It is easy to get the impression that the proposed new modular nuclear generating units will solve the problems of nuclear generation. They may allow more nuclear electricity to be generated at a low cost and with much less of a problem with spent fuel.
As I analyse the situation, however, I see that the problems associated with nuclear electricity generation are more complex and immediate than most people perceive. My analysis shows that the world is already dealing with “insufficient uranium from mines to go around.”
Nuclear electricity generation has hidden problems; don’t expect advanced modular units to solve them.
Posted on November 11, 2024, by Gail Tverberg on Our Finite World
Falta combustível para os reatores nucleares. Tal como ocorreu com o petróleo, atingiu-se o pico do que poderíamos chamar a produção rentável de urânio. Isto é, pode haver petróleo e ouro no centro da Terra, ou em Marte (!), e urânio nos desertos australianos, mas se não for possível extrair e produzir estes recursos energéticos a baixo custo, não haverá rentabilidade em futuras explorações, e o uso destes entra em colapso.
Um colapso perigoso, de que a invasão russa da Ucrânia é claro testemunho.
No norte e nordeste da Ucrânia (Chernihiv, Sumy, Kharkiv, Dnipro, Donbas, Luhansk, Donetsk) encontra-se a maior parte dos recursos mineralógicos relevantes para o modelo económico e social que temos. Por outro lado, em toda esta enorme bacia geológica a percentagem de russos na população é 40%, e 75% deles falam regularmente russo.
Por outro lado, os Estados Unidos deixaram praticamente de produzir urânio, recorrendo nomeadamente à importação de urânio proveniente de ogivas nucleares russas desmanteladas!
Percebe-se agora melhor o que tem motivado as cautelas europeias e norte-americanas na ajuda prestada à Ucrânia. Trump terá pela frente o mesmo problema. Os recursos fósseis — carvão, petróleo, gás natural, urânio e metais raros — continuam a ser essenciais à vida económica mundial, mas a sua disponibilidade a custos comportáveis está ameaçada, e ameaça a paz mundial para lá nossa imaginação.
As pandemias podem atrasar o desfecho induzido pelo esgotamento anunciado do nosso modelo energético, dominante desde o terceiro quartel do século 19, mas por pouco tempo e correndo o risco de fazer colapsar as sociedades humanas, nomeadamente através de uma multiplicação de conflitos bélicos particularmente mortíferos.
As ambições da Rússia são, assim, inaceitáveis. Desde logo, pelos Estados Unidos, Europa, Índia, Médio Oriente e China...
O pico americano do urânio já foi...
Estagnação mundial da geração de energia nuclear
NOTA 1 — "The recent Russian invasion of Ukraine has been claimed to be due to a multitude of cultural and political reasons. New maps may hold additional clues and show interesting connections in the conflict."; Sergio Volkmer.
More than 70% of young respondents in Western Europe see terrorism as the biggest threat to European security, followed by concerns about cyberattacks, natural disasters due to climate change, and Russia. Furthermore, almost half of them believe their country will be directly involved in an armed conflict within the next ten years. Yet, all that being said, young people do not view security and defence as a structural concern given the absence of an imminent threat to their own countries. Other issues and policies, such as healthcare and education, are perceived as having a greater relevance for their daily lives.
This research program analyses the European youth's perceptions of the security and defence landscape and its future.
ie UNIVERSITY, Segovia, Spain
@ieuniversity
A Rússia de Putin é uma autocracia medievo-industrial, assassina por herança histórica, incapaz de evoluir, salvo se voltar a ser ocupada, embora desta vez por um poder mais civilizado, a Europa, em vez de um da mesma laia, a China...
A probabilidade de uma guerra alargada entre a Europa e a Rússia, com botas europeias nos campos de batalha, e assistência norte-americana à distância, parece evidente a um número crescente de europeus.
Assim sendo, valem os velhos provérbios: mais vale prevenir do que remediar; há que pôr as barbas de molho; em tempo de guerra não se limpam espingardas; quem vai para o mar avia-se em terra...
Este cenário mais do que provável terá implicações profundas em Portugal, desde logo quando for intimado a subir o orçamento da defesa para os 3%. Os oportunistas, incompetentes, corruptos e indigentes populistas que desgraçadamente nos governam só irão mexer-se quando forem ferrados, e bem ferrados, pelos credores.
