Num abismo perto de si: Plano Bush rejeitado! Quatro bancos europeus caem em dois dias! Banca portuguesa a caminho da falência?
29 SET 2008 | DOW 10,365,45 | -777.68
Congresso 'chumba' plano de salvamento financeiro de Wall Street
2008-09-29 18:55 (Diário Económico) O plano de salvamento foi rejeitado com 226 votos contra e 207 a favor.
Um total de 141 representantes democratas votaram favoravelmente e 66 representantes republicanos votaram no mesmo sentido.
Contra votaram 92 democratas e 132 republicanos. Um republicano absteve-se.
Esta votação coloca em dúvida a sobrevivência da maior parte das instituições financeiras norte-americanas. Recorde-se que o multimilionário Warren Buffett alertou ontem o Congresso para 'um derreter total' do sistema financeiro, caso a moção não fosse aprovada.
A reacção de Wall Street a esta notícia foi bastante negativa, tendo o índice Dow Jones chegado a cair mais de 600 pontos.
House votes down bail-out package
Monday, 29 September 2008 19:14 UK (BBC).The lower house of the US Congress has voted down a $700bn (£380bn) plan aimed at bailing out Wall Street.
The rescue plan - the result of tense negotiations between the government and lawmakers - was voted down by 226 votes to 207 votes.
Members of President George W Bush's Republican party were strongly opposed to it and many refused to back it.
Shares on Wall Street plunged within seconds of the announcement, following steep fall in earlier trading.
Fed Pumps Further $630 Billion Into Financial System
Sept. 29 (Bloomberg) -- The Federal Reserve will pump an additional $630 billion into the global financial system, flooding banks with cash to alleviate the worst banking crisis since the Great Depression.
Citigroup Agrees to Buy Wachovia's Banking Business
Sept. 29 (Bloomberg) -- Citigroup Inc., the biggest U.S. bank by assets, will acquire banking operations of Wachovia Corp. for about $2.16 billion after shares of the North Carolina lender collapsed under the weight of overdue mortgages.
Europe Sees Three Bank Bailouts in Two Days
Sept. 29 (Spiegel) The crisis sparked by the collapse of Wall Street investment banks continues to spread through Europe. Three major banks were bailed out by private banks or governments on Sunday and Monday, including Germany's Hypo Real Estate, the Dutch-Belgian Fortis and Britain's Bradford & Bingley.
A consortium of banks has stepped in to bailout Munich's Hypo Real Estate. Overview: Europe bank failures trigger equities collapse
September 29 2008 18:48 (Finantial Times) ... Credit default swaps saw Iceland come under pressure as Glitnir, one of its leading banks, was nationalised. The country’s CDS, a kind of insurance against bonds defaulting, rose 23bp, or €2,300 for every €10m of debt, to 390bp. The spread is 130bp higher than at the start of the month.
Bancos portugueses são dos menos saudáveis da Europa
2008-07-17 00:05 (Diário Económico) Num ‘ranking’ com 62 bancos europeus, BCP, BPI e BES surgem entre as instituições com rácios de capital mais baixos.
Historicamente os bancos portugueses apresentam rácios de capital inferiores à média europeia. O problema é que, com a crise do ‘subprime’, as bases de capital do BCP e do BPI caíram abaixo dos níveis aconselhados pelo Banco de Portugal (BdP). O regulador recomenda que o ‘core tier I’, um dos indicadores mais utilizados para avaliar a saúde financeira de um banco, deva estar acima dos 5% e, no final do primeiro trimestre de 2008, o BCP e o BPI tinham este rácio nos 4% e 4,3%, respectivamente. Os dois bancos viram-se obrigados a pedir dinheiro aos seus accionistas mas, com a queda de 39% da bolsa portuguesa este ano, o mercado começou a questionar se estes aumentos de capital serão suficientes para manter o BPI e o BCP em níveis confortáveis.
Antes de mais há que perguntar: tem o Banco de Portugal, ou tem a CMVM, algo a dizer sobre a situação cada vez mais avermelhada dos bancos portugueses? Ou será que vamos continuar a aturar o optimismo idiota do ministro das finanças e do senhor Carlos Tavares sobre estes assuntos?
26-09-2008 (Jornal de Notícias). Em linha com as declarações de Teixeira dos Santos, o presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, afirmou, numa visita à Bolsa de Nova Iorque, que em Portugal não há riscos de falências de instituições financeiras. "Não há nenhuma situação de alarme, nem os consumidores portugueses devem ter mais preocupações do que as que resultam" da situação internacional, referiu o presidente da CMVM.
Quanto ao resto, como aqui se vem escrevendo há pelo menos dois anos, as economias consumistas da América e da Europa, afogadas num mar de dívidas, estão literalmente à afundar. Os computadores piramidais do casino mundial de derivados vão sofrer dentro em breve um tenebroso RESET, seguido de CONTROL-ALT-DELETE e, finalmente, SHUT DOWN. Vamos ter que recomeçar de novo!
Valor nocional dos derivativos: 1.144 biliões de dólares (1) Os banqueiros começaram suicidar-se. A grande depressão americana vem aí. E vai sobrar para Europa. Livrem-se das dívidas quanto antes!
Se o valor nocional do mercado de derivados (ou derivativos) fosse distribuído pelo 6,7 mil milhões de seres humanos existentes à face da Terra, daria qualquer coisa como 116 mil euros a cada um. Medido doutra forma: os derivativos, que ameaçam evaporar-se nos próximos meses, correspondem a 22,8 vezes o PIB mundial e mais de 15 vezes o valor de todo o imobiliário do planeta. Os bancos comerciais detêm, por si sós, mais de 12% deste valor nocional -- o que dá para imaginar as dezenas, centenas ou mesmo milhares de empresas que irão inevitavelmente falir até ao fim de 2009. Teríamos que multiplicar por 1634 os 700 mil milhões de dólares que os senhores Bush, Paulson, Bernanke, Pelosi e Obama querem arrancar aos bolsos dos contribuintes americanos, para chegarmos ao valor verdadeiramente astronómico do buraco negro gerado, sobretudo ao longo dos últimos dez anos, pela conjunção catastrófica entre o endividamento exponencial da América e o mar de liquidez gerado pelos superavites comerciais e financeiros dos principais produtores de petróleo e bens transaccionáveis (OPEC, China e Japão), e ainda pelos jogos cambiais (FOREX e currency carry-trade) oriundos sobretudo do Japão -- de que ninguém fala, à excepção de Elaine Meinel Supkis.
O empréstimo pedido pela Casa Banca aos americanos (2) é uma gota de água num oceano de dívidas assassinas. Talvez não haja, para já, outra solução que não passe por esta sucção da pouca poupança americana disponível. Os efeitos serão porém dramáticos, no imediato e ao longo dos próximos anos. Por um lado, a América dificilmente evitará um de dois cenários: ou uma inflação galopante (com o dólar a desaparecer), ou a depressão. Por outro lado, o futuro governo dos Estados Unidos, seja ele Democrata ou Republicano, será confrontado com sucessivos dilemas na ordem interna e na ordem internacional. O ano de 2009 será assim um ano de sustar a respiração. A recomendação que venho fazendo há dois anos é a mesma: nada de especulações bolsistas; fujam dos fundos de investimento e dos PPR como o diabo da cruz; saldem todas as vossas dívidas assim que puderem; comprem terra de boa qualidade e algum ouro fino (nada de ouro virtual!); mantenham algum dinheiro debaixo do colchão!
Europa: as falências seguidas de nacionalização, anunciadas este Domingo, do banco inglês Bradford & Bingley, e do banco holandês, Fortis (que precisou de três governos a fazer força), revelam que, ao contrário do optimismo patético de alguns, a crise já está a martelar com muita força o velho continente. Palpita-me que ouviremos em breve falar do Deutsche Bank.
Portugal: não se fiem na conversa dos políticos, sobretudo do actual governo, do imbecil escandalosamente bem pago do Banco de Portugal, e dos nossos caricatos reguladores. Os derivativos são, por definição, veículos sem controle! Da Caixa Geral de Depósitos ao BCP, passando pelo BPI, Santander-Totta e BES, há segredos que precisam de ser revelados quanto antes. Como irá o governo continuar a financiar as dívidas pública e orçamental? Haverá quem nos empreste dinheiro suficiente para acedermos aos fundos do QREN? O ciclo eleitoral que se avizinha não podia ser pior conselheiro para a malta irresponsável dos partidos. Vai ser uma procissão de perigosas baboseiras.
According to various distinguished sources including the Bank for International Settlements (BIS) in Basel, Switzerland -- the central bankers' bank -- the amount of outstanding derivatives worldwide as of December 2007 crossed USD 1.144 Quadrillion, ie, USD 1,144 Trillion. The main categories of the USD 1.144 Quadrillion derivatives market were the following:
1. Listed credit derivatives stood at USD 548 trillion; 2. The Over-The-Counter (OTC) derivatives stood in notional or face value at USD 596 trillion and included:
a. Interest Rate Derivatives at about USD 393+ trillion; b. Credit Default Swaps at about USD 58+ trillion; c. Foreign Exchange Derivatives at about USD 56+ trillion; d. Commodity Derivatives at about USD 9 trillion; e. Equity Linked Derivatives at about USD 8.5 trillion; and f. Unallocated Derivatives at about USD 71+ trillion.
Quadrillion? That is a number only super computing engineers and astronomers used to use, not economists and bankers! For example, the North star is "just" a couple of quadrillion miles away, ie, a few thousand trillion miles. The new "Roadrunner" supercomputer built by IBM for the US Department of Energy's Los Alamos National Laboratory has achieved a peak performance of 1.026 Peta Flop per second -- becoming the first supercomputer ever to reach this milestone. One Quadrillion Floating Point Operations (Flops) per second is 1 Peta Flop/s, ie, 1,000 Trillion Flops per second. It is estimated that all the data found on all the websites and stored on computers across the world totals more than One Exa byte of memory, ie, 1,000 Quadrillion bytes of data.
