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quarta-feira, julho 18, 2012

Metro Aeroporto

Dia 1 do Metro do Aeroporto, junho 17, Lisboa, 2012 ©Foto OAM

Até que enfim!

Fui visitar a recém inaugurada estação de metro no aeroporto, que é, para todos os efeitos, uma pequena vitória da Blogosfera, que tanto se bateu pela sua conclusão e abertura rápidas.

O atraso de seis meses verificado é escandaloso, para não dizer criminoso e a merecer investigação do governo, do parlamento, e do tribunal de contas, pois houve certamente um enorme prejuízo de exploração não realizada neste mais de meio ano de obra parada à espera dos braços de ferro no interior do magma de interesses em movimento nesta desfalcada era pós-socratina.

Da visita, três notas de reportagem:
  1. a adopção instantânea do novo modo de acesso ao aeroporto de Lisboa e ao centro da cidade pelos viajantes que chegam e partem da Portela, mas também pelas muitas pessoas que ali trabalham, faz prever que mais de quatro milhões de passageiros possam demandar anualmente a Linha Vermelha exclusivamente por causa da nova estação no aeroporto;
  2. a falta de sinalização adequada é deplorável, sendo inaceitável a desculpa esfarrapada dada pelo gerente desta empresa pública sobre endividada, pois, como é sabido, a sinalética do Metro é da competência de uma empresa americana, que deveria saber há muito das novas estações (ou já não é?!); 
  3. a persistência daquela que é certamente a pior bilhética do planeta —uns cartões verdes que custam 50 cêntimos (mais o preço das viagens) e que ninguém sabe manobrar em tempo útil, em máquinas que comem notas e só as devolvem ao fim de seis meses, e que induzem sistemáticas aglomerações de utentes atónitos, confusos, irritados, e por fim desesperados ou furiosos, junto às entradas do Metro e da CP— é inaceitável. Talvez se obrigarem o tal Francisco Cardoso dos Reis a andar de transporte público durante uns dias, ele perceba a monstruosidade da bilhética que encomendou sabe-se lá como, porquê, e a quem.


Dia 1 do Metro do Aeroporto, Lisboa, junho 17, 2012 ©Foto OAM

Lisboa deveria ter uma bilhética integrada, simples, racional e amigável. Se não sabem como se faz, vão a Tóquio, e aprendam! Ou então sigam esta minha sugestão gratuita:

  1. criem bilhetes simples de usar e deitar fora —em recipientes de reciclagem, claro;
  2. criem um passe mensal social único para todos os transportes públicos coletivos da cidade-região de Lisboa, i.e. para os seus dezanove conselhos, facultando o seu acesso apenas a pessoas com rendimentos familiares per capita até 700 euros;
  3. criem bilhetes turísticos de um dia, de uma semana, para uma quinzena e para um mês, com um custo ponderado ligeiramente superior ao dos passes sociais (ex: +20%);
  4. disponibilizem todos estes títulos nas estações de comboios, de metro e autocarro, e ainda nos aeroportos, quiosques, estações de correio, agências de viagens e em formato digital online;
  5. por fim, retirem as estúpidas barreiras físicas criadas contras as pessoas, e que mais parecem destinadas a gado bovino, empregando de novo revisores simpáticos, treinados, que falem com propriedade os idiomas português e inglês, e prestem atenção aos passageiros —uma solução bem mais produtiva e humana e que atenuará as causas que conduziram e conduzem ao rendimento mínimo garantido, ao banco alimentar, ao buraco orçamental da segurança social e aos custos judiciais da criminalidade induzida pelo desemprego.

Uma vez mais, se não sabem como é, façam uma viagem ao Japão. Perceberão então, ainda em Portugal, que a agência de viagens proporá a aquisição, com o bilhete de avião e reservas de hotéis, um passe para uso sem limites de viagens (salvo no Bullet Train/Shinkansen, onde se paga uma sobretaxa de velocidade) do eficiente e pontualíssimo sistema de transportes japonês, válido para todo o país!


Entretanto, o governo continua perdido ou manipulado no tema da Alta Velocidade

Ao que parece, o lóbi da Ota em Alcochete, que inclui o PS através de um obscuro fundo de investimento imobiliário holandês com terrenos já adquiridos na zona de Rio Frio (corrijam-me se estou equivocado!); o PSD via ex-BPN e SLN, com terrenos adquiridos em Canha nas vésperas de Sócrates ter abandonado a Ota; e interesses bancários, nomeadamente do BES, ataram mais um governo a decisões surrealistas sobre a linha de bitola europeia e alta velocidade entre Lisboa e Madrid.

