quinta-feira, abril 16, 2015

TAP: Globalia denuncia privatização obscura

2014: Air Europa: 9,6 milhões de passageiros; TAP: 11 milhões

Qual é o grau de exposição do Novo Banco (ex-BES) e da Caixa à TAP?


A pseudo privatização da TAP
  • Avianca — fora
  • Globalia — fora
  • Azul — fora
  • Germán Efromovich/Synergy — fora? (esperemos bem que sim!)
Na iminência de uma greve de dez dias, que poderá levar a TAP definitivamente ao fundo, o governo deve esclarecer imediatamente se ainda há, ou não, algum pretendente credível à privatização da TAP, e se tentou, ou não, que os candidatos à privatização pagassem, por baixo da mesa, dívidas escondidas da empresa, nomeadamente ao ex-BES e à Caixa Geral de Depósitos.
“Nosotros hemos desistido ya de esa idea, no se puede comprar una empresa con tanto endeudamiento que no puedas sanear y gestionar tú. No podemos invertir y quedarnos esposados de pies y manos. Al no poder manejarnos con criterios privados hemos desistido”, ha asegurado Hidalgo en un encuentro con prensa especializada.
...
“Solo el grupo brasileño colombiano del empresario Germán Efromovich, Synergy Group, mostró interés por la aerolínea lusa pero su oferta, de unos 340 millones de euros, fue rechazada por los órganos gubernamentales del país.”


Europa Press. 15/04/2015 - 10:02 Actualizado: 11:09 - 15/04/15. elEconomista.es


Pilotos marcam greve de 10 dias e fazem tremer privatização da TAP
Negócios, 15 Abril 2015, 19:52 por Celso Filipe

Os cerca de 500 pilotos da TAP presentes no plenário do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) marcaram uma greve de 10 dias que começará a 1 de Maio e terminará a dia 10, ou seja, cinco dias antes da data-limite que o Governo fixou para os candidatos à compra de 66% da companhia apresentarem as suas propostas vinculativas.
Há fortes suspeitas de que sucessivos governos, incluindo o que está em funções, têm andado a subsidiar ilegalmente a TAP, nomeadamente através da Parpública, do ex-BES, do Novo Banco, e da Caixa Geral de Depósitos.

Estas dívidas acumuladas, com garantias do estado, não aparecerão todas nas contas oficiais da empresa e, ao que parece, o governo, através do ministro Pires de Lima e do secretário de estado Sérgio Monteiro, estariam envolvidos na tentativa de 'vender', por baixo da mesa, estas responsabilidades ao próximo dono da TAP. A notícia, posta recentemente no ar, de que o resultado oficial da venda da empresa poderia ser mais magro do que o esperado teria, aliás, que ver com esta operação, a qual, a ser verdade, colocaria o governo português numa situação explosiva.

Cabe a Pires de Lima desmentir o que claramente decorre da notícia do elEconomista, e do comunicado do Sindicato dos Pilotos da TAP:
19. A TAP e o Governo procuram valorizar artificialmente o Grupo TAP perante os potenciais investidores, encobrindo os prejuízos exorbitantes que os seus gestores lhe infligiram.
...
23. O valor dos depósitos bancários do Grupo TAP apresentava, em 1 janeiro de 2015, um saldo positivo de 234 milhões de euros.
[Ou seja, quem paga as dívidas que vencem este verão?]
...
25. O Governo prefere entregar graciosamente o capital de uma empresa que transporta a bandeira nacional a interesses privados estrangeiros, que em nada contribuíram para a sua construção e que não têm incentivos para a retenção da sua base em território nacional, no longo prazo, à semelhança de outras grandes empresas nacionais privatizadas no passado.
O Costa do PS anda muito calado sobre tudo isto. Não percebo, aliás, a posição da Oposição a este respeito.

Tudo leva a crer que está informada, mas prefere assobiar para o ar, como fez durante o colapso financeiro do país. Sabe que a casa vai ser assaltada, sabe que o assalto está em curso, mas só depois da casa assaltada começa a berrar. E vem depois pedir o nosso voto, com ar de confraria de santos salvadores. De mim só levarão um grande manguito, com os cumprimentos cordiais do Raphael Bordallo Pinheiro!

