sexta-feira, novembro 20, 2009

Portugal 140

Precisamos de refazer a economia interna!

Urinol seco da Waterless
Urinol seco da Waterless

By the end of 2010, most... Western countries will have to significantly raise taxes in order to avoid public finance from going bankrupt. All present speeches and projects about stabilizing or lowering taxes will last what can last unkeepable promises suggested by political cowardice and/or blind ideology: very little time. Instead of that, the State will be back in people’s pockets.

... If companies cannot provide the money that the State needs, then the State will get it into the consumer’s pocket. No ideology there, just a « cold monsters’ » survival reflex. — in Global European Anticipation Bulletin (November)

Com crescimento zero e desemprego a caminhar para os 15% ou 20%, deixará de haver dinheiro para financiar o Estado. Se este persistir na via do terrorismo fiscal (ao som da pandeireta do Bloco de Esquerda), mais empresas fecharão a porta e a bancarrota de Portugal será uma questão de anos — poucos!

O INE acabou de publicar os dados do desemprego relativos ao 3º Trimestre de 2009. E esses dados mostram que a situação é pior do que aquela que o governo e os seus defensores pretendem fazer crer, e que as medidas tomadas pelo governo são claramente insuficientes,

No 3º Trimestre de 2009, o desemprego oficial atingia 547,7 mil portugueses. Mas o desemprego oficial não inclui a totalidade dos desempregados. No número oficial de desemprego, não estão incluídos aqueles, que embora na situação de desemprego, não procuraram emprego no mês em que foi feito o inquérito, por estarem, por ex., desencorajados. E também não estão considerados no número oficial de desempregados, todos os desempregados que, para sobreviveram, fizeram um pequeno “biscate”, por ex. de uma hora. Se somarmos ao desemprego oficial os desempregado que não são considerados no cálculo do número oficial de desempregados, obtemos para o 3º Trimestre de 2009, 696,9 mil desempregados e uma taxa efectiva de desemprego de 12,3% ( a taxa oficial é apenas 9,8%, embora na região Norte a taxa oficial seja 11,6%, em Lisboa e Algarve 10,3%, no Alentejo 10,2%), portanto os valores do desemprego efectivo são bastante superiores aos números oficiais de desemprego que são divulgados pelos media. No fim do 3º Trimestre de 2009, o numero de desempregados a receber o subsidio de desemprego era apenas de 350,8 mil, o que correspondia somente a 64,1% do numero oficial de desempregados, e somente a 50,3% do numero efectivo de desempregados. Isto significa que entre 196,9 mil e 346,1 mil desempregados não recebiam subsídio de desemprego. E daqueles 350,8 mil que estavam a receber o subsídio de desemprego, 112 mil recebiam o subsidio social de desemprego, cujo valor é inferior ao limiar de pobreza (354€ por mês – 14 meses). A medida anunciada pelo 1º ministro na Assembleia da República de redução do prazo de garantia vai apenas permitir a mais 10.000 desempregados receberem subsidio de desemprego. É uma medida claramente insuficiente face à gravidade e à dimensão da situação. É urgente adaptar a lei do subsidio de desemprego à actual situação, o que o governo se tem recusado a fazer. — Eugénio Rosa.

As pessoas não podem aumentar os níveis de consumo porque não conseguem emprego (mesmo as mais qualificadas), ou porque estão desempregadas, ou porque estão ameaçadas de desemprego ou simplesmente sujeitas à congelação ou ameaça de congelação dos seus salários e das suas carreiras profissionais.

As empresas independentes, por sua vez, não podem retomar o investimento pois não vislumbram onde possa estar a procura (a interna debilita-se a passos largos por via do desemprego estrutural e do endividamento geral do Estado e das populações, e a externa deteriora-se pela deterioração global dos termos de troca, cada vez mais desfavoráveis ao endividado e improdutivo Ocidente) e, por outro lado, não encontram quem lhes empreste dinheiro se não a preços usurários (1).

Só os bancos e empresas agarrados ao Estado (entre nós, Mota-Engil, Teixeira Duarte, EDP, BCP, BES, etc.) têm sido, até ver, incessantemente alimentados por uma liquidez especulativa, criada irresponsavelmente por Estados e Uniões de Estados endividados, que através dos respectivos bancos centrais emitem moeda puramente virtual de forma suicida.

No meio de toda esta loucura o capital especulativo aproveita todas as oportunidades, por efémeras que sejam, para drenar ainda mais a pouca seiva genuína da economia para o buraco negro dos derivados e para os criminosos paraísos fiscais que continuam alegremente sugando a poupança mundial.

Estreitando ainda mais o beco sem saída da economia ocidental —desindustrializada, viciada na ideologia e na falsa economia do consumo, especulativa, endividada— temos tido, desde 2008, uma grande depressão e deflação.

Mas no ar paira já o espectro de uma nova vaga de inflação (a começar pelos preços da energia e das principais matérias primas... a que se seguirão os alimentos básicos) e do vampirismo fiscal das cada vez mais autoritárias e burocráticas democracias ocidentais!