O objetivo deste bloco central que sobrevive e persiste na asneira e na vigarice é sabotar por todos os meios uma ligação ferroviária que permita bater a atual ponte aérea entre as duas capitais ibéricas. Nem o bispo D. Januário é tão tolo como parece quando denuncia a corrupção infiltrada no governo de Passos de Coelho, nem a resposta do Dr. Aguiar em Branco pareceu convincente, mais ecoando a voz dum advogado com interesses na praça, do que a de um verdadeiro ministro da defesa, que aliás, obviamente, tem demonstrado não ser.

As ligações ferroviárias de alta velocidade entre Madrid e Barcelona, Madrid e Sevilha, e mais recentemente, entre Sevilha e Barcelona, retiraram literalmente milhares de voos dos céus espanhóis, oferendo maior versatilidade e comodidade à mobilidade profissional e turística em Espanha, e ganhando ainda anualmente centenas de milhões de euros em créditos de carbono equivalente!

A abertura do Metro do Aeroporto, que esteve misteriosamente bloqueada durante os últimos seis meses (quantos milhões se perderam?), a par da requalificação e adaptação do aeródromo militar do Montijo, que em breve deveria juntar-se à Portela, e ainda a ligação ferroviária de Alta Velocidade entre Pinhal Novo e Badajoz, ou seja, entre Lisboa, Madrid e o resto daquela que é a segunda maior rede de alta velocidade do mundo (logo depois da China), faria cair num ápice o último elefante branco do Bloco Central do Betão e da Corrupção: o NAL da Ota em Alcochete. Ganhariam todos, menos aqueles que conscientemente viram o país caminhar para o precipício da dívida e nada fizeram para o impedir, ou pior ainda, aproveitaram ao máximo as vantagens imediatas de tal descalabro anunciado. A festa começou com o célebre discurso sobre a "obsessão do défice" e acabou na celebração de dezenas de PPPs ruinosas para o Estado.

É só isto que está em causa! E Álvaro Santos Pereira faria bem melhor demitir-se e denunciar este caso, do que ceder e conciliar o inconciliável, tentando apresentar-nos uma não-solução embrulhada em retórica surrealista.

Em toda a parte do mundo ALTA VELOCIDADE é ALTA VELOCIDADE, não é VELOCIDADE ALTA, nem VELOCIDADE ELEVADA, nem ALTAS PRESTAÇÕES, Decida-se, homem !!!


ÚLTIMA HORA

Alta de Lisboa cai para permitir privatização da ANA

Governo paga 286 milhões de euros a António Costa por terrenos do aeroporto

Reconhecendo a propriedade do Estado sobre a totalidade dos terrenos do perímetro aeroportuário, a Câmara de Lisboa autoriza a transferência dos seus registos a favor da administração central. Em contrapartida, o Governo assume 277 milhões de euros do pagamento da dívida de médio e longo prazo do município, acrescidos do pagamento de mais uma parcela de nove milhões - valores resultantes da avaliação dos terrenos, feita, segundo a autarquia, por uma entidade externa aceite por ambas as partes. Público, 20.07.2012 - 22:36. Por Ana Henriques.

Olhando para os preços do imobiliário (em baixo), vemos que o valor por que António Costa vendeu, e por que Álvaro Santos Pereira comprou os terrenos do aeroporto da Portela é 4x inferior ao preço de especulação imobiliária encontrado ca. 2000, mas quase 9x superior ao que a SLN, através de Fernando Fantasia, pagou pela herdade próxima do desejado só por alguns NAL da Ota em Alcochete.
  • Terrenos  comprados pela SLN — área: 40.000.000 mq ; preço: 250.000.000€ ; 6,25€/mq
  • Terrenos da Portela vendidos pela CML — área: 5.100.000 mq ; preço em 2012: 286.000.000€ ; 56 €/mq 
  • Terrenos da Portela, avaliação ca. 2000 — 1.200.000.000€ ; 235€/mq
Esta simples comparação parece indiciar que António Costa se convenceu finalmente de que a transformação do planalto da Portela numa urbanização ventosa de luxo ficou adiada para as calendas gregas, ao mesmo tempo que consegue apresentar aos seus eleitores uma pequena vitória na redução da descomunal dívida do município que dirige. O governo, por sua vez, desimpediu um primeiro escolho à privatização da ANA (a definição clara do senhorio dos terrenos é fundamental para atrair qualquer eventual interessado na exploração do aeroporto), ao mesmo tempo que alivia o peso do serviço da dívida da capital. Estamos, ao que parece, numa típica situação win-win. Alcochete fica, assim, cada vez mais longe. Ainda bem para todos. Agora só falta montar a bitola europeia entre o Pinhal Novo e o Caia, sem mais malabarismos terminológicos, confusões técnicas e hesitações estratégicas.