Whilst outstanding derivatives are notional amounts until they are crystallised, actual exposure is measured by the net credit equivalent. This is normally a lower figure unless many variables plot a locus in the wrong direction simultaneously. This could be because of catastrophic unpredictable events, ie, "Black Swans", such as cascades of bankruptcies and nationalisations, when the net exposure can balloon and become considerably larger or indeed because some extremely dislocating geo-political or geo-physical events take place simultaneously. Also, the notional value becomes real value when either counterparty to the OTC derivative goes bankrupt. This means that no large OTC derivative house can be allowed to go broke without falling into the arms of another. Whatever funds within reason are required to rescue failing international investment banks, deposit banks and financial entities ought to be provided on a case by case basis. This is the asymmetric nature of derivatives and here lies the potential for systemic risk to the global economic system and financial markets if nothing is done.
Let us think about the invisible USD 1.144 quadrillion equation with black swan variables -- ie, 1,144 trillion dollars in terms of outstanding derivatives, global Gross Domestic Product (GDP), real estate, world stock and bond markets coupled with unknown unknowns or "Black Swans". What would be the relative positioning of USD 1.144 quadrillion for outstanding derivatives, ie, what is their scale:
1. The entire GDP of the US is about USD 14 trillion.
2. The entire US money supply is also about USD 15 trillion.
3. The GDP of the entire world is USD 50 trillion. USD 1,144 trillion is 22 times the GDP of the whole world.
4. The real estate of the entire world is valued at about USD 75 trillion.
5. The world stock and bond markets are valued at about USD 100 trillion.
6. The big banks alone own about USD 140 trillion in derivatives.
7. Bear Stearns had USD 13+ trillion in derivatives and went bankrupt in March. Freddie Mac, Fannie Mae, Lehman Brothers and AIG have all 'collapsed' because of complex securities and derivatives exposures in September.
8. The population of the whole planet is about 6 billion people. So the derivatives market alone represents about USD 190,000 per person on the planet.
The Impact of Derivatives
1. Derivatives are securities whose value depends on the underlying value of other basic securities and associated risks. Derivatives have exploded in use over the past two decades. We cannot even properly define many classes of derivatives because they are highly complex instruments and come in many shapes, sizes, colours and flavours and display different characteristics under different market conditions.
2. Derivatives are unregulated, not traded on any public exchange, without universal standards, dealt with by private agreement, not transparent, have no open bid/ask market, are unguaranteed, have no central clearing house, and are just not really tangible.
3. Derivatives include such well known instruments as futures and options which are actively traded on numerous exchanges as well as numerous over-the-counter instruments such as interest rate swaps, forward contracts in foreign exchange and interest rates, and various commodity and equity instruments.
4. Everyone from the large financial institutions, governments, corporations, mutual and pension funds, to hedge funds, and large and small speculators, uses derivatives. However, they have never existed in history with the overarching, exorbitant scale that they now do.
5. Derivatives are unravelling at a fast rate with the start of the "Great Unwind" of the global credit markets which began in July 2007 and particularly after the collapse of Freddie Mac and Fannie Mae in September this year.
6. When derivatives unravel significantly the entire world economy would be at peril, given the relatively smaller scale of the world economy by comparison.
7. The derivatives market collapse could make the housing and stock market collapses look incidental.
Three Historical Examples
1. The so-called rogue trader Nick Leeson who made a huge derivatives bet on the direction of the Japanese Nikkei index brought on the collapse of Barings Bank in 1995.
2. The collapse of Long Term Capital Management (LTCM), a hedge fund that had a former derivatives and bond dealer from Salomon Brothers and two Nobel Prize winners in Economics as principals, collapsed because of huge leveraged bets in currencies and bonds in 1998.
3. Finally, a lot of the problems of Enron in 2000 were brought on by leveraged derivatives and using derivatives to hide problems on the balance sheet.
The Pitfall
The single conceptual pitfall at the basis of the disorderly growth of the global derivatives market is the postulate of hedging and netting, which lies at the basis of each model and of the whole regulatory environment hyper structure. Perfect hedges and perfect netting require functioning markets. When one or more markets become dysfunctional, the whole deck of cards could collapse swiftly. To hope, as US Treasury Secretary Mr Henry Paulson does, that an accounting ruse such as transferring liabilities, however priced, from a private to a public agent will restore the functionality of markets implies a drastic jump in logic. Markets function only when:
1. There is a price level at which demand meets supply; and more importantly when 2. Both sides believe in each other's capacity to deliver.
Satisfying criterion 1. without satisfying criterion 2. which is essentially about trust, gets one nowhere in the long term, although in the short term, the markets may demonstrate momentary relief and euphoria.
Conclusion
In the context of the USD 700 billion rescue plan -- still being finalised in Washington, DC -- the following is worth considering step by step. Decision makers are rightly concerned about alleviating immediate pressure points in the global financial system, such as, the mortgage crisis, decline in consumer spending and the looming loss of confidence in financial institutions. However, whilst these problems are grave, they are acting as a catalyst to another more massive challenge which may have to be tackled across many nation states simultaneously. As money flows slow down sharply, confidence levels would decline across the globe, and trust would be broken asymmetrically, ie, the time taken to repair it would be much longer. Unless there is government action in concert, this could ignite a chain-reaction which would swiftly purge trillions and trillions of dollars in over-leveraged risky bets. Within the context of over-leverage, the biggest problem of all is to do with "Derivatives", of which CDSs are a minor subset. Warren Buffett has said the derivatives neutron bomb has the potential to destroy the entire world economy, and is a "disaster waiting to happen." He has also referred to derivatives as Weapons of Mass Destruction (WMD). Counting one dollar per second, it would take 32 million years to count to one Quadrillion. The numbers we are dealing with are absolutely astronomical and from the realms of super computing we have stepped into global economics. There is a sense of no sustainability and lack of longevity in the "Invisible One Quadrillion Dollar Equation" of the derivatives market especially with attendant Black Swan variables causing multiple implosions amongst financial institutions and counterparties! The only way out, albeit painful, is via discretionary case-by-case government intervention on an unprecedented scale. Securing the savings and assets of ordinary citizens ought to be the number one concern in directing such policy.
[ENDS]
NOTAS
Isto é: 1.144.000.000.000.000 (1144E12) USD.
Troubled Asset Relief Program (TARP): Congress Reaches Deal Outline
Sep 28 Tentative deal includes the general but unspecified provision that the financial industry would pay for any outstanding cost for the programme after five years. Main components: 1) $700bn released in installments: $250bn right away, $100bn later if results positive and the option to block the remaining $350bn; 2) equity warrants in return for bad asset purchase to recapitalize institutions and retain upside for taxpayers; 3) The plan also would let the government buy troubled assets from pension plans, local governments and small banks; 4) restrictions on executive compensation; 5) independent oversight board. 6) "the government could use its power as the owner of mortgages and mortgage-backed securities to help more struggling homeowners modify the terms of their home loans" but Democrats jettisoned Bankruptcy reform to lower debt value of purchased mortgages (Reuters). Separately, second stimulus package is also in the making for Main Street next to bailout for Wall Street. -- RGE Monitor.
Sweeping Bailout Bill Unveiled/ House Set to Vote Today, Senate to Follow
Sep 28 After a week of political tumult and deepening economic anxiety, congressional leaders yesterday rallied support for an historic proposal that would grant the government vast new powers over Wall Street and offer fresh help to homeowners at risk of foreclosure. -- Washington Post.
Hugo Chávez: "comprar bacalhau, azeite e trigo e assinar contratos no domínio das pescas, para que possamos continuar a lutar contra a miséria e a pobreza".
27-09-2008, 09:49 (RTP). O presidente venezuelano, Hugo Chávez, está de novo em Portugal onde chegou ontem à noite ao aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa. Chávez chegou à capital portuguesa e salientou a sua intenção de comprar um milhão de computadores Magalhães.
Esta viagem do meteorito de Caracas a Figo Maduro (Lisboa) traz água no bico.
Nós importamos trigo, azeite e bacalhau! E quanto ao célebre Magalhães, não passa de um computador portátil "barato" da Intel, versão Classmate (disponível na Amazon desde 2006), embrulhado em Portugal, mas cujo o miolo é inteiramente americano (Intel + Microsoft Windows XP Professional ou Linux). A venda anunciada de um milhão de unidades à Venezuela, que mereceu já protestos da comunidade venezuelana pró-software livre, exigirá um teclado novo, adaptado ao Castelhano, o que não deixa de ser uma mais-valia para os montadores e marketeers da Póvoa do Varzim (parabéns!) Há, porém, algumas trapalhadas neste processo que devem ser rapidamente corrigidas.
O "computador barato", cujo paradigma -- One Laptop per Child (OLPC) -- foi inicialmente desenvolvido pelo famoso tecnólogo Nicolas Negroponte, no MIT, que ambiciona colocar tais máquinas à disposição dos países pobres, a menos de 100 dólares, até 2010, está neste momento a sofrer uma gigantesca ofensiva comercial por parte da Intel, que descobriu o potencial quase inesgotável dos novos mercados emergentes para este género de produto. Pensemos em países como a Índia, a Nigéria, a Indonésia, a África do Sul ou a China! A ingenuidade de Negroponte (1) resume-se a ter pensado que os tubarões do seu país, incluindo Bill Gates, deixariam passar esta oportunidade em claro. Não deixaram!
