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quinta-feira, outubro 30, 2014

Willem Buiter: "Je suis étonné de ne pas voir de sang couler dans les rues d'Europe"

Willem Buiter: "Je suis étonné de ne pas voir de sang couler dans les rues d'Europe"
Willem Buiter - economista-chefe do Citigroup

Os banksters, mais do que os povos, temem a deflação, pois esta implica a morte de centenas de bancos endividados até aos ossos e que mentem sobre os seus ativos e sobre as suas crescentes imparidades. Por outro lado, sem inflação, ou com 'reflações' que nada trazem de novo ao bem estar dos povos atacados pela austeridade (que é, afinal, a inflação dos pobres), as dívidas soberanas tornam-se mais difíceis de pagar, levando os governos a processos subtis mas inexoráveis de renegociação das dívidas públicas, que por sua vez obrigam a injetar literalmente galáxias de dinheiro virtual nos bancos insolventes, cuja situação, por sua vez, só poderá piorar perante a bolha de endividamento piramidal dos governos, oligopólios rentistas e fundos especulativos alavancados até às nuvens.

É disto que este pirata tem medo!

Curiosamente, Willem Buiter, perante a deflação anunciada, recomenda investimentos nas deterioradas infraestruturas, nomeadamente de transportes, da Alemanha e do Reino Unido, e estímulos ao consumo em Espanha, Grécia e —presumimos— Portugal.

Ora aqui está algo com que Pedro Passos Coelho não contava, mas que vai dar um jeitaço no ano eleitoral de 2015. O setor automóvel e o turismo tomaram, aliás, a dianteira nesta matéria, criando os seus próprios setores financeiros especializados de crédito ao consumo. Se Passos Coelho e o monarca do QREN (afastado que seja o motorista do BES colocado no AICEP) tiverem juízo, aproveitarão esta janela de oportunidade para lançarem, de uma vez por todas, as ligações ferroviárias, em bitola europeia, de Lisboa, Porto e Aveiro até Espanha/ resto da Europa, ao mesmo tempo que despacham rápida e favoravelmente a criação do terminal aéreo Low Cost do Montijo, acabam com o embuste do novo terminal de contentores no Barreiro e preparam estudos sobre a viabilidade do fecho da golada do Tejo, resolvendo assim o problema da erosão costeira da Costa da Caparica, ao mesmo tempo que projetam um futuro porto de águas profundas na Cova do Vapor-Trafaria. De caminho preparem-se para mais uns investimentos em material de vigilância e defesa costeira da nova Plataforma Continental, em aviões, barcos e manutenção adequada e atempada dos famigerados submarinos.

Willem Buiter: "Je suis étonné de ne pas voir de sang couler dans les rues d'Europe" - Finance - Trends-Tendances.be

Pierre-Henri Thomas 29/10/2014 à 09:53 - Mis à jour à 10:22

La déflation devrait se concrétiser l'année prochaine en Europe, pronostique Willem Buiter, l'économiste en chef du groupe américain Citigroup. Pour l'éviter, la BCE devra sortir le grand jeu et les pays devront stimuler la demande, chacun à sa manière. Sans quoi, la croissance ne sera pas au rendez-vous et l'endettement sera de plus en plus lourd à porter.

[...]

Alors, la déflation est arrivée en Europe ?

Nous n'en sommes pas loin et elle est déjà là dans certains pays du Sud. Au niveau de la zone euro, elle ne se concrétisera peut-être pas au cours des prochains mois en raison de certains effets techniques ou saisonniers, mais il n'y a pas de doute. Il y aura une inflation négative au début de l'an prochain.

Y a-t-il moyen de l'éviter ?

Il y a quelques mesures apparemment simples à prendre mais difficile du point de vue politique.

Lesquelles ?

La première est un examen sérieux des banques européennes, ce qui est en train de se passer avec les stress tests. Ces tests constituent le premiers pas de l'Union bancaire, laquelle est un élément-clé, non seulement dans le contrôle des banques et du système financier mais aussi pour une bonne transmission de la politique monétaire.

