sábado, fevereiro 21, 2015

Lisboa tem a eletricidade mais cara da Europa

Energie-Control Austria. The Hungarian Energy and Public Utility Regulatory Authority. VaasaETT Global Energy Think Tank
(pdf)

Herança elétrica de Sócrates prossegue com o governo esverderado de Passos Coelho


“...Lisbon overtakes Copenhagen as the place with the most expensive electricity followed by Prague and Berlin”

União Europeia?

Os preços pagos por kWh de eletricidade residencial em 23 capitais europeias podem variar até 142%. No consumo elétrico as cidades + caras —em preços nominais— são Copenhagen e Berlim, onde o grosso das faturas, porém, se deve a taxas. Lá como cá.

Mas se ajustarmos o poder de compra, então os consumidores de Lisboa têm a energia elétrica mais cara da Europa. Onde está o Jorge Moreira da Silva? Crescimento, como?

Vale a pena ler este breve e esclarecedor relatório, e observar os seus quadros e gráficos.


Household Energy Price Index for Europe
February 5th, 2015
January Prices Just Released
Energie-Control Austria
The Hungarian Energy and Public Utility Regulatory Authority
VaasaETT Global Energy Think Tank
pdf

Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

EU to 'reframe' Russian energy ties when time is right - draft | Reuters

Time to buy Portuguese and Spanish energy equity!


Portugal poderá beneficiar da crise ucraniana ao ver ampliado o seu
mercado energético, até agora bloqueado pela França e outros players
europeus. É que 1/3 da energia consumida na Europa vem da.... Rússia.

Num mercado mais aberto e concorrencial, mas também com acesso a mais
consumidores, haverá eventualmente lugar para baixar as rendas
excessivas cobradas em Portugal pelo setor energético.

Alô, Jorge Moreira da Silva​?
REUTERS: The European Commission, the EU executive, is seeking to create a single energy market, based on cross-border connections to improve security of supply and reduce dependence on Russia, which supplies roughly one third of EU energy.
EU to 'reframe' Russian energy ties when time is right - draft | Reuters

Bataglia entala Espírito Santo

Helder Bataglia na Assembleia da República
Img. derivada de foto original © Manuel de Almeida @ Lusa

Estou francamente mais preocupado com as responsabilidades do Governador do Banco de Portugal e do Presidente da República no colapso do GES-BES do que com Helder Bataglia


O senhor Bataglia é um middleman que cobra bem pelas suas informaçãoes e pelos seus serviços de intermediação. Contra isto, nada a dizer.

O Grupo BES recorreu a este homem muito bem relacionado para obter bons investimentos em África (contra isto, nada a dizer), na sua tentativa de fugir à tenaz financeira de Frankfurt, que jurou destruir o banqueiro de Salazar, que, relembremos, trouxe para o nosso país (de forma legal, entenda-se) ouro sequestrado aos judeus pelo regime nazi de Hitler, a troco do volfrâmio essencial ao endurecmento do aço das blindagens de tanques e navios de guerra, e que Portugal então vendeu em grandes quantidades ao governo alemão chefiado por Adolf Hitler, mas também aos Aliados.

O que, por outro lado, diz tudo do gansgsterismo financeiro, de que o Grupo BES foi um dos principais braços, e que tem mantido, até hoje, o país no bolso, é o diagrama da obscuridade, da dissimulação, das cumplicidades, da ilegalidade e da corrupção que vamos conhecendo.

Não esquecer nunca que as cumplicidades da banca, de que o BES é caso exemplar, vão até ao PCP (a quem o BES pagava uma espécie de avença publicitária à Festa do Ávante!), e englobam, obviamente, os sindicatos, nomeadamente através do atual SG da UGT—que saiu em defesa do seu posto de trabalho, mas não em defesa dos clientes do banco que foram assediados por gerentes de conta com Papel Comercial que hoje sabemos não ter passado de uma burla.

Bastaria publicar uma listagem de todos os administradores não executivos e presidentes de mesas de assembleias gerais das 500 maiores empresas do país (incluindo a União das Misericórdias e as recentemente privatizadas a 100%%—como os CTT, por exemplo), para termos uma radiografia perfeita da captura do regime e respetivos trastes partidários pela lógica rendeira, devorista e especulativa que atirou e continua a atirar Portugal para o lixo.