Uma tendência que o proteccionismo em ascensão, apesar de dissimulado pelas agências de comunicação, agravará muito para além da nossa imaginação!


Post scriptum
— Não resisto a publicar o que escrevi ao Parlamento pouco depois desta postagem... com mais uma medida drástica, entretanto acrescentada, cuja inspiração vem da esforçada Holanda e de Singapura (ler notícia da AP): abandonar o IA e impor uma imposto s/ Km percorridos!

Caros partidos,

Power utilities maximize profits by spending as much as possible on expansion of supply even though energy saving could much more efficiently accomplish the same result. -- Thomas R. Blakeslee.

Há coisas em que podem estar tranquilamente de acordo! Uma delas é a EFICIÊNCIA ENERGÉTICA:

Se estudarem bem a coisa, verão k é o maior, mais imediato e factível cluster para a actual economia portuguesa, muito mais reprodutivo e manejável por uma pequena economia como a nossa do que o desenvolvimento tecnológico endógeno de novas fontes e tecnologias energéticas.

A primeira aposta, depois de parar com a maioria das barragens previstas, é criar um regime que beneficie concretamente os produtores e distribuidores de energia em função da sua eficiência e sustentabilidade.

A segunda aposta a tomar é suspender imediatamente a lei sobre o uso obrigatório ar condicionado em edifícios públicos, adequando-a em menos de 3 meses a novos padrões de eficiência energética.

A terceira aposta é desenvolver um vasto programa de investigação e desenvolvimento para a melhoria da eficiência energética no sector da produção de máquinas, motores e equipamentos industriais domésticos.

A quarta aposta é lançar um programa nacional de uso eficiente da água na agricultura, com lançamento duma ambiciosa plataforma colaborativa entre universidades, empresas de criatividade e os próprios agricultores.

A quinta aposta é reformular radicalmente os regulamentos de edificações urbanas tendo por objectivo uma poupança energética na ordem dos 30%, reforma esta necessariamente associada a um programa de apoios, incentivos e investigação em todo o vasto sector de construção e obras públicas.

A sexta aposta é adoptar até 2012 a recente decisão holandesa de acabar com o IA e o Imposto de Circulação calculado por cilindrada, substituindo-os por um Imposto de Circulação Progressivo — quanto mais quilómetros percorridos, mais pesado o imposto! Esta medida, no âmbito do paradigma "utilizador-pagador", deveria ainda ser complementada por um sistema de taxas variáveis em função do congestionamento urbano das cidades com mais de 100 mil habitantes, e preços de garagem igualmente indexados aos nível de congestionamento automóvel nas cidades.

Nada disto, porém, poderá ir para a frente sem previamente a AR criar uma verdadeira task force para este efeito, com grande capacidade de acção e adequadas ferramentas conceptuais de mediação interna e externa.

Coragem!

OAM

NOTAS
  1. Os juros de mora cobrados pelos bancos (que obtêm dinheiro nos bancos centrais praticamente de borla), nas contas a descoberto, nas letras e nos créditos acima dos plafonds negociados dos cartões de crédito, sobem hoje a mais 11%, e mesmo a mais de 30% ! É por esta razão que os lucros bancários não param de crescer !!


OAM 652 19-11-2009 12:41 (última actualização: 22-11-2009 15:14)

quinta-feira, novembro 19, 2009

Crise Global 73

Estamos ricos!




É a pior Economia dos 16 países da Zona Euro e a segunda pior entre os 30 considerados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. A OCDE divulgou hoje um relatório que apela a urgentes reformas estruturais. — "OCDE arrasa Economia portuguesa - Expresso.pt".
Só mesmo os nossos economistas é que não sabiam!

Com os turistas depenados do Reino Unido a afastarem-se das costas lusitanas, endividada, agarrada ao petróleo como poucas e estagnada por mais uma década, para que precisa a pior economia da União Europeia, de novo aeroporto e de mais autoestradas?

Quando é que a Assembleia da República se lembra de criar uma Comissão de Energia focada no Pico Petrolífero (1) e na inevitável transição do actual paradigma energético, que se aproxima a passos largos?

Já pensaram os nossos sempre aluados deputados no que vai acontecer por volta dos finais de 2010, quando o petróleo estabilizar num novo patamar entre os 80-100 dólares o barril? Já mediram o impacto deste flagelo energético no serviço da dívida pública e na capacidade de acção do Estado central e autárquico? Mais impostos — é o que querem?! Esqueçam, pois vamos todos fechar para balanço!

Já pensaram os nossos retardados economistas — que perdem demasiado tempo, embora compreensivelmente, em gabinetes de estudo com agendas pré-programadas — no impacto que um Euro a duas velocidades, i.e. com taxas de remuneração diferenciadas a Norte e a Sul da Europa, terá nas sempre eufóricas, mas cada vez mais moribundas, economias latinas do Sul da Europa?

A terceira guerra mundial pelos recursos energéticos, minerais e alimentares do planeta, está em marcha!

