¶ desde 2003
* Nos termos do novo FRA Global, as contrapartidas directas à concessionária, para reposição do equilíbrio financeiro da concessão, ascendem, a preços descontados das taxas de inflação, a cerca de 180 milhões de contos, isto é, o equivalente ao custo de uma nova travessia sobre o Tejo. -- in Auditoria ao Acordo Global celebrado entre o Estado e a Lusoponte, p.9, 22-11-2001. (PDF)
Caro António,O Eixo Lisboa Madrid não pode ser construído à custa da drenagem de Portugueses do Norte para Sul. Não se esqueça. O ideal é que a ligação por TGV a Espanha se fizesse apenas por AVeiro-Salamanca.JSilvaNorteamos.blogspot.com
Caro J,se reparar na rede AV desenhada e em construção (ver o post Aeroportos 21) na vizinha Espanha, verá que estão previstas precisamente duas ligações AV a Portugal: uma, entrando por Badajoz, e outra por Salamanca... até Aveiro. Existe ainda uma linha de mercadorias que ligará Sines à futura refinaria da Extremadura espanhola, com passagem pela grande plataforma logística do Caia (Elvas-Badajoz), também já em construção do lado espanhol. O fundamental é que ambos os traçados AV permitam a circulação de comboios de passageiros e comboios de mercadorias. E depois que, em Portugal, se substitua toda a via de bitola ibérica por uma rede coerente em bitola europeia. Finalmente, a ligação ferroviária Lisboa-Porto não precisa de AV para nada; basta-lhe melhorar o actual Pendular, fazendo-o rolar à sua esperada velocidade de 240Km/hr e obtendo toda a sua rentabilidade, longe de ser conseguida.O êxito extraordinário das Low Cost no aeroporto Sá Carneiro prova que a economia e a cultura nortenhas se ligam rápida e directamente a Espanha, ao resto da Europa e ao mundo, sem precisar de passar por Lisboa para coisa alguma. Portugal sempre foi, é, e é bom que continue a ser, um país bipolar. O que o Norte tem que fazer é exigir, como fazem os catalães --olho por olho, dente por dente--, que os impostos nacionais sejam justamente redistribuidos pelas duas capitais do país: Lisboa e Porto. A estratégia da Ota não passa da sobrevivência de um arcaísmo tipicamente salazarista. Não fez o seu caminho durante os 40 anos de ditadura; muito menos o fará agora!São estas as medidas estratégicas equilibradas de que o país precisa, e não da criminosa tentativa de destruição da Portela, ou de visões acagaçadas da integração ibérica. Esta, se for inteligente, acompanhará necessariamente a dinâmica mais geral da integração europeia. Não temos que recear demasiado o desenho centralista de Madrid. Percebe-se o ponto de vista dos castelhanos, mas o futuro incerto que nos espera depende muito mais de quem controla as periferias ibéricas, atlântica e mediterrânica, do que da estepe madrilena. O que temos sobretudo que fazer, e já, é denunciar e corrigir os elevados níveis de corrupção e imbecilidade política que actualmenmte atrofiam gravemente o nosso futuro e a nossa independência nacional naquilo que lhe é mais essencial: o poder de colaborar com a União Europeia com os nossos próprios argumentos e os nossos próprios recursos estratégicos: autonomia alimentar, autonomia energética, sustentabilidade demográfica, segurança territorial e marítima, elevados níveis cognitivos e de informação da população, solidariedade social, cooperação competitiva e criatividade.Sejamos optimistas :-)
Poçeirão ou Poceirão?Um anónimo chamou-me a atenção para a ortografia em uso: Poceirão (sem cedilha...)Eu escrevi Poçeirão, deduzindo instintavemente que o termo deriva de poço ou poça. Daí "poçeirão". Creio que ambas as ortografias são admissíveis. Mas enfim, seguindo a heráldica daquele valioso deserto (que afinal é um oásis, pois tem um grande poço de água!), passemos então a escrever "poceirão".
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3 comentários:
Caro António,
O Eixo Lisboa Madrid não pode ser construído à custa da drenagem de Portugueses do Norte para Sul. Não se esqueça. O ideal é que a ligação por TGV a Espanha se fizesse apenas por AVeiro-Salamanca.
JSilva
Norteamos.blogspot.com
Caro J,
se reparar na rede AV desenhada e em construção (ver o post Aeroportos 21) na vizinha Espanha, verá que estão previstas precisamente duas ligações AV a Portugal: uma, entrando por Badajoz, e outra por Salamanca... até Aveiro. Existe ainda uma linha de mercadorias que ligará Sines à futura refinaria da Extremadura espanhola, com passagem pela grande plataforma logística do Caia (Elvas-Badajoz), também já em construção do lado espanhol. O fundamental é que ambos os traçados AV permitam a circulação de comboios de passageiros e comboios de mercadorias. E depois que, em Portugal, se substitua toda a via de bitola ibérica por uma rede coerente em bitola europeia. Finalmente, a ligação ferroviária Lisboa-Porto não precisa de AV para nada; basta-lhe melhorar o actual Pendular, fazendo-o rolar à sua esperada velocidade de 240Km/hr e obtendo toda a sua rentabilidade, longe de ser conseguida.
O êxito extraordinário das Low Cost no aeroporto Sá Carneiro prova que a economia e a cultura nortenhas se ligam rápida e directamente a Espanha, ao resto da Europa e ao mundo, sem precisar de passar por Lisboa para coisa alguma. Portugal sempre foi, é, e é bom que continue a ser, um país bipolar. O que o Norte tem que fazer é exigir, como fazem os catalães --olho por olho, dente por dente--, que os impostos nacionais sejam justamente redistribuidos pelas duas capitais do país: Lisboa e Porto. A estratégia da Ota não passa da sobrevivência de um arcaísmo tipicamente salazarista. Não fez o seu caminho durante os 40 anos de ditadura; muito menos o fará agora!
São estas as medidas estratégicas equilibradas de que o país precisa, e não da criminosa tentativa de destruição da Portela, ou de visões acagaçadas da integração ibérica. Esta, se for inteligente, acompanhará necessariamente a dinâmica mais geral da integração europeia. Não temos que recear demasiado o desenho centralista de Madrid. Percebe-se o ponto de vista dos castelhanos, mas o futuro incerto que nos espera depende muito mais de quem controla as periferias ibéricas, atlântica e mediterrânica, do que da estepe madrilena. O que temos sobretudo que fazer, e já, é denunciar e corrigir os elevados níveis de corrupção e imbecilidade política que actualmenmte atrofiam gravemente o nosso futuro e a nossa independência nacional naquilo que lhe é mais essencial: o poder de colaborar com a União Europeia com os nossos próprios argumentos e os nossos próprios recursos estratégicos: autonomia alimentar, autonomia energética, sustentabilidade demográfica, segurança territorial e marítima, elevados níveis cognitivos e de informação da população, solidariedade social, cooperação competitiva e criatividade.
Sejamos optimistas :-)
Poçeirão ou Poceirão?
Um anónimo chamou-me a atenção para a ortografia em uso: Poceirão (sem cedilha...)
Eu escrevi Poçeirão, deduzindo instintavemente que o termo deriva de poço ou poça. Daí "poçeirão". Creio que ambas as ortografias são admissíveis. Mas enfim, seguindo a heráldica daquele valioso deserto (que afinal é um oásis, pois tem um grande poço de água!), passemos então a escrever "poceirão".
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