Ao contrário da propaganda governamental, que a indigente média indígena amplifica sem qualquer contraditório, os pilotos suspenderão a greve se o governo cumprir o que prometeu, e sobretudo se o governo demonstrar que o processo de privatização da TAP não é, afinal, uma farsa que vai acabar da pior maneira.
C. Os Pilotos manifestam a sua disponibilidade para desconvocar a greve no exato momento em que sejam assegurados de forma inequívoca os direitos acima considerados.
A Globalia, um grupo de turismo espanhol, que arrecada mais de três mil milhões de euros por ano, e que detém uma companhia aérea, a Air Europa, que já compete com a Iberia, e que transportou 9,6 milhões de passageiros em 2014 (a TAP transportou 11 milhões), poderá ser a grande beneficiária do mais que provável colapso da TAP, e sem ter que se meter na trapalhada nebulosa da pseudo privatização da companhia. Basta-lhe que a empresa cesse pagamentos, que a Comissão Europeia intervenha, e que os Slots da Portela fiquem disponíveis. Depois é só alugar uma dúzia de Airbus e contratar os pilotos da... ex-TAP! Capiche?


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Ricardo Salgado manipulou e escondeu



Pedro Saraiva: "Considera-se provado que Salgado fez manipulação intencional das contas" da ESI

De acordo com os dados apresentados, a dívida financeira da ESI chegou a mais de 8.000 milhões, o que tinha custos em juros de mais de 400 milhões anuais. "A ESI estava falida desde 2009. Com prejuízos acumulados de mais de 2.000 milhões de euros. E o GES tentou ocultar esta situação", afirmou Pedro Saraiva.

Negócios online. 6 Abril 2015, 10:52 por Maria João Gago

Espírito Santo caiu do altar. Falta agora a Justiça fazer o seu trabalho até ao fim. E para capitalismo familiar, autoritário e provinciano, basta. Esperemos que sirva de lição aos demais. Ou muito me engano, ou as próximas vítimas serão os rendeiros da família Mello. É só espreitar a parte visível dos livros...

Basicamente, a independência económico-financeira do país morreu, 600 anos depois da conquista de Ceuta (22 de agosto de 1415). Acabaram-se as patacas, e agora é a vez da Isabel dos Santos ir comprando as rendas e os cacos do ido império. Menos mal que ainda há quem compre!

PS: a citação do Negócios foi entretanto 'corrigida' para "Considera-se provável que Salgado fez manipulação intencional das contas". Ora esta emenda é pior do que o soneto! A sintaxe "Considera-se provável que (...) fez ..." não existe na língua portuguesa, nem em nenhuma quadro lógico.

Atualização: 16/04/2015, 12:39 WET 


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quarta-feira, abril 15, 2015

A resolução da TAP

A TAP foi liquidada pela ambição desmedida de meia dúzia de grandes corruptos

Para quê uma greve se a privatização já borregou?


Privatização da TAP em péssimos lençóis. Percebe-se agora porque Passos quer ir às Legislativas sozinho.... Álvaro, regressa!!!

Globalia descarta comprar la aerolínea lusa TAP: "No podemos invertir y quedarnos esposados de pies y manos"

Europa Press. 15/04/2015 - 10:02 Actualizado: 11:09 - 15/04/15. elEconomista.es 

Olha-me para esta “boa nova”. O colombiano apenas dá pela TAP 340 milhões de euros, e mesmo assim a proposta foi rejeitada pelo rapaz dos “finos”. É que os outros candidatos oferecem zero cêntimos e provavelmente exigem que os eventuais custos judiciais com a reestruturação da empresa, segundo um espartilho imposto pelo governo, e as dívidas escondidas, fiquem no banco mau do Estado português! Ou seja, no balanço da Caixa Geral de Depósitos. Os pensionistas depois metem lá o dinheiro, de livre vontade ou à força.

“340 milhões ou nada”! “Entre a espada e a parede, prefiro a espada”, disse o rapaz dos finos.

Curiosamente, na imprensa indígena, nem uma palavra sobre este fiasco.

“Solo el grupo brasileño colombiano del empresario Germán Efromovich, Synergy Group, mostró interés por la aerolínea lusa pero su oferta, de unos 340 millones de euros, fue rechazada por los órganos gubernamentales del país.”

Europa Press. 15/04/2015 - 10:02 Actualizado: 11:09 - 15/04/15. elEconomista.es  

O pedido de socorro já deve ter seguido para Bruxelas. Bruxelas dirá que sim, mas...