Por acaso, já pensou, quem tem que pensar, que se aproxima vertiginosamente o momento de implementar em Portugal uma economia de emergência, a qual implicará inevitavelmente a instauração de um regime de excepção energética e social?

A Islândia está cada vez mais perto de nós! Ou por outra, estamos cada vez mais perto da Islândia...

A Alemanha vai concentrar-se, como sempre, no seu espaço vital, i.e. no centro e leste europeus, na Rússia, nos Balcãs e no Médio Oriente, procurando conter um Obama desesperadamente tentado a dividir o petróleo e o gás iranianos com Pequim!

E nós? E quem somos nós?!


NOTAS
  1. As bolsas americanas e europeias dispararam ao longo de 2009 com o dinheiro lançado nos mercados financeiros pelos bancos centrais norte-americano, britânico e europeu a pretexto de salvar e disciplinar o sistema bancário. O que efectivamente se passou foi uma extorsão colossal da poupança pública mundial em direcção ao buraco negro criado por mais um catastrófico estouro do casino piramidal da economia capitalista global. Hoje os piratas de sempre (Goldman Sachs e Cª) têm-se entretido a empolar a nova bolha chamada Dívida Pública (sim, apostam nos futuros colapsos dos Estados!), ao mesmo tempo que empurram com toda a força as energias renováveis (eólica e solar) para a rampa ascendente de uma nova bolha especulativa, como se tem visto, por exemplo, na dança criminosa da endividada EDP (onde o Estado ainda detém mais de 26% do capital!) Com mais de 14 mil milhões de euros de dívidas acumuladas, anunciou ontem (18 NOV 2009) que a sua lebre, EDP Renováveis, irá investir 4 mil milhões de dólares na produção de energia eólica nos EUA!)

    A exuberância e o optimismo são, porém, puras manobras de circunstância. A verdade nua e crua é esta: a economia mundial caminha para um desastre sem precedentes, pois não soube até hoje desenhar uma escapatória racional para o declínio irreversível do paradigma de desenvolvimento assente no uso e abuso de fontes energéticas e matérias primas baratas, sem ter percebido a tempo que tais recursos eram e são irremediavelmente limitados. As fantasias do petróleo pesado brasileiro, venezuelano, canadiano e até lusitano, não passam de estratagemas de comunicação para empolar as bolsas locais e mundiais. As anunciadas reservas são ridiculamente escassas face ao consumo mundial actual e necessário para manter níveis mínimos de crescimento do PIB mundial (>85 milhões de barris/dia.) Uma vez chamadas a preencher o declínio acelerado das explorações petrolíferas actuais, as lamas, as areias betuminosas e o petróleo pesado que se encontra a 3000-6000 metros de profundidade (debaixo de camadas de sal com centenas de metros de espessura) não serão apenas ridiculamente escassos, como provavelmente inviáveis do ponto de vista comercial. Em suma: por volta de 2050 (se não for antes), o paradigma petrolífero terá chegado ao fim, mas nessa altura o planeta terá mais 2,2 mil milhões de almas do que os actuais 6,8 mil milhões! Como irá o mundo acomodar tão inimaginável transformação, se hoje e amanhã continuarmos alheios ao problema, deixando nomeadamente os políticos em roda livre? A minha filha terá em 2050, 70 anos. E a sua?

OAM 651 18-11-2009 18:30 (última actualização: 19-11-2009 10:12)

segunda-feira, novembro 16, 2009

Portugal 139

"Face Oculta": o xeque-mate?

Cavaco Silva deve dar a Sócrates o mesmo destino que Sampaio deu a Santana Lopes. Nem mais, nem menos. Com cortesia, mas sem hesitar, pois já hesitou demais!


Kill Bill, Queen Of The Crime Counsil (audio legendado)
Q. Tarantino/ U.Thurma



Se as cinco mais recentes gravações de telefonemas entre Armando Vara e José Sócrates envolverem também, e porventura sem margem para dúvidas, o actual primeiro ministro num ou mais presumíveis crimes graves, que farão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça? Voltarão a mandar destruir os registos — i.e. as provas?!

E se os responsáveis titulares do processo "Face Oculta" recusarem fazê-lo, em nome da razão, da lei e da justiça —como é seu dever e acredito que façam—, que acontecerá depois?

Bom, se tal vier a ocorrer, estaremos envolvidos numa grave crise constitucional, de consequências imprevisíveis. Estou pois certo que o senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça não deixará de explicar isto mesmo ao senhor Presidente da República, para que este proceda preventivamente e assegure, como lhe compete, o normal funcionamento das instituições e a estabilidade do regime constitucional.

Atitude diversa da lógica do direito, que aqui e agora se impõe, com urgência, comprometeria estes dois pilares estruturais da democracia portuguesa —presidência da república e presidência do supremo tribunal de justiça— num impasse constitucional gravíssimo, tornando-os antes de mais suspeitos de compactuar com uma possível subversão e corrupção inaceitáveis do actual sistema político.

