quinta-feira, junho 09, 2011

PS: o sucessor nomeado

Assis atropela Costa por ordem de Santos

Francisco Assis, o tribuno. Foto: ©LUSA

«Os meus camaradas do PS são os primeiros a compreender que honrar a confiança que em mim depositam os lisboetas, cumprir o compromisso que assumi com a cidade que me elegeu e exercer com total paixão as funções públicas que me estão confiadas é não só meu dever como o melhor contributo que posso dar para credibilizar a política e prestigiar o PS» — António Costa (08-06-2011 00:47)

Il consigliere Almeida Santos foi ao Conselho Nacional do PS explicar a António Costa que afinal não podia suceder a Sócrates, e mais: teria que apoiar o Assis!

Pior ainda: António Costa tinha anunciado que iria dar uma conferência de imprensa, logo depois do conselho nacional do partido rosa que teria lugar no Largo do Rato, para anunciar a sua posição sobre a corrida ao cargo de sucessor de José Sócrates. A imprensa ficou à coca, imaginando o que toda a gente imaginou: que o homem iria candidatar-se, prometendo obviamente dar continuidade responsável e idónea ao trabalho do demissionário secretário-geral do PS.

Subitamente, porém, entrando pelo horário nobre das televisões dentro, il consigliere veio dizer-nos, sem cerimónias, que António Costa seria certamente o melhor sucessor de Sócrates, mas que, infelizmente, não poderia acumular tal cargo com o de presidente da câmara de Lisboa. E uma vez que Costa não iria certamente abandonar o cargo camarário, a sua candidatura a secretário-geral do PS ficava, pois, sem efeito.

Ou seja, o futuro secretário-geral do PS pode e acumulará tal cargo com o de primeiro ministro, quando e se vier a ganhar umas próximas eleições legislativas, mas não pode acumular com o cargo de edil da capital. É inacreditável, se não fosse, pura e simplesmente, mais uma demonstração da natureza perigosa de quem, sem a menor vergonha, capturou um partido político de alto a baixo!

A anunciada conferência de António Costa, prevista para as 22:30 de 7 de Junho, acabaria por ter lugar já na madrugada do dia seguinte, para se resumir a uma breve e decepcionante declaração de desistência.

Podemos imaginar os gritos e as lágrimas de crocodilos que correram durante o conselho presidido pelo consigliere Santos!

Desenhou-se e fez-se pois aprovar o plano da tríade que continua a controlar o PS, por forma a colocar no poleiro um sósia barbudo de Sócrates —o amarantino renegado e de nome enganador, Francisco Assis, trepadeira falante disposta a tudo dizer e o seu contrário para agarrar o teleponto dos insaciáveis donos do PS.

Razão teve Manuel Maria Carrilho ao dizer, na passada terça-feira, na TVI, que Assis é um seguidor acrítico de Sócrates, que a seu tempo (digo eu) pescou Assis e o promoveu para o dia de hoje.

Entretanto, lendo as entrelinhas dos jornalistas-pedreiros do Correio da Manhã, ficamos a saber que a manobra do consigliere foi, de facto, mais elaborada e subtil do que inicialmente pensei.

Almeida Santos tenciona afinal retirar-se do cargo que ocupa há séculos —o de presidente do partido— entregando-o (adivinhem?) a António Costa! Ou seja: se Assis ganhar, continua tudo nas mãos da tríade de Macau (Jorge Coelho, António Vitorino, Vitalino Canas, Alberto Costa, Maria de Belém Roseira, Carlos Santos Ferreira, Francisco Murteira Nabo, Manuel Frasquilho); mas se Assis perder para Seguro, pelo menos o cargo decisivo de presidente do partido fica em mãos, como se constatou, bem domesticadas!

O objectivo, porém, é mesmo derrotar António José Seguro, apostando em tudo o que houver para apostar. Até numa candidatura feminista improvisada, como aquela que Maria de Belém Roseira e Ana Gomes parecem estar prestes a protagonizar. Só falta mesmo a Edite Estrela para termos as três desgraças cor-de-rosa na posição de acólitas eleitorais do candidato da tríade. É difícil imaginar uma democracia europeia mais miserável!

A Depressão Demográfica Portuguesa

Com metade da população actual, e mais de metade dela acima dos 65 anos, quem pagará as dívidas e o Estado Social?

Sem olhar para a demografia e para a energia não é possível decidir bem.

Em 2085 teremos a população actual da Catalunha (simular previsões nesta página da ONU) — ou até menos de metade da população actual!

Quem pagará então as facturas lançadas na primeira década do século 21 por uma classe política corrupta e estúpida até à medula?