A ascensão económica da China comunista chegou ao fim. As consequências deste facto são visíveis na crescente agressividade (e ânsia de controlo) por parte de Pequim e do ditador Xi Jinping relativamente a pessoas, países, e recursos em todos os continentes
A guerra resultante da invasão russa da Ucrânia é já uma espécie de guerra por procuração entre Pequim e Washington. Daí a sua importância para ambas as superpotências. A derrota da Rússia será uma derrota da China, e a derrota da Ucrânia será uma derrota dos Estados Unidos. Daí, portanto, a dificuldade que Donald Trump terá em vergar Vladimir Putin, forçando o fim da guerra na Ucrânia em termos desfavoráveis ao criminoso russo. Deixar a Rússia levar por diante os seu plano de reconquista e genocídio cultural da Ucrânia seria uma óbvia derrota dos Estados Unidos, da NATO, e da Europa.
Os europeus e os norte-americanos não têm, pois, nenhuma alternativa que não passe pela derrota de Vladimir Putin. E para tal, a estratégia definida por Biden, de enfraquecer Moscovo, causando um desgaste progressivo, mas brutal, dos ativos materiais, económicos, financeiros e humanos da Federação Russa, não mudará radicalmente com o regresso de Donald Trump. Haverá mais retórica e zigzagues e, eventualmente, autorização para o uso dos seus sistemas de armas em território russo.
Quer os Estados Unidos, quer a NATO, já estão envolvidos profundamente na guerra de defesa ucraniana contra o psicopata de Moscovo, mas seria um erro assumir abertamente um envolvimento que equivaleria a uma guerra declarada entre as democracias ocidentais e a Rússia. A Rússia, como se tem visto, não passa dum estado ébrio falhado e fraco, perigoso apenas porque armado até aos dentes com milhares de ogivas nucleares.
A discussão sobre a manutenção dos Estados Unidos como poder dominante no mundo, não é para se ter com Vladimir Putin, mas com o pretendente chinês. A guerra brutal que decorre na planície ucraniana é uma derradeira tentativa de evitar os males maiores que espreitam a humanidade à medida que a sua civilização industrial, com pouco mais de duzentos anos, se aproxima dos limites inerentes à modalidade do seu próprio crescimento.
A era pós-industrial está a transformar-se num pesadelo
1415-2015: uma era que chega ao fim
Começa a ser tempo de sabermos a verdade. Apesar do declínio demográfico português, a população mundial vai continuar a crescer até 2050, dos atuais sete mil milhões de almas, para mais de nove mil milhões, ou seja, somaremos à população que hoje somos, até 2050, o equivalente à população mundial de 1927.
Sabe-se que não é possível aumentar significativamente a produção de petróleo (1), gás natural e carvão, e que a simples manutenção dos atuais níveis de produção está a revelar-se cada vez mais difícil e dispendiosa, por efeito da degradação rápida do chamado EROEI (Energy Return On Energy Investment). Os países exportadores exportam cada vez menos, também porque consomem mais, e os países importadores têm cada menos meios financeiros para importar o petróleo, gás natural e carvão de que necessitam para manter as suas economias a funcionar. As balanças comerciais dos importadores de combustíveis fósseis têm vindo a deteriorar-se e o seu endividamento é cada vez mais dramático.
A tendência para o endividamento é geral
Vamos, pois, ter que alimentar, vestir, abrigar, transportar e prestar serviços de educação, saúde e assistência social, entre outros, a mais cerca de sessenta milhões de pessoas por ano até 2050. Será o mesmo que vermos nascer anualmente uma nova Itália, mas sem mais território, nem mais recursos energéticos, minerais e alimentares suficientes para suportar qualquer incremento real do chamado produto interno bruto das economias.
A energia fóssil que permitiu transformar radicalmente a civilização nos últimos duzentos anos —carvão, petróleo e gás natural— entrou num patamar de estagnação relativa, e deverá começar a declinar depois de 2015, acelerando dramaticamente o movimento de queda lá para 2030-2040 (2).
Mesmo sem aumentarmos o consumo destas fontes de energia —o que significará inexoravelmente uma qualquer forma de racionamento energético, dado o crescimento demográfico em curso— todos os estudos sérios apontam para o colapso destes motores da civilização moderna e contemporânea até ao fim deste século.