Será que os sindicatos sabem desta “boa nova”. Ao tentarem fazer-nos acreditar que todos os interessados ainda se mantêm na corrida pela TAP, aposto que não. Aliás, a greve dos pilotos da TAP, neste cenário de colapso iminente é um tiro nas nucas dos mesmos. Ou seja, caíram numa armadilha lançada pelo governo, com o sempre prestável apoio do gaúcho Fernando Pinto.

Para quê uma greve se a privatização já borregou?

Será que desde o final de 2012 para 2015 a TAP afinal perdeu valor? O Gaúcho sempre disse aos jornais e televisões que a TAP valorizava a cada ano que passava. E se havia prejuízos, a culpa era do petróleo. A concorrência voa a água, como muito bem sabemos.

O rapaz dos “finos” do CDS no seu máximo esplendor. Álvaro, regressa!

Vai ser um verão eleitoral de escaldar.

Para a Ryanair e a easyJet (Air Europa, etc.), para quê pagar pelos slots na Portela quando os podem ter de borla, aliás “oferecidos” pela própria Vinci, que a esta hora já deve estar a reler as cláusulas de salvaguarda para serem indemnizados pelo colapso da TAP.

Quem é que paga os prejuízos à Vinci? Quem paga os buracos à CateringPort e à Groundforce (Grupo Urbanos)?

Está tudo sentado de máquina de calcular em punho a fazer contas. Mandem a conta ao rapaz dos “finos”. Ele paga com imperiais.

Agora a sério, que o caso não é para menos: a incompetência do governo e do seu ministro da Economia e do rapaz das PPP é gritante, para não dizer criminosa.

Como sempre escrevemos, só há uma solução: reorganizar a TAP. Mas porque deixaram a ferida chegar a este ponto, agora, só vejo uma saída para sara a gangrena:

  1. encerrar a TAP num sábado, seguindo as novas praxes da decisão política e financeira;
  2. aplicar um plano de resolução da companhia semelhante ao que se fez ao GES;
  3. criar uma TAP má/CGD, com uma injeção de capital na veia vinda diretamente de Bruxelas (alô Juncker?), para onde deveria ir tudo o que é tóxico ou dá prejuízo, e para onde deveriam ir todos os recursos humanos da empresa, a começar pelos seus administradores, numa espécie de despedimento coletivo seguido de novas contratações, e de indemnizações aos que virem os seus contratos rescindidos definitivamente;
  4. investigar e levar a tribunal os responsáveis por este inqualificável desfecho;
  5. fazer renascer a TAP, com outras regras, nova visão estratégica e gestores não comprometidos com a corja rendeira, devorista e partidária.

A alternativa a algo parecido com isto será termos as aeronaves devolvidas aos seus proprietários, os credores a acionar as cláusulas de salvaguarda dos contratos que assinaram com o Estado-TAP, e o pessoal nas pistas e nas instalações da ANA a olhar pró ar com as lágrimas a escorrerem pelas faces :(

Governo Sombra


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TAP volta a borregar privatização

A TAP não vale zero, como o governo tenta fazer crer à populaça

Este governo perdeu a oportunidade de privatizar a TAP


Sempre aqui defendemos a inevitabilidade da privatização da TAP. Mas sempre escrevemos que o processo de privatização deveria ser precedido pelo saneamento financeiro da empresa, pela reestruturação da sua gestão, e em geral por uma redefinição estratégica da empresa tendo em conta a aproximação rápida do Peak Oil (2010-2030) e a concorrência manifesta das companhias Low Cost, cuja estratégia antecipa o impacto previsível do pico petrolífero e dos fenómenos concomitantes: fim do crescimento rápido das economias, perda de salários e do poder de compra em geral, desemprego, deflação, endividamento privado e público insustentável, sucessivas crises financeiras.

No caso específico da TAP, e do mal chamado TGV, a Blogosfera refletida neste blogue olhou para a área dos transportes de forma integrada, tendo sempre no horizonte a crise sistémica para que fomos chamando a atenção desde fevereiro de 2006.