A Intel teve entretanto o cuidado de não impor o sistema operativo da Microsoft, produzindo assim duas versões, uma equipada com um sistema operativo proprietário, cujas licenças, actualizações e pacotes de programas (Office, etc.) são o grande negócio de Bill Gates, e custam dinheiro, e uma segunda versão, com o sistema operativo não comercial e livre Linux, para o qual existem já centenas de aplicações gratuitas.
Não se percebe pois a submissão canina do Governo português e do Bloco Central que domina este país, à Microsoft. Eu creio que alguém tem lucrado muito com esta submissão comercial, injustificável, ilegal e sem qualquer cobertura democrática parlamentar.
A aquisição dos Magalhães (um produto em que 9/10 do seu conteúdo e componentes efectivos são directamente importados de dois quase monopólios globais), sem concurso público internacional, é não só um escândalo, como deveria ser impugnado em Bruxelas, como claro acto de favorecimento e quebra das regras de concorrência estabelecidas pela União Europeia, por parte do Estado português. O mínimo que se exigiria era um concurso público internacional, estimulante, competitivo e de onde pudessem resultar propostas inovadoras derivadas dos dois projectos seminais de "computadores baratos": a iniciativa One Laptop per Child (OLPC) e a resposta da Intel, Classmate. Estou seguro que os chineses da Lenovo (que adquiriram há tempos a unidade de computadores pessoais da IBM) teriam respondido ao desafio, e que o resultado final teria sido mais produtivo, menos polémico, mais pedagógico e sério, muito mais transparente, e sobretudo assinalaria um ponto a favor de Portugal nas novas triangulações estratégicas em curso.
Mas por muito importante que seja o Magalhães, podendo viajar, depois deste sucesso venezuelano, para o resto da Hispano-América, e ainda para Angola, Cabo-Verde, etc. (como responderá o Brasil a este desafio?), eu não creio que a lista de compras de Hugo Chávez se fique pelo anunciado.
Na lista de compras conhecida, não há quase nada que seja realmente produzido em Portugal. E assim sendo, não teremos com que pagar o petróleo a baixo custo por ele "oferecido" -- ainda não sabemos, se a Portugal, se à GALP! Restam então outras possibilidades: navios costeiros (pesqueiros, de carga e militares), congelados e conservas, vinho, maquinaria ligeira, material militar diverso (armas e munições, veículos blindados, equipamento de logística, etc.), treino militar especializado e formação profissional avançada.
Aqui sim, há lugar para consolidar um bom negócio entre os dois países. O fim do império americano, que se traduzirá por um declínio lento e acidentado do seu ainda imenso protagonismo e capacidade de interferência, desencadeou uma autêntica agitação browniana à escala mundial. Pensemos na surpreendente rapidez política de Sarkozy, na reconstituição quase instantânea do potencial estratégico da Rússia, na rede global de laços comerciais que tem vindo a ser tecida pela China, ou ainda nos contratos energéticos recentemente assinados entre este gigante e a Rússia, o Irão, o Brasil, a Venezuela e Angola. As aquisições de tecnologia militar por parte da Venezuela à Rússia, à China e a... Portugal (?) configuram o surgimento de novas triangulações atlânticas que há mais de dois anos anunciei, e das quais Portugal, não só não pode estar arredado, como deve absolutamente protagonizar, na sua esperada qualidade de mediador (honest broker). Lucrando alguma coisa isso, claro!
Este é um novo e escaldante dossier, cuja abordagem exige olho de lince, subtileza diplomática e sabedoria política. O actual governo, a velha diplomacia lusitana, e sobretudo o excelente ministro de negócios estrangeiros escolhido por Sócrates, Luís Amado, têm feito um bom trabalho e sabido aproveitar todas as oportunidades que a rica e perigosa conjuntura actual tem vindo a oferecer a um pequeno mas estratégico país como Portugal. Tenho-o dito, e repito. Para quem pensa que tenho algo de pessoal contra o socratintas, aqui fica o contraponto.
NOTAS
A Laptop For Everyone One Laptop Per Child--Version 2.0 Andy Greenberg, 05.20.08, 3:05 PM ET (Forbes)
Intel (nasdaq: INTC - news - people ), which broke off its partnership with OLPC in January to focus on promoting its competing low-cost laptop, the Classmate, also received a jab from Negroponte. "McDonald's doesn't compete with the World Food Program," he said. "So I don't know why Intel thinks they're competing with us." (See: "Intel's Laptop Flap.")
OLPC's machines may, however, cut into sales of Intel's second-generation Classmate, which the chip maker released in partnership with Portland, Ore.-based Computer Technology Link last month. (See: "Intel Vs. The XO.") Negroponte said that OLPC will aim to cut the $188 price tag of existing machines to $100 even before the 2010 target date for the XO-2. The organization will also reinstate its "Give One, Get One" program in August or September, allowing Americans and Europeans to buy XOs if they also purchase a second machine for a child in the developing world.
Plano pirata da Casa Branca e de Wall Strett continua em águas de bacalhau. Vai ser uma batalha sangrenta até à madrugada de Domingo em Washington e Nova Iorque!
JP Morgan soma e segue, devorando os rivais feridos que sucumbem. Depois de abosrver os depósitos e a rede de balcões comerciais do maior banco de retalho dos Estados Unidos, o Washington Mutual (WaMu), o JP Morgan trnasforma-se no maior banco comercial da América, como se não fosse já, e há muito tempo, um dos donos do FED, e portanto da América e boa parte deste planeta!
UBS na corda bamba e bolsas europeias em queda livre.
Fortis, banco e seguradora holandesa, de que o Millennium BCP é parceiro, está à beira do colapso, com as acções em queda imparável, tendo perdido 36% do valor entre ontem e a manhã de hoje!
Tanto quanto pude apurar, o Millennium BCP, o BES e a Caixa Geral de Depósitos estiveram envolvidos em importantes operações de "securitização" de dívidas, nomeadamente imobiliárias. Os portugueses têm o direito de saber onde que param essas operações e qual o grau de contaminação tóxica dos pacotes financeiros irregulares então confeccionados e introduzidos no mercado euro-americano de especulação com "derivados", para segurar tais créditos. O Governo, a entidade de regulação e supervisão financeira, e as polícias têm o dever de actuar sem demora, nem hesitação!
Se Paulson e Bernanke não conseguirem fazer passar o seu plano de isentar as decisões económico-financeiras da América do escrutínio democrático e judicial, impondo um estado de sítio financeiro de facto, por via dum golpe de Estado constitucional, teremos o anunciado Pearl Harbor aludido por Warren Buffett. Ou seja, o colapso do sistema financeiro americano e uma hecatombe mundial. Se tal acontecer, a economia virtual será submetida a uma espécie de hara-kiri digital. Há 62 biliões de dólares (62 000 000 000 000) no buraco negro chamado "mercado de derivados", à espera que algum grande pirata prima a tecla DELETE. Depois deste catastrófico RESET, com sorte, isto é, se não ocorrer uma Guerra Mundial, o jogo recomeçará no meio duma terrível e prolongada turbulência planetária.
Se não houver luz branca até às 5-6 da manhã (UTC/GMT) para o roubo de 700 mil milhões de dólares aos contribuintes americanos, e portanto falhar o golpe de Estado financeiro em curso no Congresso dos Estados Unidos, haverá uma corrida aos bancos em todo o mundo na próxima Segunda-Feira. Oxalá esteja completamente equivocado!
REFERÊNCIAS
Bush: 'nós precisamos de um plano de resgate dos bancos' 26/09/2008 15h09
WASHINGTON (AFP) - O presidente americano, George W. Bush, insistiu nesta sexta-feira, em pronunciamento na Casa Branca, que o país precisa urgentemente de um plano de resgate dos bancos.
"Nós precisamos de um acordo de resgate do setor financeiro. Nós devemos agir rapidamente", declarou o presidente Bush.
"Temos um enorme problema", disse Bush, falando da crise financeira que os Estados Unidos estão atravessando.
"Há desacordos sobre alguns aspectos do plano de resgate, mas não há desacordo sobre o fato de que alguma coisa importante deve ser feita", afirmou, um dia depois do fracasso de uma reunião inédita na Casa Branca sobre a crise financeira, com os dois candidatos à presidencial, Barack Obama e John McCain, e os líderes dos partidos democrata e republicano.
"Minha administração continua trabalhando com o Congresso. É uma tarefa pesada, nossa proposta é uma importante proposta", destacou o presidente Bush. "E cada vez que você tem um plano desta dimensão, onde as coisas acontecem assim tão rapidamente, que requer uma lei, isso gera debates. Os membros do Congresso querem ser ouvidos", declarou Bush.
Depois da maior falência da história dos EUA, a do banco Washington Mutual, fechado pelas autoridades americanas na noite de quinta-feira, a pressão aumenta mais do que nunca nesta sexta-feira para a conclusão rápida das discussões sobre este plano de resgate do secretário do Tesouro, Henry Paulson, que prevê a injeção de 700 bilhões de dólares no sistema bancário americano.
Os democratas acusam os republicanos de serem os responsáveis do impasse atual para a adoção do plano. O candidato republicano à Casa Branca, John McCain, particularmente, segundo os democratas, sabotou o consenso que parecia estar se desenhando no Congresso na manhã de quinta-feira sobre este plano.
Fortis afirma que tem situação financeira "sólida" 26-09-2009 (Jornal de Negócios). Os responsáveis do Fortis afirmaram hoje que o banco está "sólido" apesar das dúvidas dos investidores quanto à situação económica da instituição, e de ter sido noticiado hoje que os clientes do banco estão a recorrer a outras instituições.
... Os títulos do banco têm negociado em forte queda, tendo ontem estado a desvalorizar mais de 21%. Na sessão de hoje, as acções já perderam quase 15% e seguem agora a recuar 8,87%.
