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sexta-feira, dezembro 12, 2014

TAP sem dinheiro para salários

O grande estouro da TAP aproxima-se

TAP encerra rotas e vende aviões enquanto ministra das finanças pede socorro em Bruxelas

 

No BES demitiu-se o contabilista, e depois foi o que se viu. Na TAP demitiu-se há dias o diretor financeiro. Que virá a seguir a mais esta vítima do BES e do Bloco Central da Corrupção (+PCP)?

Enquanto as agências de comunicação encharcaram a imprensa e as televisões com a imagem de uma TAP apetitosa com pretendentes a salivarem do céu como verdadeiros príncipes encantados, a verdade é que a companhia viu secar as suas fontes de financiamento depois de a Troika ter terminado o financiamento disfarçado da Parpública e a torneira do BES fechar subitamente!

O modelo da TAP, cujo negócio principal está centrado na Europa não pode competir com as Low Cost (LC) sem uma profunda reestruturação que passa por concorrer efetivamente no segmento LC, pela alienação dos negócios fora do core business, e por uma racionalização drástica da empresa que implicará inevitavelmente uma diminuição do número de trabalhadores.

Não tendo sido reestruturada quando aqui nos fartámos de aconselhar, o negócio da TAP foi sendo literalmente comido pelas LC — primeiro em Faro, depois no Porto e Funchal, e finalmente em Lisboa e Ponta Delgada.

Em breve as LC usarão os Açores para se lançarem nos voos intercontinentais para várias cidades americanas: Lisboa — Ponta Delgada — Newark — Boston — Toronto — Miami — Los Angeles, etc., acabando com a sustentabilidade da SATA, que passará então a dedicar-se sobretudo aos voos inter-ilhas.

Empresas como a Alitália, Sabena e Swissair colapsaram de um dia para outro depois de arrastarem as pernas pelas secretarias do poder. Será que os sindicatos que decretaram a próxima greve da TAP saberão disto? Acreditarão que desta vez será diferente? Que mais uma vez serão socorridos pelos contribuintes depenados? Não repararam ainda que o país está mesmo falido?

Costa diz que é “extremamente perigoso” privatizar a TAP

Porquê? Explode? Não, implode!
António Costa, em vez de andar a dizer que quer um consenso pós-eleitoral, ao mesmo tempo que diz ter outra solução para a TAP, etc., porque não propõe desde já a sua solução para impedir a queda da TAP no buraco negro para que caminha? Ainda não ocorreu à sua cavidade craneana que a TAP em 2015 poderá já não existir?

Post scriptum 1

As companhias de bandeira de todo o mundo deixaram praticamente de voar para Portugal, por não poderem competir com as LC e porque Portugal deixou de ser um destino particularmente interessante para as companhias tradicionais, abraços com a dimuição imparável das suas margens de lucro. Este dado, como refere Hugo Zsolt* de Sousa num oportuno comentário a este post, coloca à TAP especiais responsabilidades. Sem uma companhia de bandeira a diáspora portuguesa (sobretudo nas Américas e em África) ficaria sem garantias de ligações aéreas ao país. Daí a cavilha da privatização a 60%, que poderá depois chegar aos 90%, na condição de a nova companhia privada ter que obrigatoriamente servir a diáspora portuguesa sempre que outras companhias não derem resposta à procura portuguesa, brasileira e africana lusófona.

TAP. Bruxelas diz que injetar dinheiros públicos em companhias aéreas é "questão delicada"

Comissária europeia responsável pela Concorrência diz que, em geral, existem "algumas possibilidades" para recapitalização de companhias aéreas, "dependendo das condições de mercado". Mas que este tipo de decisão sobre ajudas públicas é sempre delicado.

[...]

No passado mês de novembro, aquando da aprovação do relançamento do processo de privatização da TAP, Maria Luís Albuquerque afirmou, invocando as regras europeias, que o Estado não pode colocar capital na TAP e que, por isso, ou é privatizada ou "está condenada a desaparecer".