Guilhermino Rodrigues, de saída da ANA, disparata!

Presidente da ANA diz que Portela está a recusar voos

O aeroporto da Portela está a rejeitar novos voos por falta de espaço, revelou ao "Sol" o presidente cessante da ANA, que avisa que a situação vai piorar nos próximos anos devido à decisão do Governo de adiar "sine die" a construção do novo aeroporto de Lisboa. Jornal de Negócios, 20 julho 2012.
Em todos os aeroportos do mundo o filet mignon dos horários de chegada/partida, ou seja os slots mais rentáveis, apetecíveis e portanto disputados, são limitados, pois o número de pistas disponíveis e os corredores aéreos são também limitados. No entanto, no Aeoporto da Portela, fora o período entre as 7 e as 8 da manhã (onde mesmo assim se podem enfiar ainda centenas de movimentos) o aeroporto está literalmente às moscas!!!

Basta comprovar neste sítio: Online Cooordination System:

Indicação de consulta do menu: Runway Availabitily/ Season by Time / S12 / Portugal / LIS / 07 / Update.


Campanha do lóbi da Ota em Alcochete ataca Portela por causa da mediocridade de gestão da ANA, mas imputa culpas ao aeroporto — como sempre!

[Os comentários de OAM vão a rosa, em caixa alta, e entre parêntesis]
19/07/2012 | 00:00 | Dinheiro Vivo

Está instalada a confusão no aeroporto de Lisboa [PROPAGANDA]. O aumento do número de passageiros que se verifica por esta altura do ano está a provocar atrasos médios [MENTIRA] de hora e meia no desembarque dos passageiros de fora do espaço schengen, tem atrasado descolagens e já levou centenas de pessoas a perder voos [QUAIS VOOS?].

Ao que o Dinheiro Vivo apurou [MELHOR SERIA DIZER: DE ACORDO COM O RECADO QUE NOS ENVIARAM...], até o voo da TAP que, esta quarta-feira, levou o Presidente da República, Cavaco Silva, a Moçambique para uma visita oficial, atrasou uma hora por causa da verificação dos passaportes.

E no dia 12 de julho a confusão foi tanta que não só se demorou, em média, 2h20 para passar pelo controlo de imigração no desembarque, como a Groundforce [A TAL EMPRSA ONDE O TAP INVESTIU ZERO, E QUE O GOVERNO AGORA TEVE QUE FINANCIAR —em 123 MILHÕES DE EUROS !!!—POR DEBAIXO DA MESA, ANTES DE A VENDER À URBANOS] teve de tirar as malas dos tapetes à mão porque os passageiros ainda não tinham chegado para as receber e já havia malas de outros voos a chegar. Em causa estavam os voos da angolana TAAG, da canadiana Air Trasact [VOOU NO DIA 11 e NÃO DIA 12...] e da norte-americana United.

