticas e sobretudo da corja partidária e dos sobrinhos da nomenclatura que infetam o sistema.

A areia que a esquerda ideologicamente falida lança para cima dos seus devotos apenas contribui para tornar a metamorfose mais dolorosa e atrasar o país no jogo das competências e na economia da atenção positiva que caracterizam os tempos pós-contemprâneos em que vivemos (1) .

Estado perdeu quase 10% dos funcionários em 3 anos
Jornal de Negócios. 16 Fevereiro 2015, 18:53 por Catarina Almeida Pereira

As administrações públicas perderam 9,8% do pessoal entre Dezembro de 2011 e o final do ano passado, com uma redução de 71 mil funcionários. Os dados oficiais revelados esta segunda-feira, 16 de Fevereiro, pela Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), mostram que os docentes e os assistentes operacionais foram as carreiras que mais contribuíram, em termos absolutos, para esta diminuição.

Ao longo do último ano, porém, a quebra foi menos acentuada do que em anos anteriores, o que sugere que o ritmo de redução de funcionários poderá estar a abrandar. No final de 2014 havia menos 18,5 mil funcionários do que em período homólogo, numa redução de 2,7%. Em anos anteriores, a quebra anual tinha sido mais alta, aproximando-se dos 4%.

Ler o resto da notícia

NOTA
  1. A expressão pós-contemporâneo foi por mim inventada (creio) para designar uma era em que o tempo analógico dos átomos e moléculas é cavalgado por um tempo digital tornado possível através do domínio e uso dos campos eletromagnéticos, onde além da matéria, existe o espaço imaterial que segura o universo.

segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Yanis Varoufakis, a esperança do momento

Gustave Moreau. Europa e o touro (c. 1869).

A Grécia é o centro da Europa!


Vivemos tempos simultaneamente épicos e medonhos. Há uma crise mundial, e certamente europeia, das dívidas—das dívidas soberanas, mas também das dívidas empresariais e familiares.

Estamos todos endividados até aos cabelos, mesmo quando não pecebemos que uma parte deste endividamento é invisível, e não parece, assim, ser coisa que nos diga respeito.

O grande buraco da dívida não seria um grande problema se as perspetivas de crescimento mundial, no modelo que conhecemos de há uns 200 ans para cá —muita energia e barata—, continuassem a ser expectáveis. Mas o problema é que o futuro reserva-nos uma era de menos energia, e de energia mais cara. Ora é este cenário —até hoje rejeitado pelos cegos da macro-economia— que tudo muda e exige uma nova abordagem dos problemas.

A crise grega, que tomou uma nova e radical direção depois da chegada do Syriza ao poder, veio confrontar a Europa inteira com as suas responsabilidades. O problema não é da Grécia, nem de Espanha, ou de Portugal, mas de todo o continente, mais precisamente, é um problema global, cuja negação apenas tornará os desenlaces locais, regionais e globais, muito mais ameaçadores e potencialmente catastróficos.

Nada melhor para começarmos a mudar a nossa percepção dos problemas de fundo, do que esta viragem radical na crise grega. E nada melhor do que ir escutando e lendo o que Yanis Varoufakis pensa sobre o seu país e sobre a Europa.

Yanis Varoufakis: No Time for Games in Europe
THE NEW YORK TIMES

By YANIS VAROUFAKISFEB. 16, 2015

ATHENS — I am writing this piece on the margins of a crucial negotiation with my country’s creditors — a negotiation the result of which may mark a generation, and even prove a turning point for Europe’s unfolding experiment with monetary union.

Game theorists analyze negotiations as if they were split-a-pie games involving selfish players. Because I spent many years during my previous life as an academic researching game theory, some commentators rushed to presume that as Greece’s new finance minister I was busily devising bluffs, stratagems and outside options, struggling to improve upon a weak hand.

Nothing could be further from the truth.

[...]

As finance minister of a small, fiscally stressed nation lacking its own central bank and seen by many of our partners as a problem debtor, I am convinced that we have one option only: to shun any temptation to treat this pivotal moment as an experiment in strategizing and, instead, to present honestly the facts concerning Greece’s social economy, table our proposals for regrowing Greece, explain why these are in Europe’s interest, and reveal the red lines beyond which logic and duty prevent us from going.

[...]

One may think that this retreat from game theory is motivated by some radical-left agenda. Not so. The major influence here is Immanuel Kant, the German philosopher who taught us that the rational and the free escape the empire of expediency by doing what is right.