E o entanto os efeitos desta escassez anteciparam-se às previsões dessa ciência oculta a que chamam economia! O endividamento disfarçado das nações acumulou desequilíbrios que acabariam por atirar o mundo inteiro para um gravíssimo problema financeiro, económico, social e político desde 2008. A maioria das economias nacionais e regionais já está ou caminha para espirais recessivas de que dificilmente sairá, salvo por breves períodos de alívio. O tempo dos estímulos puramente financeiros, assentes no consumo, na criação fictícia de massa monetária e na especulação, ou seja, no endividamento público e privado dos povos, terminou. Já nem a China se livra dos efeitos desta mistificação económica.
A China não pode crescer sem ameaçar as reservas mundiais de carvão e petróleo, e vive, como se vê neste gráfico, imersa em bolhas keynesianas típicas
Estamos, como se pode imaginar, metidos num imenso sarilho. Em breve perceberemos que o discurso do crescimento morreu, que o empobrecimento veio para ficar, que o risco de implosão social é muito sério, que o colapso das classes médias está em marcha, que o sistemas financeiro global está preso por fios cada vez mais frágeis, que o perigo de um fascismo fiscal espreita as democracias, que estas, por sua vez, estão estruturalmente ameaçadas, e que, em suma, ou descobrimos uma maneira ordenada de fechar esta era de desperdício e insustentabilidade, ou a transição civilizacional mergulhará povos, nações, países, regiões inteiras numa espiral de caos e destruição violentos.
Até ao aparecimento da máquina a vapor o desenvolvimento económico, social e cultural dos povos mais avançados do planeta fez-se à custa da tração animal e da escravatura (foram essas as suas energias motrizes!) As taxas anuais de crescimento andaram então sempre entre 0% e 1%, sucedendo-se, todavia, eras inflacionistas sempre que a procura agregada de produtos crescia mais depressa do que a oferta [D. H. Fischer]. Só depois da introdução em massa dos combustíveis fósseis no desenvolvimento da economia e da tecnologia é que o crescimento mundial chegaria à média dos 3% (com picos geográficos, sempre temporários, na ordem dos dois dígitos). No estado a que chegámos, se o crescimento mundial conseguir um patamar dinâmico na ordem dos 1% até ao fim deste século já seria extraordinário.
Para alcançar tão ambiciosa meta —a alternativa a isto chama-se estagflação— teremos ainda que descobrir um caminho credível e exequível para as chamadas sociedades de transição. E temos que colaborar todos —à escala planetária—numa melhor repartição e uso dos recursos disponíveis, em vez de nos envolvermos numa guerra sem fim pelo último atum, pelo último barril de petróleo, pelo último ribeiro de água fresca, pela última nesga de ar puro. O desafio é ciclópico, mas é também uma gigantesca oportunidade para a imaginação e criatividade da raça humana.
Precisamos de nos preparar para uma verdadeira metamorfose cultural, deixando para trás as dicotomias felizes da ideologia moderna. Em 1983 lancei, com um grupo de artistas, entre os quais, pintores, arquitetos, músicos, encenadores e desenhadores moda, um grande evento cultural a que demos o título DEPOIS DO MODERNISMO. Foi há trinta anos, mas não andámos longe da realidade!
NOTAS
Experimentem escrever na janela dum buscador
(Google, DuckDuckGo, etc.) assaltos+bombas+gasolina. Numa pesquisa agora
mesmo feita no Google obtive 374 mil resultados! Esta é a dimensão mais evidente de uma realidade chamada Pico do Petróleo. Perguntem às cartomantes da economia o que é isto. Tenho a certeza que meterão os pés pelas mãos.
Sem petróleo, ou com este a preço de ouro, a civilização moderna
colapsa — pura e simplesmente! Acima dos 100 dólares o barril, durante 6
meses ou mais, a economia mundial entra em recessão. Acima dos 140
dólares —preço de ouro— a economia mundial colapsa, pura e simplesmente,
como ocorreu entre agosto e setembro de 2008. Reparem no gráfico do preço do Brent desde 2002.
Para os mais interessados neste tema vale mesmo a pena assistir em diferido ao seminário promovido em Estocolmo, em novembro de 2012, sobre os dados mais recentes relativos ao pico do petróleo e suas consequências no preço dos combustíveis, a par dos impactos inflacionistas no resto da economia, por efeito do chamado Energy Return On Energy Investment (EROEI).
