quinta-feira, maio 14, 2015

Blue TAP

Avião cor-de-rosa da brasileira Azul

A parceria AzulBarraqueiro para a compra da TAP faz sentido


Este governo ou resolve bem a privatização da TAP e ganha as eleições, ou borrega e perde-as. A privatização da TAP transformou-se assim na principal batalha eleitoral da coligação.

13:40 13.05.2015 | SIC Notícias

Presidente da TAP envia carta aos trabalhadores a anunciar reestruturação

O presidente da TAP enviou uma carta aos trabalhadores em que anuncia para breve uma reestruturação da empresa, que pode passar por despedimentos. Fernando Pinto diz que é preciso reajustar a empresa à nova realidade, depois da greve, e dar um passo atrás antes de dar dois em frente. Até há bem pouco tempo, o Governo dizia que a empresa só seria reestruturada depois da privatização estar concluida, ou caso falhasse.

Sempre aqui se escreveu que não era possível avançar para uma privatização sem reestruturação prévia, dados os enormes desequilíbrios financeiros e sociais da empresa. E ainda sem que o estado ficasse com parte das dívidas, via Parpública e Caixa Geral de Depósitos. É o preço de mais de uma década de keynesianismo desmiolado e de pirataria cor-de-rosa. A Mariana Mortágua ontem não resistiu ao realejo ideológico sem base racional defensável. Esperemos que seja o preço inevitável, mas temporário, de uma mudança que se quer ver no Bloco de Esquerda.

13/05/2015 | 09:38 |  Dinheiro Vivo

A Barraqueiro ter-se-á juntado ao empresário norte-americano David Neeleman, dono da Azul, para fazer uma proposta de compra de até 66% da TAP, noticia esta quarta-feira o Diário Económico.

Uma solução com empresas portuguesas e não portuguesas é sempre melhor. Por outro lado, meter os chineses e os americanos a competir pela empresa é bem avisado. Portugal, tal como a Grécia, é uma espécie de filet mignon na dança global geo-estratégica que acabará num novo Tratado de Tordesilhas, versão 2.0, ou numa catastrófica guerra mundial.

Já agora uma recomendação ao governo: da parte que ficará ainda em mãos do estado —34%— prepare uma dispersão em bolsa de 30% do capital, em fatias de 10%. Não faltarão portugueses a querer comprar uma dúzia de ações!

PS: nesta altura do campeonato, e dada a recuperação da brasileira TAP M&E, esta empresa de manutenção aeronáutica (que entretanto entrou no estratégico setor militar) deve manter-se, obviamente, no que vier a resultar da reprivatização. A PGA, pelo contrário, é um abcesso a lancetar.


ÚLTIMA HORA

Governo recebeu três propostas pela compra da TAP 
ANA MARGARIDA PINHEIRO
JN | 15 maio, às 17:27
O Governo já recebeu três propostas para compra da TAP. A poucos minutos do fim do prazo, tanto David Neeleman como Gérman Efromovich fizeram as suas ofertas chegar ao Governo e prometem uma corrida acesa pela empresa. Também Pais do Amaral, sobre quem ainda restavam dúvidas, fez chegar uma proposta de compra.

Paes do Amaral é um especulador financeiro que não traz nem experiência nem know how para a TAP, e como tal deverá ser rejeitado. Gérman Efromovich é um desses pássaros em que não é bom confiar, até porque a sua Synergy Europe recentemente constituída no Luxemburgo (expressamente para adquirir a TAP) inspira todo o tipo de preocupações, e a sua tentacular Synergy Group (1) só poderia chupar a TAP até ao tutano, jogando depois a casca fora! Logo, fica a Blue, ou antes, a Azul, com experiência no ramo (foi pioneira da aviação Low Cost) e a precisar de crescer, possivelmente sustentada em capital norte-americano, para quem a Europa é ainda um destino cobiçado.

Nota sobre a Jetblue Airways

87 destinos
207 aeronaves (+123 encomendadas)
acordos com outras companhias: 37
sócio relevante: Lufthansa (15,85%)
pertence à Star Alliance, tal como a TAP e a Luftthansa
Cotada no NASDAQ: $21.42 (16/5/2015 09:20); $21.75 (20/5/2015)

Espero que haja alguém no governo com olhos de ver.

