quarta-feira, janeiro 28, 2009

Portugal 81

Sondagem informal

Num inquérito aos leitores do António Maria terminado a 24.12.2008 fiz uma pergunta simples:
Votaria num novo partido? As respostas foram:
Sim = 65%
Não = 20%
Talvez = 10%
Não sei = 15%
No inquérito subsequente, terminado a 28-01-2009, a pergunta foi esta:
Nas próximas eleições em quem votaria, se o panorama partidário mudasse? As respostas foram:
PS = 17%
PSD = 5%
Coligação Alegre/ BE = 23%
BE = 11%
PCP = 5%
Novo partido de centro-direita = 17%
Monárquicos = 15%

Este segundo inquérito sofreu de três omissões, que corrigirei na próxima oportunidade. Esqueci-me de mencionar o CDS-PP, e as opções: Em branco; Não votarei; Ainda não decidi.

Se descontarmos um certo empolamento do voto monárquico, e uma subestimação mais do que provável do voto no PCP, parece evidente:
  • a perda de credibilidade do PS e do PPD-PSD junto dos meus leitores;
  • e o potencial eleitoral para a emergência de novos partidos situados nas bandas centro-esquerda e centro-direita do pragmatismo eleitoral.
Embora o Bloco de Esquerda mereça uma intenção de voto muito surpreendente, a sua fusão com a aura socialista de Manuel Alegre, teria claramente hipóteses de chegar rapidamente ao poder, relegando mesmo o cadavérico PS, que a tríade de Macau sequestrou, para uma espiral de perdição.

Por fim, parece-me evidente que há lugar para um novo partido de centro-direita, que deixe para trás o saco de gatos escanzelados em que se transformou o PPD-PSD.

Na realidade, o incestuoso Bloco Central deixou cair a sua máscara, aparecendo hoje ao olhar dos portugueses mais atentos como aquilo que há muito é, e por sê-lo, levou este país à beira do abismo: um Bloco Central de Interesses, um Bloco Central do Betão, e um Bloco Central da Corrupção. O frete de Freitas do Amaral na SIC Notícias, ontem à noite, em defesa do seu antigo patrão foi penoso de ver. Na realidade, a mim, provocou-me uma grande azia!

Se houver coragem, a alteração do actual quadro partidário antes das próximas eleições poderá surgir como uma ténue luz de esperança ao fundo do túnel. Se a indolência e a cobardia políticas prevalecerem, esperam-nos tempos dramáticos, que este Cavaco ou outro qualquer acabará por aproveitará para uma correcção presidencialista drástica do actual regime de balda parlamentar, exibicionismo autoritário e corrupção.

Post scriptum — o valor científico deste inquérito é nulo. Chamo porém a atenção dos meus leitores para o facto de as sondagens dos institutos que temos serem, salvo à boca das urnas, sistematicamente manipuladas em função dos objectivos precisos de quem as encomenda.


OAM 526 28-01-2009 19:10

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