O declínio demográfico e a inflação decorrente do Pico do Petróleo têm vindo a erguer rapidamente o verdadeiro muro intransponível da nossa decadência e da impossibilidade de pagar as dívidas contraídas pela partidocracia que deixámos crescer como um cancro imparável. Se não pararmos as PPPs rodoviárias e hospitalares, e o ilusório Plano Nacional de Barragens, imediatamente, a saída da zona euro será inevitável, assim como a perspectiva de nos tornarmos uma colónia a ferro e fogo dos nossos credores.

O alerta surgiu, há alguns anos, da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana (e dele demos aqui conta então), desmentindo as estatísticas distraídas do político INE. Há décadas que o nosso instituto estatístico e o governo medem mal a realidade, e se esquecem de contar a emigração para a União Europeia (como se esta fosse já uma realidade política consolidada), daqui resultando a pouca fiabilidade dos seus números sobre a população portuguesa realmente residente e activa, e o escândalo da sistémica abstenção eleitoral. Os cadernos estão cheios de zombies, mas também, e principalmente, de emigrantes que o INE e os sucessivos governos não conseguem ver nem contar.
Ontem o INE admitiu pela primeira vez que o nosso saldo migratório foi negativo em 2010, ou seja, saíram mais portugueses do que as entradas de imigrantes no nosso país. Mais concretamente, o INE estimou que saíram cerca de 23,7 mil portugueses em 2010, o que contribuiu para que a nossa população diminuísse em cerca de 700 pessoas no último ano. Continuo a afirmar que os números de saídas de portugueses estimados pelo INE estão manifestamente errados, assim como iremos ver dentro de pouco, quando os dados do Censos 2011 forem publicados. Nessa altura, penso que iremos verificar que a população do país terá entre 200 mil e 300 mil pessoas a menos do que os 10,6 milhões estimados pelo INE. Como chego a este número? Subtraindo as minhas estimativas da emigração com os números de entradas de imigrantes. 
Álvaro Santos Pereira, Desmitos.

terça-feira, junho 07, 2011

Não pagamos?

Estamos no meio duma guerra financeira!
Precisamos de um sistema de forças, de definir correctamente os objectivos, de liderança, de estratégia e de aliados.

Manif. Grécia, 11 de maio, 2011

Como sair da armadilha do endividamento especulativo e da economia virtual para onde fomos arrastados ao longo das últimas duas décadas? Como impor aos credores, sobretudo aos que especularam e especulam com os mercados da dívida, uma repartição equitativa dos prejuízos?

“A UE substituiu os Estados nacionais pela planificação dos banqueiros e, por essa via, a política democrática foi substituída pela oligarquia financeira.” — inWill Greece Let EU Central Bankers Destroy Democracy? A World at Financial War” (6 de Junho de 2011), por Michael Hudson.

De leitura obrigatória, este artigo de Michael Hudson permite-nos uma reflexão mais equilibrada (ainda que deixando de fora as causa estruturais da presente crise financeira ocidental) sobre os desafios dramáticos que temos pela frente: onde estaremos depois de gastar os 78mM€ obtidos pela Troika nos mercados a que já não conseguimos aceder salvo pagando juros suicidas? O dinheiro que vai chegando, com exigências crescentes, serve para pagar facturas atrasadas aos principais credores (Espanha, Alemanha, França e Reino Unido), mas também muitas facturas recentes, provavelmente indevidas, por resultarem do ataque desencadeado pela especulação financeira contra as dívidas soberanas da periferia europeia.

Qual será o preço final do dinheiro fresco que chega, para logo sair em direcção aos credores? Pode ou não acontecer que, depois de os investidores e especuladores recuperaram o seu dinheiro, mais os juros agiotas que conseguiram impor com o auxílio do pelotão de sabotadores das agências de notação, ameaçando expropriar literalmente os nossos melhores activos, a Troika acabe por confessar que o país é insolvente e que por esta razão deverá sair do euro, ou submeter-se a uma governação directa do exterior?

Temos que discutir estas dramáticas perguntas, sem cair na tentação do pensamento linear e completamente inútil dos partidos que, apesar de pagos pelos contribuintes, se recusam a negociar com o inimigo. Na Grécia, actualmente governada por socialistas à beira de serem acusados de traição, é a direita que tem vindo a colocar as questões patrióticas que naturalmente se impõem.

Há uma guerra financeira em curso, como estou farto de sublinhar. Temos que identificar claramente o que está em causa, os teatros de operações, os adversários e os objectivos. E depois, como é óbvio, teremos que defender a integridade do nosso território, como parte indispensável do próprio processo de integração europeia. A União Europeia não pode ser trocada, sob a ameaça terrorista dos mercados especulativos, por uma espécie de feudalismo financeiro e tecnológico, como bem refere Michael Hudson. Regras, coerência e supervisão europeias, sim. Nem sequer contesto, antes pelo contrário, um governo europeu com poderes acrescidos sobre os vários estados-membros da União. Mas não podemos confundir esta trajectória em direcção a uma futura, efectiva e eficiente soberania europeia, com a submissão dos burocratas europeus ao poder cego do dinheiro. Se os dirigentes europeus pensam que podem vender a União a retalho, ou pior ainda, destruí-la em nome de um qualquer imperialismo franco-alemão de trazer por casa, preparem-se para um novo pesadelo! Sem racionalidade económica assente numa visão estratégica efectivamente europeia e solidária, a Europa caminhará inexoravelmente para uma nova guerra civil. É isso que querem os especuladores e os burocratas de Bruxelas, Paris e Frankfurt?