Ensuite, nous avons besoin de stimuler la demande. Il y a un excès de capacité dans la zone euro. L' "output gap" (l'écart entre le PIB réel et son niveau potentiel) grandit. Oui, la baisse de l'euro et du prix des matières premières est une bonne nouvelle pour les exportateurs, mais je le répète, nous ne sommes pas loin de la déflation en Europe.

Dans ce contexte, je crois que l'Allemagne peut se permettre de réaliser un stimulus budgétaire, qui consisterait à réaliser des dépenses dans des domaines qui soutiendront la croissance à terme. Comme par exemple renforcer les infrastructures. L'Allemagne mais aussi la Belgique et le Royaume-Uni ont sous-investis dans les infrastructures pendant des années. D'autres pays n'ont pas ces besoins (l'Espagne, la Grèce,... ont énormément dépensés dans les infrastructures) et il leur faut des stimuli budgétaires "discrétionnaires", à la carte. Dans ces pays, il convient de stimuler la demande privée.



Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?


1929-1933-1939
Quebra do anel de transferências entre os EUA e a Europa > colapso financeiro da Alemanha > II Guerra Mundial

monetarismo 1
: criação de liquidez com garantias na economia > monetarismo 2: criação de liquidez especulativa, sem garantias na economia > colapso financeiro: insolvência e falência de bancos > colapso de empresas > desemprego em massa > intervenção estatal: política de preços e rendimentos: redução de preços, redução de salários > redutação das taxas de juros > espiral deflacionária > monetarismo 3: intervenção desesperada dos governos: injeção massiva de papel-dinheiro nas mãos dos consumidores > inflação > hiperinflação > colapso geral: fascismo> nacional-socialismo...

2007-2008-2015...
Quebra do anel de transferências entre a China, Europa e Petromonarquias e os EUA > colapso dos EUA? > III Guerra Mundial, ou Tratado de Tordesilhas 2.0?

Situação: não existe um desequilíbrio tão grande entre os EUA e a Europa, China, etc., como havia entre a América e a Europa entre o fim da I e o início da II guerra mundial > há um desequilíbrio importante entre os EUA e a China, mas incomparável ao aperto alemão depois de duas derrotas militares e até à reunificação (19014-1990) > neste momento a Europa dispõe de capacidade produtiva excedentária, mas a sua balança de pagamentos é cada vez mais positiva, havendo pois um excesso de capacidade financeira que em breve descolará da Europa em direção a outras regiões do globo > por fim, há um novo dado decisivo: o pico do petróleo e em geral o encarecimento dos recursos energéticos, hidrológicos, minerais e alimentares disponíveis, com efeiros que começaram a sentir-se de modo muito claro depois de 1973, e sobretudo depois de 2005.

AGORA
: a monetização das dívidas (QE e as várias réplicas europeias) desde 2008, tem servido até agora para evitar o pior, mas a solução parece cada vez mais esgotada... ou seja, depois dos resgates e da austeridade, vai ser necessário acrescer a estas medidas excecionais medidas mais drásticas de reestruturação das dívidas públicas e privadas através de mecanismos não declarados de reestruturação, como o chamado haircut e os bail-in. Bancos e sistemas de especulação financeira —pública (bolsas) e privada (derivados OTC)— serão reestruturados com perdas crescentes, a começar nos investidores e especuladores incautos ou simplesmente mais fracos. Os estados demasiado grandes, burocráticos, ineficientes e corruptos terão que encolher, com ou sem resgates, com ou sem programas cautelares, com ou sem visitas semestrais dos credores.

É por isto tudo que a conversa sobre a deflação é sobretudo uma manobra de distração dos devedores insolventes. É que para estes só a inflação, a reflação e, no limite, a hiperinflação eliminaria de vez as suas imprudentes dívidas.

Atualização: 30 outubro 2014 09:35 WET

segunda-feira, julho 16, 2012

Rapto ou resgate da Europa?

Rubens — O Rapto de Europa (1628 - 1629). Museu do Prado, Madrid.