O Fortis é parceiro do BCP nos seguros, tendo abandonado o capital do banco português em Setembro do ano passado, depois da venda de 3,9% do capital por 140 milhões de euros. Apesar desta operação, que serviu para financiar a aquisição de activos do ABN, o Fortis o BCP asseguraram na altura o “forte empenho” na parceria que tinham no sector segurador em Portugal.
O BCP e o Fortis controlam em conjunto o Millennium bcp Fortis Grupo Segurador, companhia que detém várias seguradoras, como a Ocidental Vida e a Ocidental Seguros.
Washington Mutual "resgatado" pelos reguladores 26-09-2008 (Jornal de Negócios). A última vítima da crise financeira é o Washington Mutual (WaMu) que teve que ser "resgatado" pelos reguladores, naquela que é considerada a maior falência bancária da história americana, depois de ter visto a notação financeira revista em baixa para "junk" (o nível mais baixo) e a cotação das acções ter afundado.
JPMorgan Buys WaMu Deposits as Regulators Seize Failed Thrift Sept. 26 (Bloomberg) -- JPMorgan Chase & Co. became the biggest U.S. bank by deposits, acquiring Washington Mutual Inc.'s branch network for $1.9 billion after the thrift was seized in the largest U.S. bank failure in history.
Customers of WaMu withdrew $16.7 billion from accounts since Sept. 16, leaving the Seattle-based bank ``unsound,'' the Office of Thrift Supervision said late yesterday. WaMu's branches will open today and depositors will have full access to all their accounts, Sheila Bair, chairman of the Federal Deposit Insurance Corp., said on a conference call.
WaMu is the latest casualty of a financial crisis that drove Lehman Brothers Holdings Inc. and IndyMac Bancorp out of business and led to the hastily arranged rescues of Merrill Lynch & Co. and Bear Stearns Cos., which was itself absorbed by JPMorgan. WaMu in March rejected a takeover offer from JPMorgan Chief Executive Officer Jamie Dimon that the savings and loan valued at $4 a share.
Sept. 26 (Bloomberg) -- House Republicans Undercut Bush on Rescue, Slow Talks Republicans splintered over the proposed $700 billion rescue of the U.S. financial system, imperilling an agreement hours after a bipartisan group of negotiators and the White House said one was near.
Lawmakers were to meet again today in Washington after some House Republicans, led by Virginia's Eric Cantor, said they wouldn't back a plan based on Treasury Secretary Henry Paulson's approach. The stalemate came after an unprecedented meeting of the two presidential candidates, President George W. Bush, congressional leaders and Cabinet officers.
``We are sitting down where we were at the end of day one,'' Senator Bob Corker, a Tennessee Republican, said as he headed into a late-night meeting with Paulson and lawmakers.
Stocks in Europe, Asia, U.S. Futures Decline on Bailout Delay
Sept. 26 (Bloomberg) --Stocks in Europe and Asia and U.S. index futures sank after negotiations on the $700 billion financial bailout plan stalled and Washington Mutual Inc. was seized in the biggest U.S. bank failure in history.
UBS AG, the European bank hardest hit by subprime-related losses, slid 2.8 percent and Woori Finance Holdings Co. tumbled 7.5 percent after Republicans said they wouldn't support the proposed rescue plan. WaMu plunged 77 percent as JPMorgan Chase & Co. acquired its branch network for $1.9 billion. Vestas Wind Systems A/S retreated 4.9 percent after Morgan Stanley cut its recommendation for the world's biggest wind-turbine producer.
...
``With the bankruptcy of Washington Mutual, the systemic risk has returned,'' said Benoit de Broissia, an equity analyst at Richelieu Finance in Paris, which oversees about $6.2 billion. ``One of the links in the chain has broken so we wonder if the chain is threatened,'' he said in a Bloomberg Television interview.
Fundos portugueses perdem 8 milhões com Lehman e AIG Colapso financeiro 2008-09-17 00:05 (Diário Económico) Há 13 fundos com exposição às duas entidades. Só na última semana e meia perderam 2,6 milhões de dólares.
... São pelo menos 13 os fundos portugueses expostos a estes activos, de acordo com a análise feita pelo Diário Económico no ‘site’ da CMVM.
Excluindo o montante dos títulos de dívida, as perdas acumuladas em 2008 pelos fundos portugueses através da exposição a AIG e Lehman ascendem a 7,7 milhões de dólares. Desde o início da semana passada, quando começaram a ser mais evidentes os graves problemas do banco de investimento norte-americano, as perdas são de 2,6 milhões de dólares.
O BPI Reforma Investimento PPR é o fundo com maior exposição a acções da AIG, 95.814 títulos, e também com mais acções da Lehman Brothers em carteira, 4.328.
Outros fundos com acções da AIG em carteira são o BPN Optimização, BPN Valorização, BPN Acções Global, Santander Acções América, Santander Acções USA e Millennium Acções América. Apenas dois fundos têm dívida da AIG, o BPI Global (12,5 milhões) e o Popular Valor (200 mil).
O naufrágio dos PPR e dos fundos de investimento em geral Sexta-feira, 26 de Setembro de 2008 (Esquerda Desalinhada).
...retirámos do Semanário Económico de 22/8 o seguinte ilustrativo título – “77% dos fundos PPR têm retornos negativos”. E, como subtítulo uma frase mais clarividente – “quem investiu em PPR para construir um pé-de-meia para a reforma tem razões para se mostrar apreensivo…”.
Mais detalhadamente ficamos a saber que os PPR mais prudentes, com menor cobertura em acções de empresas obtiveram uma rendabilidade de 0,28% nos 12 meses terminados em Julho último; e que os mais ambiciosos com mais de 35% de investimento em acções, perderam 8,9%.
Alguém poderá dizer que foi culpa do “subprime”, género de peste que tudo pretende justificar. Nada disso. Nos últimos três anos, a média anual da rendabilidade, para o conjunto dos PPR, fixa-se em 1,59%, que passa a 2,6% se se considerarem os últimos cinco anos. Em suma, os PPR não valorizam coisa nenhuma pois nem sequer a inflação compensam, Assim, os mais avisados e os mais enrascados retiraram 460 M euros de PPR nos primeiros sete meses do ano.
De acordo com notícia do Diário Económico de 22/7 e também no que respeita a fundos de pensões, o BCP perdeu 558 M euros, o BPI 250 M euros e o BES 234 M euros no primeiro semestre, devido à desvalorização dos activos que cobriam as suas responsabilidades. Quando as cotações sobem, eles valorizam os activos e aceitam responsabilidades mas, quando elas baixam, surge a desvalorização dos activos, não se reduzindo, naturalmente as responsabilidades; então, os bancos afectam novos activos para manter a cobertura e… quando eles se esgotarem vão à falência ou o paizinho Estado dá uma ajuda, pagando os desvarios dos capitalistas que tanto protege.
Mas não são só os fundos geridos pelo sistema financeiro, nomeadamente pelos bancos que colocam os valores entregues pelas pessoas no “mercado”. O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, existente como forma de assegurar o pagamento de pensões em caso de crise grave, tem cerca de 20% do seu pecúlio, equivalente a 1600 M euros, aplicado em títulos e submetido aos riscos que se vêm revelando.
Os fundos de investimento em geral
O panorama atrás referido emana da situação que se observa para o conjunto dos fundos de investimento. No ano terminado em Junho último a “indústria” europeia da especulação havia perdido 800 000 M de euros na valorização dos seus activos e, se o desporto especulativo estivesse num campeonato europeu, as medalhas pelas perdas teriam sido assim distribuídas:
Medalha de ouro – Portugal (- 30,79%)
(neste momento solene sugerimos que cantem o hino!!)
Medalha de prata – Lituânia ( - 30,16%)
Medalha de bronze – Polónia (-27,40%)
Em finais de Agosto, a melhor marca europeia nas perdas continuava a pertencer a Portugal (-33,62%) só ultrapassada, a nível mundial pela Coreia (-37,52%). Afinal o “sólido” sistema financeiro português não é só bom a aumentar os juros, a inventar comissões e pequenas falcatruas, como na questão dos arredondamentos.
George W. Bush: «Toda a nossa economia está em risco» (25 de Setembro de 2008, 02:42)
Elaine Meinel Supkis: Everyone can have lots of fun! This is because there is no such thing as ‘allies’ in the world of business. There are sharks and there is fish bait. Any shark that ends up bleeding in the water is attacked by the others.
To dominate Europe, all Russia has to do is get China’s cooperation in denying international lending to the US government. Let the Arabs and Europeans and Japanese pay for everything themselves!
Unlike many third world nations, the US public is very heavily armed.
Um novo "Pearl Harbor"?
O ultimato dirigido aos americanos por George W. Bush (1) em nome dos ladrões de Wall Street e do cartel bancário que dá pelo nome de FED (Reserva Federal), resume-se ao seguinte: ou vocês (mensagem de Bush ao povo americano) pagam o buraco negro do Subprime, dos CDS (Credit Default Swaps) e dos demais produtos tóxicos do mercado de Derivados, com execuções hipotecárias, subidas consecutivas nas prestações das vossas casas hipotecadas, destruição em larga escala do trabalho existente, estagnação do emprego, centenas de milhar de empresas falidas, e muito menos Estado no ensino, na segurança social e na assistência médica, ou, se o Congresso rejeitar este pacote de emergência, destinado a passar um cheque em branco aos piratas-mor Paulson e Bernanke, para que de alguma forma mitiguem os sérios problemas da América, haverá uma implosão de todo o sistema financeiro do país, cujo efeito será multiplicar por um factor indeterminado o drama acima descrito, com implicações internacionais, de ordem económica, financeira, política e militar imprevisíveis! É sobre este dilema que G.W. Bush espera uma resposta favorável ao golpe de Estado financeiro em curso.