Expresso. | 13:35 Quinta feira, 11 de dezembro de 2014

TAP vende quatro aviões para preparar a privatização


A TAP está a negociar a venda e aluguer (sale and leaseback) de quatro aviões A340 e a renegociar com a banca contratos financiamento, procurando garantir uma almofada que permita "alguma tranquilidade na tesouraria", evitando a situação que em 2012 obrigou a empresa a recorrer a um empréstimo de 100 milhões de euros junto da Parpública.

"Agora estamos fazendo preventivamente [a renegociação dos contratos] com algumas hipóteses para termos algum tranquilidade de tesouraria", afirmou ontem Fernando Pinto, num encontro com jornalistas.

Económico, 10 dez 2014


António Costa. "É extremamente perigoso" privatizar a TAP


À saída da sua primeira audiência oficial com o primeiro-ministro, o secretário-geral do PS falou sobre a greve de pessoal da TAP e sublinhou que "há alternativas" à privatização da transportadora aérea nacional.

Expresso. Cristina Figueiredo | 17:25 Quinta feira, 11 de dezembro de 2014

Madeira critica TAP por suspender rota Funchal/Londres

A ligação entre Funchal e Londres será "suspensa temporariamente devido à fraca procura".

A secretária do Turismo e Transportes da Madeira criticou hoje a decisão da TAP de suspender a ligação direta entre a região e Londres, declarando não ver motivos para esta medida.

DN, 10 nov 2014

Post scriptum 2

Ler o resto deste oportuno comentário de Hugo Zsolt de Sousa a este post  (embora discorde do seu raciocínio estratégico):

“Não estivesse o país completamente absorvido nos casos judiciais actuais e a questão da TAP seria muito mais discutida de tão grave que é. O que está a acontecer começa a ser muito preocupante e o silêncio impera.  Parece que ninguém fala do facto que das empresas de bandeira que há, quase nenhuma viaja para o Porto (nem Air France, nem KLM, nem Alitalia só para falar de algumas).  Relativamente a Lisboa, voam quase todas, mas reduziram frequências.  A Alitalia nem vem. A Air France tem 4 voos no inverno, a KLM apenas 2 pasme-se.  Das grandes empresas mundiais só temos a Emirates.  Devemos ter das poucas capitais Europeias sem um voo para Atlanta.  Aliás, das empresas Norte Americanas, só mesmo a United continua a operar durante o inverno de Lisboa para NYC e nem tem um voo diário.  A Delta prefere operar rotas para Malaga ao invés de operar para Lisboa.  A importância da TAP é assim enorme. É à TAP que se deve o acesso ao nosso mercado e ao nosso país.”

*— Hugo Zsolt de Sousa é licenciado em Economia pela Universidade de Southampton, Reino Unido e com pós-graduação em economia Europeia no Colégio da Europa em Bruges, Bélgica. Trabalhou na Associação Notre Europe em Paris com Jacques Delors, ex-Presidente da Comissão Europeia e com Pascal Lamy, ex-Comissário Europeu para o Comércio. Foi conselheiro do ex-Primeiro Ministro Dinamarquês Poul Nyrup Rasmussen e é actualmente Director Residente na Mauritânia do Instituto Nacional Democrata para os Assuntos Internacionais.

Discordo da posição do Hugo Zsolt de Sousa basicamente por defender a empresa de bandeira a todo o custo, permitindo que a TAP continue a acumular alegremente um passivo insustentável.

Já não há estado para alimentar tantos erros e corrupção.

A Parpública deixou, graças à Troika, de poder fazer o financiamento escondido e ruinoso das empresas que a nomenclatura que conduziu o país à pré-bancarrota geriu sempre com os pés (e ‘bypasses’ para os seus bolsos fundos...). O BES, que era o banco oficial e o banco sombra da TAP, colapsou e está sentado no banco dos réus. Talvez a CE possa ‘in extremis’ dar uma ajuda pontual para evitar o colapso iminente da TAP — a qual, avisa a nova comissária europeia, não poderá ser repetida. Mas se assim for, a CE imporá condições drásticas. Reestruturar a TAP no prazo máximo de 3 meses será o mínimo, exigindo obviamente menos pessoal, redefinição estratégica e focalização da empresa no seu core business, e ainda um plano de viabilidade financeira fora do perímetro orçamental do estado.