O mito europeu parece renovar-se na guerra financeira ora em curso entre o par dólar-libra de um lado, e o euro, discretamente apoiado pela China, do outro. O sonho da união europeia ameaça uma vez mais tornar-se um pesadelo. Mas poderemos culpar apenas os outros?

Zeus, o rei dos deuses da mitologia grega, enamorou-se loucamente de uma princesa fenícia chamada Europa, tomando a decisão de seduzi-la. Zeus transformou-se então num dócil boi branco, misturando-se com a manada do pai de Europa. Enquanto esta e as suas assistentes colhiam flores, a princesa avistou o boi, aproximou-se dele, acariciando-lhe os flancos, e terá mesmo subido para cima do animal. Zeus aproveitou então a oportunidade e correu em direção ao mar, nadando, com ela sobre o seu dorso, até à ilha de Creta. Aí acabaria por revelar a sua verdadeira identidade, e Europa tornou-se a primeira rainha de Creta.

Segundo o poeta Mosco de Alexandria, Europa, rainha de Creta, foi “mãe de filhos gloriosos cujos ceptros hão-de acabar por dominar todos os homens da terra”. Este quadro da filha do rei fenício raptada por um touro, divindade cretense mas igualmente de fenícios e arameus, não fica completo sem uma referência ao sonho da bela princesa. Europa tinha tido um pesadelo perturbante no dia anterior ao rapto, no qual duas mulheres exigiam a autoridade sobre ela, uma delas representava a Ásia e declarava ser sua mãe; a outra que simbolizava um continente desconhecido (América), afirmava que Europa lhe tinha sido dada por Zeus (1).

A Europa está endividada de forma desigual, e esta desigualdade das dívidas nacionais ameaça fazer colapsar o sistema monetário que foi capaz de criar há pouco mais de treze anos e é hoje, de facto, a segunda moeda de reserva mundial.

Será possível superar a presente crise?

A pior ilusão que poderíamos criar e alimentar é a de que os problemas residem na Alemanha, ou, por contraste, na improdutividade, indisciplina e corrupção congénitas dos chamados PIIGS. Não é assim, como a pouco e pouco temos vindo a perceber. Na realidade, e apesar de todas as acusações dirigidas à Alemanha, a verdade é que já existe um sistema, embora camuflado, de solidariedade financeira, e de mutualização mitigada dos riscos, no seio da zona euro. E se este mecanismo de solidariedade internacional no seio da União Europeia já assumiu responsabilidades na ordem dos dois biliões de euros, nomeadamente para impedir a bancarrota de vários países, não podemos deitar tudo a perder reacendendo fantasmas indesejáveis.


in Philipp Bagus, Passing the Bailout Buck


Um jovem economista brilhante e insuspeito, que conhece bem a Espanha e é um professo defensor das teorias económicas liberais clássicas (e até libertárias) da escola austríaca de Ludwig von Mises, Philipp Bagus, acaba de publicar um artigo muito esclarecedor sobre a natureza substancial do chamado TARGET2, por relação com as tão badaladas euro obrigações rejeitadas por Angela Merkel, e o MEE (Mecanismo de Estabilidade Europeia) exigido pelo Banco Central Europeu.

O artigo é claro e demonstrativo: entre o TARGET2, as euro obrigações, e o MEE, as diferenças são mais políticas, e de afinação dos controlos financeiros, do que de fundo. Todos eles são, na realidade, dispositivos de segurança e resgate dos países aflitos da União Europeia, e redes de proteção do SME.

“Passing the Bailout Buck” 
By Philipp Bagus of the Ludwig von Mises Institute:

“TARGET2 system indeed amounts to a bailout of an uncompetitive economy with too high prices. Thanks to this bailout mechanism, the country does not have to deregulate labor markets, and reduce government spending to adjust prices relatively but can continue its spending spree and maintain its uncompetitive internal structure.