A condição necessária para que arranque o novo pacote “reformado” de empréstimos é que a Grécia entre numa guerra de classes aumentando os seus impostos e rebaixando os gastos sociais – incluindo as pensões do setor privado – e liquide e ponha em leilão terrenos públicos, enclaves turísticos, ilhas, portos, água e sistemas de esgoto. Isto aumentará o custo de vida e o custo de fazer negócios, atingindo a já limitada competitividade das exportações do país.

[...] E no que diz respeito às próprias classes ricas gregas, o pacote de empréstimos da União Europeia conseguiria manter o país na eurozona o tempo suficiente para que retirassem o seu dinheiro do país, antes de chegar o momento em que a Grécia seja forçada a abandonar o euro, regressando a um dracma rapidamente desvalorizado. Enquanto não chegar o momento deste regresso a uma moeda própria em queda, a Grécia terá que seguir a política báltica e irlandesa de “desvalorização interna”, isto é: de deflação salarial e corte de gastos públicos – exceto para pagar o setor financeiro – a fim de diminuir o emprego e, assim, os níveis salariais.

O que realmente se desvaloriza nos programas de austeridade ou de desvalorização monetária é o preço do trabalho. Ou seja, o principal custo interno, já que há um preço mundial comum para combustíveis e minerais, bens de consumo, alimentos e até crédito. Se os salários não puderem ser reduzidos pela via da desvalorização interna (com um desemprego que, começando pelo setor público, induza quedas salariais), a desvalorização da moeda acabará por fazer o trabalho que resta até o fim.

É assim que a guerra dos países credores contra os países devedores na Europa se torna uma guerra de classes. Mas para se impor tamanha reforma neoliberal, é preciso que a pressão externa passe ao lado dos parlamentos nacionais democraticamente eleitos. Pois não é de se esperar que os eleitores de todos os países se mostrem tão passivos como os da Letónia e da Irlanda quando se age manifestamente contra os seus interesses.

[...] As finanças são uma forma de guerra. Como na conquista militar, o seu objetivo é garantir o controle do território e das infraestruturas públicas, e impor tributos. Isso envolve ditar leis aos seus súditos e concretizar a planificação social e económica de forma centralizada. Isto é o que se está fazendo agora com meios financeiros, sem o custo, para o agressor, de ter que colocar um exército no campo de batalha. Mas as economias sob ataque podem terminar tão profundamente devastadas pelos rigores financeiros quanto seriam por investidas militares, provocando a contração demográfica, o encurtamento da esperança média de vida, emigração e fuga de capitais.

in “Golpe de estado financeiro ameaça democracia europeia”, Carta Maior.

segunda-feira, junho 06, 2011

Reservas de ouro ameaçadas

União Europeia abre portas ao assalto às reservas de ouro!



Elisa Ferreira (PS) e Nuno Melo (CDS), membros efectivos da comissão do Parlamento Europeu ECON (Economic and Monetary Affairs), votaram no passado dia 24 de Maio um relatório, aprovado por unanimidade, a favor do uso das reservas de ouro dos países europeus como colateral do endividamento soberano. Este relatório será levado ao Parlamento Europeu no próximo dia 30 de Junho para discussão e aprovação.

Apesar da opacidade do sítio do Parlamento Europeu nesta matéria, a verdade é que a informação chegou ao World Gold Council, e está a ser objecto de comentários muito ácidos por parte de alguma imprensa económica especialmente atenta e independente. Por aqui, o António Maria gostaria de conhecer o que têm a dizer os deputados portugueses citados e que aparentemente terão votado este “compromisso”.

Perguntamos também ao Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, o que pensa sobre a possível alienação do ouro português, acumulado em boa medida por Salazar, na fogueira imparável dos Derivados Financeiros — um buraco negro, entre 10 a 12x o PIB mundial, que ameaça estagnar o planeta num inferno de deflação e inflação sucessivas ao longo desta década.

The Economic and Monetary Affairs Committee of the European Parliament has approved gold to be used as collateral confirming its status as a high-quality liquid asset

Yesterday’s unanimous agreement by the European Parliament’s Committee on Economic and Monetary Affairs (ECON) to allow central counterparties to accept gold as collateral, under the European Market Infrastructure Regulation (EMIR), is further recognition of gold’s growing relevance as a high quality liquid asset. This vote reinforces market demand for a greater choice of assets that can be used as collateral to meet margin liabilities. World Gold Council, 25.05.2011 (PDF).