Pelo que fizeram até agora, espera-se sempre asneira. Neste caso, porém, se for asneira, só poderá ser das grandes!

PS: A posição de António Costa sobre a TAP é sórdida e cheira ao estilo do gangue que assaltou o PS e deu cabo do país. A mensagem encriptada dirigida aos potenciais compradores dos 61% da TAP cheira-me a caso de polícia, e de política ou responsabilidade de estado, não tem um pintelho, como diria o compadre Catroga, que já anda de braço dado ao Costa.

NOTAS
  1. O Synergy Group não está sequer cotado em bolsa. Quanto à sua subsidiária Avianca Holding S.A., que compara com a JetBlue Airways, tem 157 aeronaves, contra 207 da JetBlue, nenhum hub nos Estados Unidos, e a sua cotação no NYSE era de 18,39 USD, em janeiro de 2014, e de 11,10 USD em janeiro deste ano. Hoje, 20/5/2015, cotava a 11,15 USD, contra 21,75 USD da JetBlue Airways.

Atualização: 20/5/201513:45 WET

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Acordo Orthographico

Armas e brazão dos Pintos (Torre do Tombo)

 

A discussão mais apaixonada e pueril do meu país


A guerrilha em volta do Acordo Ortográfico é a prova do grau zero a que chegámos. Num país onde a maioria dos indígenas não sabe falar, quanto mais escrever, poetas, escritores, artistas e intelectuais, de toda a espécie e feitio, que, na sua maioria, também dão pontapés, a torto e a direito, na gramática, agitam-se com a orthographia!

Há alguns meses, durante uma das minhas estadias no Porto —o terroir gentílico— dei-me ao trabalho de transcrever um pergaminho herdado, escrito em 1669. Trata-se de uma certidão real atestando que um antepassado meu era mesmo Pinto de gema!

Ora leiam lá o que e como se escrevia em Portugal a meados do século 17, e concluam depois se há algum motivo que me leve a emendar a minha opinião sobre a natureza desmiolada do desacordo ortográfico.


NOTA

Basta ter atenção a algumas pequenas diferenças letristas (o s escreve-se frequentemente com f, o v é u, o u é v, o j, i, e o Í, J, o til é por vezes assinalado por um apóstrofo, o símbolo < usado nesta transcrição deveria ser sobrescrito, etc.) e todo o texto poderia ter saído do Diário da República!