O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça não é patrão dos juízes, tal como o Procurador-Geral da República não é patrão dos procuradores. O primeiro ajuíza o que lhe é levado às mãos em última instância por quem apela aos seus bons serviços; o segundo, distribui a tarefa de acusar por agentes do Estado que devem pautar a sua acção exclusivamente pela lei e pela própria ética profissional. Os dois altos responsáveis mencionados não mandam mais do que isto! E sobretudo não têm autoridade para ajuizar a qualidade de certidões emitidas por entidades de direito competentes, independentes e autónomas, como agora pretendem ilegitimamente, levantando-se por isso as maiores suspeitas relativamente aos sucessivos comportamentos de Pinto Monteiro e Noronha do Nascimento.

A única coisa que o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça pode proibir ou mandar destruir são apenas escutas que contenham matéria sensível para a segurança do Estado. Não lhe cabe pois, nesta competência, ponderar ou deixar de ponderar sobre a eventual natureza criminosa do comportamento de um primeiro ministro se tal comportamento não for justificável por superior interesse do Estado. Ou seja, no limite, a ordem de Noronha do Nascimento, secundada por Pinto Monteiro, de mandar destruir as gravações comprometedoras de José Sócrates no caso "Face Oculta", são inconstitucionais e por conseguinte devem ser rejeitadas por quem tem a responsabilidade de uma investigação criminal como a que já obviamente correlaciona Armando Vara e José Sócrates numa sucessão de telefonemas que presumivelmente indiciam a prática de crimes puníveis com pena de prisão até oito anos!

Tudo o resto, nomeadamente as fugas de informação organizadas a partir de Lisboa, por quem quer que seja (e neste caso só se me afigura ter ocorrido ao mais alto nível), é irrelevante do ponto de vista da forma e substância de um processo que só poderá levar à destituição de José Sócrates do cargo que inopinadamente ocupa.

Ninguém, salvo meia dúzia de almas penadas arregimentadas dentro do PS por Jorge Coelho, votou nesta criatura indecorosa. Poucos votaram, aliás, uma segunda vez, neste PS. E o que temos agora é um desgoverno nado-morto, cada vez mais semelhante ao abortado desgoverno de Santana Lopes e Paulo Portas. Não vejo como se possa atrasar o inevitável golpe de misericórdia que mais cedo ou mais tarde abreviará a estuporada semivida desta falsa maioria.

José Sócrates é um boneco criado por Edite Estrela e Jorge Coelho, tendo servido lindamente para impedir que o inesperado vazio criado por António Guterres (apavorado com a dimensão do polvo parido pela tríade de Macau que o levara ao poder) fosse inadvertidamente preenchido por Ferro Rodrigues, entretanto (oportunamente?) envolvido no processo judicial sobre a rede de pedofilia tecida em volta da Casa Pia.

Com o Pinóquio que nos tem levado triunfalmente à ruína, a tríade de Macau pensou que o PS se tornaria, enfim, um partido orgânico da nova democracia liberal, embrenhado-se nas principais estruturas da nossa eterna burguesia indigente e palaciana: construção civil e obras públicas, rendas de monopólios, sector financeiro e sistemas de comunicação. Daí até lançar um plano de assalto aos principais concursos públicos (estradas, pontes, ferrovia, barragens e aeroportos), sector das comunicações (Portugal Telecom, Diário de Notícias, TSF, TVI, SIC/Expresso, etc.) e banca (Caixa Geral de Depósitos, primeiro; BCP, depois), foi um ápice.

Visando supostamente impedir a entrega da banca nacional às garras de Madrid ou de Barcelona (argumento que à época venceu junto de vários patriotas sinceros), formou-se um verdadeiro sindicato clandestino de interesses com o objectivo de tomar de assalto o incapaz BCP. A Caixa Geral de Depósitos, directamente e por interpostos agentes (Manuel Fino, Joe Berardo, Teixeira Duarte, etc.) foi o principal actor desta operação, estando então aos comandos da mesma os hoje presidente e vice-presidente (suspenso, mas bem pago) do BCP, Carlos Santos Ferreira e Armando Vara! Palavras para quê?! São artistas portugueses e adoram caviar! Não esperem, todavia, que angolanos e chineses, depois de tanta merda, vos acudam!!

De tudo isto fomos escrevendo neste blogue inúmeras vezes. O dique onde toda esta porcaria se acumulou acaba de rebentar e não vejo como remediar os estragos sem ir ao miolo do problema, isto é, à tríade de Macau, cuja cabeça é preciso cortar rente, antes que todo o organismo constitucional da frágil democracia portuguesa apodreça atacado pelas finas metástases do cancro da corrupção instalada.

Só vejo uma saída expedita e publicamente aceitável para esta crise: Cavaco Silva deve dar a Sócrates o mesmo destino que Sampaio deu a Santana Lopes. Nem mais, nem menos. Com cortesia, mas sem hesitar, pois já hesitou demais!