The European Gold Confiscation Scheme Unfolds: European Parliament Approves Use Of Gold As Collateral

Wonder why Europe is pressing so hard for Greece (and soon the other PIIGS) to collateralize its pre-petition loans on a Debtor in Possession basis? Here is your answer: "Yesterday’s unanimous agreement by the European Parliament’s Committee on Economic and Monetary Affairs (ECON) to allow central counterparties to accept gold as collateral, under the European Market Infrastructure Regulation (EMIR), is further recognition of gold’s growing relevance as a high quality liquid asset. This vote reinforces market demand for a greater choice of assets that can be used as collateral to meet margin liabilities." Luckily for Greece, it has 111.5 tons of gold in storage (somewhere at the New York Fed most likely). Looking down the road, Portugal has 382.5 tons, Spain 281.6, and Italy leads the pack with 2,451.8 tons. Zero Hedge.

Aparentemente confidencial:

Compromise on Article 43
Collateral requirements


1.           A CCP [Central Counterparty Clearing House] shall accept highly liquid collateral, such as cash, gold, government and high quality corporate bonds, with minimal credit and market risk to cover its initial and ongoing exposure to its clearing members. For non-financial counterparties, CCPs may accept bank guarantees taking into account such guarantees in exposure to a bank that is a clearing member. It shall apply adequate haircuts to asset values that reflect the potential for their value to decline over the interval between their last revaluation and the time by which they can reasonably be assumed to be liquidated. It shall take into account the liquidity risk following the default of a market participant and the concentration risk on certain assets that may result in establishing the acceptable collateral and the relevant haircuts. These minimum standards shall be calibrated in accordance with the risk level and shall be regularly revised to reflect market conditions and in particular in response to emergency situations where it is concluded that doing so will mitigate systemic risk. [GREENs]. (AM 111 - Langen, AM 850 - Luvigsson, AM 851 - Swinburne, AM 852 - Balz, AM 853 - Schmidt).

2.           A CCP may accept, where appropriate and sufficiently prudent the underlying of the derivative contract or the financial instrument that originate the CCP exposure as collateral to cover its margin requirements.

3.           In order to ensure consistent harmonisation of this Article, ESMA, in consultation with ESRB and EBA, shall develop draft regulatory technical standards specifying the type of collateral that can be considered highly liquid and the haircuts referred to in paragraph 1. ESMA, in consultation with the ESCB and EBA, shall submit drafts on those regulatory technical standards to the Commission by 30 June 2012. (AM 860 - Langen).

              Power is delegated to the Commission to adopt the regulatory technical standards referred to in the first subparagraph in accordance with Articles 10 to 14 of Regulation …/… [ESMA Regulation]. (AM 861 - Langen)

domingo, junho 05, 2011

A queda de um boneco

Ex-voto "socialista" não chegou a ter a sua estátua. Acaba de ser derrubado pelo sufrágio popular!

O pesadelo de uma democracia venezuelana não se concretizou.
Fotomontagem: We Have Kaos In The Garden

Dados da sondagem à boca das urnas chegados via SMS, às 18:03, e às 18:05, do interior profundo do PS:
  • PSD: 38,3 (34,9 a 41,7)
  • PS: 28,8 (25,4 a 32,2)
  • CDS: 14,6 (11,2 a 18,0)
  • CDU: 7,6 (4,2 a 11,0)
  • BE: 4,7 (2,6 a 9,4)
  • OBN: 4,7 (1,3 a 8,1)
Como era previsível, o povo e sobretudo as classes médias urbanas fartaram-se. O PSD, a menos que chegue mesmo à maioria absoluta, vai precisar do CDS para formar imediatamente um governo maioritário. Mas irá certamente reservar para si espaço de manobra para negociar um apoio parlamentar estável do PS, em 2012. Ou seja, se a coligação PSD-CDS quebrar, o PS estará pronto para o substituir. Vamos pois prever o seguinte:
  • Até ao fim deste ano: governo PSD-CDS e apoio incondicional do PS ao Memorando da Troika
  • Até ao fim do primeiro semestre de 2012: alargamento da base de apoio parlamentar ao PS, com a necessária clemência em matéria de saneamento do aparelho de estado socialista (quer dizer, em vez de uma razia completa, serão negociadas algumas posições e protecções institucionais actualmente nas mãos do PS)
  • Para salvar o PS há que afastar Sócrates quanto antes. Se não se demitir hoje, será vítima de uma conspiração interna (seguramente em marcha desde o congresso coreano de Sócrates). Francisco Assis continuará como tribuno parlamentar e chefe de bancada, António José Seguro está na calha para substituir Sócrates. Manuel Maria Carrilho poderá ser a ultima ratio socialista, se os jovens turcos falharem...
  • Possível cisão no Bloco
  • Jovens turcos do PCP iniciam profunda regeneração do partido comunista
Uma coisa ficou definitivamente clara nestas eleições: os partidos que rejeitam a possibilidade de ascender pela via democrática ao poder deixam de ter lugar no imaginário popular. A recusa das direcções do PCP e do Bloco de se reunirem com a Troika foi um verdadeiro harakiri para ambas os alienados dirigentes estalinistas, maoistas e trotskistas que ainda restam da ilusão de Abril.