As ideias aqui expostas foram claras:
  1. prioridade ao transporte coletivo;
  2. alinhamento da rede ferroviária portuguesa com a rede ferroviária europeia (vulgo, de bitola europeia), conferindo primazia às ligações transversais entre as regiões de Lisboa e centro-norte, e a rede espanhola/europeia de bitola europeia de alta velocidade e transporte de mercadorias;
  3. reforço do transporte elétrico nas cidades, nas periferias urbanas e entre cidades;
  4. reestruturação da TAP, com inclusão do modelo Low Cost nas ligações europeias (reestruturação profunda e spin-off);
  5. oposição à construção de novos aeroportos, e aposta na requalificação dos existentes;
  6. reforço dos portos e da sua interoperabilidade com as redes ferroviárias europeias.
O atual presidente da TAP, Fernando Pinto, está em Portugal há quase quinze anos, tendo saído da falida Varig e da falida VEM para a TAP no ano 2000, com a missão de preparar a privatização desta empresa. Pelo caminho participou no processo de aquisição da referida empresa de manutenção aeronáutica, em que intervieram a TAP, isto é, o governo da altura (PS), e a empresa macaense do senhor Stanley Ho, a GEO Capital, com interesses na Alta de Lisboa e a quem o PS terá prometido uma cidade radiosa.

Os prejuízos da ex-VEM, hoje TAP Maintenance & Engineering, ao longo de mais de uma década, são em parte responsáveis pela ruína da TAP. O esforço de crescimento da empresa, à revelia de uma visão realista do negócio, apenas para promover artificialmente e provar o esgotamento da Portela e a necessidade de um novo aeroporto, foi o segundo pilar da hoje reconhecida falência da empresa.

O terceiro e último pilar que ruiu, abrindo portas ao colapso inevitável da TAP, foi a pré-falência do Estado, a qual empurraria o PS para fora do governo, exigindo um programa de resgate e a presença dos credores em Portugal para gerirem a mesa orçamental. As dívidas escondidas foram postas a nu e proibiu-se o financiamento clandestino, nomeadamente via Parpública, da TAP e de outras empresas públicas, verdadeiras vacas leiteiras dos rendeiros que tomaram de assalto o aparelho de estado e a democracia.

Fernando Pinto conseguiu, no entanto, fazer de Portugal um hub para as ligações entre o Brasil e a Europa. É um mérito que lhe deve ser reconhecido.

A coligação andou bem até despedir Álvaro Santos Pereira. E andou razoavelmente bem na área financeira —gestão da dívida, recapitalização bancária e resolução do BES—, em parte porque foi vigiada de perto e monitorizada pelo BCE, e ainda pelo grupo Rothschild.

No resto, onde a nomenclatura continuou a dominar, a manha predominou sobre a responsabilidade e as exigências do momento. O governo não atacou suficientemente as rendas excessivas da EDP, não renegociou a sério as PPP, não fez a reforma autárquica necessária, geriu com os pés a Administração Pública, o setor educativo, e a segurança social, congelou a ferrovia e empurrou a TAP para o buraco.

A coligação prepara-se para uma nova tentativa de privatização da TAP.

Os candidatos quase desapareceram do mapa depois de conhecerem melhor o caderno de encargos, a dimensão do endividamento da empresa, e os problemas sociais e jurídicos que se perfilam no horizonte. Nestas circunstâncias, a ideia de privatizar a TAP de qualquer maneira, por um euro, até ao início do verão, atirando a batata quente para o próximo governo, é inaceitável.

Mas se não o fizer, quem pagará os salários e as dividas da empresa?

Em que ficamos? Vai a Caixa Geral de Depósitos continuar a substituir o BES no financiamento mais ou menos camuflado da TAP? Qual é neste momento a exposição do banco público à TAP? Alguém se preocupa?

Estará o governo a contar com o famigerado plano Juncker para empurrar com a barriga o buraco da TAP por mais algum tempo?


REFERÊNCIAS

Não faltam candidatos para a compra da TAP! Ou por outra...

Globalia desiste da corrida à compra da TAP

«Desistimos da ideia, não se pode comprar uma empresa com tanto endividamento que não se possa sanear e gerir. Não podemos investir e ficar de mãos e pés atados. Ao não podermos gerir a empresa com critérios privados, desistimos», assegurou o responsável num encontro com a imprensa.

TVI24, 15/4/2015, 09:54

Fecho da privatização da TAP sobra para o próximo governo
O Governo quer decidir o vencedor da privatização da TAP a 30 de junho. Mas o processo ficará pendurado nos reguladores, pelo que já será o próximo governo a pôr o carimbo final. O PS põe em causa a legitimidade do processo e diz que o próximo Executivo fica condicionado em operações que contesta.