But are the TARGET2 debits and credits really never settled? Surprisingly, there is indeed neither a limit for the TARGET2 bailouts, nor are the accounts ever settled. In contrast, in the Federal Reserve System debits are backed by gold certificates and each year balances are settled. If the Federal Reserve Bank of Richmond has a debit with the Federal Reserve Bank of New York, the former settles its account sending gold certificates to the latter.

The Eurosystem not only allows the financing of import surpluses via money creation; it also enables “capital flights.” In the current situation, a default of the Greek government would bankrupt its banking system. In order to prevent losses, Greek depositors have sent and are sending their money from accounts at Greek banks to accounts of banks in Germany and other countries. Through this transfer, the Greek bank loses reserves while the German one increases its reserves. The Greek bank increases refinancing from its national central bank (i.e., receives newly created money) while the German bank can decrease it loans from the Bundesbank. The Bundesbank earns a TARGET2 credit, the Bank of Greece a TARGET2 debit. If the Greek government defaults, and the Bank of Greece default on its debits, losses mount for the ECB. Thus, the risk of a Greek default is now shared by German savers through the TARGET2 credit.”

[...]

“Eurobonds are jointly issued and guaranteed by all 17 eurozone members but have been very controversial. For instance, Eurobonds have been vehemently resisted by the German government until today. However, TARGET2 has not been resisted by the German government. TARGET2 is just the reflection of a substitute bailout. When governments issue bonds bought by their banks leading to a trade deficit, the result is a TARGET2 debit. The TARGET2 imbalances are just a sign of euros created in the periphery used to pay for goods from abroad.

The European Stability Mechanism (ESM) is another substitute for Eurobonds, as the ESM may grant loans to struggling governments issuing bonds guaranteed collectively. The difference between the three is merely of degree. There is more parliamentary control for Eurobonds or the ESM. In the ESM, creditor countries have more control over bailouts than with Eurobonds. Interest rates differences are also more pronounced with the ESM than with Eurobonds. The ECB wants to shift the bailout burden from TARGET2 to the ESM. Governments prefer to hide the losses on taxpayers as long as possible and prefer the ECB to aliment deficits. However, all three devices serve as bailout systems and form a transfer union.”

Concluindo:

se não travarmos de modo inteligente e determinado a despesa pública e o consumo conspícuo das sociedades europeias, e aumentarmos a produtividade e eficiência de todos os sistemas (privados e públicos), resta-nos assistir ao empobrecimento tumultuoso da Europa, nomeadamente através de uma sangria fiscal imparável.


NOTAS
  1. Referências: Wikipedia e Pedro Russo, “O Mito da Europa

terça-feira, dezembro 23, 2008

Crise Global 50

Elisabeth Warren

Elisabeth Warren
, presidente de uma comissão do Congresso para supervisionar as operações de resgate de bancos e sociedades financeiros beneficiárias de milhares de milhões de dólares provenientes dos impostos, foi entrevistada pela Associated Press na passada Quinta Feira sobre o paradeiro do dinheiro dos contribuintes americanos. A resposta, em resumo, foi esta: não sabemos! [vídeo]


E os aumentos de capital da Caixa?

"Nunca o país precisou tanto de um banco público como nos dias em que vivemos" (José Sócrates). De facto: "Nunca o banco público precisou tanto do país como nos dias em que vivemos"! (João Vieira Pereira, Bloco de Notas do Expresso)

CGD não consegue empréstimo apesar do aval do Estado. A primeira emissão de dívida por parte de um banco nacional, apesar de contar com a total garantia do Estado, revelou-se um relativo fracasso. O resultado é ainda mais preocupante, como assinalam diversos banqueiros, por o banco em causa ser a Caixa Geral de Depósitos, instituição detida a 100% pelo Estado, logo com um risco menor do que um banco privado.

A Caixa pretendia captar dois mil milhões de euros nos mercados internacionais através da emissão de dívida garantida, mas apenas obteve 1,25 mil milhões. Mesmo para chegar a esse resultado foi obrigada a colocar parte significativa da emissão em bancos nacionais. — in Expresso, 22-12-2008.

