segunda-feira, abril 06, 2015

O Pico da Água

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Depois do petróleo, uma preocupação ainda maior: em 2030 haverá um défice mundial de água na ordem dos 40%


Os dois mapas publicados neste post mostram claramente que as zonas mais povoadas do planeta são também as mais ameaçadas por uma crise hidrográfica sem precedentes. Neste momento a agricultura e as cidades californianas estão a ser parcialmente abastecidas com água 'pré-histórica', quer dizer, armazenadas no subsolo profundo há 15.000 ou mais anos.

Tal como o petróleo, estas reservas, uma vez consumidas, não voltam a regenerar-se se não ao longo de muitos milhares de anos.

As alterações climáticas induzidas pelo homem, o esgotamento rápido de recursos energéticos, minerais e alimentares, outrora abundantes e relativamente baratos, e agora este estudo publicado pela revista NATURE, deixam antever um horizonte de médio e longo prazo muito preocupante.

O crescimento do PIB mundial acima dos 2% passará à História como um episódio único que apenas pôde ocorrer durante uma longa revolução industrial alimentada pelo carvão mineral, pelo petróleo e pelo gás natural. A energia a vapor, a eletricidade gerada sobretudo a partir do carvão, das barragens hidroelétricas e da reação nuclear, e os motores de explosão alimentados com combustíveis líquidos, formam um complexo tecnológico cuja sustentabilidade se encontra seriamente ameaçada.

Vamos precisar de nos adaptar ao fim anunciado deste paradigma. E ou nos perdemos, ou teremos que caminhar rapidamente para as chamadas sociedades de transição. Ainda ninguém sabe muito bem o que poderão ser estas novas sociedades mas aumenta, dia a dia, o número de pessoas que se apercebem de que algo estrutural começou a mover-se na história da civilização humana. Quando o Papa Francisco fala de uma Terceira Guerra Mundial que estará já em curso, embora não a sintamos ainda como tal, ele está, no fundo, a chamar a nossa atenção para uma metamorfose violenta que precisamos de conhecer para evitar o pior, ou seja, para evitarmos uma extinção parcial da raça humana que, se viesse a ocorrer, significaria a extinção total da civilização tal como hoje a conhecemos, isto é, um verdadeiro fim da História.

California Is Drilling for Water That Fell to Earth 20,000 Years Ago
We're using so much groundwater that it's contributing to sea level rise.

—By Tom Knudson | Fri Mar. 13, 2015 6:00 AM EDT, Mother Jones

As California farms and cities drill deeper for groundwater in an era of drought and climate change, they no longer are tapping reserves that percolated into the soil over recent centuries. They are pumping water that fell to Earth during a much wetter climatic regime—the ice age.

Such water is not just old. It's prehistoric. It is older than the earliest pyramids on the Nile, older than the world's oldest tree, the bristlecone pine. It was swirling down rivers and streams 15,000 to 20,000 years ago when humans were crossing the Bering Strait from Asia.

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GRACE surveys show, for instance, that the Northwestern India aquifer that straddles two antagonistic nations, India and Pakistan, has been depleted at a rate of 17.7 cubic kilometers a year since 2013. Another highly volatile region, the Northern Middle East aquifer, underlies Iran, Iraq, Syria, and Turkey. Those often warring countries pump 13 cubic kilometers a year from the aquifer. Two of the United States’ biggest groundwater reservoirs are the Central Valley aquifer in California and the Ogallala aquifer, which stretches from South Dakota to Texas. Farmers and cities are sucking up a combined 15.6 cubic kilometers of water annually from those reserves.

Artigo da revista NATURE que desencadeou o alerta mais recente sobre a crise da água:

The Global Grounwater Crisis
by J. S. Famiglietti
Nature Climate Change 4945–948 (2014)
doi:10.1038/nclimate2425
Published online 29 October 2014
in: Macmillan Science and Education, the parent group of Nature Publishing Group


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sábado, abril 04, 2015

Transição ou barbárie

Average annual GWP growth rate from 1,000,000 BCE to 2011. 2011 GWP adjusted with CPI data. Wikipedia
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Poderemos agir sem cair em novas ilusões?


Os diagnósticos da situação estão feitos. Falta saber o que fazer....

Falta-nos uma visão para futuro. E antes de a termos, subir ao poder não chega. Veja-se o caso francês, ou pior ainda, o grego. As receitas dos sucessivos revisionistas do marxismo não têm resolvido coisa nenhuma.