5 junho 2011 19:10

O assassínio de Júlio César — para salvar a República
 Todas as sondagens coincidem numa derrota histórica do PS. Em nenhuma sondagens oficial à boca da urna, o PS chega aos 30%. Apenas a sondagem interna do PS avançou um limite superior acima dos 30%: 32,2%. Sócrates terá que anunciar hoje mesmo a sua próxima demissão de secretário-geral do PS. Se o não fizer, terá que ser empurrado.

5 junho 2011 20:16

José Sócrates Pinto de Sousa regressa à condição de militante de base do PS. O consigliere A.S. já o anunciara.

5 junho 2011 21:22

Resultados finais (falta apurar resultados dos círculos da Europa e resto do mundo)

PSD: 38,63 (105 deputados + 3 ou 4/ Europa e resto do mundo)
PS: 28,05 (73 deputados +0 ou 1)
CDS: 11,74 (24 deputados)
CDU: 7,94 (16 deputados)
BE: 5,19 (8 deputados)
Abstenção: 41,1

6 junho 2011 2:21

Comentário final desta noite eleitoral:
  1. O PSD teve, de facto, uma ampla maioria. Tem mais votos do que a Esquerda toda unida. Ou seja, a Esquerda só poderá bater o PSD com os votos do CDS.
  2. A capacidade negocial de Paulo Portas é, por conseguinte, muito menor do que o líder populista ambicionava. Vai ter mesmo que engolir o número de ministros que Passos Coelho lhe oferecer, sem piar muito, sob pena de desdizer tudo o que disse na campanha, sobre a forma pragmática, profissional e elevada de o CDS fazer política nesta hora excepcional.
  3. O PSD precisará do PS para rever a Constituição, e esta vai ter que ser revista. Ou seja, adivinha-se um novo Bloco Central em 2012, o qual começou a ser preparado esta noite, com a demissão de José Sócrates, abrindo caminho, tudo leva a crer, a António José Seguro — sobre quem tenho as maiores dúvidas. Será, provavelmente, um líder transitório, até às próximas eleições autárquicas; depois, logo se verá.
  4. O PCP recuperou basicamente os seus bastiões de sempre —Setúbal, Évora e Beja—, segurou os eleitores urbanos e suburbanos de Lisboa e Porto, e atraiu novas franjas descontentes, nomeadamente entre a população estudantil (Braga). Se não desenhar novas estratégias, mais pragmáticas, dando lugar aos jovens, o PCP ver-se-à entalado em breve entre movimentos de massas que não será capaz, nem de controlar, nem de aproveitar democraticamente, e o enfraquecimento sindical que decorrerá de uma maior flexibilidade das leis laborais, das restrições previsíveis ao exercício do direito à greve, em linha com a legislação mais comum no resto da Europa, e da fragmentação de algumas grandes empresas públicas, onde ainda encontra boa parte do seu poder de fogo reivindicativo.
  5. O Bloco, por sua vez, vai a caminho da extinção, vislumbrando-se o seu regresso à condição de seita marxista serôdia. Os seus fundadores —Louçã (ex-PSR), Fazenda (ex-UDP), Portas (ex-PCP) e Fernando Rosas (ex-PCP e ex-MRPP) — não têm emenda e sofrem, como boa parte dos da sua geração, da síndrome da cadeira. Acham-se imprescindíveis, portadores de uma missão histórica, e jamais darão lugar à renovação.
  6. Finalmente, a abstenção: mesmo descontando os mortos e os muitos milhares de novos emigrantes que não votaram, é demasiado elevada. Com a degradação da situação social que aí vem, os cerca de 40% de abstencionistas líquidos representam um preocupante potencial de apoio a inesperados fenómenos populistas. Quanto maior for o irrealismo do PCP e do Bloco, maior será a probabilidade da polarização de parte desta abstenção por variantes híbridas de demagogia.
 6 junho 2011 4:05

sexta-feira, junho 03, 2011

The Day After

Sócrates propõe aumento do Rendimento Mínimo Garantido

Um mentiroso sem emenda
Como já aqui vimos, uma das principais consequências da prolongada crise nacional relaciona-se com o extraordinário retorno em força da emigração portuguesa. E se ainda podíamos ter algumas dúvidas se esta vaga emigratória era realmente signficativa ou não, essas mesmas dúvidas começam a dissipar-se com os resultados preliminares do Censo da População, que mostram que as previsões do INE da população nacional poderão estar sobre-avaliadas entre 200 mil e 300 mil portugueses(as). Veremos se estas previsões se mantêm quando os dados definitivos estiverem disponíveis. — Álvaro Santos Pereira in Desmitos.