Desde Dezembro de 2007 que a Caixa Geral de Depósitos não pára de fazer aumentos de capital: 150M de euros em Dezembro de 2007, 400M em Agosto de 2008, mais 390M com a venda das participações estratégicas na REN e nas Águas de Portugal, 1000M anunciados por José Sócrates no passado dia 11, e ainda a emissão de 2000M de euros de dívida garantida, para a qual, no entanto, apenas encontrou compradores até um máximo de 1250 M. Ou seja, em menos de um ano o banco do Estado realizou operações de aumento de capital, vendeu participações, emitiu dívida garantida e recebeu dos cofres do Orçamento geral 3.190.000.000 de euros. Qualquer coisa como o valor tão propalado do ido às urtigas aeroporto da Ota!

Entretanto, sabe-se que este ano os lucros da Caixa caíram 35% (IOL), ao mesmo tempo que aumentou em 12,3% o crédito a clientes. Dado que uma parte importante deste crédito serviu para apoiar operações financeiras especulativas, hoje mal paradas, e que haverá ainda muito dinheiro "investido" nos casinos do imobiliário e nos mercados de derivados, cujo colapso só ocorrerá lá para meados do ano que vem, eu diria que a Caixa Geral de Depósitos começa a parecer-se cada vez mais com o Deutsche Bank, respeitando as escalas, claro! Foi aliás por isso que ambos encontraram um muro de negativas à hora de trocar títulos de dívida, mesmo garantida pelos Estados, pelo dinheiro fresco acumulado pelos campeões do FOREX: China, Japão e as petro-monarquias do Médio Oriente. A Venezuela e Angola já eram, claro!

Mas se a procissão ainda vai no adro, cabe perguntar onde e como irá a Caixa financiar-se depois de esvaziada a almofada adquirida ao longo do ano que agora termina. E os outros bancos, que destino os espera quando chegar a Segunda Vaga [vídeo] do gigantesco Ponzi em que se transformou o Capitalismo nas vésperas do grande estouro (Big Bang?) Quem irá segurar a TAP, cujos prejuízos não cessam de crescer? E os fundos de pensões e seguros de saúde, estarão suficientemente protegidos da tempestade ou também andam a derivar pelo buraco negro da dívida mundial?

Os accionistas do sistema bancário privado já injectaram este ano pelo menos 1850 milhões de euros em operações internas de emergência (Diário Económico). Até onde poderá o Estado ir nas desvairadas operações de envolvimento ruinoso nos sarilhos provocados pelos banqueiros privados? Continuará a perder dinheiro no Millennium BCP, no BPN e no putativo banco Privado Português? Queremos saber! E mais: queremos saber Timtim por Tintim para onde vai o dinheiro dos contribuintes. O célebre Plano Tecnológico que sirva ao menos para isto: informar a democracia por onde anda o dinheiro dos impostos em toda esta balbúrdia entre políticos, políticos-banqueiros e banqueiros.


OAM 501 23-12-2008 22:25

quinta-feira, setembro 25, 2008

Crise Global 25

O colapso da América VI
George W. Bush: «Toda a nossa economia está em risco» (25 de Setembro de 2008, 02:42)

Elaine Meinel Supkis: Everyone can have lots of fun! This is because there is no such thing as ‘allies’ in the world of business. There are sharks and there is fish bait. Any shark that ends up bleeding in the water is attacked by the others.

To dominate Europe, all Russia has to do is get China’s cooperation in denying international lending to the US government. Let the Arabs and Europeans and Japanese pay for everything themselves!

Unlike many third world nations, the US public is very heavily armed.

Um novo "Pearl Harbor"?