Mas também pode acontecer à TAP o que aconteceu à Sabena, à Swissair ou à Alitalia...

Post anterior sobre a TAP

Atualização: 12 dez 2014, 11:02 WET

quarta-feira, dezembro 12, 2012

TAPIANCA

Em 2050 é bem possível que se justifique o NAL de Alcochete — ou talvez não :(

Slots, ouviram? Slots!

“O maior interesse da Delta, segundo Willie Walsh, o patrão da International Airlines Group, está nas lucrativas “slots” detidas pela Virgin no aeroporto de Heathrow” — in Delta compra 49% da Virgin Atlantic — Negócios online, 11 dez 2012

É isto mesmo que o Efromovich quer da TAP, SLOTS !!!

Slot é um corredor de tempo que serve para um avião aterrar e descolar de um aeroporto. Nas horas de ponta, princípios das manhãs, nomeadamente, estes corredores temporais (slots), sobretudo nos principais aeroportos do mundo, valem milhões, por vezes milhares de milhões de euros!

Ora bem, oferecer os tais slots da TAP em aeroportos europeus estratégicos ao senhor Efromovich, em troca dos prejuízos da TAP, deveria ter, pelo menos, uma consequência: a responsabilização do gaúcho Pinto pela desastrosa falência da TAP, e a responsabilização do governo de José Sócrates, por ter assobiado para o ar enquanto a TAP se desfazia em dívidas. É preciso julgar este regime e os devoristas que o levaram sucessivamente à bancarrota.

Brazilian Efromovich Seeks Polish Passport to Buy Portugal’s TAP
Bloomberg, nov 15, 2012

“Efromovich, who holds Brazilian and Colombian citizenship, said Synergy would make a final offer through its Luxembourg-based Synergy Europa unit. The company could also partner with European investors, including Portuguese airline Euro Atlantic Airways, in its attempt to make a purchase, he said.”

A Synergy, como refere a Bloomberg noutro artigo sobre a alienação da TAP, é a primeira empresa de uma antiga colónia a comprar uma companhia aérea de bandeira da antiga potência colonial. Tal como alertámos neste blogue, o endividamento, a incapacidade de perceber o fenómeno Low Cost, e as perdas contínuas e prolongadas nas áreas de manutenção aeronáutica e de handling, conduziram a TAP a um buraco do qual só poderia sair de duas maneiras: entregando-se por um euro nas mãos de outra companhia que pudesse aproveitar os ativos da companhia, ou fechar as portas, como um dia fizeram a Sabena, ou a Swissair, reabrindo sob outra marca, reestruturada e com novos donos e nova administração. Quando considerei esta última hipótese, nas atuais circunstâncias de bancarrota do país, com as principais empresas e bancos do país nas lonas, e o governo completamente agarrado ao FMI e ao BCE, estava, de facto, a delirar, e confundi um desejo com a realidade.

Mas não é só a TAP que está numa situação aflitiva. A Iberia, ou mesmo a British Airways, entretanto mal fundidas no chamado IAG, andam numa roda vida para ver se conseguem salvar o coiro. A grave crise financeira em curso, as recessões que se sucedem em cadeia sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, a perspetiva de alterações profundas na redistribuição da riqueza mundial, e em geral, a incapacidade de responder à procura agregada da economia mundial sem uma redução da procura, do consumo e dos salários, auguram mudanças drásticas no negócio aeronáutico. Em suma, as Low Cost vieram para ficar, não só no segmento de exploração conhecido por médio curso (por exemplo, os voos no espaço europeu), mas também nas viagens intercontinentais. O nervosismo crescente no setor, e os processos de fusões e alianças diversas em curso, têm sobretudo que ver com esta mudança inevitável e rápida de paradigma.

Tal como o Brasil, o Grupo Synergy (que curiosamente se encontra na Net "temporariamente fora do ar"!) está em plena fase de expansão, apesar do abrandamento e das reestruturações e consolidações em curso nos  Estados Unidos e na Europa. Logo, uma vez ocupada a posição dominante em toda a América do Sul que já ocupa, precisa agora de slots na Europa, para criar uma ponte com aquele que continua a ser o continente mais rico e atraente do planeta: a velha Europa. Quem lhe poderá dar esses preciosos slots? A TAP, pois claro.