PORTVGAL . REY - DARMAS . PRINCIPAL

NESTES REYNOS E SENHORÍOS DE PORTVGAL


pello mujto alto, & mujto poderofo Príncepe Dom Pedro noffo Senhor, per graça de Devs, Príncepe de Portugal, & dos Algarues, da Quem, & da Lem Mâr em Africa, & de Guíne, & da Conquífta, Nauegaça’o, & Comercío da Ethiopía, Arabia, Perfía, & da Índía & El<  Faço faber aos que efta mínha Carta de Certída’o & Braza’o de Armas de Nobreza & fídalguía de línhagem dígna de fee, & Crença vjrem; que por parte de I<oa’o Campello da Cofta Pínto Capita’o môr no Confelho de Ferreíros de Tendaís, & nelle mor da Comarca de Lamego, me foj feíta petíça’o per efcrípto¶  Dízendo que pellas juftífícacoe˜s, & documentos juntos, fe moftraua fer fílho legítímo de Manoel Campello da Cofta, & de fua legítíma molher María de Barros Pinto, & netto pella parte materna de Íorge Pínto da fonfeca, & bífnetto de outro Íorge Pinto, moradores q’ fora’o no Confelho de Aregos, & 3º netto de Íoa’o Pinto, ao qual o Sor Rey Dom Íoa’o o 3º no An< de 1538, mandou paffar Brazão de Armas da geração dos Píntos, pello Rey de Armas Portugal, q’anta’o era o Bacharel Antonio Roíz, por moftrar fer filho de Gonçalo Euchefe, & de fua molher Briolanja Pínto fa legítima de Ajres Pínto, q’ foj fidalgo mto honrrado do verdadeiro tronco da ditta geraça’o, quartos, & 5º Auôs do Supe, o qual ferue a Sua Mage no d’ Cargo de Capita’o [já ha mtos annos} c’o toda afatíffaça’o, & q’ a dítta fua May María de Barros Pínto, era jrm’a jnteira de Mel Pínto da fonfeca Capam môr no d^ Confo de Aregos, & de Antº Pínto da fonfeca [aos] quais fe paffou a cada hú feu Braza’o de Armas da d’ famílía por mdo do d^ Sor, & Requerendo elle Supe feu Braza’o na meza do Tribunal do Dezo do Paço, fe mandou dar [uista] ao procurador da Coroa, & do q’ de fuas Repoftas Refoltou, fe mandou paffar’ o d’ Braza’o de Armas ao Supe, pera dellas poder vzar, & gozar dos preuílêgíos a ella concedidos. Pello q’ me pediu, que pellas memorias dos dittos feus progínítores fe na’o perderem, & conferuaça’o de fua Nobreza, lhe deffe hú Efcudo com as Armas, q’ãd [linhagem] de direito pertencem, como eftaua mandado, & como fe paffara aos dittos feus 3º Auô, & Tios, pa dellas vzar nos actos em q’a Nobreza dellas lhe deffe lugar & Receberia merce [da] qual petiça’o fendome aprezentada com os documentos, & juftificações de q nella faz mença’o, fe mostraua, mandarffe pello Dezº do Paço dâr uifta ao precurador da Coroa & [finalmte] fe Refolueo q’ fe paffaffe ao Supe feu Braza’o como fo, netto, bifneto, 3º, 4º & 5º netto das peffoas nomeadas em fua petiça’o, & como fobrinho dos Referidos nella, a quem  {???} paffado feus Brazo~es, como confta do Liuro do Regifto da Nobreza, & finalmente  pellos dittos Auttos, fe moftraua juridicamte  prouado todo o contheudo em fua petiça’o [aos quais] Auttos me Reporto em todo, & por todo, & fica’o no Cartorio da Nobreza do Efcriua’o della, q’efta fobefcreueo, Em virtude, & cumprimto do d^ defpo, & mandado do Dez. do Paço, & do q dos dittos Auttos conftaua, & se moftraua pertencerem ao Supe as dittas Armas, como ditto he_< Proui, {?} bufquei os Liuros da Nobreza da nobre, & antigua fidalguía deftes Rnos, & nelles achei affentadas, & Regiftadas as Armas, da mto nobre, & antígua familia dos Píntos, q nefte Rno fa’o fidalgos de geraça’o, & Cotta Darmas, & nefta lhas dou diuizadas, & jluminadas co’ o Metal, & Côr, q’a ellas pertencem comforme Regras de Armaria pla manra feguinte: [e a] faber hú Efcudo pofto aobalon com o Campo de prata, & nelle fínquo Crefcentes de Lua fanguínhos apontados poftos em afpa com as pontas pera fíma, & por dífferença húa Bríca Azul carregada de hua Eftrela de prata < Elmo de prata aberto guarnído douro, Paquífê de prata & Vermelho, & por Timbre hú Leo pardo de prata armado de Vermelho, com hú dos Crefcentes das Armas na Efpadua < E porq~ eftas fáo as Armas, q~ a ditta linhagem pertencem lhas dej, & ordenei do mejo defta cõ o poder & authoridade, q~ de meu mto nobre, & Real Offício pera ifto tenho, pera dellas uzar, & gozar, como acto, & perrogatiua de fua Nobreza, & fidalguía, & co’ ellas poderá entrar em Batalhas, Campos, Duelos, Reptos, Defafios, Íuftas, & Torneos, & exercitar todos os mais actos de guerra, & pax, q~licitos, & honeftos forem, & trazelas em os feus Repofteiros, Firmais, Aneis, Sinetes, & mais couzas de feu feruiffo donde conuementemente efteião, fegdo a Nobreza dellas he diuido, & mandalas pôr nas portadas de fuas Cazas, Quintas, & Edifíçios, & dexalas fobre fua propria Sepultura, & finalmte fe podera feruir, honrrar, & aproueitar dellas em todo, & por todo, como fuas, q´fáo, & a fua Nobreza, & fidalguia conuem < Pello q Requeiro â todos os Dezembargadores, Corregedores, Prouedores, Ouuidores, Juízes, & a todas as mais juftiças de Sua Mge da parte do ditto Snõr, & da minha peço por bem do Offício da Nobreza, que tnho deixem trazer, lograr, & poffuir ao Supe, o Capitaó môr Îoão Campello da Cofta Pínto as dittas Armas & com ellas gozar de todos os preuilegios, graças, honrras, favores, merçes, perrogatíuas, jzenço~es, & mais liberdades â ellas comcedidas pellos Snor~s Reys deftes Reynos, & de q’ vza’o, & goza’o, & deuem vzar, & gozar os nobres, & antigos fidalgos de geraça’o, & Cotta Darmas, & em efpecial os da ditta geração, & affy mando a todos os Officiaes da Nobreza, cmo Îuiz, que fou defta, [W]Reys de Armas, [w]Arautos, & Paffauanies o cumprão, & guardem, como fe nefta conchem, & he declarado, fem duuida nem embargo algum, que a ello lhe feja pofto < Em fee do que lhe mandei paffar a prezente por my’ affinada, como o Sinal publico do Nome de meu Offício de que vzo < Dada nefta Corte, & mo nobre, & sempre leal Cidade de Lifboa aos Quinze de Mayo do Año do Nafcimento de Noffo Senhor Iesu Chrifto de Mil feis Centos feffenta & Noue Franco Mendes a fez pello Capita’o Franco Luis Ferreira Efcriva’o da Nobreza pello Princepe Noffo Sno’r, como Regente, & Gouernador deftes dittos Reynos, & Senhorios de Portugal < {assinatura} Rey d’Armas .P.