Se formos empurrados para uma quarentena fora do euro, curiosamente, as centenas de milhar de portugueses forçados a emigrar nos últimos dez anos serão justamente compensados por tal decisão, vendo aumentar instantaneamente o poder de investimento, crescimento e influência no país que os expulsou. Ora aqui está uma maneira de ver a saída de Portugal do euro, ainda que temporária, de uma forma positiva. Claro está que, à excepção das empresas exportadoras e da agricultura, que também beneficiarão, e muito, com esta expulsão do paraíso, o resto da economia, da burocracia, e as pessoas em geral verão as suas dívidas (a pagar em euros) disparar de um dia para o outro, sofrendo, se este colapso se der, uma catastrófica e instantânea perda do seu poder de compra. Este cenário é realmente aflitivo, mas não é totalmente inverosímil.

José Sócrates, tal como a Esquerda degenerada que simboliza —e que vai, de facto, do PS ao MRPP, passando obviamente pelo PCP e pelo saco de gatos bloquista—  defende um país que viva e consuma como se fosse rico e produtivo, mas que trabalhe e produza como qualquer país pobre e subdesenvolvido. A magia desta contradição insanável foi possível até 2010 graças ao afluxo das patacas europeias, à nossa entrada no euro e ao chamado deficit spending (ou seja, crescimento virtual através do endividamento). Acontece, porém, que um país não pode viver simultaneamente com uma moeda forte e uma economia fraca. Insistir nesta incongruência leva inexoravelmente ao sobre endividamento, e deu no nosso caso o resultado que se conhece: a Bancarrota de 2011. Só um primeiro-ministro alucinado pela sua própria ilusão narcisista poderia negar, com a lata que José Sócrates demonstrou, a tragédia anunciada a tempo e horas por dezenas de observadores independentes.

Ou muito me engano, ou 2011 marcará o início do declínio de uma certa Esquerda portuguesa, herdeira decadente de uma mitologia que apenas serviu, desde Marx, ainda que sob uma retórica populista permanente, o grande jogo do Capitalismo. A subida dos salários industriais e urbanos permitiram, numa primeira fase, esvaziar os campos e transformar paulatinamente a agricultura numa agro-indústria de base financeira intrinsecamente especulativa, colonizando depois, sucessivamente, os territórios do saber e as liberdades individuais na grande cidade. A alienação do trabalho, nomeadamente em nome da produtividade e do consumo foi, na realidade, um meticuloso processo de expropriação da autonomia laboral dos indivíduos, das suas artes, e das suas capacidades de agregação e protecção social solidária. Porém, este processo de desestruturação humana tinha e tem um limite, aliás bem identificado por Karl Marx: a lei da queda tendencial da taxa de lucro que conduz às guerras, ao colonialismo exacerbado, ao imperialismo e, por fim, ao colapso. Ora bem, o momento da decadência prevista acaba de chegar ao Ocidente.

O proletariado desapareceu, e em seu lugar ficaram telefonistas, professores, alunos, burocratas, elites palacianas e públicos culturais entregues à metafísica dos direitos adquiridos, do bem-estar e do consumo conspícuo. Enquanto a gordura colonial acumulada durou, os sindicatos e as Esquerdas foram mantendo posições. Vendidos os anéis coleccionados ao longo de séculos de exploração intensiva dos mundos que o Ocidente foi paulatinamente dominando desde o fim da Idade Média, um novo e tremendo desafio se levanta no horizonte: de que modo a nova divisão internacional do trabalho afectará a Europa, os Estados Unidos e o Canadá?

Como iremos empobrecer? De forma grácil e sustentável, redefinindo culturalmente a noção de felicidade e de bem-estar? Ou de forma convulsa e caótica? Conseguiremos livrar-nos das decadentes instâncias de poder que hoje atrofiam a nossa capacidade de reacção aos desafios? Conseguiremos despedir simultaneamente a libertinagem financeira, os cartéis e os sindicatos, em nome de uma nova instanciação do poder e de uma nova criatividade social ajustadas aos novos equilíbrios estratégicos globais que o mundo pós-colonial começa finalmente a desenhar e a impor aos antigos senhores do mundo?

Sem reconhecermos as origens e implicações profundas do capitalismo colonial que se desfaz diante de todos nós, seremos incapazes de compreender os comportamentos partidários que hoje marcam a decadência política do Ocidente, desde as fugas em frente dos piratas financeiros, à hipocrisia e populismo inacreditáveis dos herdeiros caricatos dos velhos partidos sociais-democratas e comunistas que, no seu tempo, pelo uso intensivo da teoria da luta de classes, desempenharam a importante função de válvula de segurança das sucessivas transições do capitalismo ao longo da revolução industrial e tecnológica possibilitada pelo novo paradigma energético decorrente da exploração intensiva do carvão mineral, do petróleo e do gás natural.