Prolongar a agonia do socratintismo deixou de ser uma originalidade lusitana! A partir do processo "Face Oculta", pactuar com o monstro criado pela tríade de Macau será o mesmo que entregar a democracia à imprevisibilidade de uma guerra civil constitucional que o prolongado declínio económico em que estamos e iremos continuar por mais três, cinco, dez anos..., poderá a qualquer momento (e não faltarão oportunidades propiciadas pela profunda crise mundial que não cessa de revelar sinais preocupantes) fazer degenerar num colapso total do regime. É isto que V. Ex.ª, Senhor Presidente da República, quer?


OAM 650 16-11-2009 23:43

quinta-feira, novembro 12, 2009

TAP 8

Iberia e British Airways fundem-se!
E a TAP? Só se Berlim, Brasília e Luanda ajudarem.



Estacionamento às moscas na Portela, antes da crise!
Agora está saturada com aviões parados da... TAP!!

El Consejo de Iberia aprueba la fusión con British Airways · ELPAÍS.com

Iberia se dispara en bolsa tras anunciar su fusión con BA
Las acciones de la compañía suben un 11,78% al cierre de la sesión.- El acuerdo, adoptado en una reunión extraordinaria, fija la sede financiera de la nueva compañía en Londres.- El presidente será Antonio Vázquez.- Se espera la inminente ratificación de la aerolínea británica. -- LARA OTERO - Madrid - 12/11/2009
Aqui se escreveu mais de uma vez sobre esta possibilidade e de como a TAP estaria descalça perante tal desenvolvimento. A TAP está falida e ninguém aparentemente a quer...

As placas da Portela estão saturadas. Sim, senhor: estão saturadas de aviões da TAP vazios.

Para já, despeçam o inútil gaúcho e enviem os aviões sem destino nem passageiros, nomeadamente os que o governo corrupto de José Sócrates comprou ao BES, para o aeromoscas de Beja do genial Augusto Mateus.

E depois corram-me com a corja da tríade de Macau quanto antes. Antes que seja tarde demais!!

Ingleses e espanhóis tentam salvar os gigantes despesistas e cravejados de dívidas que são as respectivas companhias aéreas de bandeira. Para já, dividem o continente americano em dois, numa espécie de Tordesilhas "latitudinário". Depois logo se verá. Alemães e brasileiros vão reagir. No meio da tempestade pode ser que a falida TAP, depois de despedir metade do seu efectivo, acabe por acolher-se sob o chapéu protector da Lufhtansa (Star Alliance).


OAM 649 12-11-2009 20:25

quarta-feira, novembro 11, 2009

Portugal 138



A corrupção do Défice

Acabo de receber notícia do programa televisivo "Nós Por Cá" (SIC), onde é abordado o embuste que rodeia o Plano Nacional de Barragens, que permitiu ao governo de fantoches "socialistas" arrecadar 1 383 milhões de euros do buraco negro das contas da EDP, mesmo antes de os procedimentos legais prévios estarem concluídos. Do que nele é dito e do que eu sei, ficamos todos a saber o seguinte:

  1. o plano não é sustentável;
  2. atenta contra a qualidade dos rios e das águas;
  3. prejudica gravemente a fauna piscícola que se move entre os rios e o mar;
  4. bloqueia o envio de nutrientes essenciais em direcção às fozes dos rios, onde a reprodução das espécies aquáticas ocorre;
  5. traz um acréscimo de produção de energia hídrica desprezível no cômputo geral da produção eléctrica nacional (3%!);
  6. produz quantidades astronómicas de CO2, nomeadamente no betão e aço necessários à construção das mesmas, que não são nem de perto nem de longe compensadas pela produção eléctrica "limpa" previsível;
  7. cria emprego única e exclusivamente durante os períodos de construção, pois como qualquer deputado deveria saber, basta um encarregado local para vigiar em permanência qualquer barragem, sendo o resto da manutenção assegurado por piquetes móveis que se deslocam ao longo da rede em todo o país;
  8. expropria terrenos com valor agrícola e cinegético --no caso do Douro, destrói mesmo vastas áreas de vinhedo e entra ilegalmente em território classificado como Património Mundial da Humanidade!;
  9. monopoliza, em nome de dois oligopólios privados --a EDP e a Iberdrola espanhola--, as margens das albufeiras e o acesso às respectivas águas com grave prejuízo para o país e sobretudo para as populações locais;
  10. arrasa paisagens insubstituíveis cujo valor económico é seguramente superior ao valor económico dos Mega Watts produzidos;
  11. Em suma, delapida o património português, sem vantagens duradouras para ninguém, descontados os trocos que vão parar aos bolsos de alguns particulares indemnizados e aos bolsos de alguns políticos nacionais e locais corruptos;
  12. Em nome de quê? Pois da ganância da super endividada EDP do senhor Mexia (onde a nomenclatura partidária lusitana tem uma dita Golden Share!) e da falsificação das contas públicas!!!