E para que toda esta tempestade num copo d'água possa ser ainda mais relativizada, recomendo este excelente vídeo sobre o drama histórico dos galegos em volta do idioma outrora comum.





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terça-feira, maio 12, 2015

TAP desfaz-se da PGA



A culpa não é dos trabalhadores da TAP, nem da PGA


Os principais responsáveis pelo colapso da TAP são Fernando Pinto e o Bloco Central que, agora, pretendem empurrar as culpas para os trabalhadores.

Há muito que vimos denunciando a instrumentalização da TAP pelos piratas do NAL—Novo Aeroporto de Lisboa.

É que para justificar um novo aeroporto e uma nova 'cidade aeroportuária', condição para entregar os terrenos da Portela à especulação imobiliária da Alta e Lisboa, cozinhada pelo PS com o senhor Ho, e especular também com os terrenos de um futuro NAL, seria necessário provar a saturação da Portela, e para isto, além de inundarem o país com mentiras, precisavam de fazer CRESCER A TAP.

Foi este o Padre Nosso do gaúcho Pinto ao longo dos últimos dez anos...

O resultado, sobretudo depois de Bruxelas ter imposto o fim do abuso de posição dominante pela TAP e SATA, foi a perda de competitividade galopante da empresa e o seu endividamento desastroso — de que a operação Brasil é apenas uma das componentes.

Antes das duas últimas duas greves já a TAP registava um passivo superior a dois mil milhões de euros!

  • Aviões antigos consomem demais (800 milhões de euros/ano em Jet fuel). 
  • Pessoal em excesso (580 milhões de euros/ano) comparam pessimamente com a concorrência que entretanto desembarcou em Faro, Porto, Funchal, Lisboa e Ponta Delgada. 
  • Em cima disto a implosão do sistema bancário, desde logo do BES (por acaso, o principal banco da TAP), foi a pancada que faltava para fazer ruir uma empresa pública que quis dar uma passada maior que a perna.