Expresso, 18:00 Segunda feira, 13 de abril de 2015.

O alto preço pago pela Espanha por não ter reestruturado a Ibéria a tempo e horas.

'Iberia sigue viva, todo lo demás se ha perdido'

EL MUNDO/ JUSTO PERAL: Cuando empecé como jefe de la sección sindical en noviembre de 2007, Iberia era muy distinta a lo que es hoy. Aquel año ganó 327 millones de euros, acababa de estrenar su nuevo 'hub' en Barajas, contaba con una flota de más de 140 aviones de largo corto y medio radio y una plantilla de 22.000 personas. Pero cuando llegó el momento de negociar los cambios vimos que el plan era distinto y que IAG utilizaría los activos de Iberia para salvar British Airways y su déficit millonario con el fondo de pensiones de sus empleados, sin importar si eso suponía el cierre de Iberia. Nadie, ni el Gobierno ni los medios de comunicación nos creía.

El Mundo, 26/10/2014.

Atualização: 15/4/2015, 10:41 WET


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sábado, abril 11, 2015

Restaurantes, fisco e eleições

Foto: Nuno Veiga/Lusa

Não confundir informação com guerra eleitoral


Fisco põe clientes a pagar dívidas dos restaurantes
Jornal de Notícias. Lucília Tiago e Pedro Ivo Carvalho | 11/4/2015, às 00:00

Há contribuintes que estão a ser chamados pelas Finanças para pagarem dívidas fiscais de estabelecimentos comerciais, nomeadamente de restaurantes, onde fizeram consumos e pediram fatura com número de identificação fiscal.

Atenção aos títulos bombásticos, mas duvidosos, na campanha eleitoral em curso.
Proença é advogado pessoal de José Sócrates e CEO do sobre endividado grupo de media de que o JN é um dos meios de propaganda: Global Media Group, ex Controlinveste.

Não nos esqueçamos que 15% do Global Media Group pertence, desde a 'transformação' da Controlinveste em Global Media Group, ao BCP, e 15% ao Novo Banco!

As empresas do regime, quando entram em pré-falência, convertem as dívidas, nomeadamente as dívidas aos bancos, em novas participações acionistas que os grandes credores engolem sem pestanejar.

Fantástico, não é?

Mas quando estes bancos vão à falência, por estarem sobre expostos a negócios mal geridos ou fraudulentos, e são depois resgatados pelo credor de última instância (o BCE), em nome da estabilidade financeira indígena e europeia, o que ocorre é os contribuintes serem chamados a pagar as dívidas destes piratas. Pagam ao verem confiscado o capital e os rendimentos das aplicações subordinadas que detinham nos bancos, pagam ao verem aumentar os custos administrativos das suas contas bancárias, pagam ao verem roubadas as suas poupanças, na forma da destruição criminosa das taxas de juro, pagam, em suma, sob a forma de austeridade económica, financeira e social. Os administradores dos bancos e a corja de CEOs que nos rodeia, esses, obtêm durante estas crises que ajudaram a provocar lucros suplementares pelas patifarias cometidas.

Entretanto, as aves partidárias grasnam do fundo das suas pré-históricas ideologias faz-de-conta.

Qual era a notícia do JN sobre restaurantes?

Que não devolvem o IVA? Ou que pagam só 1/4, 1/3 ou metade dos impostos que devem? Que usam o 'lucro' fiscal para comprar bons carros, viajar, ou ampliar os próprios negócios?

Não, não era esta a notícia... A notícia do DN é só mais um dos títulos jornalísticos da guerra de propaganda instalada em tempo de eleições.

A máquina fiscal é um monstro de complexidades. Deve ser melhorada dia a dia, deve ser transparente na informação prestada aos contribuintes, e não deve estar à mão de sacar dos governantes de turno e da nomenclatura partidária, financeira, empresarial e corporativa indígena.

A máquina fiscal deve ser justa e equilibrada, permitindo assim que a carga fiscal possa ser bem distribuída e descer para patamares que não atrofiem a economia e o trabalho.