E o Hub da Portela, também!

Significa isto que os irmãos Efromovich vão esvaziar o hub da Portela? Só se fossem estúpidos. Porquê? Porque não há provavelmente outro aeroporto em toda a Europa, seguramente em nenhuma das suas capitais, que possa preencher a função de placa giratória da Portela, complementada pelo aeroporto Sá Carneiro. Não se deslocalizam 74 voos semanais provenientes do Brasil e de África, para Londres, Paris, Frankfurt, etc., pois o que não existe nos aeroportos dessas capitais são, precisamente, slots disponíveis. E no caso do hub da TAP estão em causa milhares de slots, mais precisamente, se não me engano, e ao longo de um ano, 6.656 slots.

No entanto, há um problema: os aviões da TAP que circulam entre o hub português (Portela e Sá Carneiro) e as cidades europeias, para andarem com uma ocupação média rondando os 80%, não podem contar apenas com os passageiros da América do Sul e da África. O chamado load factor sustentável do hub da TAP pressupõe também os passageiros europeus! Ora aqui é que a porca torce o rabo, na medida em que os clientes europeus têm ofertas muito mais baratas e cada vez mais abundantes por parte das companhias Low Cost: easyjet, Ryanair, Germanwings... etc.

A menos que German Efromovich esteja já a pensar em incluir a Euro Atlantic Airways no negócio, transfigurando-a numa Low Cost, não vejo como poderá vencer um dos obstáculos que a TAP, precisamente, não conseguiu vencer nos últimos anos. A empresa de charters madeirense, onde pontifica o Grupo Pestana (muito próximo, dizem-me, do "socialista" Almeida Santos, e portanto de António Costa e dos interesses de Stanley Ho...), veria assim a frota aumentada com aeronaves e tripulações da TAP. Sempre seria melhor solução do que esmagar os salários dos pilotos, assistentes de bordo e pessoal de manutenção aeronáutica. Ou será que vão ser esmagados na mesma?

TAP Intercontinental e TAP Europa, ou simplesmente Tapianca?

A entrega da TAP é um dado adquirido. Basta meditar no silêncio dos pilotos... Mas as cenas dos próximos capítulos prometem!


ÚLTIMA HORA 

Suspendam a privatização da TAP!

Neste blogue sempre se defendeu que a privatização da TAP só deveria ocorrer depois da sua reestruturação e segmentação do grupo, de um spin-off, como se diz em linguagem de gestão anglo-americana.

Ora bem, não foi nada disto que aconteceu! Deixou-se a situação apodrecer a tal ponto que o resultado foi termos um concurso internacional para a privatização da TAP com um só candidato.

Esta simples ocorrência deveria ter determinado a suspensão do concurso e seu adiamento para melhor oportunidade, como ocorreu, por exemplo, com a privatização dos CTT.

No entanto, parece cada vez mais que a parelha Ricardina do BES manda neste governo sem qualquer freio— e que, portanto, a oferta sem condições credíveis da TAP ao galáctico Efromovich é uma imposição silenciosa do BES, que, por sua vez, está envolvido na encomenda de 12 aviões Airbus A350-900, motivo pelo qual teme ver-se envolvido num inquérito internacional sobre tão extraordinária encomenda! A TAP já era uma empresa tecnicamente falida quando esta aventureira compra teve lugar...

Na realidade, esta aquisição idiota, assim como o boicote sistemático à nova ligação ferroviária em bitola europeia Lisboa-Madrid/resto da Espanha/resto da Europa, fazem parte dum mesmo plano, onde confluem interesses corruptos dos piratas que dominam o PSD, o CDS-PP e o PS: a construção do mega aeromoscas de Alcochete e as mega operações imobiliárias que o Bloco Central da Corrupção, em associação clandestina com o BES e com Stanley Ho (António Costa incluído) planearam há anos para a Alta de Lisboa (incluindo terrenos da Portela) e para a zona de Rio Frio, Alcochete e Canha.