Há um islandês, Frosti Sigurjonsson, que quer proibir os bancos de criarem dinheiro (que efetivamente criam sob a forma de crédito), reservando esta tarefa exclusivamente aos bancos centrais (Monetary Reform). 

Na perspetiva de termos pela frente décadas sem criação significativa de novos empregos, e declínio do emprego existente, há quem proponha a criação de uma responsabilidade fiscal coletiva a que chama Rendimento Básico Incondicional, ou Renda Básica de Cidadania.

Thomas Piketty defende a criação de uma taxa sobre as grandes fortunas, embora o jovem Matthew Rognlie (Deciphering the fall and rise in the net capital share) tenha recentemente deitado alguma água na fervura do maniqueísmo esquerda-direita. Seja como for, a taxa sobre as fortunas não chegaria para tapar, nem o buraco do desemprego, nem o buraco do endividamento astronómico, público e privado, nem a exposição da economia global e do seu sistema financeiro ao buraco negro dos derivados especulativos (OTC), cujo potencial de destruição equivale a 10x o PIB mundial!

A verdade é que entrámos numa era nova caracterizada por:

— escassez de energia e matérias primas baratas
— excesso de capacidade produtiva e pseudo-inovação
— inflação dissimulada
— rendimentos do trabalho, mesmo qualificado, em queda imparável (1)
— elevados níveis de desemprego estrutural
— diminuição da procura agregada mundial por efeito da carestia escondida e do número crescente de pessoas desempregadas e à procura do primeiro emprego
— economia especulativa e endividamento excessivo por toda a parte
— sistema financeiro em processo de implosão

Em Portugal falta assistirmos ao colapso dos sistemas de proteção social, por enquanto protegidos pelos programas de resgate financeiro da Troika, para que as condições subjetivas de um terramoto social e político ocorram. Por enquanto, os milhares de milhões de euros que saem anualmente da dívida pública e da repressão fiscal em curso, para os mais necessitados, somados às receitas da emigração e do turismo têm conseguido impedir que a pressão social rebente com o regime. Resta saber até quando.

O ponto fulcral da rotura que se aproxima chama-se segurança social.

Não há dinheiro para manter o sistema de pensões e reformas atual, nem para acudir ao desemprego e falta de emprego que não param de crescer. Para evitar uma revolução, ou uma guerra civil, será preciso encontrar uma solução estrutural para estes dois problemas gravíssimos. Renegociar as predadoras PPP que os idiotas 'socialistas' introduziram irresponsavelmente no país, e de que a redução das criminosas rendas da energia é a primeira prioridade, terá que ser obrigatoriamente feito durante a próxima Legislatura, pois a atual já praticamente terminou. Estamos em plena campanha eleitoral.

Mas há outro ponto nevrálgico que precisa de sofrer uma transformação radical: o peso insustentável do Estado, esse monstro informe, incompetente, hipertrofiado, burocrático e corrompido até à medula que, a continuar a substituir-se à democracia, acabará por liquidá-la. A tendência para o fascismo fiscal é já uma das mais perigosas evidências da sua deriva autoritária.

Que fazer?


Não tem faltado discussão sobre as causas. Chegou o momento de discutir as soluções difíceis.

Sete pilares para uma estratégia reformista necessária
  1. Distribuição das responsabilidades da sociedade relativas à saúde, ao ensino, à solidariedade e à proteção social, por três setores dotados de autonomia efetiva e transparência obrigatória: o Estado e as suas autarquias; o setor privado (não subsidiado); e o setor associativo sem fins lucrativos (parcialmente subsidiado)
  2. Criação das cidades-região de Lisboa e do Porto, com fusão total das respetivas autarquias, e racionalização dos respetivos serviços.
  3. Introdução, por fases, de um sistema cuidadosamente estudado de Renda Básica de Cidadania, eliminando automaticamente todos os embustes associados atualmente à gestão do desemprego (pseudo formação profissional, etc.) e à gestão das carências familiares e individuais extremas.
  4. Redução em 30% dos custos com o pessoal político-partidário do regime (menos deputados nacionais, regionais e autárquicos, menos fnanciamento partidário, etc.)
  5. Definição de uma política de infraestruturas, mobilidade e transportes racional, onde o estado esteja presente apenas no financiamento/posse das infraestruturas, que são públicas, entregando à concorrência privada a exploração dos serviços, que deverão ser objeto de cláusulas estritas de salvaguarda do interesse público.
  6. Convergência financeira, fiscal, estatística e da competitividade com o resto da União Europeia.
  7. Manutenção de reservas de soberania em matéria de defesa, política externa e alianças, proteção do território continental, insular e marítimo, e proteção dos recursos estratégicos próprios (a poupança e a propriedade privada, a energia, a água, a diversidade biológica, a língua e a cultura).