Warren Buffett lançou um aviso encriptado sobre a actual precipitação do colapso económico-financeiro da América: estamos na presença de um "Pearl Harbor Económico" (2).
Toda a gente hoje sabe que a destruição da esquadra americana -- fundeada no Havai -- pela aviação japonesa foi uma armadilha montada pelos americanos, com conhecimento do presidente Franklin Delano Roosevelt (FDR), para justificar a entrada em força da América na II Guerra Mundial. Sobram razões para pensar que o 11 de Setembro tenha sido algo parecido. A pergunta que agora se põe, depois das derrotas militares em curso nas aventuras criminosas desencadeadas contra o Iraque, o Afeganistão e as regiões autónomas (hoje independentes) da Geórgia, e do incremento exponencial das dívidas externa, pública e orçamental dos Estados Unidos, é esta: como ocultar a teia de corrupção e mentira (3) que engendrou tudo isto? Como escondê-la, em particular se os actores deste filme da verdadeira Máfia americana pertencerem à elite WASP e financeira (JP Morgan, Chase, etc.) que gere o complexo industrial-militar da América, e o enredo estiver ancorado numa rede de cumplicidades profundamente infiltrada no aparelho de Estado americano?
O problema é, além do mais, extraordinariamente grave se ponderarmos o facto de boa parte dos activos acumulados pelos gigantes agora falidos pertencerem à China, à Rússia, aos árabes do petróleo e ainda a algumas grandes instituições e fundos de investimento (fundos de pensões, etc.) europeus (4). A não aprovação do pacote armadilha de Bush, Paulson e Bernanke, até ao dia de amanhã (26 de Setembro de 2008), poderá fazer cair o sistema financeiro americano, tornando virtualmente irrecuperáveis as dívidas acumuladas pela América, reduzindo ainda a zeros os biliões de dólares de activos adquiridos por Estados riquíssimos e detentores, quase todos eles, de sofisticado armamento nuclear, com factores demográficos muito favoráveis em hipótese de guerra, e uma altíssima moral anti-americana. Por outro lado, a aprovação, ainda que mitigada, de um cheque em branco aos gatunos de Wall Street, poderá apenas prolongar por mais algum tempo a agonia do império americano. Em ambos os casos, o perigo de uma nova guerra civil na federação de 50 estados que formam a União é real. Não existe nenhum país no mundo com uma população civil tão bem armada como a dos Estados Unidos. Haverá, depois de amanhã, uma ordem de recolha do armamento em posse dos cidadãos americanos? Haverá, por outro lado, uma nova proibição de compra e detenção privada de ouro fino?
Os dias de hoje e de amanhã poderão transformar-se no terceiro e último capítulo de uma reedição fatídica da provocação de Pearl Harbor, colocando o planeta à beira duma III Guerra Mundial. Primeiro, foi o 11 de Setembro; depois, a Guerra ao Terrorismo e o Patriotic Act (ambos conducentes à transformação dos Estados Unidos numa ditadura imperial sob estado permanente de excepção); e finalmente, a votação no Congresso, amanhã, do pacote legislativo que autoriza a maior expropriação de riqueza americana individualmente acumulada por parte dos donos daquela que foi outrora a maior e mais inspiradora democracia do mundo. Repare-se que este roubo será executado por uma horda de ladrões e assassinos com total carta branca. Vão ser horas de brasa até ao fim do dia de amanhã. O mundo está suspenso do desenrolar destes acontecimentos. Pela nossa parte, iremos acompanhar o filme hora a hora.
NOTAS
Crise financeira: «Toda a nossa economia está em risco» - George W. Bush 25 de Setembro de 2008, 02:42 Washington, 25 Set (Lusa) - George W. Bush fez na quarta-feira uma dramática comunicação televisiva sobre a actual crise financeira, afirmando que toda a economia norte-americana "está em risco" e apelou a um consenso bipartidário para a solução. (SAPO/ Lusa).
Did Buffett Just Give Us A Coded Warning? Wednesday, 24 September 2008 Warren Buffett, new stakeholder in the megalithic survivor-biased Goldman Sachs, has referred to recent upheavals in the financial markets as "an economic Pearl Harbour". He is a very smart man who knows his history, having lived it and seen it up close. He will know better than most that Pearl Harbour is now understood in well informed circles to not only have been foreseen by FDR, but provoked by FDR in an orchestrated campaign to engineer a war with Japan dating from a plan adopted in 1940. -- London Banker.
acrumb (comentário):
...financial markets are in much worse shape than reported. The Fed is not just printing oodles of dollars, but 'printing gold' by selling 'gold certificates' not backed by any gold. And the GNMA mortgage bonds are fraudulently using the same mortgage 10 times to back 10 different bonds. What has been reported is the tip of the iceberg. Value of the dollar must collapse.
The Housing and Economic Recovery Act of 2008: An Analysis by Catherine Austin Fitts Solari Real Channel, August 11, 2008
"I would never come to your house. Your house is bigger than my house. I would find it castrating." -- Jack Kemp to Catherine Austin Fitts.
You can attack and take over a country. Or you can simply let it borrow itself to death in a financial coup d'etat. Recent history suggests that the second is infinitely more profitable for the victor.
"In 1994, after the first Federal Housing Administration (FHA)/Housing and Urban Development (HUD) financial audit was published, a mortgage banker came to see me. He was a serious engineering type who clearly worked hard and had mastered the details of his business. He was distressed, he said. For decades he had been keeping a tally of total outstanding FHA/HUD mortgage insurance credit. He had brought printouts of his database for me. It turned out that the government’s published financial statements showed the amount outstanding was substantially less than the actual amount outstanding. He was sure. I assumed that the guy was crazy. If what he said were true, then the U.S. Treasury and the Federal Reserve would have to be complicit in significant fraud, including securities fraud."
...
The average person could not believe that the largest, most prestigious Wall Street banks and investment houses were engaged with Washington in managing the largest capital market in the world—the U.S. mortgage markets—on a criminal basis.
That was too much to swallow.
Until now.
The real model has come out of the closet. Whereas the last year of Wall Street bailouts were making things clearer, the Housing and Economic Recovery Act of 2008 now leaves no room for doubt. The Act could not be more blunt about infinite government subsidy funded with infinite debt benefiting the private few. The Tapeworm corporation is fully engorged.
The American taxpayers are, in essence, guaranteeing $5 trillion of Fannie Mae and Freddie Mac debt. The Federal Reserve stands by to subsidize Fannie's and Freddie's stock in the stock market. Fannie and Freddie continue to pay dividends to their shareholders. All the profit goes to the shareholders and management. The taxpayers get no compensation or payback for saving all of Fannie and Freddie’s equity and essentially guaranteeing their income. The management of Fannie and Freddie get to keep all their compensation and bonuses. They get to spend as much as they want on more lobbyists and law firms. They and their foundations can continue to hand out money to universities and not-for-profits.
This all ensures that Fannie Mae and Freddie Mac can continue to use the federal credit to centralize and control the U.S. mortgage market.
...
The housing bill has put forward the most explicit description yet of the true corporate model prevailing in America—congressionally legislated businesses with central-bank-determined stock prices.
It is a fascinating combination of friendly fascism and multiple personality disorder. Now that the fundamental nature of the Tapeworm corporation is out of the closet and clear, keeping it afloat will require a mind-numbing combination of global force to maintain financial liquidity, plus global propaganda and payola to preserve its brand.
...
Thanks to a handful of courageous people and reporters, you can understand why it took 232 years for America to accumulate almost $10 trillion in national debt but only one new bill bailing out Freddie Mac and Fannie Mae to clean up more housing bubble mess to add another $5 trillion overnight.
Andrew Cuomo and Fannie and Freddie How the youngest Housing and Urban Development secretary in history gave birth to the mortgage crisis By Wayne Barrett Village Voice. published: August 05, 2008
There are as many starting points for the mortgage meltdown as there are fears about how far it has yet to go, but one decisive point of departure is the final years of the Clinton administration, when a kid from Queens without any real banking or real-estate experience was the only man in Washington with the power to regulate the giants of home finance, the Federal National Mortgage Association (FNMA) and the Federal Home Loan Mortgage Corporation (FHLMC), better known as Fannie Mae and Freddie Mac.
Financial Bailout: America's Own Kleptocracy The largest transformation of America's Financial System since the Great Depression, by Michael Hudson Global Research, September 20, 2008
Overnight, the U.S. Treasury and Federal Reserve have radically changed the character of American capitalism. It is nothing less than a coup d'Etat for the class that FDR called "banksters." What has happened in the past two weeks threatens to change the coming century - irreversibly, if they can get away with it. This is the largest and most inequitable transfer of wealth since the land giveaways to the railroad barons during the Civil War era.
Crise Financeira 2008-09-24 16:04 (Diário Económico). Bancos europeus poderão sofrer colapso ainda maior do que o dos seus congéneres nos EUA. As gigantescas dívidas e a falda de dinheiro poderão destruir vários dos maiores bancos europeus, alerta um estudo do Centro para os Estudos de Política Europeia.
The week that changed everything Ann Pettifor in Open Democracy.
The last week has changed everything. A series of extraordinary events in the United States - from the collapse of Lehman Brothers to the forced sale of Merrill Lynch, from the state takeover of insurance giant AIG to the Federal Reserve's emergency bailout plan - has transformed the crisis in the financial markets into an argument about the very foundations of the model of economic governance that rules the world.
... The world may be moving on its axis, but the change has not yet gone nearly far enough: for neo-liberal economists remain at the helm of the global economy, and continue to disseminate potent mis-diagnoses of what is happening. These economists include the world's major central bankers and finance ministers. It is vital that their economics and their three principal delusions are challenged if the global economy is to be steered safely out of this all-consuming storm.
