segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Grécia poderá repudiar legitimamente a sua dívida...

O regresso do Dracma?

 

Euro Is One of the Worst Designed Currencies: Kerr - Bloomberg Business


Nas palavras de Gordon Kerr, segundo o Citibank, se a Grécia não puder contar com uma extensão da Assistência de Liquidez de Emergência (ELA), então estará no seu pleno direito de repudiar 300 mil milhões de euros de dívida. E assim, se isto vier a acontecer, a Grécia ficará aliviada em 300 mil milhões de euros.

Um bom ponto de partida para recomeçar, com uma nova moeda, digo eu!

Gordon Kerr:
“Citibank is saying that if the ELA's are not extended Greece would be perfectly in its rights to repudiate up to €300 billion of debt. So the day after this happens, Greece would be €300 billion better off than it is right now.

[...] Bulgaria’s currency collapsed in 1996; within a weekend it was restructured.”
Bloomberg. Feb. 20 -- Cobden Partners Co-Founder Gordon Kerr discusses Greece’s debt negotiations and why he says Greece should leave the euro with Bloomberg’s Mark Barton and Manus Cranny on “Countdown.”

Euro Is One of the Worst Designed Currencies: Kerr - Bloomberg Business


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TAP boa e TAP má

TAP—aviões parados durante uma greve (2014)

 

TAP perde dinheiro com ‘fuel hedging’


Quem vai suportar as apostas erradas da TAP no hedging do combustível?
“Actualmente, a sobretaxa de combustível cobrada pela TAP custa 43 euros nas viagens de médio curso e 165 euros no longo curso.” — Público, 20/02/2015 - 08:53.
Novas quebras de competitividade com as Low Cost?
Mais 150 milhões a esconder debaixo do tapete da dívida pública?
Não somos a Grécia, dizem.
Não parece!

A TAP, cujo CEO foi contratado há mais de uma década para privatizar a companhia continua a filosofar um esperanto cada vez menos compreensível, enquanto as araras parlamentares palram do que não sabem, defendendo sempre as conveniências eleitorais do momento.

E o momento recomenda-lhes despachar, uma vez mais, a batata quente da privatização da TAP para o próximo governo. A fatura do adiamento subirá pois mais uns milhares de milhões de euros, a endossar ao contribuinte, invariavelmente entretido com os magnos assuntos do Futebol.

Não conheço o novo Caderno de Encargos da privatização, mas presumo que foi desenhado para fazer borregar o leilão.

Só há uma hipótese de a TAP permanecer uma empresa pública: separar a TAP má da TAP boa.

Para tal bastaria criar uma nova empresa, com um nome ligeiramente diferente (PA—Portugal Airlines, por exemplo), onde o estado asseguraria a maioria do capital e gestão totalmente independente, dispersando em bolsa 49% da propriedade da empresa, enquanto os ativos tóxicos e a dívidas da TAP má seriam negociadas, renegociadas, renunciadas, recicladas, incineradas, em suma, desfeitas ao longo de uma ou duas décadas. 

Se os chineses o fazem, por exemplo na Three Gorges, porque não podemos nós fazê-lo? A Europa não deixa? Mas a Europa somos nós!
“In Sept 2002, CTG, as the initiator, established its sub company, China Yangtze Power Co., Ltd. (CYPC), which was assigned to manages the two hydropower plants CTG has, i.e., Gezhouba and Three Gorges hydropower plants. It began to be listed in Shanghai Stock Exchange (SSE) as Yangtze Power Stock A on 18 Nov 2003.” — Three Gorges Corporation.


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O fim do crescimento barato

Oman/ Bloomberg

Game over for cheap resources and debt growth


A procura agregada global cai obrigatoriamente quando não pode suportar os preços de que a oferta global necessita para continuar a produzir... É uma lei física da economia que nenhuma diarreia financeira poderá evitar depois de bater com a cabeça orçamental na parede da realidade.

Este ciclo de decrescimento global já começou e não haverá nada a fazer se não mudar os paradigmas culturais do desenvolvimento.

Oman Producing All-Out on Oil as Price Rout Seen OverBloomberg. by Vivian Nereim. February 22, 2015
“Oil and gas accounts for 79 percent of Oman’s revenue, Al Aufi said. With a projected deficit of 2.5 billion rials ($6.49 billion), Oman’s 2015 budget assumes an oil price of $75 a barrel, he said. A balanced budget would need oil to be over $100, he said.”


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domingo, fevereiro 22, 2015

O Grécia-Alemanha ainda não acabou

Gráfico interativo do BIS via BBC (clicar)


O clube não se chama Alemanha, mas Europa


Premiê grego declara vitória com Grécia evitando colapso financeiro
sábado, 21 de fevereiro de 2015 14:12 BRST

ATENAS/BRUXELAS (Reuters) - O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, declarou vitória neste sábado após aprovação no último minuto de um acordo de resgate financeiro sob condições com a Europa, apesar das grandes concessões que terão que ser feitas para evitar o colapso financeiro nos próximos dias.

Aconteça o que acontecer na próxima Segunda-Feira (ver declaração de Alexis Tsipras/BBC), e nos próximos quatro meses, a relação da Alemanha com o resto da União Europeia sofreu um enorme abalo. E esta foi a vitória, gostemos ou não, da Grécia.