Como fazer?


Será preciso um novo partido? Mais partidos? As próximas eleições irão demonstrar (ao contrário do que cheguei a crer) que um molho de novos partidos não será porventura a via mais realista para encetar o inadiável processo de transição para uma sociedade mais austera, mas também mais solidária, mais transparente, mais humana e mais genuinamente criativa.

Talvez seja possível forçar uma mudança do regime sem precisarmos de destruir os atores existentes. Bastaria para tal que estes fossem capazes de adaptar-se rapidamente aos novos tempos, começando por fazer a sua própria e necessária dieta mental e física.

Por outro lado, está a nascer uma Democracia Eletrónica, em rede, multipolar, heterogénea, mas genuína, cuja capacidade de mudar os acontecimentos é cada vez mais palpável. Falta apenas descobrir as articulações pragmáticas entre estes dois mundos existenciais, material um, imaterial o outro, para que o diálogo democrático dê lugar a verdadeiros processos metamórficos de transição civilizacional e cultural.

Temos que conservar, alimentar e usar com criatividade e entusiasmo a réstea de otimismo que há em cada um de nós.

NOTAS
  1. Gigantes das telecomunicações estão a contratar em Portugal licenciados a 1000 euros por 30 dias de trabalho e oito horas por dia, ou seja, 4,17 € por hora, 7 dias por semana, e nenhum descanso semanal! Outro exemplo: a Câmara Municipal de Lisboa, gerida por 'socialistas', tem nos seus variadíssimos tentáculos pseudo-empresariais dezenas de 'voluntários' a trabalhar para si sem lhes pagar um cêntimo que seja. Nem sequer lhes fornece uma refeição diária, ou paga um passe social de transportes... Não é escravatura, mas anda perto.


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sexta-feira, abril 03, 2015

Angola exit

Aproximamo-nos doutro Momento Minsky?
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A corrida ao ouro negro angolano pode ter chegado ao fim


“Atendendo à particularidade da situação que muitos grupos portugueses vivem em Angola, nomeadamente Pequenas e Médias Empresas (PME), o Governo tomou a decisão de operacionalizar uma linha de crédito de apoio à tesouraria e fundo de maneio das empresas com uma dimensão de 500 milhões de euros, com prazo máximo de dois anos e carência de um ano”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

O ministro da Economia, Pires de Lima, explicou que cada empresa pode fazer uma utilização máxima de 1,5 milhões de euros para não ser considerada «uma ajuda de Estado», explicando que o objetivo é dar uma «almofada financeira» para as empresas poderem gerir o período que se vive em Angola, resultante da descida do preço do petróleo — in TVI24, 2 abril 2015, 13:04.

Só a TAP pode estar a ser prejudicada, na difícil reconversão de kwanzas em euros, em 40 a 96 milhões de euros por ano (1) desde que o petróleo caiu abaixo da barreira dos 75 dólares por barril e as divisas começaram a escassear em Angola.

Podemos multiplicar a repercussão desta seca de divisas por quase dez mil empresas a operar em ou com Angola, entre as quais haverá que destacar as construtoras e os gabinetes de engenharia e arquitetura portugueses que fugiram da pré-bancarrota precipitada pelos que agora querem regressar alegremente ao poder.

A linha de crédito lançada in extremis pelo governo é um sinal de alarme a que convém dar a devida atenção. Pode estar em causa o colapso de centenas de empresas portuguesas, e dificuldades acrescidas em algumas das grandes empresas e bancos do regime. Convém, pois, saber quais as empresas que recorrerão a esta corda de salvação, e como.

A procura agregada mundial começou a declinar depois de um período de redistribuição (BRICS), e responde cada vez menos aos estímulos da oferta (deflação e monetização das dívidas). Parte importante dos petrodólares e dos petroeuros terão que regressar aos respetivos países produtores de petróleo, gás natural, soja, etc. (daí a repressão dos movimentos de conversão cambial e correspondente exportação de rendimentos de trabalho e de capital), sob pena de as revoluções sociais e as guerras entre vizinhos estalarem em catadupa, varrendo boa parte das nomenclaturas que nos habituámos a considerar estáveis. Não me admiraria nada que os Estados Unidos reativassem a guerrilha em Cabinda.


NOTAS
  1. TAP condiciona venda de bilhetes em Angola
    Negócios, 27 Janeiro 2015, 16:14 por Wilson Ledo

    "A TAP realiza um voo diário entre Lisboa e Luanda. Uma viagem ida e volta entre as duas cidades, em classe turística, ronda os 1.150 euros. O ano passado, nesta rota, a companhia transportou mais de 140 mil passageiros".