Quem não deve estar a gostar nada desta brincadeira é a Vinci, a quem impingiram a ilusão de uma TAP fulgurante e a miragem de uma cidade aeroportuária na Margem Sul.

Os árabes que financiaram a operação da Vinci devem estar a pensar: e nós que pensávamos ser os maiores aldrabões do mundo. Estes portugueses superam-nos!

Fernando Pinto defende reajustamento da TAP "à sua adequada dimensão"

"Infelizmente, a instabilidade que temos vivido fez-nos perder espaço no mercado, pelo que a nossa principal tarefa, no imediato, passa por reajustar a empresa à sua adequada dimensão", afirma Fernando Pinto numa mensagem enviada esta terça-feira aos trabalhadores.

Fernando Pinto considera que "no curto prazo será possível construir um plano que corresponda às necessidades atuais, que se traduzem numa expressão simples: dar um passo atrás para, em seguida, dar dois em frente".  Rádio Renascença

Reestruturação da TAP não exclui despedimentos

O plano de reestruturação financeira urgente pedido pelo Governo à TAP não descarta a realização de despedimentos. A companhia aérea está, neste momento, a analisar todos os cenários possíveis para superar os desequilíbrios causados pela greve dos pilotos e a redução do número de aviões - e consequentemente de equipas - é um dos cenários que está a ser ponderado, apurou o Dinheiro Vivo. DN Economia

Rússia e China unem-se contra o belicismo americano

O presidente da França, François Hollande, se encontra com Fidel Castro em Havana.
(Foto: Alex Castro / AP Photo) Globo

A desgraça anunciada dos vassalos europeus de Washington


“...unless the dollar and with it US power collapses or Europe finds the courage to break with Washington and to pursue an independent foreign policy, saying good-bye to NATO, nuclear war is our likely future.” — Paul Craig Roberts

Se há personagem caricata na política europeia, Hollande é certamente a mais deprimente. Só depois de Obama ter anunciado o desmantelamento progressivo do cerco que há mais de meio século os Estados Unidos mantém contra Cuba é que o presidente francês, representante do estado terminal do 'socialismo' europeu, teve a brilhante iniciativa de visitar Cuba. Ou seja, a Europa continua a ser uma mão cheia de estados vassalos do falido e declinante império americano.

Entretanto, a ocorrência mais importante da semana passada foi a resposta dada pela Rússia e pela China ao expansionismo provocatório e belicista dos Estados Unidos e da sua cauda militarista, a NATO, de que faz parte uma mão cheia de estados sem espinha dorsal, a começar pela França.

Washington tem feito tudo para montar um cenário de guerra global. Russos e chineses concluíram que esta inércia belicista está a rolar a toda a velocidade, e preparam-se para o pior: uma guerra nuclear.

Quem mais sofreu e quem realmente venceu a Alemanha nazi e o Japão? 

Ao contrário do que reza a mentira americana e inglesa, foram a ex-União Soviética e a China. Hoje estes dois grandes países estão unidos numa nova aliança estratégica contra a ameaça americana, cada vez mais provocatória e belicista, e que tem arrastado na sua cauda os vassalos imbecis e sem vergonha da Europa.





Vale a pena ler a este propósito:

War Threat Rises As Economy Declines
Paul Craig Roberts, Keynote Address to the Annual Conference of the Financial West Group, New Orleans, May 7, 2015

Ex-URSS e China pagaram a mais pesada fatura da II Guerra Mundial


EXCERTOS:
Wolfowitz Doctrine:

“Our first objective is to prevent the re-emergence of a new rival, either on the territory of the former Soviet Union or elsewhere, that poses a threat on the order of that posed formerly by the Soviet Union. This is a dominant consideration underlying the new regional defense strategy and requires that we endeavor to prevent any hostile power from dominating a region whose resources would, under consolidated control, be sufficient to generate global power.”

...

When Russia blocked the Obama regime’s planned invasion of Syria and intended bombing of Iran, the neoconservatives realized that while they had been preoccupied with their wars in the Middle East and Africa for a decade, Putin had restored the Russian economy and military.