Esta corja de devoristas não olha a meios. São uma máfia, mas que podemos e devemos travar, expor, acusar, julgar, condenar e prender!


As explicações do governo em resposta às revelações do Público, entretanto exploradas pelo PS, não convencem, talvez por terem origem em dois moços de recados do BES: Relvas e Coelho.

Na realidade, a privatização da TAP poderia aguardar melhor oportunidade e um concurso internacional mais transparente. A proposta de Efromovich não abate um cêntimo na dívida do Estado, antes pelo contrário: poderá representar um desembolso escondido de mais de 600 milhões de euros (provenientes, sabe-se lá, de algum programa do QREN criminosamente abandonado...) Transparente e imaculada é tudo o que a presente privatização não é!


Basta ler esta parte da terceira revisão do Programa de Ajustamento conduzido pela Troika para se perceber que os objetivos das privatizações serão atingidos, independentemente de a TAP ser ou não dada ao senhor Efromovich.


The government is pursuing its privatisation programme. With EUR 3.3 billion of proceeds resulting from the sale of its stakes in the energy company (EDP) and the energy network company (REN), the target of EUR 5 billion through the end of the Programme is likely to be exceeded. The sale of the small remaining stakes in GALP and REN has been delayed until market conditions have improved. The privatisation agenda for 2012 includes the national air carrier (TAP), the airport operator Aeroportos de Portugal (ANA), the cargo handling subsidiary of the railway company (CP Carga), the postal service Correios de Portugal (CTT), as well as the insurance arm of Caixa Geral de Depositos (Caixa Seguros). A strategy for the government's financial holding company (Parpública) will be prepared for the next review, given that its financial position is increasingly affected by the privatisation process as the revenues are mainly flowing to the government for debt amortisation.


— in The Economic Adjustment Programme for Portugal
Third Review - Winter 2011/2012
European Commission | Directorate-General for Economic and Financial Affairs



A malta da TAP que se prepare!
Pilotos da Iberia aceitam cortar o salário em mais de metade para salvar a companhia

Os pilotos da Iberia aceitaram cortar o seu salário em 51%, com vista a salvar a companhia aérea espanhola.

O advogado do Sindicato Espanhol de Pilotos de Linhas Aéreas, Sepla, Ignacio Gordillo, avançou que os trabalhadores da Iberia estão dispostos a cortar a sua remuneração em 51%, para “salvar a companhia”, noticiou o “Cinco Dias”. JdN, 17 dez 2012.

BES comandou privatização da TAP até agora...

O António Maria escreveu sobre isto em outubro um post que leva o título BESTAP, onde se anteviu a captura da TAP por uma rede de interesses pouco menos do que mafiosa, com destaque para a manipulação de todo o processo por parte dos banksters do BES, nomeadamente através de um testa de ferro (Efromovich) e de uns motoristas de serviço (Relvas e Coelhos).
Gabinetes de José Dirceu promoveram a entrada de Efromovich na TAP
Público 16 dez 2012.

As movimentações para Efromovich comprar a TAP arrancaram no final do Verão de 2011. Na primeira quinzena de Novembro de 2011.

Contactado pelo PÚBLICO para comentar o papel que desempenhou na promoção da candidatura de Efromovich à compra da TAP, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva começou por fazer uma confusão o que o levou a declinar pronunciar-se por não conhecer Abramovich [o bilionário russo dono do clube inglês Chelsea]. Mas, depois dos necessários esclarecimentos, acabou por confirmar que veio a Lisboa, mas “só fui recebido pelo dr. Ricardo Salgado, presidente do BES”.

Em declarações ao PÚBLICO o jornalista referiu que Relvas possui, no Brasil, “uma rede de amigos” e observou que existe, hoje, “grande articulação entre as autoridades colombianas [a Avianca tem sede em Bogotá] e o governo português.”

Efromovich quer a empresa de manutenção sediada no Brasil fora da Tapianca.