O ultimato dirigido aos americanos por George W. Bush (1) em nome dos ladrões de Wall Street e do cartel bancário que dá pelo nome de FED (Reserva Federal), resume-se ao seguinte: ou vocês (mensagem de Bush ao povo americano) pagam o buraco negro do Subprime, dos CDS (Credit Default Swaps) e dos demais produtos tóxicos do mercado de Derivados, com execuções hipotecárias, subidas consecutivas nas prestações das vossas casas hipotecadas, destruição em larga escala do trabalho existente, estagnação do emprego, centenas de milhar de empresas falidas, e muito menos Estado no ensino, na segurança social e na assistência médica, ou, se o Congresso rejeitar este pacote de emergência, destinado a passar um cheque em branco aos piratas-mor Paulson e Bernanke, para que de alguma forma mitiguem os sérios problemas da América, haverá uma implosão de todo o sistema financeiro do país, cujo efeito será multiplicar por um factor indeterminado o drama acima descrito, com implicações internacionais, de ordem económica, financeira, política e militar imprevisíveis! É sobre este dilema que G.W. Bush espera uma resposta favorável ao golpe de Estado financeiro em curso.

Warren Buffett lançou um aviso encriptado sobre a actual precipitação do colapso económico-financeiro da América: estamos na presença de um "Pearl Harbor Económico" (2).

Toda a gente hoje sabe que a destruição da esquadra americana -- fundeada no Havai -- pela aviação japonesa foi uma armadilha montada pelos americanos, com conhecimento do presidente Franklin Delano Roosevelt (FDR), para justificar a entrada em força da América na II Guerra Mundial. Sobram razões para pensar que o 11 de Setembro tenha sido algo parecido. A pergunta que agora se põe, depois das derrotas militares em curso nas aventuras criminosas desencadeadas contra o Iraque, o Afeganistão e as regiões autónomas (hoje independentes) da Geórgia, e do incremento exponencial das dívidas externa, pública e orçamental dos Estados Unidos, é esta: como ocultar a teia de corrupção e mentira (3) que engendrou tudo isto? Como escondê-la, em particular se os actores deste filme da verdadeira Máfia americana pertencerem à elite WASP e financeira (JP Morgan, Chase, etc.) que gere o complexo industrial-militar da América, e o enredo estiver ancorado numa rede de cumplicidades profundamente infiltrada no aparelho de Estado americano?

O problema é, além do mais, extraordinariamente grave se ponderarmos o facto de boa parte dos activos acumulados pelos gigantes agora falidos pertencerem à China, à Rússia, aos árabes do petróleo e ainda a algumas grandes instituições e fundos de investimento (fundos de pensões, etc.) europeus (4). A não aprovação do pacote armadilha de Bush, Paulson e Bernanke, até ao dia de amanhã (26 de Setembro de 2008), poderá fazer cair o sistema financeiro americano, tornando virtualmente irrecuperáveis as dívidas acumuladas pela América, reduzindo ainda a zeros os biliões de dólares de activos adquiridos por Estados riquíssimos e detentores, quase todos eles, de sofisticado armamento nuclear, com factores demográficos muito favoráveis em hipótese de guerra, e uma altíssima moral anti-americana. Por outro lado, a aprovação, ainda que mitigada, de um cheque em branco aos gatunos de Wall Street, poderá apenas prolongar por mais algum tempo a agonia do império americano. Em ambos os casos, o perigo de uma nova guerra civil na federação de 50 estados que formam a União é real. Não existe nenhum país no mundo com uma população civil tão bem armada como a dos Estados Unidos. Haverá, depois de amanhã, uma ordem de recolha do armamento em posse dos cidadãos americanos? Haverá, por outro lado, uma nova proibição de compra e detenção privada de ouro fino?

Os dias de hoje e de amanhã poderão transformar-se no terceiro e último capítulo de uma reedição fatídica da provocação de Pearl Harbor, colocando o planeta à beira duma III Guerra Mundial. Primeiro, foi o 11 de Setembro; depois, a Guerra ao Terrorismo e o Patriotic Act (ambos conducentes à transformação dos Estados Unidos numa ditadura imperial sob estado permanente de excepção); e finalmente, a votação no Congresso, amanhã, do pacote legislativo que autoriza a maior expropriação de riqueza americana individualmente acumulada por parte dos donos daquela que foi outrora a maior e mais inspiradora democracia do mundo. Repare-se que este roubo será executado por uma horda de ladrões e assassinos com total carta branca. Vão ser horas de brasa até ao fim do dia de amanhã. O mundo está suspenso do desenrolar destes acontecimentos. Pela nossa parte, iremos acompanhar o filme hora a hora.