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sexta-feira, abril 10, 2015

Estados Unidos sem petróleo em 2033, ou antes

Petróleo americano: reservas reconhecidas (1993-2013)
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O fracking foi uma tentativa vã de esconder o fim do petróleo americano


Se os EUA dependessem apenas das suas reservas reconhecidas de crude (petróleo de xisto incluído), as mesmas, mantendo-se constante o consumo de 2014, durariam apenas 7 anos. Repito sete anos!

Percebe-se agora porque Washington empenha tanto dinheiro virtual em armamento e dispositivos bélicos espalhados por todas as regiões ricas em hidrocarbonetos deste planeta.

Vamos por partes

Todos os dados consultados são oficiais e estão publicados pela EIA—Energie Information Administration. Algumas das contas são da minha responsabilidade.

  • Reservas reconhecidas de crude em território dos EUA: 36.500.000.000 de barris.
  • Consumo anual de produtos petrolíferos em barris de crude equivalente (bce), descontados o GTL (gas-to-liquids) e os biodieseis da equação: 5.150.000.000 barris.
  • Importações de crude e produtos petrolíferos em 2014: 3.365.489.000 bce.
  • Exportações de crude em 2014: 126.290.000 barris.
  • Saldo entre exportações e importações de crude e produtos petrolíferos: -3.239.199.000 bce (est.)
  • Produção (excecional) de crude em 2014: 3.168.200.000 barris.
  • Consumo de reservas próprias em 2014: 1.910.901.000 barris (est.)

Os 100 principais reservatórios de petróleo americano
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Desta relação de dados conclui-se o seguinte:
  1. sem importação de crude e produtos petrolíferos, e permanecendo constante o consumo anual registado em 2014, as reservas comprovadas de crude americano durariam apenas sete anos.
  2. mantendo constantes a produção, o consumo, a exportação e as importações de 2014, as reservas comprovadas de crude esgotar-se-iam ao longo dos próximos dezanove anos, ou seja, por volta de 2033.
A gravidade deste panorama é de uma dimensão difícil de interiorizar. Tão assustadora que se torna extremamente difícil abordar o tema na praça pública. As alternativas ditas sustentáveis, baseadas nas chamadas energias renováveis, são risíveis perante a dimensão do fenómeno conhecido como Pico do Petróleo (Peak Oil). A aposta no regresso ao uso intensivo do carvão, que aliás nunca perdeu protagonismo, levada a cabo pela China, revelou-se um desastre ambiental de proporções dantescas. Resta-nos tentar mitigar estes impactos catastróficos recorrendo ao uso generalizado do gás natural. É em volta deste recurso energético relativamente abundante que a humanidade espera agora poder ganhar tempo para transitar de uma sociedade baseada no uso intensivo de energia barata para algo que ninguém consegue ainda imaginar o que seja, ou possa ser.

Entretanto, o circo macabro das guerras e das atrocidades sem nome já começou nas regiões onde as principais reservas de gás natural se situam.


POST SCRIPTUM


The downturn in US oil production?
By Kjell Aleklett. Posted on April 4, 2015

Since November the number of active drilling rigs in the USA has declined dramatically. Baker Hughes Rig Count has just reported that, in the last 6 days, a further 20 rigs have terminated their activity. Since the peak at 1,600 active rigs in November, the number has now dropped to only 802. (...)

Those of us who know that production from fracking wells declines quite rapidly have been waiting for a decline in the USA’s oil production and now the USA’s Energy Information Administration (EIA) has reported a production decline of 36,000 barrels in the last week of March.

Atualização: 11/4/2015, 01:05 WET


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quinta-feira, abril 09, 2015

Nódoas e candidatos presidenciais

Paulo Morais admite que Portugal precisa de “uma grande regeneração” a todos os níveis
Fotografia: António Pedro Ferreira/ Expresso

O candidato do PS chama-se Guterres, e o do PSD, Durão Barroso


Henrique Neto deu o tipo de partida, Sampaio da Nóvoa agitou as águas da esquerda e eis que as candidaturas presidenciais nascem como cogumelos. Paulo Morais, professor universitário e comentador do "Correio da Manhã", dá uma entrevista ao jornal que não deixa margem para dúvidas: "Sou candidato às presidenciais". E dá pormenores: a candidatura será apresentada no próximo dia 18, no Piolho, um café emblemático da cidade do Porto. "Depois de uma longa reflexão entendi que essa era a melhor forma de intervir na política", diz Paulo Morais.

