domingo, maio 08, 2011

Passos de Lebre

O líder do PSD, nesta verdadeira corrida de obstáculos, é mais matreiro do que parece! Paulo Portas: sempre aceita um passo de dança com Sócrates, ou não?

©António Carvalho. “Empalagado” — exclusivo para O António Maria e CHICOTE

Alguns burros pobres e esfomeados continuam a arrastar as patas obedientes por uma cenoura virtual. É o caso de uma parte notória dos nossos comentadores televisivos, que mais parecem autómatos biológicos atacados pela Síndrome de Estocolmo. Espero que o seu contágio seja superficial junto de quem for votar no próximo dia 5 de junho, e que o programa de mudança hoje apresentado por Pedro Passos Coelho tenha o número suficiente de votos para ser testado, em consonância inevitável com o Memorando de Entendimento da Troika.

À partida, por ter sabido esperar, o PSD está neste momento bem adiantado face aos partidos que resolveram antecipar os seus programas de trazer por casa ao trabalho aturado, certeiro, radical e calendarizado da delegação de representantes da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI.

Agora, das duas uma: ou fazem como os obsoletos do PCP e do Bloco que decidiram rejeitar qualquer contacto com os nossos credores (como se as suas ajudas de custo partidárias tivessem sido pagas com o suor dos rostos das respectivas turmas parlamentares), e neste caso o que escreveram ou deixaram de escrever é totalmente irrelevante — quando poderia não ser; ou então, nos casos do PS e do PP, lá terão que ajustar, contorcer, negar e reformular boa parte da lenga-lenga vertida nas suas pueris cartilhas eleitorais, com sempre, de mera circunstância. Quem passou agora a estar na defensiva? Todos menos o PSD!

Ainda não li todo o programa eleitoral apresentado hoje por Passos Coelho para um Novo Portugal 2020, mas ouvi-o e sublinho aqui as “mensagens finais” do documento (PDF da versão integral). O PSD quer, em declarada e construída sintonia com o Memorando de Entendimento da Troika, o seguinte:
  1. Um Portugal Solvente e Prestigiado a tender para o equilíbrio, com elevado prestígio na União Europeia e no Mundo e elevada credibilidade nos mercados financeiros.
  2. Um Portugal com um Sistema Político Próximo dos Cidadãos, merecedor de elevados níveis de confiança por parte dos portugueses.
  3. Um Portugal com uma Sociedade Confiante, com elevada mobilidade, dinâmica e solidária, com instituições fortes e independentes, respeitados pelos portugueses, com um elevado grau de confiança interpessoal e contratual.
  4. Um Portugal com uma Justiça Célere e Para Todos, garante de transparência e segurança nas relações interpessoais e contratuais.
  5. Um Portugal com uma Economia Competitiva globalmente inovadora, exportadora, com elevada atractividade global ao nível da agricultura, da floresta, da economia do mar, da indústria transformadora, do turismo, dos serviços e de segmentos económicos da nova economia e geradora de valor e de empregos nas novas actividades económicas em crescimento.
  6. Um Portugal Melhor Administrado, com um Estado facilitador do crescimento e do desenvolvimento sustentável, com uma administração pública eficiente, inovadora e orientada para os cidadãos e para as empresas, com pessoas motivadas e baseados em modelos de organização flexíveis, com actualização intensa das novas tecnologias da informação e garante da coesão social.
  7. Um Portugal com Território Inteligente, seguro, sustentável e atraente, conectado por comunicações de banda larga e serviços móveis, espaços urbanos de qualidade com novos modelos de relação casa-trabalho, suportado por redes de energia eficientes e sustentáveis e de transportes inteligentes.
  8. Um Portugal de Empreendedores, centrados em inovações para a economia global e suportados por um dinâmico ecossistema financeiro, científico, empresarial e institucional.
  9. Um Portugal mais Qualificado e confiante, com competências ajustadas aos requisitos da empregabilidade da economia global e tecnológica do século XXI.
  10. Um Portugal mais Justo, Coeso e com Protecção Social sustentável, com serviços sociais personalizados, eficientes, factores da inclusão social, à medida das capacidades do País, em condições de sustentabilidade, com menores assimetrias sociais, com escolas devidamente inseridas nas comunidades locais, e sistemas de saúde, de educação e de segurança social adaptados às necessidades das pessoas e com reforço progressivo da sua liberdade de escolha.
Tal como o Memorando da Troika (PDF), este é um documento a ler na íntegra (PDF).

Em primeiro lugar, para ver o grau de compaginação razoável entre os dois programas, sabendo-se desde já que o primeiro é bem mais detalhado e tem prazos, ao contrário do programa eleitoral do PSD —que ainda padece de alguns tabus tipicamente partidocratas. Por exemplo, não refere sequer a necessidade óbvia de diminuir o número autarquias, a começar por Lisboa e Porto, que deverão ser rapidamente transformadas em cidades-região, com órgãos representativos e executivos semelhantes às regiões autónomas, i.e. com governos próprios, diferentes das demais câmaras municipais e sem, pelo menos, metade das freguesias actualmente existentes.

Em segundo lugar, para que esta eleição estabeleça pela primeira vez uma relação exigente, informada, crítica e construtiva, entre os cidadãos e o futuro governo — o qual, com grande probabilidade, agora que conheço o programa, e depois da prestação de hoje de Passos Coelho, será laranja.

Pela minha parte, que sempre votei no PS, e às vezes até mais à esquerda, o PSD já tem um voto garantido!


POST SCRIPTUM: Passos Coelho tem um calcanhar de Aquiles. Chama-se Miguel Relvas — uma insuportável e conflituosa criatura, que há-de dar muitos problemas ao provável próximo primeiro-ministro.