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quinta-feira, abril 02, 2015

Islândia a caminho de revolução financeira

In Iceland, as in other modern market economies, the central bank controls the creation of banknotes and coins but not the creation of all money Photo: Getty Images

E se os bancos comerciais fossem proibidos de criar dinheiro?


Os casos negros do BPP, BPN e BES, e as zonas quase negras do BCP, Montepio e Caixa Geral de Depósitos, avisam-nos que a confiança nos bancos morreu, e que é preciso mudar o sistema financeiro num ponto essencial: proibir os bancos comerciais de criarem dinheiro, nomeadamente sob a forma de crédito e sob a forma de securitização de créditos e confeção de produtos financeiros complexos cujo único resultado, no final das corridas especulativas, são bolhas que rebentam, deixando pelo caminho estados insolventes, empresas na ruína, famílias no desespero e convulsões sociais na rua.

Mas então quem estaria autorizado a criar dinheiro, metálico, eletrónico, criptológico e sob a forma de crédito? Apenas os bancos centrais. No caso da UE, apenas o BCE. Os bancos comerciais e de investimento passariam a poder emprestar apenas o dinheiro criado pelos bancos centrais, e estariam proibidos de criar crédito que não resultasse diretamente das suas efetivas reservas monetárias. Por exemplo, a pirataria financeira dos LBO (Leverage Buyout), a que alguns ex-banqueiros indígenas se dedicam no nosso país, acabariam de um dia para o outro. Capiche?

Não tenhamos ilusões: o dinheiro não pode estar nas mãos de banksters!

Iceland looks at ending boom and bust with radical money plan

Icelandic government suggests removing the power of commercial banks to create money and handing it to the central bank

By AFP/ Telegraph 8:18PM BST 31 Mar 2015

[...] In Iceland, as in other modern market economies, the central bank controls the creation of banknotes and coins but not the creation of all money, which occurs as soon as a commercial bank offers a line of credit.

The central bank can only try to influence the money supply with its monetary policy tools.

Under the so-called Sovereign Money proposal, the country's central bank would become the only creator of money.

Monetary Reform
A Better Monetary System For Iceland

A Report By Frosti Sigurjonsson
Commissioned by the Prime Minister of Iceland
—in documentcloud


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Fadiga fiscal e a tentação fascista

Sem recaudação fiscal um estado não funciona, mas há limites

A fadiga fiscal é evidente. Aumentar mais a pressão fiscal é fascismo. O Estado dos rendeiros e devoristas tem que acabar.


UTAO: Receita fiscal bruta caiu no início do ano
Negócios. 01 Abril 2015, 17:35 por Rui Peres Jorge

A receita arrecadada pelos cofres das administrações públicas em Janeiro e Fevereiro está a cair 1,4% face a 2014, calculou a Unidade Técnica de Apoio Orçamental, a trabalhar no Parlamento. O resultado faz soar alarmes sobre o andamento da actividade económica e os riscos para a execução orçamental para o resto do ano. O Governo tem como meta anual um aumento da receita fiscal de perto de 5%.  

O valor avançado pela UTAO é muito diferente do comunicado pelo Ministério das Finanças no final do mês passado, o que resulta da Direcção Geral do Orçamento destacar mensalmente os valores das receitas fiscais já líquidas de reembolsos, isto é, subtraídas dos valores de impostos devolvidos aos contribuintes. Nessa métrica os impostos aumentaram 1,7%, mesmo assim abaixo da meta anual.

Em vez de perseguirem os portugueses de forma autoritária e cretina, é necessário atacar de uma vez por todas as rendas da energia e as rendas das 120 PPP, cujas taxas de rentabilidade são pornográficas.

Não nos esqueçamos que as taxas de juros bancário oscilam hoje entre valores negativos e pouco mais de 5%, enquanto os rendeiros do regime, que enfiaram os partidos do sistema, PCP incluído, no bolso, obtêm lucros garantidos na ordem dos 16%!!!

Passaram quatro anos e este Governo, nesta importantíssima matéria, e ao arrepio das recomendações da Troika, não mexeu uma palha, ou melhor, mexeu apenas numa, pra inglês ver, cedendo em tudo o resto, miserável e cobardemente, aos piratas do BES, do Grupo Mello e da Mota Engil.

Ou os portugueses se revoltam contra a corja rendeira e devorista, ou esta corja dá cabo do país, tal como canalha da mesma espécie deu cabo da Grécia.