Abílio Ferreira | 9:37 Quinta, 9 de Abril de 2015 | Expresso

A proliferação de candidaturas presidenciais fora do sistema estreita a margem de manobra da nomenclatura que nos arruinou. Desde logo porque nenhum pré-candidato poderá ter a veleidade de passar à condição de candidato sem passar pelo crivo das redes sociais.

O tempo em que as tertúlias televisivas como a Quadratura do Círculo pontificavam e fabricavam candidatos para isto e aquilo passou à história. Assim se explica, pois, a morte antecipada de dois pré-candidatos cor-de-rosa —António Vitorino e Sampaio da Nóvoa— lançados na esteira desastrosa de António Costa.

António Vitorino é um oportunista que contrabandeia o 'socialismo' por uma rica vida de facilitador de negócios, incluindo a via verde que permitiu ao espanhol Santander negociar swaps especulativos com o governo PS do Recluso 44. Sampaio da Nóvoa, por sua vez, é uma nódoa ideológica cujo pedigree universitário nada acrescenta, inventada pela tríade que manda no PS e que anda desesperada com a falta de controlo sobre a Justiça portuguesa.

Por junto temos, desde que Henrique Neto se apresentou como pré-candidato às eleições presidenciais de 2016, duas tentativas de voo presidencial que borregaram, e o striptease do novo secretário-geral do Partido Socialista.

A cada comício que faz, Costa fica mais parecido com o realejo de Jerónimo de Sousa: precisamos de mudar de política, e para mudar de política temos que mudar de governo, etc. O PS que Mário Soares, Almeida Santos, José Sócrates e Jorge Coelho entregaram em regime de comodato a António Costa parece, pois, caminhar rapidamente para uma emulação do PCP, prevendo-se que na hipótese inverosímil de ganhar as próximas eleições, sem maioria, queira protagonizar a formação de uma nova Frente Popular, servida com canapés de caviar e espumante de Lamego. Onde estão os jovens turcos do PS? Talvez aguardem paulatinamente que o sargento-ajudante Costa se afogue na maré populista que vai segregando.

Neste contexto, o anúncio de uma nova candidatura presidencial estranha à nomenclatura do regime que arruinou o país, desta vez protagonizada por Paulo Morais, mostra até que ponto o caminho das alternativas oriundas do PS, do PSD e do CDS começa a estreitar-se.

Jaime Gama, Maria de Belém, Carlos César, Rui Vilar, ou Artur Santos Silva —nomes que têm circulado por aí— são hipóteses fracas, até porque seriam sempre candidatos partidários e com percursos de vida pouco convincentes para o cargo.

Na banda azul e laranja, depois da desistência de Santana Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa é uma não hipótese, apesar da vontade mal disfarçada domingo a domingo deste intriguista-mor do reino.

Marcelo é um comentarista divertido, mas nunca foi um político, ou melhor, quando tentou sê-lo revelou-se um desastre total. Por outro lado, o modo leviano como, à semelhança de Cavaco Silva e de Carlos Costa, defendeu a excelência do sistema financeiro indígena, e a solidez de um banco, o BES, onde por acaso a sua companheira era administradora, coloca-o entre as esponjas de um regime corrupto e falido até às entranhas. Ou seja, não serve.

Não é por acaso que os partidos andam tão calados sobre a questão presidencial. Por um lado, temem a hipersensibilidade popular, nomeadamente através da nascente democracia eletrónica das redes sociais que tanto aflige José Pacheco Pereira e Miguel Sousa Tavares, e por outro, sabem que sem conhecer os resultados das Legislativas de outono, Belém é uma incógnita completa.

Estou convencido de que António Guterres avançará para Belém no caso da atual coligação renovar a maioria com ou sem a ajuda de Marinho Pinto. E estou também convencido que Durão Barroso será o próximo presidente da república caso o vazio Costa acabe por ganhar as eleições por uma unha negra e embandeire em arco numa qualquer coligação populista com o PCP, o Bloco de Esquerda e o Livre.

Mas também poderá ocorrer o imprevisto de Paulo Morais e Henrique Neto baralharem por completo o jogo das próximas eleições presidenciais.

Até lá, ou muito me engano, ou António Costa ir-se-à afundando na vacuidade de uma retórica cada vez mais próxima do realejo comunista.


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