NOTAS
  1. Crise financeira: «Toda a nossa economia está em risco» - George W. Bush
    25 de Setembro de 2008, 02:42
    Washington, 25 Set (Lusa) - George W. Bush fez na quarta-feira uma dramática comunicação televisiva sobre a actual crise financeira, afirmando que toda a economia norte-americana "está em risco" e apelou a um consenso bipartidário para a solução. (SAPO/ Lusa).

  2. Did Buffett Just Give Us A Coded Warning?
    Wednesday, 24 September 2008
    Warren Buffett, new stakeholder in the megalithic survivor-biased Goldman Sachs, has referred to recent upheavals in the financial markets as "an economic Pearl Harbour". He is a very smart man who knows his history, having lived it and seen it up close. He will know better than most that Pearl Harbour is now understood in well informed circles to not only have been foreseen by FDR, but provoked by FDR in an orchestrated campaign to engineer a war with Japan dating from a plan adopted in 1940. -- London Banker.

    acrumb (comentário):

    ...financial markets are in much worse shape than reported. The Fed is not just printing oodles of dollars, but 'printing gold' by selling 'gold certificates' not backed by any gold. And the GNMA mortgage bonds are fraudulently using the same mortgage 10 times to back 10 different bonds. What has been reported is the tip of the iceberg. Value of the dollar must collapse.

    Buffett Buys Goldman Stake in 'Economic Pearl Harbor'

  3. The Housing and Economic Recovery Act of 2008: An Analysis by Catherine Austin Fitts
    Solari Real Channel, August 11, 2008

    "I would never come to your house. Your house is bigger than my house. I would find it castrating." -- Jack Kemp to Catherine Austin Fitts.

    You can attack and take over a country. Or you can simply let it borrow itself to death in a financial coup d'etat. Recent history suggests that the second is infinitely more profitable for the victor.

    "In 1994, after the first Federal Housing Administration (FHA)/Housing and Urban Development (HUD) financial audit was published, a mortgage banker came to see me. He was a serious engineering type who clearly worked hard and had mastered the details of his business. He was distressed, he said. For decades he had been keeping a tally of total outstanding FHA/HUD mortgage insurance credit. He had brought printouts of his database for me. It turned out that the government’s published financial statements showed the amount outstanding was substantially less than the actual amount outstanding. He was sure. I assumed that the guy was crazy. If what he said were true, then the U.S. Treasury and the Federal Reserve would have to be complicit in significant fraud, including securities fraud."

    ...

    The average person could not believe that the largest, most prestigious Wall Street banks and investment houses were engaged with Washington in managing the largest capital market in the world—the U.S. mortgage markets—on a criminal basis.

    That was too much to swallow.

    Until now.

    The real model has come out of the closet. Whereas the last year of Wall Street bailouts were making things clearer, the Housing and Economic Recovery Act of 2008 now leaves no room for doubt. The Act could not be more blunt about infinite government subsidy funded with infinite debt benefiting the private few. The Tapeworm corporation is fully engorged.

    The American taxpayers are, in essence, guaranteeing $5 trillion of Fannie Mae and Freddie Mac debt. The Federal Reserve stands by to subsidize Fannie's and Freddie's stock in the stock market. Fannie and Freddie continue to pay dividends to their shareholders. All the profit goes to the shareholders and management. The taxpayers get no compensation or payback for saving all of Fannie and Freddie’s equity and essentially guaranteeing their income. The management of Fannie and Freddie get to keep all their compensation and bonuses. They get to spend as much as they want on more lobbyists and law firms. They and their foundations can continue to hand out money to universities and not-for-profits.

    This all ensures that Fannie Mae and Freddie Mac can continue to use the federal credit to centralize and control the U.S. mortgage market.

    ...