BES e o segundo bail-in

Clique para ampliar

A experiência de Chipre repete-se, com cobertura da cleptocracia indígena


O assalto aos clientes do famoso Papel Comercial do BES (clique na imagem para ver bem o que se me afigura ser claramente uma burla) é uma repetição do bail-in executado em Chipre—embora incidindo apenas, neste caso, sobre um dos bancos do sistema (até ver...).

O ex-Banco BES vendeu aos seus clientes Premium, BES 360º (1), uma aplicação a um ano, a que chamou "investimento em papel comercial, E.S.International", com retorno assegurado: "no vencimento capital e juros garantidos").

Ou seja, o elaborado esquema Ponzi do BES atraiu clientes incautos para um empréstimo a que chamou investimento, mas cujo único objetivo foi financiar o já insolvente grupo de interesses da família Espírito Santo.

Ou seja, estamos perante um roubo a clientes bancários para salvar o próprio banco que os rouba.

Mas o mais grave é que este crime está a ter cobertura institucional do banco central indígena, na medida em que aparentemente Carlos Costa aprova a tentativa do chamado Novo Banco de isentar-se das suas responsabilidades, que as tem, uma vez que o ex-BES foi alvo de uma operaçao de resgate, denominada resolução, a qual é, pelo  menos em parte, financiada com dinheiro dos contribuintes.

Falta saber qual é o papel do BCE neste assalto.

Os clientes de Papel Comercial do BES, vítimas deste bail-in por baixo da mesa, devem dirigir-se diretamente ao BCE, e à opinião pública europeia, pois o Banco de Portugal não existe, e a corja partidária está toda comprometida com a insolvente banca portuguesa.

Sobre esta vigarice vale a pena ler o post de Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda e membro da comissão de inquérito ao BES —"E quem comprou obrigações do GES?"

RECOMENDAÇÃO: AFASTE-SE DOS BANCOS!
INVISTA EM OURO E PRATA, TERRA FÉRTIL, CERTIFICADOS DE AFORRO, US TREASURIES, E DÍVIDA PÚBLICA EUROPEIA, E COLOQUE QUANTIAS INFERIORES A 50 MIL EUROS DE PARTE EM DEPÓSITOS A PRAZO. PROPOSTAS MAIS COMPLICADAS DO QUE ESTAS, DA PARTE DO SEU GESTOR DE CONTA, ESQUEÇA!

Miguel Reis: Banco de Portugal está a deformar “grosseiramente a realidade”
Jornal de Negócios. 15 Fevereiro 2015, 21:16 por Lusa

O advogado Miguel Reis, que representa alguns clientes do BES, considera que o Banco de Portugal está a deformar “grosseiramente a realidade” e que a informação veiculada pelo banco central na sexta-feira é uma “operação de branqueamento”.

“...o comunicado do Banco de Portugal “não espanta ninguém e apenas serve para confirmar que [se vive] sob um sistema bancário selvagem, sem qualquer controlo de um regulador responsável”.

“...Miguel Reis destacou que o Banco Espírito Santo (BES) “não vendeu a ninguém títulos de dívida de empresas do GES” e que “não havia dívidas a quem quer que fosse, que o BES tivesse comercializado, comprando a um credor para ceder o crédito a outro”.

De acordo com o advogado, o que aconteceu foi que “o BES celebrou contratos, por força dos quais os seus clientes lhe emprestaram dinheiro, para que ele o emprestasse a empresas do GES”, e “não houve um único caso em que algum administrador de qualquer das empresas do GES tenha negociado o que quer que fosse com as pessoas que emprestaram o dinheiro”.

“Por isso, me parece que esse dinheiro deve ser tratado como todo o outro dinheiro que foi entregue por outras pessoas, nomeadamente por todos os depositantes ao BES”, defendeu Miguel Reis, reiterando que não há “nenhuma diferença” entre estas aplicações e os demais depósitos.”

POST SCRIPTUM—o "banco bom", o chamado Novo Banco que ainda anda à procura de comprador (ao que parece será mais uma empresa estratégica que o governo de Pequim vai comprar!) pagou o papel Comercial emitido pelo ex-BES, mas recusa-se a pagar o Papel Comercial emitido pelo ESI. Mas não é tudo a mesma trampa?

NOTAS
  1. "O serviço para clientes ‘premium' do BES dá pelo nome de BES 360º e assenta no conceito "360º à sua volta". O acesso resulta de uma análise do banco a variáveis como o rendimento, a profissão e o envolvimento financeiro de clientes com recursos a partir dos 35.000 euros. Através do serviço Mapa 360º o gestor indica as melhores opções de investimento mas também o apoia nas principais decisões financeiras, como sejam a aquisição de habitação ou a reforma." — in Económico.