Talvez depois de os calvinistas e protestantes terem chamado porcos e preguiçosos aos católicos e ortodoxos de Portugal, Irlanda, Itália, Espanha e Grécia, e de os gregos terem lembrado o recente passado nazi da Alemanha e as dívidas de guerra que não chegou a pagar até a fim, seja agora o momento de introduzir alguma calma e racionalidade no desembrulhar de uma situação que está longe de ter sido resolvida na sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015. Na Grécia, como no resto da Europa.

Salvo alguns preconceitos culturais, o vídeo anexo é uma boa visualização da presente crise financeira europeia.





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sábado, fevereiro 21, 2015

Lisboa tem a eletricidade mais cara da Europa

Energie-Control Austria. The Hungarian Energy and Public Utility Regulatory Authority. VaasaETT Global Energy Think Tank
(pdf)

Herança elétrica de Sócrates prossegue com o governo esverderado de Passos Coelho


“...Lisbon overtakes Copenhagen as the place with the most expensive electricity followed by Prague and Berlin”

União Europeia?

Os preços pagos por kWh de eletricidade residencial em 23 capitais europeias podem variar até 142%. No consumo elétrico as cidades + caras —em preços nominais— são Copenhagen e Berlim, onde o grosso das faturas, porém, se deve a taxas. Lá como cá.

Mas se ajustarmos o poder de compra, então os consumidores de Lisboa têm a energia elétrica mais cara da Europa. Onde está o Jorge Moreira da Silva? Crescimento, como?

Vale a pena ler este breve e esclarecedor relatório, e observar os seus quadros e gráficos.


Household Energy Price Index for Europe
February 5th, 2015
January Prices Just Released
Energie-Control Austria
The Hungarian Energy and Public Utility Regulatory Authority
VaasaETT Global Energy Think Tank
pdf

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EU to 'reframe' Russian energy ties when time is right - draft | Reuters

Time to buy Portuguese and Spanish energy equity!


Portugal poderá beneficiar da crise ucraniana ao ver ampliado o seu
mercado energético, até agora bloqueado pela França e outros players
europeus. É que 1/3 da energia consumida na Europa vem da.... Rússia.

Num mercado mais aberto e concorrencial, mas também com acesso a mais
consumidores, haverá eventualmente lugar para baixar as rendas
excessivas cobradas em Portugal pelo setor energético.

Alô, Jorge Moreira da Silva​?
REUTERS: The European Commission, the EU executive, is seeking to create a single energy market, based on cross-border connections to improve security of supply and reduce dependence on Russia, which supplies roughly one third of EU energy.
EU to 'reframe' Russian energy ties when time is right - draft | Reuters

Bataglia entala Espírito Santo

Helder Bataglia na Assembleia da República
Img. derivada de foto original © Manuel de Almeida @ Lusa

Estou francamente mais preocupado com as responsabilidades do Governador do Banco de Portugal e do Presidente da República no colapso do GES-BES do que com Helder Bataglia


O senhor Bataglia é um middleman que cobra bem pelas suas informaçãoes e pelos seus serviços de intermediação. Contra isto, nada a dizer.

O Grupo BES recorreu a este homem muito bem relacionado para obter bons investimentos em África (contra isto, nada a dizer), na sua tentativa de fugir à tenaz financeira de Frankfurt, que jurou destruir o banqueiro de Salazar, que, relembremos, trouxe para o nosso país (de forma legal, entenda-se) ouro sequestrado aos judeus pelo regime nazi de Hitler, a troco do volfrâmio essencial ao endurecmento do aço das blindagens de tanques e navios de guerra, e que Portugal então vendeu em grandes quantidades ao governo alemão chefiado por Adolf Hitler, mas também aos Aliados.

O que, por outro lado, diz tudo do gansgsterismo financeiro, de que o Grupo BES foi um dos principais braços, e que tem mantido, até hoje, o país no bolso, é o diagrama da obscuridade, da dissimulação, das cumplicidades, da ilegalidade e da corrupção que vamos conhecendo.

Não esquecer nunca que as cumplicidades da banca, de que o BES é caso exemplar, vão até ao PCP (a quem o BES pagava uma espécie de avença publicitária à Festa do Ávante!), e englobam, obviamente, os sindicatos, nomeadamente através do atual SG da UGT—que saiu em defesa do seu posto de trabalho, mas não em defesa dos clientes do banco que foram assediados por gerentes de conta com Papel Comercial que hoje sabemos não ter passado de uma burla.

Bastaria publicar uma listagem de todos os administradores não executivos e presidentes de mesas de assembleias gerais das 500 maiores empresas do país (incluindo a União das Misericórdias e as recentemente privatizadas a 100%%—como os CTT, por exemplo), para termos uma radiografia perfeita da captura do regime e respetivos trastes partidários pela lógica rendeira, devorista e especulativa que atirou e continua a atirar Portugal para o lixo.

Para terminar, este instantâneo do Jornal i:

“Até agora, foram poucos os convocados à Comissão de Inquérito ao BES que admitiram saber da existência deste veículo: um deles foi Bataglia, os outros foram Francisco Machado da Cruz e José Castella, que confirmaram ser administradores desta sociedade, mas que afirmaram nunca ter olhado para as contas da sociedade.”


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