Peak Oil Postponed? – Seminar at the think tank Global Challenge in Stockholm Sweden (7 nov 2012)
Professor Kjell Aleklett speaks of the Peak Oil phenomenon at a seminar arranged by think tank Global Challenge in Stockholm. Eva Alfredsson opens the "Peak Oil Postponed?" seminar.
Peak Oil Postponed? — Professor Charles A. S. Hall speaks of his concept "Energy Return on Investment" (EROI) at a seminar arranged by think tank Global Challenge in Stockholm.
Biophysical Economics - Professor Charles A.S. Hall
Discussion on Peak Oil with Professors Kjell Aleklett and Charles A. S. Hall moderated by Anders Wijkman.
ÚLTIMA HORA
China ultrapassa EUA e torna-se no maior importador de petróleo do mundo
Os EUA lideravam o “ranking” dos países importadores de petróleo desde 1970. Em Dezembro de 2012, as importações líquidas de crude caíram para os 5,98 milhões de barris por dia, igualando valores de 1992. No mesmo mês, as importações líquidas chinesas cresceram para os 6,12 milhões de barris por dia, segundo a alfândega do país — inJornal de Negócios, 04 março 2013; 14:47.
Esta notícia é importante.
Por um lado, porque as duas maiores economias do mundo só poderão sobreviver como tais se importarem mais de 12 milhões de barris de petróleo por dia (a produção mundial total de petróleo convencional não supera os 80 milhões bpd), e por outro, porque os dois maiores exportadores de crude do planeta, Arábia Saudita e Rússia, vendem pouco mais de 15 milhões bpd e tenderão a exportar menos a cada ano que passa...
Irão, Emiratos Árabes Unidos, Nigéria e Kuwait exportam, cada um, pouco mais de 2Mbpd, e cada um dos restantes exportadores tem menos de 2Mbpd para vender.
Segundo estatísticas da BP, em 2005 exportaram-se 47,9Mbpd, mas em 2010 este número tinha baixado para 43,8Mbpd.
A terceira guerra mundial vai, pois, ter a mesma espoleta das anteriores —o petróleo— a menos que os países da Lusofonia consigam propor e fazer vingar uma espécie de Novo Tratado de Tordesilhas sobre a repartição ponderada dos recursos vitais da atual civilização industrial e tecnológica, entre o Ocidente e o Oriente.
Vejam o meu mapa sobre este assunto (é essencial ir aos zooms....)
Os números que se seguem sobre as importações portuguesas de petróleo são meramente indicativos, pois a informação indígena a este respeito (como noutros temas cruciais) é tudo menos clara e fiável...
Grosso modo podemos dizer que não passamos sem importar à volta de 260 mil barris de petróleo por dia, ou seja, uns 95 milhões de barris/ano.
Aos preços de hoje isto significa que a nossa fatura petrolífera é de 8 mil milhões de euros/ano!
Uma metodologia para trabalharmos na transição da economia portuguesa para a era pós-industrial e pós-petrolífera seria começar por cortar as importações de petróleo em 2% ao ano (taxa de exaustão do crude disponível no planeta) de aqui em diante! Em 2013, menos 160 milhões de euros de importações, etc...
Com esta equação na cabeça é possível caminharmos solidariamente para uma sociedade de transição. Doutra forma será o caos político permanente e um desastre económico e social com data marcada :(
MAIS DADOS PARA PENSAR, E SOBRETUDO AGIR!
A subida do preço do petróleo desde 1998 (ver este gráfico interativo) para cá implicou a maior transferência de sempre de riqueza da Europa para os países produtores de petróleo (António Costa e Silva/Partex).
Assim sendo, perante a recessão imparável, se há setor obrigado a fazer uma travagem às quatros rodas, é o dos transportes, começando desde logo pelo transporte aéreo, seguido pelo rodoviário.
A União Europeia é hoje o segundo maior consumidor e o segundo maior importador de petróleo do planeta. No entanto, o consumo e as importações têm vindo a decair desde 2008. Pelo contrário, os países exportadores têm vindo a consumir mais e portanto a exportar menos. Se querem perceber a principal casa da recessão europeia e americana, aqui vai: menos consumo de energia oriunda do petróleo!
Veja-se (neste gráfico) o que vai acontecer em breve ao transporte aéreo, e porque ninguém quis comprar a TAP :(
Repare-se ainda (nesta listagem) como o consumo de petróleo perdeu elasticidade e a sua mais equilibrada distribuição regional prejudicou claramente os consumos de crude nos EUA e ainda mais na União Europeia...