Dívida líquida da Petrobras supera os 100 mil milhões de dólares
Uma bolha que vai rebentar, mesmo antes de provar o famoso petroleo do pré-sal.
Muito cuidado com os negócios no Brasil, já para não mencionar a Venezuela, Angola e Moçambique, entre outros, com particular destaque para os contratos mediados pelos respetivos governos e empresas estatais. Todos estes países, exportadores de petróleo, gás natural e outras matérias primas, dependem criticamente de preços do barril de crude acima dos 80 ou mesmo acima dos 100 dólares. Dependem, também, da estabilidade cambial e de um dólar barato. Tudo, em suma, o que foram perdendo nos últimos meses. Os petrodólares regressam a casa, para acudir às necessidades de financiamento interno das economias, e para travar a contestação social que tenderá a crescer à medida em que os governos se endividam para além da sustentabilidade.
O preço do petróleo caiu 50% e não voltará aos >100 dólares (promessa de sua Alteza Real Bin Talal, da Arábia Saudita). Na opinião do grande exportador saudita, que considera haver mais de 100 milhões de barris de petróleo iraniano à espera de entrar no mercado, o preço do crude deverá estabilizar algures entre os 45-50 dólares e os <100 dólares. Por outro lado, preços na casa dos 45 dólares rebentarão com o fracking e com outras explorações anti-económicas (pré-sal, etc.) Para termos uma ideia, a produção do petróleo das areias betuminosas do Canadá custa sensivelmente 80 dólares o barril, mas o preço de venda chegou a cair até aos $38!
O grande problema que agravará a situação económica, política e social em muitos BRICS é que quase todos estes países são governados por cleptocracias, revestidas de regimes democráticos mais formais do que reais. A corrupção é pandémica e as decisões de comando raramente obedecem à racionalidade, nomeadamente à racionalidade capitalista liberal. O perigo de acumulação de dívidas impagáveis e de colapso financeiro nestes países tenderá, pois, a agravar-se.
Foi também por não conhecer esta realidade, nomeadamente em Angola, que o pirata-mor do BES arruinou o banco e o grupo financeiro. Menos mal que Pedro Queiroz Pereira (Semapa) viu-as vir e sacou a tempo as empresas produtivas do nosso Titanic financeiro.
Brazilian state-run oil giant Petrobras faces threat of default on US$54-billion in debt
RIO DE JANEIRO — Petrobras, Brazil’s state-run oil company, could be declared in technical default on some of its foreign debt as early as Tuesday if bondholders pursue efforts to force it to speed up its assessment of losses in a giant corruption scandal.
The push, led by New York-based Aurelius Capital, applies to US$54 billion of Petrobras bonds governed by U.S. law in New York state. Aurelius, a “distressed debt” fund, is asking investors to put the company into default as “a precautionary step,” according to a Dec. 29 letter from the firm reviewed by Reuters.
Oil Dinosaurs Face Extinction: State Oil Companies and the Meteor-Strike of Low Oil Prices
Charles Hugh Smith: State-owned oil companies that don't slash expenses to align with revenues and boost critical investment in the infrastructure needed to maintain production will suffer financial extinction.
Domestic and international energy companies are responding to the 50% decline in the price of oil by doing what's necessary to remain in business: they're slashing payroll, postponing capital investments, delaying new projects and soliciting price cuts from suppliers and subcontractors.
This is the discipline of profit-driven capitalism: if expenses exceed revenues, profits vanish, losses pile up, capital contracts and eventually the company runs out of cash (and access to credit) and closes down.
Unfortunately for state-owned oil companies, the feedback of expenses, losses and access to credit are superceded by the need to feed hordes of parasites: the state-owned company exists not to generate profits but to fund large payrolls and support state officials and cronies.
Stripped of the discipline of markets and profits, state-oil companies exist to serve the interests of the state's Elites and their cronies and favored constituents. As a result, critical infrastructure has fallen into obsolescence, capital investments have been hollowed out and the expertise needed to maintain production has eroded.
Sem comentários:
Enviar um comentário