Segundo fontes ouvidas pelo Dinheiro Vivo, estas situações são consequências evidentes da falta de preparação do aeroporto para o pico de passageiros do verão [CULPA EXCLUSIVA DA ANA E DO LÓBI DA OTA EM ALCOCHETE; QUE HÁ ANOS BOICOTA A PORTELA POR TODOS OS MEIOS]. Na época baixa, o aeroporto de Lisboa recebe 30 mil passageiros por dia, mas agora está a realizar 520 movimentos (aterragens e descolagens) por dia, ou seja, 48 mil passageiros [MOSTREM LÁ OS NÚMEROS COMO DEVE SER, EM VEZ CONTAREM OS PASSAGEIROS EM TRÂNSITO DUAS VEZES!]. E destes, 35%  não são do espaço schengen [MAIS UMA MENTIRA: O PICO, SEGUNDO PRÓPRIA ANA, SÓ OCORRE EM AGOSTO E NÃO ULTRAPASSA OS 24%...], ou seja, demoram mais tempo no controlo de imigração que verifica os passaportes [INCOMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA ANA].
Depois do pânico instalado, as hostes corruptas de Alcochete —que inclui o PS (via fundo de investimento imobiliário do Rio Frio, administrado, ao que julgamos saber, por Capoulas Santos) e o PSD (via terrenos adquiridos pelo ex-BPN/SLN em Canha)—, causado pelo evidente sucesso da abertura estação do Metro do Aeroporto, a campanha anti-Portela, depois de ter passado pela propalada e sempre fabricada saturação da Portela, pela falta de Slots (ocupados por aviões vazios, nomeadamente da TAP), pela falta de mangas (mero problema de gestão), pelos atrasos e perdas de bagagens (problema de desinvestimento e má gestão) e finalmente, agora, quando o desespero da causa perdida aumenta, mesmo assim, de intensidade, andam a torturar os pobres passageiros brasileiros e dos PALOP com bloqueios que deveriam ser justa causa para varrer da Portela, não apenas todo o CA da TAP, mas também toda a administração subserviente e incompetente da ANA. Já sobre o Metro, vale ainda a pena perguntar: como fi possível demorar CINCO ANOS para construir TRÊS QUILÓMETROS DE TÚNEL - um verdadeiro recorde para o Guinness da lentidão construtiva?!


 Submarino da Ota em Alcochete ao fundo!
DHL estuda criar terminal de carga no aeroporto de Lisboa | Económico 17 julho 2012. A DHL Portugal está a estudar a construção de um terminal de carga aérea em Lisboa, à semelhança do investimento de cinco milhões de euros concluído, em Maio, no aeroporto Sá Carneiro, no Porto.
Aeroporto de Lisboa está a tornar-se rapidamente no Portela +4: Terminal 1 (17 mangas telescópicas), Terminal 2 (easyJet), Terminal 3 (Montijo) e Terminal 4 (DHL). Deve acrescentar-se que a Ryanair e a Transavia (Low Cost da AirFrance e da KLM) têm vindo a aumentar as suas operações em Portugal, comendo paulatinamente o tráfego ao buraco financeiro chamado TAP, e ainda por cima querem ir para o Montijo (não pedem, nem mais estudos, nem luxos!)

BTW quando é que correm com os esqueletos e fardas coçadas de Figo Maduro para Sintra?


Governo quer vender a TAP, ANA, Águas de Portugal, e o Relvas, presumo, aos espanhóis da SACYR adoçando a mensagem através da SOMAGUE, vigária da SACYR em Portugal. 
Somague interessada na Águas de Portugal, TAP e ANA
A Somague está interessada em comprar a Águas de Portugal. Também a transportadora aérea TAP e a gestora dos aeroportos portugueses ANA estão a ser analisadas pela unidade portuguesa da Sacyr Vallehermoso, de acordo com o "Valor Económico"— Jornal de Negócios, 18 julho 2012.
Que eu saiba, a SOMAGUE foi vendida e faz parte do grupo espanhol SACYR desde a trapalhada do 11 de Setembro e das aventuras da construção do novo estádio do Benfica. É caso para dizer que os nossos piratas não querem ligar Lisboa a Madrid de comboio, mas querem vender os dedos aos espanhóis da SACYR que sabe-se lá como estará daqui a um ou dois anos.... Na volta, do que a SACYR precisa é de colaterais sólidos, mas à borla, para continuar a esconder os seus buracos, que devem ser medonhos! Que diz o Álvaro a isto? E Portugal ???


Nada que a Blogosfera não tenha previsto :(
Governo adia "roadshow" de privatização da TAP e da ANA
O “roadshow” da privatização da TAP e da ANA chegou a ter o arranque previsto para esta quinta-feira, dia 19, mas acabou por ser adiado por indisponibilidade de agenda do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira — Jornal de Negócios, 18 julho 2012.
A dívida real acumulada da TAP deve superar os TRÊS MIL MILHÕES DE EUROS, e os compromissos assumidos para compra de 12 novas aeronaves (Airbus A350) superam igualmente os TRÊS MIL MILHÕES DE EUROS. Ora 3+3=6, ou seja, tudo aquilo que o Gasparinho previra obter em receitas de privatizações!

