domingo, janeiro 16, 2011

J20

Caça furtivo chinês chega uma década antes do previsto

China Flexes Its Muscles with Stealth Fighter Test

For a stealth fighter, it was a remarkably obvious flight, but perhaps that was the point. On a day when U.S. Defense Secretary Robert Gates was in Beijing meeting with Chinese President Hu Jintao, China's new stealth fighter took what is believed to be its maiden test flight, according to a defense analyst.

(…) While en route to Beijing, Gates told reporters that the U.S. had been tracking the development of China's stealth fighter but that the earlier tests had come as something of a surprise. "They may be somewhat further ahead in the development of that aircraft than our intelligence had earlier predicted," he said. — Read more in TIME.




As imagens captadas pelos planespotters chineses, que as autoridades de Pequim deixaram passar, revelam um facto muito importante: a China está adiantada no plano que traçou para a expansão da sua influência no mundo. A explicação deste adiantamento pode residir na própria crise sistémica do Capitalismo. O colapso precipitado e aparentemente incontrolável do Ocidente, sobretudo depois de rebentar a bolha incomensurável do mercado de derivados financeiros, não pára de fazer vítimas —mercado imobiliário, bancos, e agora as dívidas soberanas. O nervosismo, a impaciência e as explosões súbitas de violência, nomeadamente contra os poderes instituídos, começaram já a fazer as suas vítimas. Como se isto não bastasse, temos pela frente a confluência de duas crises anunciadas: a crise das alterações climáticas, e a crise energética global induzida pelo fim do petróleo barato. A inflação dos preços alimentares e o colapso, em breve, do sistema de transportes de pessoas e bens que há décadas usamos e consideramos uma trivialidade insubstituível, ameaçam já de forma grave —para lá de toda a retórica e impotência dos últimos dez anos— a segurança mundial.



Não é possível uma acumulação de riqueza e poupança, rápida e em grande escala, sem pelo menos uma de duas condições prévias: a sobre-exploração do trabalho humano, ou o acesso não limitado a abundantes recursos materiais, energéticos e alimentares. Pior ainda, nas actuais condições demográficas e de esgotamento das fontes de energia barata, de escassez de água potável, e de exaustão dos solos, ainda que regressássemos à escravatura, seria impossível alimentar a actual população mundial para lá de 2030, ou 2050. Desde 1972 que se prevê um colapso demográfico sem precedentes como desenlace possível da insustentabilidade do actual crescimento exponencial da humanidade e consequente decréscimo, igualmente exponencial, dos recursos disponíveis. Sem percebermos isto, não saberemos como, nem porquê, os poderes do mundo iniciaram a contagem decrescente de uma nova guerra mundial.

2 comentários:

Anónimo disse...

Veremos se será uma nova guerra mundial ou um evento mais natural:
http://science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2009/29may_noaaprediction/

António Maria disse...

O custo estimado da prevista grande tempestade solar de 2013 — 1 a 2 biliões de USD (o Katrina terá custado entre 80 a 125 mil milhões) — é ainda assim insignificante quando comparado com o buraco negro dos derivados financeiros OTC, cujo valor nocional era, em junho de 2010, segundo BIS, de US$582.655.000.000.000, a que corresponderá um valor bruto de mercado na ordem dos 24,673 biliões de USD. Estamos pois a caminho de uma inimaginável tragédia, com apenas uma origem estrutural: a exaustão anunciada dos recursos energéticos e naturais do planeta, que é, por sua vez, consequência da insustentável demografia humana tornada possível pela qualidade do nosso desenvolvimento. Por isso se fala de uma Tragédia dos Comuns.