Digo e repito: ou os deputados da presente Legislatura começam a trabalhar seriamente sobre os problemas reais do país (ataque frontal e fulminante à epidemia de corrupção que alastra escandalosamente no Estado, nas empresas públicas e nos partidos políticos com assento parlamentar; e controlo radical do endividamento galopante do Estado e em geral de todos nós), em vez de nos distrair com jogos pueris de retórica populista, ou veremos o actual regime político caminhar rapidamente para um colapso tumultuoso.

Olhem para os períodos que antecederam o assassínio da monarquia, e olhem para o período que antecedeu a queda da corrupta República Jacobina de 1910-1926!


Post scriptum
— Em conexão com este tema leia-se o Manifesto da Linha e Vale do Tua. E hoje às 19:00, na SIC, no programa Nós Por Cá, Jorge Pelicano será entrevistado sobre o seu premiado documentário Pare, Escute e Olhe. A não perder!


OAM 648 11-11-2009 10:55 (última actualização: 11:09)

terça-feira, novembro 10, 2009

Crise Global 72

Grandes obras para quê?!

Key oil figures were distorted by US pressure, says whistleblower

Exclusive: Watchdog's estimates of reserves inflated says top official

A report by the UK Energy Research Council (UKERC) last month said worldwide production of conventionally extracted oil could "peak" and go into terminal decline before 2020 – but that the government was not facing up to the risk. Steve Sorrell, chief author of the report, said forecasts suggesting oil production will not peak before 2030 were "at best optimistic and at worst implausible". — in guardian.co.uk (09 Nov 2009).

Go-ahead for 10 nuclear stations

The government has approved 10 sites in England and Wales for new nuclear power stations, most of them in locations where there are already plants. — in BBC (09 Nov 2009).

Estas notícias vindas do Reino Unido podem estar combinadas e fazer parte de uma manobra para amaciar a nova opção nuclear inglesa numa altura em que Obama telefona a Medvedev e Sarkozy para saber como impedir o Irão de ter centrais nucleares.

Mas eu inclino-me para algo mais soturno: o lento mas irreversível reconhecimento de que a era petrolífera tem os dias contados, que, em consequência, a subida explosiva dos preços da energia, a começar pelo petróleo e gás natural, vai acontecer muito em breve, e finalmente, que o tempo favorável a uma reconversão do actual paradigma energético já passou, pelo que não resta outra alternativa que não seja uma aterragem de emergência à escala global, com todos os imprevistos e dramatismo inevitável de um abalo civilizacional desta magnitude.

Os dados estão lançados.

Se o desgoverno corrupto de José Sócrates e da tríade de Macau insistir na construção das novas autoestradas, bem como do novo aeroporto da Ota em Alcochete, para o que não poderá deixar de ter a benção atávica e igualmente corrupta da Oposição (do Bloco de Esquerda ao CDS), tal significará que pouco ou nada poderemos esperar do actual regime político, e que outro terá que ser urgentemente congeminado — antes que a democracia colapse por efeito, nomeadamente, de outra mais radical e duradoura paragem energética do país.

O governo que temos é uma ilusão pura e dura. O presidente que temos encontra-se paralisado por meditações inúteis. O parlamento não passa de um bando de imbecis. Só resta o tumulto da multidão e... os militares.

Oxalá esteja redondamente enganado!


OAM 648 10-11-2009 03:30

domingo, novembro 08, 2009

Portugal 137

Um Quadrado Inconfortavel
"Um quadrado desconfortável"


Notas para uma revolução

Steffan Heuer: Are there any positive signs – new technologies or countries pursuing policies that might give you cause for hope?
Dennis L. Meadows -- There are, indeed: for example, the decision by the Spanish government from now on to invest more in the railroad network than in building new roads. The big question is whether these good examples will have a lasting impact. We don’t necessarily need additional technology to tackle our problems. More than likely, it would be enough if we were to use the technology we already have as wisely as possible.

(...)

Steffan Heuer: Can innovative technology – such as increased efficiency in our use of energy or resources, or more economical engines and greater recycling – also provide a solution?
Dennis L. Meadows: Enhanced technology can certainly help, but we need to be clear about the fact that it can’t solve the fundamental problem! Whatever model you base your projections on here, there’s no way we’re going to be able to increase efficiency and introduce new technology fast enough to offset the drastic fall in the availability of fossil fuels. And I’m not just talking about oil here but also natural gas and coal.

in The Expert's View. Dennis L. Meadows. Text: Steffan Heuer. Publisher: Daimler 360 Degrees - magazine on Sustainability, 2008.]

Já não sei onde obtive a versão inglesa do Uncomfortable Square que acima traduzi e redesenhei. Mas o importante agora é chamar a atenção de quem me lê para a produtividade conceptual do mesmo, nomeadamente se quisermos adoptar uma metodologia fundamentada e aberta de abordagem de alguns problemas actuais, incluindo a agonia da economia portuguesa e os perigos que espreitam o actual regime democrático, em grande medida perdido nos meandros de burocracias políticas e sindicais desmioladas e acomodadas, bem como nos corredores intermináveis de uma corrupção entranhada no sistema e pacificamente aceite por uma população envelhecida, ignorante e desamparada. Todos parecem ter telhados de vidro!