Portugal foi à bancarrota este ano, por causas que remetem para o fim do nosso próprio regime colonial, para o colapso das dívidas soberanas do Ocidente, mas também para a irresponsabilidade e corrupção das nossas elites económico-financeiras, profissionais e político-partidárias. José Sócrates é apenas a criatura desgraçada a quem foi dado o papel de protagonizar o epílogo desta farsa. Podemos ser tentados a sentar este boneco no banco dos réus, transformando-o no bode expiatório de uma catarse colectiva. Pão e circo? Recomendo uma saída mais produtiva: desviar as perguntas que todos lhe queremos fazer, para os próximos actores da cena política; e para nós próprios.

quarta-feira, junho 01, 2011

A miopia dos economistas

A avaliação leviana do declínio inexorável do petróleo barato é a principal causa dos erros grosseiros de governação portuguesa desde 1996



Para lá dos maniqueísmos de ocasião, convém ter presente que o colapso das economias ocidentais assenta em três factores corrosivos de ordem estrutural que, se nada for feito, conduzirão as economias afluentes de hoje, mais rapidamente do que previram M. King Hubbert (1956) e Donella Meadows (1972), ou mais recentemente, C. J. Campbell (1997), à rampa descendente da curva de Hubbert — a saber:

  • PRIMEIRO FACTOR: declínio inexorável da principal fonte energética das últimas revoluções industriais, da urbanização em massa e do bem-estar social, i.e. o petróleo (+ gás natural); 
  • SEGUNDO FACTOR: envelhecimento populacional e subsequente declínio demográfico das sociedades alimentadas a petróleo; 
  • TERCEIRO FACTOR: desaparecimento do trabalho, causado por duas consequências inevitáveis das economias liberais: tropismo dos centros produtivos em função do custo do trabalho humano e da proximidade das matérias primas; e substituição progressiva do trabalho humano, incluindo o altamente especializado, por máquinas cada vez mais inteligentes.

Vale a pena ler o último artigo de investigação de Rui Rodrigues (Público) sobre os impactos tremendos que a cegueira dos estrategas pode provocar numa economia, no caso a nossa.
Previsões sobre petróleo levaram a política de transportes errada

Nas próximas eleições, os partidos deveriam discutir e debater seriamente as 120 Parcerias Público Privadas num valor superior a 60 mil milhões de Euros, em que 41% deste valor será destinado à construção de novas auto-estradas e vias rápidas.

Neste artigo vamos recordar as conclusões de um documento governamental, publicado em Março de 1996, cujo título era “Energia 1995-2015. Estratégia para o Sector Energético” da Secretaria de Estado da Energia do Ministério da Indústria e assinado pelo então Secretário de Estado Luís Filipe Pereira. Este estudo pretendia, como se pode ler na página inicial, “apontar os grandes objectivos estratégicos, as políticas fundamentais e as medidas a desenvolver no período considerado”. No final da página V da Síntese é dito: “relativamente aos preços do petróleo, há razões plausíveis para admitir uma certa estabilização dos preços do petróleo no curto prazo e o seu aumento moderado num horizonte mais longínquo”. O que veio a verificar-se foi que, em 1995, o preço do crude era de 17 dólares. No ano de 1998 baixou para os 12 dólares e as previsões, no documento governamental publicado em 1996, eram, para o ano 2000, 23 dólares e de 2005 até 2015 o preço ficaria estabilizado nos 28 dólares!

O buraco de 20 mil milhões de euros das PPPs rodoviárias teve origem (descontando a pirataria) numa hipótese energética completamente irrealista: em 1996, o governo português estabeleceu um cenário de desenvolvimento baseado numa estimativa do preço do petróleo, entre 2005 e 2015, de 23 dólares o barril (PDF). O preço do petróleo bruto à hora que escrevo este texto oscila entre os 100,28USD (WTI) e os 114,61USD (Brent). O resultado é simples: com o actual preço do gasóleo, mais os 8 cêntimos/Km impostos pelas portagens das famosas autoestradas “Sem Custos para o Utilizador” (SCUT), a mobilidade automóvel custa 400% mais nos dias de hoje do que há 10 anos atrás, sem que os salários (salvo o dos administradores do regime) tenham subido ao mesmo ritmo — obviamente!

Em geral, os nossos políticos e burocratas, incluindo a maioria dos deputados e governantes, são uma espécie de novos-ricos para quem andar de comboio, metro ou eléctrico, é um desprestígio. Só os carros de alta cilindrada e o avião lhes dão aquele status que os faz sentir bem. Parece pueril, mas é o principal factor psicológico e cultural que concorre para a irresponsabilidade energética do nosso país.