Para terminar, este instantâneo do Jornal i:

“Até agora, foram poucos os convocados à Comissão de Inquérito ao BES que admitiram saber da existência deste veículo: um deles foi Bataglia, os outros foram Francisco Machado da Cruz e José Castella, que confirmaram ser administradores desta sociedade, mas que afirmaram nunca ter olhado para as contas da sociedade.”


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

No Grexit


Jornal cooperativo alemão —taz.de—ridiculariza teimosia de Schaueble.

Grécia—1, Alemanha—0


Rebatismos
  • "troika": "the institutions"
  • "current programme": "current arrangement"

A Alemanha acaba de engolir um sapo, cortesia do Syriza, do BCE, da Rússia, do Podemos, dos EUA, e da NATO. Que estranha constelação esta, aparentemente formada para prejudicar a estratégia alemã e a arrogância do neo-Nosferatu Schäuble.

O mínimo que se pode dizer é que a Troika no seu formato conhecido acabou.

A Grécia terá um período de carência de quatro meses, que lhe permitirá uma extensão, sem novo resgate, de famoso Programa, agora designado current agreement, da não menos famosa Troika, agora chamada the institutions.

Até final de abril muita água irá correr debaixo das pontes.

Pergunta cínica: em que posição ficam os indígenas do Governo de Lisboa e o traste de Belém depois disto?

A comparação entre as duas últimas versões do acordo entre a Grécia e o Eurogrupo são elucidativas.

A Grécia deixou uma pegada política provavelmente irreversível na instituição europeia.

O Eurogrupo deixou de ser uma coutada da Alemanha, por vontade da Grécia (seria feio atribuir o mérito a outros), por vontade do BCE (Goldman Sachs, etc.), por vontade dos Estados Unidos/NATO, e com a ajuda just in time da Rússia/Ucrânia.

Entretanto, a diarreira neo-neo-neo-keynesiana do BCE, conhecida por Expanded Asset Pucrchase Program, e muito saudada por alguma imprensa americana (The Wall Street Journal, por exemplo), vai ocupar as cachas dos média, e manter os especuladores, os rendeiros e os devoristas do buraco negro das finanças europeias nada preocupados com os senhores Yanis Varoufakis e Alexis Tsipas, salvo se for para lhes pedirem acesso VIP aos casinos de banhos de Atenas.

O Nosferatu de Friburgo terá em breve que expor ao resto da Europa a parte escondida do icebergue da dívida pública alemã. E ainda o buraco sem fundo que o Deutsche Bank (1) esconde nos seus livros de especulação com derivados. Apesar da sua arrogância, que deu da Alemanha, outra vez, uma péssima imagem, a terceira tentativa teutónica de dominar a Europa entrou hoje em mais uma rampa descendente.

Será bom para a União Europeia? Provavelmente não. Mas há uma coisa de que a Alemanha terá um dia que se convencer de vez: jamais dominará a Europa enquanto não aprender a usar a linguagem de uma forma civilizada.

POST SCRIPTUM — Grécia—1, Alemanha—0

A questão da derrota da Alemanha protagonizada ontem pela Grécia, que o resto dos PIIGS agradece entre protestos hipócritas de fidelidade ao dono alemão, é simples de equacionar:

— a Alemanha sempre disse que a Grécia só tinha um caminho:

1a) continuar a negociar com a Troika e
1b) negociar um novo resgate, ou seja, trocar dívida-lixo, impagável, por outra putativamente pagável, para assim safar a exposição da banca alemã e em particular do Deutsche Bank, que andaram a especular com o sofrimento alheio, dum bail-in.

Mais austeridade seria o corolário do ultimato alemão. Ora bem, o ultimato esvaziou-se, nomeadamente por imposição do BCE e dos Estados Unidos. O resto é ruído mediático para alegrar o povo que paga isto tudo com juros.

Sempre defendi a posição alemã em matéria de controlo da despesa pública. Mas não defendi nunca, não defendo e estarei sempre frontalmente contra os sonhos imperiais da Alemanha. Deram sempre, e darão sempre mau resultado.