Como se escreveu, nenhum lunático vai comprar as dívidas da TAP, nem sequer boa parte dos leasings da sua desajustada frota de aviões, nem os excesso de pessoal, nem o serviço aéreo entre ilhas nos Açores e na Madeira, sem esclarecimentos muitos precisos no célebre Caderno de Encargos que ainda não existe!

Aquilo que pode legitimamente interessar um comprador potencial são o pessoal altamente especializado (pilotos e técnicos de manutenção), as rotas e os slots disponíveis na Portela e no aeroporto Sá Carneiro — nada mais!

Ora para aqui chegarmos é preciso fazer um spin-off com cabeça do sobre endividado grupo — como repetidamente se escreveu— antes de privatizar.

O estratagema persistentemente prosseguido do 3 em 1 (compre a TAP e leve a Alta de Lisboa, a ANA e um Aeroporto Novo no bolso) era idiota, corrupto, e sobretudo faliu.

E agora? Bom agora, o tempo deste governo, sobretudo depois da escandalosa cobertura dada pelo PM ao doutor instantâneo Relvas, começou uma contagem decrescente que acabará em novas eleições antecipadas, ou numa coligação alargada ao PS, obviamente com um novo PM do... CDS/PP ;)

PS: entretanto, BES, Crédit Suisse e Barclays procuram desesperadamente evitar a máquina zero!

Última atualização: 21 julho 2012 17:53

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

PPPs derrapam apesar da Troika

Passos Coelho continua atrelado ao Bloco Central do Betão e faz tudo para atrasar as medidas do Memorando que se referem às ruinosas Parcerias Público Privadas


Túnel do Marão: a derrapagem dos custos é paga por todos menos pelos seus responsáveis.

From Knight – Some Debt At Some Banks May Become Junk
Posted on February 16, 2012

The people at Knight put together a comprehensive list of potential ratings for banks in Europe after Moody’s came out with their outlooks. I agree that banks getting shifted to non-investment grade is a big deal.  We saw the impact for Portugal once it got taken out of the indices, and I think for banks it will be an even bigger deal to lose that investment grade status.  Sure, they can still go to the LTRO, but it is hard to function as anything other than a zombie bank once you lose that rating.

TF Market Advisors

A escandalosa indecisão e os atrasos sucessivos na renegociação das PPPs (autoestradas para lado nenhum, barragens assassinas, hospitais de luxo, etc.) prevista no Memorando de entendimento assinado pelo anterior governo, com o apoio do PS, PSD e CDS-PP, contraria a retórica governamental sobre o cumprimento do Memorando, e desmente Passos Coelho quando este repete até à exaustão que Portugal não precisa, nem de um novo pacote de resgate, nem de mais tempo. Como dizia ontem o otimista (puro bluff!) Fernando Ulrich, não podemos colocar na vox populi o que realmente discutimos e sabemos entre-portas...

A lei e os direitos adquiridos foram suspensos (tal como um dia sugeriu Manuela Ferreira Leite...) para baixar os rendimentos da maioria dos cidadãos, subir os impostos, executar as dívidas dos mais pequenos (mas não dos piratas e poderosos), e retirar o trabalho a centenas de milhar de pessoas. Mas —ai Jesus!— não se pode tocar nos contratos altamente lesivos do interesse público (logo renunciáveis) assinados entre o pirata Sócrates e os piratas da Mota-Engil, Teixeira Duarte, Somague, BCP, BES e Grupo Mello!

A Troika tem a espada e o corrupto na mão. Mas ou faz o que está no Memorando, em nome da racionalidade financeira, da concorrência e do interesse democrático dos contribuintes, ou perde toda a legitimidade de exigir seja o que for daqui para a frente.

Se a especulação com o diferencial das taxas de juro pagas pelos bancos ao BCE e depois pagas pelos contribuintes aos mesmos bancos continuar, salvando banqueiros ineficientes, aventureiros ou corruptos, e a corja por eles protegida (incluindo toda a nomenclatura partidária no poder), ao mesmo tempo que os prejuízos e as dívidas são apresentados à classe média, não se admirem se um dia destes o bom povo português se exaltar e acabar com o consenso ainda existente.