Segundo o Expresso, a antiga empresa de manutenção aeronáutica (e em breve espacial, presumo...) VEM, comprada pela TAP e integrada na TAP Maintenance/Engineering vai ser parqueada na Synergy Brasil. Ou seja, a TAP Maintenance&Engineering do Brasil ficará fora da Tapianca e irá diretamente para os bolsos da Avianca via Synergy Brasil. Assim, um dia que o governo de Lisboa resolva exercer o direito de opção para readquirir o cangalho de uma futura TAP incontidamente falida, encontrará uma empresa virtual: sem aviões, sem slots, sem central de reservas e sem uma das maiores oficinas de manutenção aeronáutica do mundo, a ex-VEM, comprada à Varig, cujo controverso processo de falência ainda corre nos tribunais brasileiros. Nunca ninguém inquiriu a origem e meandros dos prejuízos permanentes da TAP Maintenance&Engineering do Brasil. Porquê? Pelas criaturas sábias que escolheram há dias para vigiar esta mais do que duvidosa privatização, temo bem que nunca cheguemos a saber coisa alguma.

IAG (British Airways-Iberia), sob o impacto das Low Cost, começa a desfazer o hub de Madrid.

Um desfecho previsto e que será inexoravelmente replicado no mini-hub da TAPIANCA em Lisboa-Porto. As rotas intercontinentais e europeias da futura TAPIANCA que não deem lucro serão reestruturadas. Os slots então libertos, no mini-hub da Portela-Sá Carneiro, irão para as Low Cost easyJet, Ryanair e sobretudo Germanwings (a menos que a TAPIANCA crie uma companhia Low Cost, por exemplo, com base na Euro Atlantic Airways), e os slots dos aeroportos europeus de destino das rotas a eliminar, os slots da ex-TAP, irão para as ligações intercontinentais da AVIANCA.

Uma vez que o governo vai ter que pagar umas tantas dívidas da TAP (o famoso aumento de capital, via Parpública, antes da privatização!) com verbas de proveniência porventura escandalosa..., talvez fosse prudente reservar uma participação do estado português,  de 1 a 2%, na futura Synergy Europa.

Iberia deja de volar a Atenas, El Cairo, Estambul, Santo Domingo y La Habana

TAPIANCA: jogo de Poker continua e nervosismo aumenta.

Efromovich quer a TAP de borla. Quer dizer, em troca de uma parte dos prejuízos (parte deles continuará a sobrar para o contribuinte!), para depois esvaziar a companhia de conteúdo estratégico: transferência da central de reserva e dos slots para o Grupo Synergy, via Synergy Europa, novos aviões A350-900 (já encomendados), downsizing do hub da TAP na Portela-Sá Carneiro, esvaziando-o de todas as rotas que não resistirem ao ataque das Low Cost. Aliás as Low Cost prestarão um oportuno serviço a Efromovich ao empurrar as rotas não rentáveis para o colo da Avianca. Em suma, é bem possível que a TAPIANCA (nome imaginário da nova companhia) venha a criar uma companhia Low Cost com base na Euro Atlantic Airways da família Pestana e companhia, para onde irão os aviões mais velhos da TAP e respetivas tripulações, que serão colocadas entre a alternativa do despedimento e um novo emprego na futura TAPIANCA LOW (há uma nova designação para as Low Cost no Brasil: VOOS QUENTES!) Mas terá a TAP alternativas, depois de os piratas locais terem premeditadamente conduzido a empresa à insolvência e à falência? Perguntem ao gaúcho Fernando Pinto!

Governo pede esclarecimentos a Efromovich sobre a TAP—Público.
Artigos de Raquel Almeida Correia sobre a venda integral da TAP e a concessão da ANA—Público.




quarta-feira, setembro 14, 2011

Portugal dos Pequenitos - 3

Demitam os CA das empresas publicas, quanto antes!

Se este governo nao quiser deixar-se comer vivo pela corja instalada, e que nao desgruda, o melhor mesmo sera agir quanto antes, de forma certeira, sem rodeios, e em profundidade, demitindo de uma assentada os conselhos de administracao socratinos que continuam de pe e andaram estes ultimos meses e semanas a mentir descaradamente ao governo.

Especifico: o governo deveria demitir imediatamente, por falta obvia de lealdade institucinal e ma gestao, os conselhos directivos da ANA, TAP, CP, Refer, Metro de Lisboa e Carris. E acabar, pois claro, com a Parpublica!