The first objective of the Wolfowitz doctrine–to prevent the re-emergence of a new rival–had been breached. Here was Russia telling the US “No.” The British Parliament joined in by vetoing UK participation in a US invasion of Syria. The Uni-Power status was shaken.

This redirected the attention of the neoconservatives from the Middle East to Russia. Over the previous decade Washington had invested $5 billion in financing up-and-coming politicians in Ukraine and non-governmental organizations that could be sent into the streets in protests.

When the president of Ukraine did a cost-benefit analysis of the proposed association of Ukraine with the EU, he saw that it didn’t pay and rejected it. At that point Washington called the NGOs into the streets. The neo-nazis added the violence and the government unprepared for violence collapsed.

Victoria Nuland and Geoffrey Pyatt chose the new Ukrainian government and established a vassal regime in Ukraine.

...

The real reason for Quantitative Easing is to support the banks’ balance sheets. However, the official reason is to stimulate the economy and sustain economic recovery. The only sign of recovery is real GDP which shows up as positive only because the deflator is understated.

...
[o novo protecionismo, interessante...]

To restore the economy requires that offshoring be reversed and the jobs brought back to the US. This could be done by changing the way corporations are taxed. The tax rate on corporate profit could be determined by the geographic location at which corporations add value to the products that they market in the US. If the goods and services are produced offshore, the tax rate would be high. If the goods and services are produced domestically, the tax rate could be low. The tax rates could be set to offset the lower costs of producing abroad.

e...

...unless the dollar and with it US power collapses or Europe finds the courage to break with Washington and to pursue an independent foreign policy, saying good-bye to NATO, nuclear war is our likely future.

Washington’s aggression and blatant propaganda have convinced Russia and China that Washington intends war, and this realization has drawn the two countries into a strategic alliance. Russia’s May 9 Victory Day celebration of the defeat of Hitler is a historical turning point. Western governments boycotted the celebration, and the Chinese were there in their place. For the first time Chinese soldiers marched in the parade with Russian soldiers, and the president of China sat next to the president of Russia.

...

As the years have passed without Washington hearing, Russia and China have finally realized that their choice is vassalage or war. Had there been any intelligent, qualified people in the National Security Council, the State Department, or the Pentagon, Washington would have been warned away from the neocon policy of sowing distrust. But with only neocon hubris present in the government, Washington made the mistake that could be fateful for humanity.


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EUA: 22 estados falidos


Estados americanos com défices fiscais perigosos e ameaças pendentes de suspensão de pagamentos

Os PIIGS não passam de uma manobra de distração


Portugal, tal como os outros países visados pelo odioso acrónimo, chegaram à pré-bancarrota em grande medida por causa da fantasia de um crescimento virtual assente em dívidas públicas, empresariais e familiares exponenciais, políticas públicas neoneoneokeynesianas, e consumo conspícuo. Mas as grandes bolhas estão noutros lugares: Japão, Estados Unidos, Inglaterra. Não se vêm com a mesma acuidade porque os respetivos governos e bancos centrais mentem permanentemente sobre o que se passa. Olhando, porém, para a pobreza e instabilidade social crescentes nesses país compreendemos perfeitamente que o buraco negro criado —nomeadamente o Grande Buraco Negro dos Derivados Especulativos (OTC Derivatives)— poderá, a qualquer momento, empurrar o planeta para um colapso financeiro e económico bem pior do que o de 2008.

Quase metade dos estados dos EUA está oficialmente falida. E no entanto as agências de notação de crédito mantêm o país em AA+ (excellent) !!!

Via AP/ Zero Hedge:

An Associated Press analysis of statehouse finances around the country shows that at least 22 states project shortfalls for the coming fiscal year. The deficits recall recession-era anxiety about plunging tax revenue and deep cuts to education, social services and other government-funded programs.

The sheer number of states facing budget gaps prompted Standard & Poor’s Ratings Service to call the trend a sort of “early warning.”

“After all, if a state is grappling with a budget deficit now, with the economic expansion approaching its sixth anniversary, what will be its condition when the next slowdown strikes?” credit analyst Gabriel Petek wrote in a recent report.