NOTAS
  1. Enquanto revíamos este post chegou-nos (via Zero Hedge) mais uma notícia americana sobre o estado preocupante do maior e mais antigo banco alemão [e já agora, também, do Santander!):

    U.S. Units of Deutsche Bank, Santander Likely to Fail Fed Stress TestThe Wall Street Journal, 20-02-2015

    Large European banks including Deutsche Bank AG and Banco Santander SA are likely to fail the U.S. Federal Reserve’s stress test over shortcomings in how they measure and predict potential losses and risks, according to people familiar with the matter. Failing the stress tests would likely subject the U.S. units of Deutsche Bank and Banco Santander to restrictions on paying dividends to their European parent companies or other shareholders.


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

Plano Juncker PT



O embuste barragista continua com o atual governo de lémures



ENERGIA (são dezenas de projetos. Todos necessários? Qual quê!)
  • 1.210.000.000€
  • 7 new hydroelectric projects with 815 MW 
  • up to 2018
  • Private Promoter
  • Ministry of Environment and Energy
  • ... apesar do Lack of risk taking willingness from private sector, 
  • ... apesar do lack of investment funding
  • ... apesar do lack of social awareness!

Temos que nos agarrar a este AVISO:

DISCLAIMER: There are no financing commitments by the EC, the EIB or any Member State for any of the projects included in this report (country lists and/or illustrative project examples) and the inclusion of projects in the report does not entitle them to preferred access to national or European resources. They have not been subject to specific assessment by the Commission, EIB or the Task Force Members (i.e. Member States) and hence do not imply the support of the particular investment proposal by these organisations. This document is the result of the work of the Task Force and as such certain views may not necessarily represent t he position of the European Commission, the EIB, or any particular Member State .

SPECIAL TASK FORCE (MEMBER STATES, COMMISSION, EIB) ON INVESTMENT IN THE EU FINAL TASK FORCE REPORT (pdf)

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

A pardidocracia é incapaz de reformar o estado

Não se reforma o estado despedindo pessoas, ou atirando-as para a leprosaria do INA!


A elite partidária e nepotista colocada no topo da administração pública e do dito setor empresarial do estado é o principal obstáculo, e o principal cancro, à reforma do regime e do seu aparelho burocrático.

Reforma-se o estado acabando com departamentos inúteis, redundantes, e centenas de sinecuras partidárias (fundações, observatórios e institutos fantasmas). Não se reforma a administração pública atirando para a fossa jardineiros, carpinteiros, cantoneiros, pessoal de limpeza, auxiliares de enfermagem, etc., cujos serviços são depois contratados a empresas privadas capturadas pelos mesmos devoristas e rendeiros de sempre, que arruinaram o país, e que estão invariavelmente ligados com grude ao PS, PSD, CDS-PP e PCP.

Sem uma varridela em profundidade do regime, o futuro é o empobrecimento galopante do país, o seu envelhecimento, mais e mais corrupção, e a perda acelerada de autonomia de um país cada vez mais dependente, e cada vez menos independente.

Com ou sem revolução, é preciso mudar!

Políticos e chefias de topo ganham mais do que em 2011
18/02/2015 | 22:00 |  Dinheiro Vivo

No final do ano passado - quando já estavam de novo a ser aplicados os cortes salariais que vigoraram de 2011 a 2013 - os dirigentes superiores da administração pública recebiam, entre remuneração base e suplementos, 4346,5 euros por mês, ou seja, mais 86,1 euros do que em outubro de 2011. Parte deste acréscimo deve-se ao aumento do salário base destas chefias de topo, que passou de 3539 para 3562 euros mensais. Segundo os dados da Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP) também entre os dirigentes intermédios se registou um acréscimo quer na remuneração base quer no ganho médio mensal neste mesmo período. Os representantes do poder legislativo, estão também no grupo dos viram a remuneração subir: o seu vencimento base aumentou em média 150 euros e aquilo que recebem no final do mês subiu cerca de 220 euros (8,7%).


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

quarta-feira, fevereiro 18, 2015

Germanexit?

O buraco negro da Alemanha é o verdadeiro problema
(clique para ampliar)

A mentira alemã é o verdadeiro problema do euro


Afinal quem é que está endividado ate às raízes dos cabelos?

O Eurostat revela, em %/PIB, as dívidas escondidas dos governos europeus, de que as famosas PPP são o prato forte. Mostramos três pares de resultados que desmistificam completamente a narrativa dos lémures do Eurogrupo.