Another Anglo-American debacle. This time worse than Iraq. Ann Pettifor in Debtonation.
European politicians, with the exception of Spain, declined to party at the Anglo-American-sponsored Credit Bubble saloon. It was Anglo-American financiers cheered on by politicians and regulators, that dined out on a ‘punch-bowl’ of de-regulatory excess. Europeans individuals and households are on the whole, far less indebted than than those in economies that emulated the Anglo-American model. Now that the party is well and truly over, there are pleas for help from Washington.
Hank Paulson on Sunday signalled the need for a multilateral approach to the crisis, which thanks to a highly integrated, international financial system - threatens to become a global systemic crisis.
But in one week the world has changed. The same politicians that Donald Rumsfeld mocked as ‘old Europe’ because they opposed the invasion of Iraq, are now refusing to play ball. The New York Times reports today that German Chancellor Mrs Angela Merkel “took the opportunity to criticize the United States and Britain for opposing German efforts to put greater regulation, or at least reviews, of the financial sector on the international agenda last year, when she was chairwoman of the Group of 7 industrialized nations.”
Dollar May Get `Crushed' as Traders Weigh Up Bailout
Sept. 22 (Bloomberg) -- Treasury Secretary Henry Paulson's plan to end the rout in U.S. financial markets may derail the dollar's three-month rally as investors weigh the costs of the rescue.
The combination of spending $700 billion on soured mortgage-related assets and providing $400 billion to guarantee money-market mutual funds will boost U.S. borrowing as much as $1 trillion, according to Barclays Capital interest-rate strategist Michael Pond in New York. While the rescue may restore investor confidence to battered financial markets, traders will again focus on the twin budget and current-account deficits and negative real U.S. interest rates.
"As we get to the other side of this, the dollar will get crushed," said John Taylor, chairman of New York-based International Foreign Exchange Concepts Inc., the world's biggest currency hedge-fund firm, which manages about $15 billion.
A tentativa de tomada de assalto do Congresso americano por parte dos comandos de Wall Street, Henry Paulson, secretário do tesouro do governo de George W. Bush, e Ben Bernanke, presidente do FED (cartel bancário dos Estados Unidos), está a fracassar:
Obama, Pelosi e McCain pediram tempo para pensar e querem matizar os contornos mais escandalosos da cedência de soberania exigida por Bush, Paulson e Bernanke, retirando deste modo o efeito de surpresa pretendido;
a percepção da monumental burla em preparação despertou grande desconfiança junto do povo americano e de segmentos importantes dos seus protagonistas económicos e financeiros;
a noção dos custos que teria para o mercado e para a economia uma operação de tão descomunal endividamento e intervencionismo económico-financeiro, fez cair de novo e a pique Wall Street e o dólar, provocando ao mesmo tempo a maior subida de sempre, num só dia, do preço do petróleo;
a chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou de forma cortante as pressões de Paulson no sentido de obter uma ajuda financeira internacional imediata na ordem do bilião de dólares (10E12), e de levar a Europa e o Japão, pelo menos, a adoptar planos semelhantes ao seu
o Japão, através do Mitsubishi UFJ Financial Group Inc., não se importa de comprar 20% do Morgan Stanley, mas o governo japonês não está na disposição de esmifrar ainda mais a sua população para salvar aventureiros americanos;
o espectro de uma Grande Recessão está às portas da América, havendo as maiores expectativas quanto ao filme dos acontecimento até à próxima Sexta Feira, data-limite para uma resposta atempada ao Ultimatum do Governo e do FED.
na ordem político-militar as coisas também são cada vez mais inquietantes: enquanto os agressores do Pentágono se preparam para intensificar as provocações ao Paquistão, navios de guerra topo de gama russos, entre eles o cruzador nuclear Pedro O Grande, largaram hoje (22-09) do porto de Severomorsk, no Árctico, em direcção à Venezuela.
Como pano de fundo de toda este desconforto mundial relativamente à crise está a consciência crescente de que o cerne do problema não foi, nem é a crise hipotecária, i.e. o tristemente célebre Subprime, mas sim, por um lado, a descomunal dívida americana, e por outro, a "iliquidez" cada vez mais visível e irremediável da monstruosa dívida acumulada nos chamados mercados de derivados, de que os obscuros veículos de titularização de dívidas, a que se deu o nome de CDS (Credit Default Swaps), corresponde já ao impensável valor de 64 biliões de dólares (64 000 000 000 000). Qualquer coisa parecida com duas vezes o valor do mercado bolsista americano, ou o valor do PIB mundial: 65 610 000 000 000 USD (2007.) Este buraco negro da globalização está prestes a sugar uma boa parte da economia mundial. A implosão já começou. E começou nos Estados Unidos. As sereias que sopram diariamente a ilusão de que a coisa ficará por lá, não afectando a Europa e o resto do planeta, não passam de mentirosas compulsivas enviadas pelos deuses para nos arruinar.
Mortgages are the least of our problems. Think CDSs
This post suggests that Hank Paulson’s wrong analysis of the crisis has led him to a wrong solution: bailing out the mortgage-related securities of banks, when the debt crisis for banks is a much, much bigger one. Instead he should ban housing evictions and bail out homeowners and small businesses. Banks’ real problems lie with the $60 trillion market of so-called Credit Default Swaps.
Neo-liberal, conservative economists are fond of blaming this crisis on ‘the housing market’. This way they avoid blame being laid at the door of financial de-regulators (central bank governors, finance ministry officials and elected politicians) or indeed of the finance sector. Instead the blame can be laid on those that took out mortgages, in particular those poor, desperate people in the ’sub-prime’ sector, for this crisis. We must not internalise this propaganda. It was not the housing bubble that caused this crisis, it was the credit bubble. And the private finance sector, encouraged by politicians and central bankers, created the credit bubble.
... A much bigger problem are their other ‘deriviatives’ notably Credit Default Swaps or CDSs.
Credit Default Swaps are not swaps at all, but a form of insurance that has escaped the regulatory radar, and which we understand is not properly underwritten or guaranteed, or collateralised. Banks used this dodgy insurance, to insure their borrowing - and then had that borrowing (or debts) Triple A-rated by rating agencies such as Standard and Poor’s. These then became ‘assets’ and were sold to e.g. pension funds as very safe investments. This spread the leveraged borrowing and the vast liabilities far and wide. Such is the mess these banks, hedge funds and other financial institutions - and pension funds - are in.
... “The CDS market exploded over the past decade to more than $45 trillion in mid-2007, according to the International Swaps and Derivatives Association. This is roughly twice the size of the U.S. stock market (which is valued at about $22 trillion and falling) and far exceeds the $7.1 trillion mortgage market and $4.4 trillion U.S. treasuries market, notes Harvey Miller, senior partner at Weil, Gotshal & Manges. “It could be another — I hate to use the expression — nail in the coffin,” said Miller, when referring to how this troubled CDS market could impact the country’s credit crisis.” (March Time Magazine)
Nowadays, the value of this CDS market is reckoned to be much higher: in the region of $64 trillion plus. Compared to the $700 billion he is demanding to bail out the banks, this is truly ‘funny money’. America would be much better off if Paulson and Bush banned housing evictions and used the $700 billion to write off the debts of ordinary homeowners and small businessmen and women in the real, productive economy. -- Debtonation.
As autoridades portuguesas e os políticos do Bloco Central têm vindo a reiterar que Portugal está fora do círculo de fogo do actual colapso financeiro internacional, pois não andaram, nem andam metidos com produtos tóxicos oriundos do casino global da especulação financeira. É falso! Leiam com atenção o que retirei do sítio do Millennium BCP e ficarão a saber que tanto o Estado português, como os sectores bancário e financeiro não regulamentado (as ditas Sociedades de Titularização de Créditos) portugueses têm os ossos encharcados de operações de milhares de milhões de euros, cujo paradeiro e saúde desconhecemos em absoluto. Pelo caminho, lendo atentamente as explicações da operação "Caravela", ficarão a saber um pouco mais sobre um veneno financeiro 100 vezes mais perigoso do que o Subprime. Chama-se CDS!
"O Millennium investment banking tem mantido uma participação activa em operações de securitização em Portugal e no estrangeiro.
"Em Novembro de 2006, o Millennium investment banking foi Lead Manager, conjuntamente com a UBS Limited e o Deusche Bank, da Kion Mortgage Finance plc, a primeira operação de securitização de crédito hipotecário (Residential mortgage-backed securities) lançada pelo Millennium Bank, na Grécia (então NovaBank). A operação, no montante de 600 milhões de euros, constituiu a primeira operação do género realizada por uma subsidiária de um banco português na Grécia.
"Em Julho de 2006, o Millennium investment banking liderou, conjuntamente com o ABN AMRO e a Merrill Lynch International, a Magellan Mortgages No4, uma operação de securitização de crédito hipotecário, no montante de 1500 milhões de euros.
"Em 2005, o Millennium investment banking (então Millennium bcp investimento) foi Líder Conjunto da Magellan Mortgages nº 3, a terceira securitização de créditos hipotecários originados pelo Millennium bcp.
"Em 2004, o Millennium investment banking (então Millennium bcp investimento) foi responsável por duas operações inovadoras: Explorer 2004, a primeira titularização do Estado Português, e Promise Caravela 2004, a primeira titularizaçãoo sintética realizada em Portugal." -- in BCP Investimento.
Explorer 2004: A primeira Titularização do Estado Português
Em Abril de 2004, o Millennium bcp investimento foi Líder Conjunto da transacção Explorer 2004 - Sagres Sociedade de Titularização de Créditos, S.A., que consistiu na titularizaçãoo de dívidas em incumprimento, à Segurança Social e ao Fisco.