[...]

The forces at work today are somewhat different than when the recession took hold in 2008. In some states, revenue growth has been stagnant, missing projections and making it difficult to keep pace with expanding populations and rising costs for health care and education. Other states have been hurt by a steep decline in oil prices or seen their efforts to promote growth through tax cuts fail to work as anticipated...

A majority of states have failed to climb back to their pre-recession status, in terms of tax revenue, financial reserves and employment rates, said Barb Rosewicz, who tracks the fiscal health of states for The Pew Charitable Trusts.

Alabama, for example, faces a $290 million shortfall after a voter-approved bailout expires at the end of the current fiscal year. If nothing is done, the courts will not have the staff to send jury notices, monitor juvenile delinquents, process protection orders and collect and distribute child support payments, he said.

“This is an insane proposition,” Hobson said. “The public would suffer.”

Nationally, total tax revenue coming to the states has been rising, but the pace has been slow as employment continues to lag pre-recession levels in more than half the states, according to the Pew Charitable Trusts. Pew also found that 30 states are collecting less revenue than at their peak.

The Census Bureau recently reported that total state government tax collections in fiscal year 2014, which in most states ended last June, increased 2.2 percent over the previous fiscal year. That represented the fourth consecutive overall increase, but 17 states reported declines in tax revenue from the previous fiscal year, according to the report. Alaska saw the biggest drop, of $1.7 billion.

In Illinois, lawmakers are trying to figure out how to close a $6 billion projected shortfall for the next fiscal year, due largely to the expiration of a temporary tax increase [and] in Kansas, the Republican governor and GOP-dominated Legislature now confront budget deficits after aggressive tax cutting that prompted them to reduce school funding this spring.


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segunda-feira, maio 11, 2015

TAP: quanto custou a greve?

Às receitas perdidas anunciadas pelo rapaz dos finos há que subtrair as despesas não realizadas com combustível e pilotos.




A poupança em combustível e pilotos deverá ter andado pelo 8 milhões de euros. Ou seja, o rombo pode não ter ultrapassado os 17 milhões de euros.

No estado a que isto chegou, ideias precisam-se! Tal como na Austrália, há que fazer pela vida ;)

domingo, maio 10, 2015

Novo Banco, Nova TAP


Se o Novo Banco não puder esperar até 2016, então a TAP também não


Os protagonistas da agonia da TAP, e já agora, da SATA, comportam-se como baratas tontas, procurando desesperadamente empurrar as culpas do desastre à vista uns para os outros. Todos coincidem, porém, na teimosia: ninguém arreda pé das posições entretanto ocupadas.

A arara do SPAC já não diz coisa com coisa, vociferando apenas que os pilotos que representa preferem uma vitória de Pirro a ceder no que todos os demais trabalhadores deste país cederam: cortes nos salários. O governo prefere perder trinta milhões de euros e ganhar uma crise governamental, a assumir compromissos passados que lhe custariam bem menos dinheiro e chatices. E por fim o novo caceteiro do PS, António Costa, rasga todos os documentos que o PS assinou com a TAP, com Bruxelas e com a Troika, desde 2009 até que o governo de que fez parte foi corrido deixando para trás um país na bancarrota que levará décadas a reerguer, ameaçando agora os possíveis interessados na reprivatização da empresa.