Não vou porém insistir na análise da cobardia política que ameaça condenar o país a novo meio século de tristeza e atraso. Prefiro reunir notas rápidas sobre o que deveríamos fazer para sair deste imbróglio —algo a que Medina Carreira deverá dar maior atenção no seu notável esforço de denúncia do reino corrompido da nossa democracia. A crise de que padecemos tem uma forte componente exógena —o colapso do comércio livre e da globalização, a deterioração global dos termos de troca entre o Ocidente e o Oriente, a alta probabilidade de a União Europeia sucumbir às suas gritantes assimetrias internacionais e regionais—, e uma não menos forte componente endógena, ou melhor dito, endogâmica. É frequente vermos estas duas componentes confundidas no debate político-mediático. A origem populista da confusão é óbvia: responsabilizar o mundo "lá fora" pelos erros cretinos de governação, em geral causados pelos efeitos de captura do Estado e dos principais partidos políticos e órgãos de comunicação de massas, pelos interesses económico-financeiros endógenos, que por sua vez mirram no buraco da depressão endogâmica que cavaram ao longo de gerações; ou então, exagerar as responsabilidades internas com imputações que, na realidade, devem ser focadas em quadros de análise e compreensão muito mais amplos.

O principal factor a ter em consideração em qualquer análise séria dos problemas actuais é o do esgotamento do modelo industrial fundado no uso intensivo dos recursos naturais e humanos disponíveis —dos primeiros, através da extracção e consumo/exaustão de recursos energéticos e minerais que a Terra alberga em quantidades limitadas (carvão, petróleo, gás natural, metais ferrosos e metais raros, solos ricos de nutrientes, etc.); e dos segundos, através da exploração salarial intensiva do trabalho humano, que levou à maior deslocação humana de sempre em direcção às cidades e à subsequente hipertrofia destas em nome do crescimento, do progresso e da modernidade. A inconsciência ecológica conduziu a humanidade à adopção de um paradigma energético sem precedentes cujo fim está inesperadamente à vista. A lógica do capitalismo, sobretudo financeiro, colocou-nos perante o cenário mais do que previsível de um suicídio tecnológico colectivo! Muitos milhões de pessoas estarão em breve desempregadas, envelhecidas, desesperadas, vagueando entre sucatas electrónicas inúteis e um tecido cancerígeno de revoltas, guerras civis, guerras militares convencionais e toda a espécie de conflitos assimétricos. Este é o panorama de fundo onde Portugal ocupará, talvez para sua protecção, o lugar de uma periferia insignificante —a menos que o reino de Espanha volte a colapsar em nova guerra civil...

Daqui decorre um corolário simples para a acção política: defendermos o país do que aí vem!

Denis L. Meadows, o coordenador do célebre relatório encomendado pelo Clube de Roma, The Limits to Growth (1972, 2004), na entrevista acima citada alude a duas metáforas empregues na pedagogia que acompanha o seu notável trabalho de análise e simulação de sistemas dinâmicos complexos: overshooting e no return. A primeira é uma metáfora automóvel, referindo-se ao ponto a partir do qual uma travagem, por tardia, já não é capaz de impedir uma colisão; a segunda, é uma metáfora aeronáutica e refere-se ao ponto de não regresso à base de uma aeronave cujo combustível nos depósitos é inferior ao que entretanto foi gasto. No caso do planeta Terra e dos Terráqueos, aplicam-se simultaneamente estas duas metáforas: o crescimento contínuo chegou ao fim e, como consequência, o ajustamento do paradigma energético conduzirá inexoravelmente a um despiste e a uma colisão civilizacional. O mais provável é que, a partir de 2020 ou 2030, estejamos sujeitos a um colapso muito rápido da civilização industrial tal qual a conhecemos. Numa fase intermédia, que já começou a contar, o modelo de crescimento zero ou próximo do zero impor-se-à abruptamente à escala global, decorrendo de tal ajustamento dramático uma mais do que provável diminuição drástica do PIB mundial (poderá cair 30% até 2020-30!) e uma redução trágica da população planetária. Quem observa atentamente estes problemas acredita que Gaia não exigirá menos do que isto pelos estragos causados. Por fim, voltar ao ponto de partida é impossível. Resta à humanidade a esperança de encontrar outro e muito diferente caldo de cultura!

Que fazer em Portugal nestas circunstâncias, que pesarão tanto mais sobre o nosso destino quanto mais frágeis forem as nossas defesas internas? O que sabemos da nossa tripla dívida —défice orçamental do Estado, dívida pública e dívida externa—; dos cada vez mais ameaçados e rarefeitos tecidos empresarial e financeiro locais; da insustentável intensidade energética do nosso modelo produtivo, de transportes e de sociedade; e por fim, da fragilidade social e moral do país, tem vindo a ser finalmente exibido ao país. O que neste blogue vimos escrevendo desde Outubro de 2004, começou lentamente a ganhar espaço de reflexão entre os nossos economistas e jornalistas: há uma crise de endividamento e esta acabou por conduzir a uma debtonation (como escreve Ann Pettifor).