Depois de despedidos com justa causa os inuteis que levaram estas empresas ao colapso, sem por isso deixarem de ganhar e dar a ganhar lautos vencimentos aos familiares de familia e partido, estas empresas, ja com nova gestao provisoria, deveriam fazer o spin off  e preparar-se efectivamente para uma privatizacao com pes e miolos, es decir, com racionalidade economica e indiscutivel responsabilidade social.

A canalha que ainda esta onde ja nao devia estar, apenas pode prejudicar ainda mais este pobre pais e entalar desnecessariamete o governo.

Va la Pedrocas, acorda! Nao tens muito tempo. A bancarrota de Portugal esta ao virar da esquina!!

Pergunto a este proposito ao ministro Alvaro Santos Pereira o seguinte: sabia que a estacao de Metro do Aeroporto da Portela devia ter inaugurado em 2010? Porque nao inaugurou ainda, depois de a data da inauguracao ter sido sucessivamente adiada para o fim do primeiro, e depois para o fim do segundo semestre de 2011? Algum problema tecnico ou financeiro irresoluvel? Eu tenho uma explicacao obvia: o lobi do embuste da Ota em Alcochete, onde vegetam piratas do PS, do PSD e do CDS (e ate do PCP, claro), encaram, e bem, esta inauguracao como mais uma demonstracao clara de que o seu intuito de enterrar o pais em Alcochete, como Atenas enterrou a Grecia com aventuras de corrupao e ganancia semelhantes, nao passa duma quimera assente numa mentira, e, afinal de contas, num crime publico!

Michael O Leary, CEO da Ryanair, pergunta: a ANA não nos autoriza voar em Lisboa. Porquê?
O CEO da empresa (...) em conferência de imprensa informou sobre os planos da companhia para o mercado português (Faro e Porto) e, sobretudo, interrogou a gestão do aeroporto de Lisboa (ANA) sobre o porquê de o Terminal 2 não estar a ser utilizado por low costs… como a Ryanair.Ryanair, Michael O’Leary, marcou presença pela primeira vez em Lisboa.
Alguns factos que transpareceram na comunicação:
  • “A Ryanair foi responsável por 80% do crescimento de tráfego da ANA no Porto e Faro, fornecendo mais de 590.000 passageiros do total de 740.000 do crescimento de tráfego destes aeroportos no primeiro trimestre semestre de 2011;
  • Focou o facto do memorandum de entendimento com a Troika pedir o investimento em companhias low cost e do Turismo de Lisboa exigir mais aviação low cost;
  • Michael O’Leary considera que o Terminal 2 é perfeito para ser utilizado pela Ryanair. “Por alguma razão disseram-nos que não na última reunião que tivemos com a ANA”;
  • O aeroporto de Lisboa está limitado a 14 milhões de passageiros anuais quando devia conseguir 20 milhões. Não atinge o valor por “não ter companhias low cost”;
  • Com uma base em Lisboa, a Ryanair promete o transporte de 3 milhões de passageiros anuais no terceiro ano de operações no Terminal 2;
  • Acusou a ANA de bloquear a entrada da Ryanair em Lisboa e de não promover a concorrência. Indirectamente, “supôs” que se esteja a proteger a TAP;
  • “A ANA e o turismo português serão beneficiários de uma base Ryanair na capital”. Seriam criados 2.000 postos de trabalho indirectos e 1.000 directos;
  • “Quando anunciamos uma base, cumprimos. Não é o caso da easyJet que fez um anúncio há 12 meses e ainda não iniciou operações”;
  • “Porto e Faro são a resposta de que podemos crescer um destino. Podemos fazê-lo em Lisboa. Precisamos do apoio do governo para que isso aconteça”;
  • “ANA não quer que a Ryanair baseie aviões em Lisboa. As últimas negociações decorreram há 12 meses”;
  • “Estamos a perder dinheiro nas bases Porto e Faro. Dentro de 12 a 18 meses iremos obter lucro”;
  • “Voar para Beja? Não… porquê se há em excelentes condições em Lisboa?”
-- in Low Cost Portugal