A situação da TAP é simples de descrever
  1. Custa em combustível 800 milhões de euros por ano (logo, precisa desesperadamente de renovar a sua frota envelhecida, com aviões mais económicos: A350 e A320).
  2. Custa em pessoal 580 milhões de euros por ano (um rácio desastroso face ao número de passageiros que transporta).
  3. Tem uma dívida de 1.062 milhões de euros (o equivalente a uma Ponte Vasco da Gama).
  4. Mas o seu passivo total registado é bem maior: 2.072 milhões de euros (ver Relatório Anual e Contas de 2014)
  5. Assumiu ainda compromissos firmes para aquisição de 12 Airbus A 350-900 num montante superior a 2.500 milhões de euros (vender estas posições equivaleria a um harakiri imediato da companhia).
  6. Os seus principais ativos são: o hub da Portela, pilotos, pessoal de manutenção, slots (reserva de pista para descolar e aterrar aviões), e ainda as encomendas e reservas de doze a quinze A350, e oito A320. A marca TAP e o famoso goodwill da empresa valem pouco mais que um caracol.
  7. Tem manifesto excesso de pessoal quando comparada com as companhias concorrentes.
  8. As mordomias de que ainda gozam administradores, pilotos e demais pessoal estão a desaparecer em toda a parte.
  9. As provisões ilegais da Parpública e os empréstimos por baixo da mesa, nomeadamente do ex-BES e da Caixa geral de Depósitos, que permitiram à gestão político-partidária da TAP empurrar os problemas com a barriga, e continuar a endividar-se, foram falsas soluções entretanto descontinuadas pelos grandes credores do país.
  10. Finalmente, sem capital fresco e uma reestruturação profunda, o modelo estratégico imaginado por Fernando Pinto ruirá como um baralho de cartas antes das próximas eleições, se entretanto não for encontrado um comprador credível que tome a maioria do capital social da TAP, reestruture a empresa e invista!

A TAP e o Novo Banco estão indissociavelmente ligados


O ex-BES e o ex-GES foram as principais alavancas financeiras da TAP, a par do Crédit Suisse. Por esta razão estas duas entidades foram as principais assessoras financeiras da primeira tentativa falhada de reprivatização. Seria bom sabermos em que posições estão neste momento o Crédit Suisse e o Novo Banco face a este processo. Saíram de cena? Continuam dentro?

As dívidas da TAP ao GES/BES não foram para o banco mau (não podia!), e portanto estão na carteira do Novo Banco. Qual é a exposição do Novo Banco à TAP? Alguém sabe? Eu presumo que seja muito elevada, e por isso presumo também que ninguém comprará o Novo Banco sem saber previamente o que vai acontecer à TAP.

Imaginem que os piratas do PS regressavam ao poder e recusavam pagar as dívidas. Alguém quererá correr semelhante risco?

Penso que não, e daí a pressa em atacar a bolha cheia de pus em que a TAP se transformou, de uma vez por todas. Enquanto não for esclarecido o futuro da TAP —reprivatização, ou TAPezinha—, a compra do Novo Banco não arrancará, e se não arrancar nos prazos previstos, isto é, até ao fim de junho, o BCE fará o que fez aos Espírito Santo: resolve a TAP num fim-de-semana!


As baratas tontas
“Conseguimos infligir um dano de €30 milhões na TAP”  — Hélder Santinhos, SPAC. Expresso, 08.05.2015

Hélder Santinhos, dirigente daquela estrutura sindical, realçou que os custos da greve, que teve início a 1 de maio e se prolonga até ao dia 10, são na casa dos 30 milhões de euros e as exigências feitas pelo sindicato ao Governo o e à TAP representam 6,5 milhões de euros por ano.

Pires de Lima desafia António Costa a explicar como vai salvar a TAP

O secretário-geral do PS não se limitou a defender que os privados não devem controlar a TAP, como fez um aviso: “Espero que ninguém pense em comprar mais de 49%.”

[...]

As declarações de Costa sobre a TAP (e também a Carris e o Metro) levaram também o líder parlamentar do PSD a acusar o secretário-geral do PS de “condicionar o mercado”. Luís Montenegro lembra que foi “o PS que lançou a privatização e que a incluiu no PEC I, II, III e IV”, estranhando que seja o líder socialista que “agora vem condicionar o mercado levantando problemas sobre a privatização...”

Diário de Notícias, 10/05/2015

ÚLTIMA HORA

TAP quis dar mais ajudas de custo e horas extra. Pilotos rejeitaramDinheiro Vivo, 11/05/2015

Afinal o Governo andou a negociar de gatas, em vez de avançar para um Requisição Civil, como deveria ter feito. Como é possível querer vender uma empresa e entupi-la de compromissos insustentáveis para quem quer que se disponha a pegar nos cacos e reestruturar a TAP?
Atualização: 11/05/2015, 10:16

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