Dívida pública não reportada nos orçamentos de estado em % do PIB
  • Alemanha=126,26; Grécia=6,82
  • Holanda=107,15; Portugal: 51,79;
  • Reino Unido=60,88; Espanha=12,46.
—in Eurostat News Release, 26/2015 - 10 February 2015/ A new data collection for government finance statistics/ First time release of data on contingent liabilities and non-performing loans in EU Member States.

A maior dívida pública da Europa em % do PIB é alemã.

Somando as dívidas públicas dos países comparados neste post, ou seja, somando as estimativas da CIA relativas ao ano 2013, a que hoje acedemos no respetivo sítio, mais as divídas escondidas reveladas pelo Eurostat no passado dia 10 de fevereiro, ficamos a saber que, afinal, a dívida pública alemã, em percentagem do PIB (imaginem o montante!), é superior à dívida grega!

  • Alemanha 79,9 + 126,26 = 206,16
  • Grécia  175 + 6,83 = 181,83
  • Holanda 74,3 + 107,15 = 181,45
  • Portugal 127,8 + 51,79 = 179,59
  • UK  91,1 + 60,88 = 151,98
  • Espanha 93,7 + 12,46 = 106,16

Mas comparando as dívidas externas, de vários países, a Alemanha também não sai bem.


Vejamos o panorama em percentagem do PIB (Wikipédia)

  • Luxemburgo (um verdadeiro paraíso fiscal): 3.443%
  • Reino Unido: 406%
  • Portugal 223%
  • Grécia: 174%
  • Espanha: 167%
  • Alemanha: 145%

E agora em valores nominais (CIA)
  • Reino Unido (2ª maior dívida externa do mundo)
    $9.577 trillion (31 December 2013 est.)
  • Alemanha (3ª maior dívida externa do mundo)
    $5.717 trillion (31 December 2012 est.) 
  • Luxemburgo
    $2.935 trillion (31 December 2012 est.)  
  • Espanha
    $2.278 trillion (31 December 2012 est.) 
  • Grécia
    $577.2 billion (2012) 
  • Portugal
    $508.3 billion (31 December 2012 est.) 

Masaccio (1401 – 1428)
Adão e Eva Expulsos do Paraíso

Se a esta vergonha, que andou embrulhada em mentiras sobre os PIIGS (1), somarmos o grande buraco negro do Deutsche Bank (ver gráfico acima), teremos em toda a sua plenitude o embuste da retórica do senhor Schäuble a propósito da Grécia e a verdadeira natureza e gravidade do problema da dívida europeia.
Sideways: Deutsche strategy – Twilight of the bank
by Jon Macaskill

Is Deutsche Bank contemplating a secret Götterdämmerung trade that would hive off sections of its investment bank and offer senior executives an escape route?

The strategy of the bank is looking increasingly perplexing to outsiders, with a potential spin-off of German retail banking unit Postbank widely seen as a measure that might raise some money, but that would leave the group even more exposed to an investment bank that is heavily biased towards struggling areas of the fixed-income markets. The verdict of shareholders on the current Deutsche Bank business model is clear. Its shares fell by 24% last year and its capitalization of around €35 billion is roughly 0.6 of nominal book value, making Deutsche effectively the least-trusted big bank.

Full article
Visit Euromoney for additional distribution rights. For more articles like this, follow us @euromoney on Twitter.

Os alemães têm que baixar a bolinha ou... serão eles a ter que abandonar o euro. Aliás, faria todo o sentido termos uma moeda única competitiva!

O doente não é a Grécia, mas toda a Europa. Controlo de capitais, reintrodução de fronteiras e limitações de uso das caixas multibanco podem já estar prontas a entrar em ação em caso de Grexit.

Europe Will Implement Both Border and Capital Controls in the Coming Months
Zero Hedge. Submitted by Phoenix Capital Research on 02/18/2015 09:30 -0500

The European banking system as a whole is leveraged at over 26 to 1. That’s the ENTIRE European Banking system leveraged at near Lehman levels (Lehman was 30 to 1 when it collapsed).

To put this into perspective, with a leverage level of 26 to 1, you only need a 4% drop in asset prices to wipe out ALL capital. What are the odds that European bank assets have fallen 4% in value in the last two years?

Atualizado em 18/02/2015 22:21 WET

Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação