sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Metamorfose dolorosa


O problema já não é de 'esquerda', nem de 'direita'


Os gráficos não são muito diferentes nos EUA e na Europa.

O crescimento pseudo-keynesiano conduziu, a partir de meados da década de 1970, as duas zonas mais ricas do planeta à desindustrialização, à destruição da poupança, à criação de empregos virtuais e/ou improdutivos, e ao sobre endividamento.

As principais bolhas, imobiliária; automóvel; do acesso gratuito ou quase gratuito ao ensino público, à saúde e outros bens sociais, como os prolongados subsídios de desemprego, ou as pensões e as reformas sem capitalização suficiente; da expansão das burocracias, nomeadamente públicas; e da especulação financeira, servida por uma monumental inflação monetária, com criação de dinheiro a partir do nada, estão a rebentar uma a uma, deixando estes centros económicos e as periferias de que se alimentaram até agora em estado de choque.

O problema criado não tem sequer uma origem ideológica.

Liberais e sociais-democratas jogaram ambos a mesma carta da expansão monetária, do crédito barato e do crescimento da dívida privada e pública. As democracias populistas, com os seus grupos de pressão bem organizados e representados, não deixaram outra saída. Teria sido necessária muita imaginação para escrever o necessário texto de um novo contrato social à luz da globalização objetiva e à luz da chamada 'tragédia dos comuns' que resulta da escassez dos principais recursos energéticos e naturais que alimentaram a civilização industrial da abundância.

A procura agregada mundial, quer por efeito do crescimento demográfico, quer por efeito de uma redistribuição mais ampla e menos injusta das infraestruturas e dos bens de consumo entre países desenvolvidos e países sub ou menos desenvolvidos, já não pode ser satisfeita pela oferta agregada mundial. Se aumenta a pressão da procura sobre a oferta, os preços inevitavelmente sobem, a menos que haja almofadas financeiras a mascarar a realidade (endividamento). Porém, se os preços sobem —e quando os níveis de endividamento privado e público se tornam insustentáveis, os preços sobem mesmo—, os países entram imediatamente em processos de recessão. Em sentido amplo estamos, pois, num processo irreversível de empobrecimento que é e será inevitavelmente desigual e potencialmente explosivo.

Como temos visto desde os saques de Londres e da Primavera Árabe, às tragédias de África, da Líbia, no Egito, na Síria, na Tailândia, na Venezuela ou na Ucrânia, a revolução está na rua. Falta-lhe, porém, um manifesto ideológico internacional convincente. E a pergunta a fazer é esta: porque não aparece esse manifesto?

Porque é que a revolta que alastra pelo mundo não tem ideologia, nem rumo, nem redenção possível? A minha resposta é esta: porque a metamorfose social necessária vai custar ainda muito sangue, suor e lágrimas, e provavelmente implicará a destruição/implosão dos edifícios financeiros, burocráticos e constitucionais que nos habituámos a considerar indiscutíveis e eternos.

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

oftwominds-Charles Hugh Smith: Banks Are Obsolete: The Entire Parasitic Sector Can Be Eliminated

Os bancos são desnecessários, e em breve todos perceberemos, a começar pelos banqueiros retardatários, que quem oferecer serviços financeiros transparentes, como hoje ocorre no setor da comunicação entre pessoas, comunidades e organizações, e o fizer à escala planetária dos Google, Facebook, Paypal, e-Bay, Kickstarter, etc., encostará paulatinamente os bancos tradicionais às boxes.

Em 1994 mostrei a Francisco Pinto Balsemão o que iria suceder à imprensa. Hoje, pela tecla inteligente de Charles Hugh Smith, fica o aviso sobre o fim dos bancos e dos banqueiros que conhecemos desde a Florença do século XV até à Wall Street de 2008.

oftwominds-Charles Hugh Smith: Banks Are Obsolete: The Entire Parasitic Sector Can Be Eliminated: Kickstarter

The Chinese Dominoes Are About To Fall: Complete List Of Upcoming Trust Defaults | Zero Hedge

File:China-Today oil reserves and demand-en.svg

China: a prosperidade infinita afinal é finita


Mais precisamente, começou com a descoberta/exploração das grandes reservas petrolíferas de Daqing, em 1960, mas 50 anos depois, a China tornou-se o segundo maior importador mundial de petróleo, o maior importador mundial de carvão e importa em massa muitas outras matérias primas. Ou seja, o seu crescimento passou a depender criticamente de países terceiros, não apenas enquanto importadores dos seus produtos transformados com custos laborais e sociais mínimos (1), mas também enquanto exportadores de recursos vitais que não tem, ou está a ver desaparecer a um ritmo galopante.

Para segurar uma população que começou a diminuir e a envelhecer sem qualquer rede social de proteção, para segurar uma população ativa urbana sujeita aos ciclos cada vez mais rápidos de expansões curtas e recessões longas, para continuar a crescer, em suma, a ritmos superiores a 4%, a China está já a transformar-se num enorme incómodo planetário. O choque com o Japão é iminente, um choque maior com a Índia, Vietname e Indonésia está claramente no horizonte, os atritos com a Rússia vão acabar por ocorrer à medida que os chineses entram pelo território siberiano abandonado pela declinante população russa, em suma, África e a América Latina acabarão por dar azo a disputas intestinas de recursos.

China? Um Panda com pés de barro.

The Chinese Dominoes Are About To Fall: Complete List Of Upcoming Trust Defaults | Zero Hedge


NOTAS
  1. China: salário mínimo mensal: 119 a 190 euros; salário médio: 357 euros.

Ucrânia: lembram-se de Tianamen?


Tragédia da Ucrânia é uma fabricação de Putin


Meu caro Vladimir Putin, és o principal responsável pela tragédia que se abateu sobre a Ucrânia. Julgava-te inteligente e sagaz. Afinal, não passas de mais um autocrata da longa linhagem de assassinos que impediram um país gigantesco de aceder à civilização. Empurras, de novo, a Rússia para a Idade das Trevas. Acontece, meu burro Putin, que o teu país está a morrer demograficamente. E assim sendo, só tens duas opções: sujeitar a Rússia à pesada pata do Panda de Pequim, que já pressiona a leste, ou abrir a tua fraca mente à Europa. Em breve saberemos, pelos piores motivos, para onde se inclinou a tua mente psicopata. Acreditei em ti quando em Mafra falaste de uma Europa de Lisboa até Vladivostoque. Não passou, pelos vistos, do sonho de uma noite de verão :(

A Europa hesita em reagir, mas deve reagir. Desde logo congelando os milhares de milhões de euros que tu e a maioria dos cleptocratas sob tua proteção, na Rússia e na Ucrânia, têm depositados nos bancos e paraísos fiscais europeus. É simples, e deve ser feito. O resto ficará a cargo do teu próprio povo quando este se fartar.

PS: como sempre, a esquerda fandanga indígena fica queda e muda perante a barbárie 'de esquerda', seja ela maoista, chavista, ou neo-estalinista. Percebe-se a lógica deste comportamento indigente. Para o marxismo oportunista, a rejeição da violência é um preconceito humanista burguês. No fundo,  para esta 'esauerda', a democracia é uma ilusão em que jamais axcreditaram, e que aceitam, incomodados, como um pequeno preço a pagar pelo paraíso comunista que um dia há-de chegar. A diferença para o paraíso dos bombista suicidas do Islão e que estes últimos, coitados, ainda acreditam que as virgens esperam por eles!

Rede de gasodutos que transporta gás natural da Rússia para a Europa

Ukraine – The Funding Begins – Gun Shots Starting in Kiev


Posted on February 20, 2014 by Martin Armstrong   

BOTH the USA and EU will now fund the rebels as Russia will fund Yanukovych. At the political level, Ukraine is the pawn on the chessboard. The propaganda war is East v West. However, those power plays are masking the core issue that began with the Orange Revolution – corruption. Yanukovych is a dictator who will NEVER leave office. It is simple as that. There will be no REAL elections again in Ukraine. This is starting to spiral down into a confrontation that the entire world cannot ignore.

[...]

BOTH the USA and EU will now fund the rebels as Russia will fund Yanukovych. At the political level, Ukraine is the pawn on the chessboard. The propaganda war is East v West. However, those power plays are masking the core issue that began with the Orange Revolution – corruption. Yanukovych is a dictator who will NEVER leave office. It is simple as that. There will be no REAL elections again in Ukraine. This is starting to spiral down into a confrontation that the entire world cannot ignore.

Medidas para garantir sustentabilidade do sector eléctrico “são insuficientes” - PÚBLICO

Por onde anda a famosa 'esquerda' indígena?


Se este governo indigente não consegue ser forte com os fortes, mas apenas forte com os fracos, não nos resta outra esperança que não seja apelar à Troika, a Bruxelas, ao BCE e à tia Merkel. Quem diria!
O relatório da Comissão Europeia relativo à décima avaliação do programa de ajustamento considera que as medidas anunciadas pelo Governo para reduzir a dívida tarifária até 2020 e garantir a sustentabilidade do sector eléctrico “são insuficientes”.
Ana Brito, Público, 20/02/2014 - 15:01

Medidas para garantir sustentabilidade do sector eléctrico “são insuficientes” - PÚBLICO

“Eu sou ministro da energia, não sou ministro das energias renováveis” - PÚBLICO

Um passo na direção certa


JORGE MOREIRA DA SILVA (ministro): “No que tem a ver com a micro-geração, avançaremos, nas próximas semanas, com o regime do auto-consumo, de modo a que cada um de nós possa, em nossa casa, produzir para consumo próprio electricidade e não estar apenas ao abrigo de um regime de venda desta electricidade à rede, como era o regime da micro-geração. Esta aposta vai não apenas fomentar a aposta nas energias renováveis, na medida em que será utilizada para auto-consumo, mas vai dinamizar a actividade económica dos pequenos e médios instaladores, do cluster do fotovoltaico.”

“Eu sou ministro da energia, não sou ministro das energias renováveis” - PÚBLICO

Voos baratos ameaçam rendeiros do regime

Imagem de lançamento dos voos Ryanair Lisboa-Porto, Porto-Lisboa: €19,99

Ryanair encurta preço/tempo entre Lisboa e Porto, com perdas evidentes para a TAP, CP e Brisa (foram avisados a tempo...)


Automóvel privado: +2h 45mn ; gasolina+portagens+seguros+impostos+automóvel: +95€

Sempre que vou ao Porto de carro, saindo de Carcavelos, gasto no trajeto principal de ida, 314Km, portagens incluídas, mais de 75 euros. Centenas de funcionários públicos e executivos de empresas públicas e privadas realizam semanalmente este percurso por razões de ordem profissional. O tempo perdido na deslocação automóvel para quem conduz é de, pelo menos, seis horas.

Alfa Pendular:  +2h 44mn ; +30€

Se a alternativa for o comboio pasteleiro a que chamam Alfa Pendular (que não pendula quase nada, nem corre à velocidade que em teoria pode, por causa de desatrosas decisões governamentais, nomeadamente do tempo Cravinho), as quase três horas e meia de viagem (Carcavelos-Cais do Sodré-Santa Apolónia-Campanhã) podem ser parcialmente aproveitadas para trabalhar, e o preço anda pelos 37 euros.

Ryanair: +1h 24mn ; 48€

A Ryanair oferecerá voos entre Lisboa e Porto, e vice-versa, na ordem dos 48 euros, sendo que a promoção de lançamento é de cerca de 20 euros apenas!

TAP: +1h 55mn ; 62€ a +150€

Ryanair vai voar Porto - Lisboa e Faro - Lisboa
Por Patrícia Carvalho, Carlos Cipriano, Raquel Almeida Correia
Público, 19.02.2014

Novas rotas domésticas estreiam em Abril. Ryanair lançou ainda três novas ligações internacionais ao Porto.

[...] De segunda a sexta-feira há um avião que sai do Porto em direcção à capital às 6h40, já a partir de 2 de Abril. Para deixar Lisboa em direcção a Norte, os passageiros têm voos às 7h55 (às segundas, quintas e sextas-feiras), às 8h (às quartas-feiras) e às 8h05 (às terças-feiras).

Horários que poderão afastar clientes da área de negócios, já que a escolha da Ryanair obrigará, necessariamente, à permanência de uma noite numa das cidades. Luis Férnandez-Mellado reconheceu essa limitação, mas salientou que este horário é “experimental”. “Quando começamos a voar para Faro também nos criticaram e disseram que não iríamos ter passageiros, e afinal correu bem”, disse.

CP realça "vantagens" do comboio face aos voos da Ryanair
Jornal de Negócios, 19 Fevereiro 2014, 16:03 por Alexandra Noronha

Empresa diz estar atenta ao "mercado da mobilidade", sem se referir directamente ao anúncio da Ryanair, que vai passar a ligar Porto, Lisboa e Faro.

A CP pode ser uma das principais prejudicadas pelas novas rotas da Ryanair, entre o Porto e Lisboa e Faro. Mas a empresa não está preocupada. Questionada pelo Negócios, fonte oficial da transportadora ferroviária disse apenas que a empresa está atenta a todo o "mercado da mobilidade" e realçou as vantagens do comboio onde não há "check-in", a estação é no centro das cidades e o limite de malas é mais flexível, entre outras coisas.