O Explorer 2004 foi a primeira operação de titularização de créditos originada pela República Portuguesa, com o montante total da emissão a ascender a 1 663 milhões [euros].
As obrigações foram distribuídas por um vasto e diferenciado leque de investidores internacionais.
Esta foi também a primeira titularização de créditos vencidos (Non Performing Loans - NPLs) originada em Portugal, e tratou-se ainda da primeira operação originada em Portugal, em que se utilizou uma Sociedade de Titularização de Créditos (STC).
Nesta transacção, a cedência do portfolio de créditos relativos a dívidas ao fisco é efectuada através da Direcção Geral de Impostos, enquanto que a entidade cedente dos créditos respeitantes a dívidas à Segurança Social é o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social. -- in BCP Investimento.
Promise Caravela 2004: A primeira titularização sintética realizada em Portugal
Tratou-se da primeira securitização sintética realizada em Portugal, consistindo na venda, pelo Banco Comercial Português, S.A., do risco de crédito associado a uma carteira de empréstimos de curto e de médio/longo prazo, concedidos a empresas (na sua grande maioria Pequenas e Médias Empresas à luz dos critérios internacionais), no montante total de 3,5 biliões [de euros].
A operação foi efectuada no âmbito do Programa PROMISE, desenvolvido pela Kreditanstalt fur Wiederaufbau (KfW) com o objectivo de promover em conjunto com Instituições de Crédito locais o desenvolvimento do segmento das Pequenas e Médias Empresas. Saliente-se que foi a primeira vez que esta plataforma foi utilizada fora da Alemanha e Áustria.
A transferência de risco foi efectuada em termos finais para investidores especializados, através do mercado de capitais e do mercado de credit default swaps sendo maioritariamente suportada pela contratação pelo Millennium bcp de um credit default swap (CDS) com a KfW. Acresce que uma parte do risco não coberto por este CDS foi transferida pelo Banco, ao abrigo de um outro CDS negociado com uma outra entidade.
A KfW, por seu lado, fez a cobertura do risco que assumiu (i) contratando com outras entidades, especializadas neste tipo de operações, um conjunto de CDSs de diferentes níveis de risco/senioridade e (ii) emitindo Credit Linked Notes, que, por sua vez, foram adquiridas por um Special Purpose Vehicle (SPV) - o Promise Caravela, Plc que, para financiar a compra deste activo e assegurar a pretendida transferência do respectivo risco de crédito, emitiu várias classes de obrigações com rating, que foram colocadas, no mercado internacional, junto de investidores institucionais [leia-se fundos de investimento, fundos de pensões, etc.]
Esta transacção, liderada conjuntamente pelo Millennium bcp investimento, pelo seu carácter inovador e pela sua dimensão, demonstrou uma vez mais o papel pioneiro, a nível europeu, do Grupo Banco Comercial Português em operações de titularização de créditos.
Post scriptum -- As autoridades americanas anunciaram entretanto (após a publicação deste post), a sua intenção de regular o monstro quase desconhecido e virtualmente incontrolável que é o mercado dos CDS. O desastre financeiro prossegue, porém, como um terramoto: as bolsas continuam a cair, o petróleo e os alimentos voltam a subir, fazendo disparar a inflação. Esta comerá, nomeadamente, parte significativa dos rendimentos dos pensionistas, cujos investimentos em acções e programas de poupança-reforma estão seriamente ameaçados pela actual crise.
Ouvi Cavaco Silva esta noite, em declarações à TSF (creio), referir o impacto negativo que os produtos tóxicos da especulação financeira desregrada irão ter ainda nas economias mundiais, incluindo obviamente a portuguesa. Os distribuidores de torradeiras (perdão, computadores) "Magalhães", que andaram ontem pelo país, numa autêntica orgia de populismo autárquico, devem ter ficado com as orelhas a arder!
Credit Swaps Must Be Regulated Now, SEC's Cox Says By Jesse Westbrook and David Scheer
Sept. 23 (Bloomberg) -- U.S. Securities and Exchange Commission Chairman Christopher Cox said Congress should ``immediately'' grant authority to regulate credit-default swaps amid concern the bets are fueling the global financial crisis.
``Neither the SEC nor any regulator has authority over the CDS market, even to require minimal disclosure,'' Cox told the Senate Banking Committee today at a hearing on the government's $700 billion financial rescue plan. Lawmakers should provide the authority ``to enhance investor protection and ensure the operation of fair and orderly markets,'' he said.
Calls for greater regulation of the $62 trillion market have grown since the U.S. took over American International Group Inc. Sept. 16 and gave the New York-based insurer an $85 billion loan to cover obligations at a unit that sold protection on securities through credit-default swaps. The AIG subsidiary was required to post collateral against more than $400 billion of contracts after its credit rating was downgraded.
Credit-Default Swaps Move Closer to Regulation With N.Y. Plan
(Bloomberg) -- New York State's proposal to start regulating part of the credit-default swaps market may accelerate oversight of an industry blamed for helping to almost bring down the U.S. financial system.
Chineses fazem primeiro passeio espacial! Depois da Olimpíadas o império do meio soma e segue. Objectivo antes de 2020: por um pé chinês na Lua. Boa viagem! (Notícia e video)
Boicote ao consumo de gasolina e gasóleo
27-09-2008 11:45 (RR Renascença). Hoje decorre o boicote nacional ao abastecimento de combustíveis em Portugal, em protesto contra a actual situação do mercado. A DECO, que promove esta acção, acredita numa adesão em força.
Comentário: a iniciativa foi esvaziada pelas descidas de preços entretanto efectuadas pelas petrolíferas, e ainda pelo impacto mediático da visita surpresa de Hugo Chávez, que promete vender petróleo a baixo custo a Portugal, em troca de produtos e serviços portugueses.
Seja como for, não devemos alimentar ilusões: a energia cara veio para ficar!
E Portugal, que é do ponto de vista energético um dos países mais ineficientes do planeta, e com uma das mais elevadas intensidades energéticas por unidade de PIB, tem que perceber que o caminho certo é o de corrigir, numa década, estas duas terríveis debilidades estruturais da nossa economia, do nosso sistema produtivo e dos nossos péssimos hábitos organizativos e culturais.
É aqui que a DECO, a QUERCUS e demais organizações da sociedade civil têm ainda muito que fazer. Em vez de agirem pontualmente, para justificarem os subsídios que recebem, têm que começar a trabalhar a valer. Sob pena de serem ultrapassadas por novas iniciativas, mais sérias, ousadas, inteligentes, sistemáticas e eficazes. O tempo da indolência acabou! PSD acusou PS de opulência e em resposta foi acusado de falta de propostas
26-09-2008, 16:21 (RTP1). Marcos Perestrelo, secretário nacional do PS para a organização, veio responder directamente à líder do PSD, afirmando que, "o comício de “rentrée” política do PS em Guimarães, (sábado passado) custou milhões de vezes menos do que o prejuízo que Manuela Ferreira Leite causou ao país com o negócio do Citigroup".
Comentário: Eu sabia que este assunto viria à baila mais cedo ou mais tarde! Para agravar a fragilidade de MFL nesta polémica, acresce que o seu vice-presidente, António Borges, tal como Henry Paulson, são ex-alto dirigentes da Goldman Sachs -- um os dois maiores bancos de investimento americanos, responsável pela infecção letal do sistema financeiro mundial.
Ou seja, a menos que MFL despeça este croupier encartado, ou que este venha a público explicar o seu papel na trapalhada financeira que desabou sobre a economia mundial, ao mesmo tempo que esclarece o país sobre a titularização de dívidas a que procedeu enquanto era ministra das finanças de Durão Barroso, e já agora decide de uma vez por todas se vai ou não contar com o spin doctor do Abrupto (José Pacheco Pereira) para os jogos florais da comunicação social, não vejo como possa chegar inteira à abertura da época oficial de caça ao voto. O sótão de Manuela Ferreira Leite parece estar a ficar cheio de esqueletos e personagens sinistros (o homem da mala -- José Luis Arnaut -- é um deles). Dentro em breve, se a coisa, não for ao sítio, Cavaco marcará distinta e claramente as devidas distâncias. O Sócrates tem mesmo sorte, caramba!
Galiza-Portugal: a mini-guerra do leite ou o liberalismo europeu às avessas com uma realidade em pedaços
23-09-2008. As reportagens televisivas de ontem, sobre os 25 mil litros de leite oriundo de explorações portuguesas, derramados na estrada por produtores galegos organizados e em protesto contra as políticas e jogos de mercado oriundos dos governos central e autonómico (e de Bruxelas!) continham uma perigosa dose de ambiguidade informativa, deixando transparecer a ideia de que podem estar a germinar sementes de uma mini-guerra económica entre Portugal e Espanha em volta do uso e prática das regras comunitárias aceites por ambos os países. A solidez dos tratados comunitários vai estar à prova nos meses e anos que se seguem, por efeito da transferência do centro de gravidade económico-financeiro da Europa-América para a Ásia. Por outro lado, a previsível tensão provocada nas fronteiras europeias, pela Rússia e pelo renascimento político e cultural do Islão, no quadro de uma previsível diminuição do esforço de defesa estratégica dos Estados Unidos na Europa, tenderá a fazer renascer o drama da definição geográfica do centro político europeu: Berlim ou Paris? Bruxelas?! Qual será o papel de Londres na ordem pós-americana? E como ficarão os demais estados europeus? E que destino será dado aos movimentos de autonomia nacional e regional em curso? A actual desregulação liberal dos mercados energético e alimentar pode muito bem ser o rastilho que, de um momento para o outro, colocará a Europa perante a necessidade imperiosa de rever o corpo conceptual e ideológico da sua presente e precária união.
Sobre os incidentes da Galiza, três referências que ajudam a formular uma ideia mais precisa do sucedido e possíveis consequências no futuro.