Prometer crescimento à custa de maior endividamento, nomeadamente prolongando a fraude das taxas de juro negativas (ZIRP) só poderá aproximar o muro onde as economias americana e europeia se irão estatelar em breve. Por fim, a causa subterrânea e cada vez mais profunda e inacessível desta crise sistémica é a indisponibilidade crescente de energia barata e a escassez galopante de recursos de todo o tipo, a começar pela água potável e o simples ar puro! Que fazer?

Que fazer em Portugal agora, sabendo-se que em menos de uma década tudo o que produzimos mal chegará para pagar o serviço de uma dívida colectiva que continuará a crescer exponencialmente se não agirmos desde já? Eu começaria por aqui:
  1. estabelecer um tecto máximo nas pensões de reforma;
  2. estabelecer um tecto máximo no esforço público dedicado à educação e formação, através de uma carta educativa onde cada pessoa passasse a ter um cheque-educação individual assumido pelo Estado e correspondente apenas a 12 anos de educação para a vida, devendo a formação complementar —nomeadamente universitária— passar a ser financiada exclusivamente pela poupança individual e familiar, pelas empresas e por organizações financeiras especializadas na promoção da qualidade profissional, intelectual, tecnológica e científica do país, sem encargos directos para o Estado;
  3. reformular o conceito de saúde pública no sentido de um equilíbrio activo entre prevenção, cura e cuidados paliativos;
  4. restringir drasticamente o peso do Estado às suas funções públicas primordiais, essenciais e inalienáveis: finanças, saúde, educação e formação profissional de base, justiça, segurança interna e defesa nacional;
  5. diminuir o número de cidades;
  6. criar as cidades-regiões autónomas de Lisboa e Porto;
  7. reforçar o poder administrativo e os meios de acção das Juntas de Freguesia em todo o país;
  8. criar uma câmara senatorial, com a missão de avaliar anualmente o estado da democracia, na qual tenham assento todos os ex-titulares vivos dos seguintes cargos: presidência da república, chefe do governo, presidência do parlamento, presidências dos tribunais superiores e procuradores-gerais;
  9. criar um observatório independente —i.e. sem participação dos partidos— para avaliar a qualidade da acção partidária;
  10. eliminar a publicidade e os programas comerciais dos serviços públicos de televisão e rádio, com redução drástica dos seus actuais efectivos humanos e operacionais;
  11. manter no sector público o que deve ser público (recursos materiais estratégicos e infraestruturas essenciais) —renacionalizando para tal o que for preciso—, devolvendo ao mesmo tempo ao sector privado o que deve ser privado —a exploração dos recursos materiais e infraestruturas, assim como a actividade económica, cívica e cultural em geral—, ainda que subordinando a propriedade privada aos princípios da lei, da transparência, da justa concorrência e da solidariedade;
  12. desenhar uma nova política fiscal inteligente, estrategicamente orientada para o uso eficiente dos recursos, para a poupança pública e privada, para a eficiência energética, social, industrial e tecnológica, e para o equilíbrio social.
E também poria imediatamente em prática algumas medidas de acção governativa, tais como:
  1. suspender imediatamente o programa de construção do novo aeroporto;
  2. dar máxima prioridade à electrificação do sistema de transportes;
  3. optimizar a rede ferroviária actual: mudando progressivamente a bitola, electrificando toda a rede, desenhando os percursos mais racionais, mais produtivos e mais baratos; ligando a primeira fase da rede portuguesa de bitola europeia aos portos, cidades e à rede espanhola no maior número de pontos possível;
  4. apostar nos veículos eléctricos tecnologicamente avançados, reconvertendo os actuais sectores automóvel e de máquinas nesta direcção;
  5. insistir nas novas energias renováveis -- sobretudo eólica, solar e das ondas -- e melhorar a eficiência e sustentação das energias renováveis mais antigas -- biomassa, hídrica e geo-térmica;
  6. apostar num regresso inteligente à agricultura e actividades marítimas (tecno e geo-marítimas);
  7. lançar um programa nacional de eficiência energética urbana e suburbana;
  8. promover a formação de agregados científicos, tecnológicos e de actividades complementares em volta dos eixos de desenvolvimento acima mencionados.
O erro fatal de Manuela Ferreira Leite foi ter apontado os males sem propor nada de coerente para enfrentar a crise. O que matará o segundo governo Sócrates é a sua incorrigível cupidez e escandalosa cegueira. Mas antes que o actual regime político caia de podre e corrupção, é preciso mobilizar a sociedade civil para que o poder não volte a cair na rua. A sociedade civil tem o direito e a obrigação de se auto-organizar sempre que o Estado e as instituições ameaçam colapsar por causas externas ou endógenas. É o caso!

E não há muito tempo...


OAM 647 09-11-2009 00:42