Banca revela finalmente que está a caminho da falência, como o Estado e o resto do país.
Fernando Ulrich, 13 de Setembro 2010 — "No curto prazo, e se os mercados de capitais continuarem fechados para os bancos portugueses, estes só têm duas vias para seguir a orientação do Banco de Portugal [diminuir a dependência do BCE]: vender activos (imóveis, acções, participações financeiras, obrigações); e reduzir a carteira de créditos [ou seja, a disponibilidade para emprestar dinheiro.]"
Com os bancos portugueses falidos, os especuladores a fugir da dívida soberana portuguesa, e a portinhola do BCE prometendo fechar já no início de 2011, não nos restam muitas alternativas. Ou melhor, só resta um pacote de medidas drásticas, que aliás será imposto pelo BCE e por Bruxelas (e não pelo igualmente falido FMI): aumentar o IVA para 23% (em 2011) e para 25% (em 2012), aumentar o IRS nos escalões médios e elevados; criar um imposto visível sobre as fortunas e os bens de luxo; criar um imposto adicional sobre o CO2 produzido pelos automóveis; e, ao mesmo tempo, reduzir os vencimentos da Função Pública; eliminar umas centenas de organismos e departamentos públicos duplicados, inúteis e que apenas foram criados para satisfazer as clientelas partidárias; privatizar 30-40% do ensino superior; privatizar 20-30% da saúde; privatizar a TAP, a ANA e a CP; reduzir no prazo de um ano 50% o orçamento da RTP; diminuir para o limite inferior o número de deputados à Assembleia da República, e parte significativa dos seus privilégios indecorosos e injustificados (almoços, viagens e telecomunicações praticamente à borla); reformar o mapa autárquico, com a diminuição drástica do número de câmaras municipais e diminuição do número de freguesias nas cidades com mais de 10 mil habitantes (mantendo embora o número de freguesias rurais); e, por fim, aumentar a idade da reforma para os 68 anos. Isto ou muito parecido será o preço a pagar por todos nós se quisermos evitar uma expropriação do país pelos nossos credores.
Quanto a Passos de Coelho, só pode fazer uma coisa se quiser sobreviver na corrida à próxima presidência do conselho de ministros: votar contra o orçamento do PS sem a menor hesitação, anunciando sem tibieza e desde já uma tal decisão. O PS, o Alegre, o Louçã e Jerónimo de Sousa que o aprovem! Pois não faz sentido fazerem o contrário, já que todos irão votar no poeta sonambulista.