50 ganaderos derraman en Lugo 25.000 litros de leche portuguesa Los tres sindicatos agrarios de Galicia denuncian el 'dumping' de las industrias
"Es un mensaje de aviso para la industria y la distribución". Así definieron 50 ganaderos, apoyados por los tres principales sindicatos agrarios de Galicia (Sindicato Labrego, Unións Agrarias y Xóvenes Agricultores) la acción que protagonizaron ayer en Outeiro de Rei (Lugo). Interceptaron un camión cisterna cargado con leche de Portugal y arrojaron su carga por la cuneta de la carretera que une la autovía A-6 con Outeiro. El destino final del producto era la corporación Peñasanta.
... "Al camión no le vamos a hacer nada", explicaron los piquetes cuando el vehículo giraba desde la A-6 para dirigirse a la corporación Peñasanta. Uno de los sindicalistas exhibía la hoja de transporte que reflejaba el origen de la leche. "Son todas explotaciones portuguesas", proclamó. Algunos países, afirmó Javier Iglesias, de Unións Agrarias, "utilizan este mecanismo para regular sus mercados, lo que está ocasionando en España un caos en el sector, con caídas de precios en otoño, cosa que no ocurría desde hacía 30 años".
Con todo, Iglesias aclaró que Portugal "no es el enemigo" de la producción láctea de España. Lo que hace "más daño" son las entradas "masivas" de leche de Francia. Xóvenes Agricultores consideró "intolerable" que mientras llega leche de Portugal y Francia las industrias gallegas "digan que sobra leche".
Los sindicatos, que no descartan más acciones similares, reclaman a las administraciones que "controlen" las importaciones de leche. La Consellería de Medio Rural, mientras, aseguró que "incidentes" como el de ayer no son "el camino más adecuado" para solucionar los problemas del sector.
Agricultores da Galiza deitam fora 25 mil litros de leite português
22-09-2008 (MSN Notícias). Um grupo de agricultores da Galiza derramou esta segunda-feira mais de 25 mil litros de leite de Portugal que estava a ser transportado para uma fábrica na região, num protesto para exigir um "preço digno" para o leite galego.
O incidente ocorreu quando um camião cisterna da empresa de Barcelos "A Fornecedora", que se dirigia para a fábrica da Corporación Peñasanta - de que faz parte a leitaria Larsa - foi travado em Lugo. A acção surge depois de manifestações, nos últimos meses, contra a importação de leite de Portugal a preços mais baratos que os praticados na Galiza, segundo a TSF on-line.
Francisco Bello, secretário-geral do sindicato Asaja-Xóvenes Agricultores, que com a Unións Agrarias (UU.AA.) e o Sindicato Labrego Galego (SLG), apoiou o protesto, disse que a acção se inseriu nos protestos "contra as constantes ameaças" de redução de preços por parte das indústrias lácteas regionais.
Defendendo negociações entre as indústrias do sector e os produtores, Bello alegou que muitas empresas estão a praticar "fraude por estarem a receber subsídios para depois não comprarem leite galego".
Também a Unions Agrárias critica o que diz ser "os abusos das indústrias sobre o trabalho dos produtores de leite", afirmando que práticas como importar leite de Portugal "estão a asfixiar os criadores de gado galegos" e a "desequilibrar o mercado interno".
Já em Agosto, o responsável de uma outra empresa galega, a Leche Rio, tinha anunciado que deixaria de comprar leite a Portugal, onde adquiria 22 mil litros diariamente. Neste caso, Jesus Lence explicou que tinha regressado ao mercado da Galiza porque "há muita oferta e pouca procura".
Leche Río abandona recolha de leite em Portugal
2008.09.02 Espanha (ANIL). O proprietário e administrador único da Leche Río, Jesús Lence, assegurou que irá suprimir a rota de recolha que a empresa tinha em Portugal por estar "afogado" de leite. Trata-se de uma ‘rota’ aberta em Mogadouro no ano passado, pela empresa galega “quando todos os produtores galegos ficaram loucos e queriam receber o leite a 50 cêntimos o litro”.
De acordo com Jesus Lence, a Leche Rio “não podia manter” o nível de preços que estava a ser pago ao produtor [galego], pois “dessa forma ficaríamos arruinados” e decidiu abrir uma rota de recolha em Portugal, onde a empresa compra diariamente 22 mil litros de leite, que agora deixará de recolher, apesar de, como indicou, “ali se pagar menos ao produtor do que na Galiza”.
De qualquer forma, Jesus Lence quis esclarecer que não se trata de um problema de preço do leite, mas de volume de leite recolhido, “já que não estamos a conseguir comercializar todo o leite que recolhemos”. “Neste momento”, lembrou, “ temos para colocar no mercado todo o leite de Agosto, e teremos que comercializar o de Setembro há base de ofertas e promoções”.
Face a esta situação, o proprietário da Leche Rio indicou que foram estabelecidos contactos com os produtores da ‘rota’ portuguesa para que encontrem outra empresa para entregarem o seu leite, “tarefa que não está a ser fácil”. “Se até um de Setembro encontrarem um novo comprador deixaremos de imediato de recolher esse leite, se não daremos um prazo limite até ao próximo dia um de Outubro”, enfatizou Jesus Lence.
Questionado sobre um outro tema, Jesus Lence reconheceu que está a entrar no mercado espanhol leite embalado em França e em Portugal e não sendo um facto novo “já que tal acontece há muitos anos”, referiu que “se entre leite de Portugal ou de França é porque chega ao mercado espanhol a melhor preço do que o que pode ser oferecido pelas indústrias galegas”, referiu o empresário de Lugo, que disse mesmo aplaudir os consumidores que optam pela compra do leite mais barato que está à venda no mercado. -- FONTE: Yahoo Finanzas.
Os gandeiros mobilízanse ante Medio Rural por un prezo mínimo para o leite Xornal Galicia | Domingo, 10 Agosto, 2008 - 09:01
Preto de 200 gandeiros/as, convocados polo SLG, concentráronse en Outeiro de Rei diante da factoría de Leche Pascual, empresa que preside a "Federación Nacional de Industrias Lácteas", para demandar un prezo mínimo para o leite de 0´42 euros. Os produtores/as tamén protestaron en Lugo, fronte á delegación provincial da Consellaría de Medio Rural e ás portas de Subdelegación do Goberno español. A orixe destas mobilizacións remóntase ao mes de setembro do ano pasado.
... Na Galiza, nos meses de marzo e abril leváronse a cabo mobilizacións sindicais conxuntas por mor da situación do agro en xeral, e dos sectores gandeiros en particular, con denuncia da especial precariedade existente no sector lácteo. A reivindicación: PREZOS XUSTOS PARA OS NOSOS PRODUTOS.
No mes de marzo a UE aumenta a cota alegando que Europa precisa producir máis leite, o leite que agora non nos queren recoller, forzando, polo tanto, unha posterior baixada no prezo.
... Ao respecto desta estratexia levada a cabo nestes días pelas industrias lácteas, subliñar que se trata dunha ferramenta-comodín empregada habitualmente polas empresas para especular no mercado alimentario, ben sexa aludindo a un exceso de produción para acadar produtos a prezos baixos, ou ben, no sentido contrario: aludindo déficit de produción, como aconteceu durante a crise alimentar que eclosionou a principios deste ano, cando as multinacionais da alimentación -distribución e produción- espallaron a mensaxe de que había carencia de alimentos, e, deste xeito, subiron os prezos aos consumidores/as en porcentaxes surrealistas en moi pouco tempo.
Polis mete água em Albufeira
Não é a primeira vez que a Polis inunda a baixa de Albufeira. Só que desta vez, em 45mn, a água chegou à cintura, provocando incómodos sérios e prejuízos elevados. Não passa de uma pequena calamidade, mas que um dia destes poderá tornar-se um desastre.
Quem são os responsáveis? Resposta: os levianos autarcas de Albufeira e os irresponsáveis da Parque Expo -- que em vez de ter fechado as contas altamente deficitárias da Expo '98, optou por vender serviços de urbanismo de elevada "qualidade" aos distraídos. Estamos todos a ver o resultado do conluio entre o Partido Socialista do Betão e os desmiolados autarcas que pelo país abundam. Como em muitos outros casos, a estupidez autárquica, governamental e partidária confluem na irracionalidade, no desperdício e no desastre. No caso de Albufeira, construíram e voltaram a construir sobre uma linha de água. Erro de palmatória. Mas como se o erro não fosse já de si óbvio e grosseiro, prevaleceu a leviandade e a pressa das obras públicas.
Sabe-se que alguns engenheiros civis portugueses sem escrúpulos têm um certa dificuldade em lidar com a água. Foi assim no escandaloso processo do túnel de metro no Terreiro do Paço, cujos prejuízos, em vez de serem pagos pelas construtoras e pelos políticos que não ligaram peva aos avisos que oportunamente foram difundidos à saciedade, contribuíram para o agravamento imparável do pacote fiscal. Porque não se fazem concursos internacionais decentes e sérios para resolver este tipo de dificuldades? Certamente que a engenharia holandesa não se importaria de dar uma ajuda.
Derradeira moral da história: o povinho inculto, oportunista ou simplesmente indolente que sofre nestas alturas, também já começa a ter idade para tomar juízo e preocupar-se mais com os temas da sua cidadania e sobretudo com os seus interesses. Não tenho pena de ninguém. Lamento apenas a ganância e o oportunismo colectivos. Os telejornais (ver vídeo RTP) vão dedicar horas infinitas ao tema. No entanto, por mais importante que seja, e é, sobretudo por revelar a leviandade e corrupção endémica dos poderes instalados, as inundações de Albufeira são uma gota de água no maremoro económico e social que aí vem.