Para não nos vermos gregos com os resultados sinistros das patifarias da nomenclatura do regime, é urgente redesenhar a nossa democracia. Temos que ser mais ambiciosos, racionais, transparentes, equilibrados e justos.

E temos que libertar a sociedade e a economia do espartilho fatal formado pelo conluio burocrático entre banqueiros falidos e criminosos, oligopólios indecorosos, partidos oportunistas e um Estado mais tentacular que nunca.


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As empresas temem bancos e estado

Monty Python—The Meaning of Life (8/11) Movie CLIP - The Penis Song (1983)

O Hiper-Estado atual vive em simbiose com a Banca. Fujam dos dois!


Empresas querem mais mudanças no Estado e na banca
Negócios, 01 Abril 2015, 23:28 por Rui Peres Jorge

O FMI inquiriu as empresas sobre o impacto das reformas dos últimos anos e as prioridades. Resultados apontam para um balanço relativamente positivo no mercado de trabalho e muita preocupação com bancos, justiça e pagamentos do Estado.

As empresas estão naturalmente preocupadas com as alianças oportunistas e frequentemente criminosas entre o estado populista e neocorporativo que temos, onde os partidos políticos, os banqueiros e o resto dos rendeiros e devoristas se sentam diariamente à mesa do orçamento para repartirem entre si o que sugam aos indígenas através da protofascismo fiscal instalado. Na realidade, é fundamental reduzir esta corja de abutres e parasitas a uma dimensão ecológica sustentável, sob pena de o organismo social morrer exangue nas ruas, nos sótãos sem luz, nem água, nas fábricas e nos campos. Está na altura de promover uma mudança radical nas estruturas democráticas que temos. Digo 'revolução', porque os paninhos quentes secaram.

A decadência é um fenómeno lento e cumulativo, mas no fim, sempre explosivo. As duas sequências de The Meaning of Life, de Monty Python, aqui reproduzidas —The Penis Song e Mr. Creosote—, são uma ilustração hilariante e contundente do inevitável destino das bolhas arrogantes da especulação.


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quarta-feira, abril 01, 2015

O desespero previsto da TAP


Cantiga Esteves revela o óbvio: a TAP está irremediavelmente insolvente

Quantas vezes alertámos para a insustentabilidade financeira da TAP?


Cantiga Esteves: "Há desespero completo de tesouraria" na TAP
Negócios, 01 Abril 2015, 11:35 por Maria João Babo

O presidente da comissão especial de acompanhamento da privatização da TAP, Cantiga Esteves, sublinhou esta quarta-feira, 1 de Abril, na comissão parlamentar de economia e obras públicas que "é urgentíssimo a capitalização" da TAP, já que "o que pode estar em causa é a sobrevivência da empresa".

O responsável frisou que "há desespero completo de tesouraria", numa empresa que "factura dois mil milhões de euros e tem um free cash flow de dois milhões". "É absolutamente agonizante, é viver minuto a minuto a dificuldade de tesouraria ", disse.

A prioridade que o caderno de encargos da privatização da TAP dá é a capitalização da empresa, que é o primeiro critério de avaliação, "revela o urgente que é".

Basta pesquisar a palavra TAP neste blog para constatar quantas vezes alertámos para a gestão ruinosa da companhia e para a falta de transparência de todo o processo que conduziu à situação atual. O colapso iminente é da inteira responsabilidade da classe política dominante: do PCP aos partidos que foram governo desde que Fernando Pinto, há mais de quatorze anos, transitou da falida Varig para a TAP, com a missão de proceder à privatização da companhia aérea portuguesa!

Mas é preciso ir mais longe: quem endividou a TAP? Que negócio embrulhado foi a compra da VEM, hoje TAP Maintenance & Engineering, à falida Varig, onde até Stanley Ho e a sua GEO Capital, cuja Mesa da Assembleia Geral é presidida por António de Almeida Santos, estiveram metidos?

Que negócio embrulhado foi a compra da PGA ao BES, por 140 milhões de euros?

Porque não se reestruturou a TAP quando se percebeu que o modelo Low Cost vinha para ficar?

Suspeito que os 600 milhões de euros do BEI previstos para financiar a linha ferroviária Poceirão-Caia foram desviados--via Parpública/Sérgio Monteiro-- para a TAP. Proveito? Nenhum. Comprometeu-se a via férrea e aumentou-se o buraco financeiro da TAP!

Segundo o gaúcho Fernando Pinto a TAP não pára de crescer. Se é assim, não faltarão interessados na a compra da empresa.


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