A arrogância postiça do Gasparinho começa a cheirar. O nariz do novo Pinóquio está cada vez mais vermelho e começa a esticar. Não nos venham um dia destes dizer que o mundo mudou. Já sabemos e aparentemente só vocês ainda não deram por isso!

Dear Troika do not delay until March what should have been done already. Kill the PPPs now!

If you think that you shall protect Portuguese banks delaying what has been agreed, think twice, and look at today's Moody's review on 109 European financial institutions.


DOS JORNAIS
## Auditoria às PPP. Governo escolhe consultores até Março, Diário Económico.

Foram cinco as empresas que se apresentaram ao concurso lançado pelo Governo para fazer uma auditoria às PPP. O resultado só será conhecido no próximo mês, o que significará um atraso de três meses face ao prazo definido com a troika.

O executivo conseguiu negociar o adiamento do concurso por mais um mês, mas a escolha do auditor foi sendo adiada. De acordo com o Diário Económico, candidataram-se a PricewaterhouseCoopers em conjunto com a Sérvulo & Associados, a Ernst & Young, a PKF, a BDO e a Universidade Católica.

Num comunicado enviado ontem às redacções, o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado criticava o facto de esta análise detalhada das PPP ainda não ter avançado. "Onde está a avaliação e a renegociação prometida pelo Governo?", perguntava.

## Custos do Estado com PPP derraparam 18% em 2011 e ultrapassaram 1,8 mil milhões de euros

Por Raquel Almeida Correia, Público.

Gastos no sector rodoviário e, em especial, a injecção de 200 milhões no túnel do Marão explicam desvio.

Os encargos líquidos do Estado com as parcerias público-privadas (PPP) alcançaram 1822,6 milhões de euros em 2011, o que representou uma derrapagem de 18% em relação aos custos previstos.

Foi o sector rodoviário, responsável por 83,4% da despesa total, que protagonizou o maior desvio, fruto do pagamento de investimentos e de compensações aos concessionários.

Face a 2010, houve um aumento de 62% nos encargos públicos.



De acordo com o boletim publicado ontem pela Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), estava previsto que o custo das PPP se fixasse em 1542 milhões de euros no ano passado. No entanto, o ano encerrou com uma despesa pública de 1822,6 milhões.

Praticamente todos os sectores em que existem PPP ultrapassaram o orçamento, à excepção do ferroviário.

O maior desvio em 2011 foi protagonizado pelas concessões rodoviárias: a expectativa nas concessões rodoviárias era um gasto de 1166,5 milhões de euros, mas derrapou 30,4%, para 1520,9 milhões.

O desvio é justificado com o pagamento de investimentos que o Estado teve de efectuar, especialmente, no último trimestre do ano. Neste período, os custos subiram 85% face ao período homólogo, alcançando 378,2 milhões. Um aumento explicado, em grande parte, pela injecção de 197,2 milhões de euros na concessão do túnel do Marão.

No boletim, a DGTF confirma que o Estado "se substituiu à concessionária, no suporte da obra". Uma intenção que tinha já sido anunciada pelo Governo, face à suspensão do projecto, desde o final de Junho de 2011. Não se sabia, porém, qual o valor pago pelos cofres públicos para financiar a concessão que está nas mãos de um consórcio liderado pela Somague.



A derrapagem do sector rodoviário também é explicada pelo facto de o Governo ter pago compensações a outras concessionárias "em virtude da decisão unilateral" de introduzir portagens nas vias sem custos para o utilizador, refere o documento. Além disso, as receitas que eram esperadas ficaram 134,5 milhões de euros abaixo do previsto, alcançando apenas 156,5 milhões "pelo facto de a introdução de portagens da segunda fase apenas ter ocorrido em Dezembro" (oito meses depois do planeado).



Na saúde, que pesa 13,4% nos encargos líquidos com PPP, os custos alcançaram 243,5 milhões de euros - mais 6,7% do que o previsto. O valor vai sofrer um aumento quando forem apresentados os indicadores do primeiro semestre deste ano, já que, em meados de Janeiro, foi inaugurado o novo Hospital de Loures, que vai significar um custo de 64 milhões em 2012.

No sector da segurança, a derrapagem foi de 5,1%, com as despesas a atingirem 47,4 milhões (2,6% do total).

E, no ferroviário, os encargos foram de 10,7 milhões, quando estava previsto um gasto muito superior (102,1 milhões).