    The housing bill has put forward the most explicit description yet of the true corporate model prevailing in America—congressionally legislated businesses with central-bank-determined stock prices.

    It is a fascinating combination of friendly fascism and multiple personality disorder. Now that the fundamental nature of the Tapeworm corporation is out of the closet and clear, keeping it afloat will require a mind-numbing combination of global force to maintain financial liquidity, plus global propaganda and payola to preserve its brand.

    ...

    Thanks to a handful of courageous people and reporters, you can understand why it took 232 years for America to accumulate almost $10 trillion in national debt but only one new bill bailing out Freddie Mac and Fannie Mae to clean up more housing bubble mess to add another $5 trillion overnight.

    Andrew Cuomo and Fannie and Freddie
    How the youngest Housing and Urban Development secretary in history gave birth to the mortgage crisis
    By Wayne Barrett
    Village Voice. published: August 05, 2008

    There are as many starting points for the mortgage meltdown as there are fears about how far it has yet to go, but one decisive point of departure is the final years of the Clinton administration, when a kid from Queens without any real banking or real-estate experience was the only man in Washington with the power to regulate the giants of home finance, the Federal National Mortgage Association (FNMA) and the Federal Home Loan Mortgage Corporation (FHLMC), better known as Fannie Mae and Freddie Mac.

    Financial Bailout: America's Own Kleptocracy
    The largest transformation of America's Financial System since the Great Depression, by Michael Hudson
    Global Research, September 20, 2008

    Overnight, the U.S. Treasury and Federal Reserve have radically changed the character of American capitalism. It is nothing less than a coup d'Etat for the class that FDR called "banksters." What has happened in the past two weeks threatens to change the coming century - irreversibly, if they can get away with it. This is the largest and most inequitable transfer of wealth since the land giveaways to the railroad barons during the Civil War era.

  4. Crise Financeira
    2008-09-24 16:04 (Diário Económico). Bancos europeus poderão sofrer colapso ainda maior do que o dos seus congéneres nos EUA. As gigantescas dívidas e a falda de dinheiro poderão destruir vários dos maiores bancos europeus, alerta um estudo do Centro para os Estudos de Política Europeia.

    The week that changed everything
    Ann Pettifor in Open Democracy.

    The last week has changed everything. A series of extraordinary events in the United States - from the collapse of Lehman Brothers to the forced sale of Merrill Lynch, from the state takeover of insurance giant AIG to the Federal Reserve's emergency bailout plan - has transformed the crisis in the financial markets into an argument about the very foundations of the model of economic governance that rules the world.

    ... The world may be moving on its axis, but the change has not yet gone nearly far enough: for neo-liberal economists remain at the helm of the global economy, and continue to disseminate potent mis-diagnoses of what is happening. These economists include the world's major central bankers and finance ministers. It is vital that their economics and their three principal delusions are challenged if the global economy is to be steered safely out of this all-consuming storm.

    Another Anglo-American debacle. This time worse than Iraq.
    Ann Pettifor in Debtonation.

    European politicians, with the exception of Spain, declined to party at the Anglo-American-sponsored Credit Bubble saloon. It was Anglo-American financiers cheered on by politicians and regulators, that dined out on a ‘punch-bowl’ of de-regulatory excess. Europeans individuals and households are on the whole, far less indebted than than those in economies that emulated the Anglo-American model. Now that the party is well and truly over, there are pleas for help from Washington.

    Hank Paulson on Sunday signalled the need for a multilateral approach to the crisis, which thanks to a highly integrated, international financial system - threatens to become a global systemic crisis.

    But in one week the world has changed. The same politicians that Donald Rumsfeld mocked as ‘old Europe’ because they opposed the invasion of Iraq, are now refusing to play ball. The New York Times reports today that German Chancellor Mrs Angela Merkel “took the opportunity to criticize the United States and Britain for opposing German efforts to put greater regulation, or at least reviews, of the financial sector on the international agenda last year, when she was chairwoman of the Group of 7 industrialized nations.”

OAM 442 25-09-2008 14:14