A ideologia do automóvel e do avião esteve, por outro lado, intimamente associada às pressões dos fabricantes de automóveis e aviões, e às empresas de engenharia e betão armado, dentro e fora de portas. Só o colapso da bolha do endividamento, disfarçada durante duas décadas pelo biombo dos bancos de investimento e as falsas estatísticas, veio desnudar toda a irracionalidade que hoje aperta, como um garrote, a nossa economia, o sistema financeiro de uma ponta à outra, e a sustentabilidade do estado social.

A Mota-Engil e a Brisa, entre outras empresas, parecem ter acordado para o fim de ciclo do betão, e voltam-se finalmente para outras áreas: a ferrovia e os portos. Menos mal! Têm, no entanto, que compreender uma coisa simples: Portugal, para se ligar a Espanha e ao resto da Europa, terá que estabelecer rapidamente três corredores ferroviários —para transporte rápido de pessoas e mercadorias— em bitola europeia (UIC):
  1. Pinhal Novo-Poceirão-Caia; 
  2. Aveiro-Salamanca
  3. Porto-Vigo
Outro sector estratégico da mobilidade a médio e longo prazo abrange os transportes colectivos urbanos, suburbanos e interurbanos, sobre carris, para pessoas e mercadorias, igualmente em bitola europeia. O automóvel eléctrico é uma miragem, e a população portuguesa está a envelhecer rapidamente!

POST SCRIPTUM — O artigo de Rui Rodrigues acima citado deu origem a um debate vivo na Net. Reproduzo, pelo interesse objectivo que tem, a mais recente resposta do autor às críticas que lhe foram dirigidas.

A referência ao documento governamental, publicado em Março de 1996, cujo título era “Energia 1995-2015. Estratégia para o Sector Energético” teve como objectivo chamar a atenção [de] Portugal [para a necessidade de] mudar de política de transportes e [de] investir numa nova rede ferroviária de bitola europeia mista para mercadorias e passageiros, [para deste modo] resolver o grave problema de interoperabilidade ferroviária que o País apresenta.

Limitei-me a apresentar os factos, e pelos dados apresentados temos a certeza absoluta que o preço do Petróleo vai continuar a subir de preço. Mais uma razão para alterar a actual política de transportes e deixar de continuar a gastar dezenas de milhares de milhões de euros em novas auto-estradas.

Temos assistido frequentemente aos comentários de muitos economistas que são contra o troço Poceirão-Caia mas quase nada dizem sobre as novas auto-estradas, muito mais caras, e construídas em regiões onde nem sequer existe tráfego que as justifique. Ninguém consegue entender esta atitude, ainda por cima, quando invocam que o nosso País não tem dinheiro para investir numa nova rede ferroviária. As novas auto-estradas representam 41% dos 60 mil milhões de euros das 120 PPP.

As pessoas que são contra a nova rede ferroviária mista UIC (bitola europeia) nem sequer apresentam alternativas para reduzir os custos de transporte dos contentores de e para a UE. Chamo a atenção para o facto de 50% das nossas exportações serem efectuadas por camião TIR.
Lembro que, quando a Opel de Azambuja anunciou a sua saída de Portugal, para Saragoça, onde tinham outra fábrica, o Presidente da Opel afirmou que a saída daquela empresa tinha, como principal fundamento, os custos de logística. A empresa transferiu-se para Saragoça, onde paga salários duas vezes superiores aos de Azambuja.

A Opel de Azambuja representava, por ano, 0,6% do PIB.

A Auto-Europa também se queixa dos elevados custos de logística devidos ao transporte que tem que ser efectuado em camiões TIR desde a Alemanha até Portugal.

Portugal é um País periférico e para ter acesso aos maiores centros de consumo da Europa, a menores custos, terá que construir uma nova rede ferroviária com 3 linhas, 2 transversais e uma Norte-Sul:

Aveiro-Salamanca, que ligará os portos da Região Norte e o Porto à UE.

Pinhal-Novo-Badajoz, que ligará os portos de Setúbal e Sines e a Região de Lisboa à UE

Vigo-Porto-Lisboa-Sines-Algarve-Huelva, que permitirá conectar todos os nossos portos e principais plataformas logísticas e a nossa fachada Atlântica à rede UIC europeia.

Esta rede vai ter que ser construída de forma faseada, começando pelas vias internacionais que nos ligam à UE.

Vai ser necessário construir uma nova linha Lisboa-Porto, porque é fisicamente impossível mudar a bitola na Linha do Norte, onde circulam centenas de comboios por dia.

Esta nova rede ferroviária vai ser cara? É claro que vai, mas muito pior seria se nada fosse feito. Nesse caso, a nossa economia ficaria menos competitiva e os nossos portos iriam atrofiar. A Espanha seria a grande beneficiada porque iria ganhar receitas de logística à nossa custa.

Cumprimentos Rui Rodrigues 

ÚLTIMA ACTUALIZAÇÂO: 03.06.2011 10:20