O fim do Bloco

A quadratura impossível entre Estaline, Mao e Trotsky
Louçã sofreu uma lesão cognitiva na adolescência que lhe impede qualquer pragmatismo ou pensamento criativo. Já era assim 1975...

O PS não vai voltar a governar à esquerda, acusa Gil Garcia

Com críticas duras à direcção de Francisco Louçã, o rosto principal da oposição interna à actual liderança disse que um PS sem Sócrates é uma “fantasia” e justificou que é uma “proposta bizarra” uma coligação à esquerda com o PS sem o actual secretário-geral Sócrates. Porque o PS não vai renegociar a dívida externa, acusou.

O líder da Ruptura/FER, que defendeu ao longo da VII Convenção do BE, uma coligação com os comunistas, foi mais longe, ao afirmar que o maior “empecilho” para a unidade da esquerda é, depois da reunião de Francisco Louçã com Jerónimo de Sousa, defender que “cada um deve ir na sua bicicleta.” E acrescentou que, ”enquanto cada um de nós anda na sua bicicleta", o PS continua a ganhar as eleições.”

No final do discurso, Garcia afirmou que Louçã só voltará a contar com os signatários da Moção C quando “discursar à esquerda contra os Governos do regime”, sem alianças com o PS. À moção C coube hoje a eleição de 11 membros para a Mesa Nacional do partido, num total de 80. — in Público.

Francisco Louçã é, desde os tempos em que estudava no liceu Padre António Vieira, um militante marxista a quem as leituras da IV Internacional, e em particular de Ernest Mandel, avariaram definitivamente algum do código genético responsável pelo pensamento racional autónomo. Desde então, como um relógio inteiramente previsível, o seu mundo intelectual resume-se a uma cópia defeituosa do pensamento tardio e pessimista de Léon Trotsky face ao ascenso do estalinismo e do fascismo no mundo, nas vésperas, aliás, do seu assassínio por um agente de Estaline.

Para Louçã, a missão dos marxistas revolucionários (leia-se trotskystas), já não é tomar quanto antes o poder, formar conselhos operários e decretar a ditadura do proletariado, porque faltam evidentemente as condições objectivas e subjectivas para que tal possa ocorrer nos países do que Mandel chamava o “capitalismo tardio”. Há que esperar!

A esta espera do regresso das condições objectivas e subjectivas maduras e necessárias para uma nova situação pré-revolucionária que abra de novo caminho à revolução socialista, chama-se “entrismo”.

O “entrismo” é basicamente isto: sobreviver ao ciclo ainda longo do “capitalismo tardio”, através de uma simbiose oportunista com os partidos socialistas pequeno-burgueses por essa Europa fora, tanto penetrando no interior dos respectivos aparelhos, criando neles células clandestinas, como formando partidos socialistas revolucionários autónomos e dispostos ao jogo eleitoral burguês. Em ambos os casos, os trotskistas mandelianos, de que Francisco Louçã é há décadas uma eminência parda, limitam a sua missão na Terra a duas regras intransponíveis: a regra canónica, ou seja, preservar o dogma trotskista, e evangélica, a qual passa por educar os socialistas, e os social-democratas desviados, na palavra marxista, leninista e trotskista original, preparando-os assim para o inexorável tempo da revolução socialista. Mais recentemente, o “entrismo” mandeliano, que é fundamentalmente uma forma de organização clandestina de inspiração tipicamente jacobina, tem alargado o leque dos seus hospedeiros potenciais a todo o tipo de movimentos sociais que “objectivamente” ameaçam o edifício do “capitalismo tardio”: dos católicos progressistas (oriundos em Portugal, por exemplo, do Graal), aos movimentos anti-racistas, gays e lésbicas, etc. A mais recente tentativa retórica de estender esta forma de oportunismo militante aos movimentos cívicos espontâneos, deu-se no apelo patético que Francisco Louçã lançou hoje à Geração à Rasca, para que juntos façam um segundo 25 de Abril!

Sem conhecermos esta matriz genética irremediável do pensamento clonado de Francisco Louçã, não se percebe a sua eterna e visceral arrogância para com Partido Comunista, bem como o seu amor pedagógico por Manuel Alegre, Paulo Pedroso, Ferro Rodrigues e, no limite, se for mesmo preciso, pelo próprio Pinóquio Pinto de Sousa!

Foi assim em 1975, é assim agora e será sempre assim. Pois uma degenerescência cognitiva não se corrige sem um longo processo de desconstrução teórica associado a uma indispensável psicanálise.

Os partidos portugueses, especialmente o PCP e o Bloco, são evidências puras do atraso cultural da nossa democracia. São, na realidade, tal como as corporações, os sindicatos, e a burguesia financeira que tanto atacam, evidências de agrupamentos sociais privilegiados com uma indisfarçável  dependência rentista do Estado — i.e. dos impostos que pagamos. Quanto mais cedo nos vermos livres destas sobrevivência arcaicas da nossa cultura política, mais cedo daremos espaço e oportunidade às novas formas de acção política de que as sociedades actuais precisam, como do pão para a boca, para enfrentar os sérios problemas de sobrevivência global que temos pela frente.

From Portugal with love



And we could go on:
  • the president of the European Comission is a Portuguese guy;
  • Another Portuguese smart guy is presently the vice-president of European Central Bank;
  • the director of the European Department of the International Monetary Fund is a Portuguese fellow;
  • The UN High Comissioner for Africa also happens to be a Portuguese (an ex-prime minister);
  • and the CEO of the first private bank of England, Lloyds Banking Group, is also a native from Portugal.
We just have to solve a few internal problems. That's all. And it won't take too long. Meanwhile we ask the rest of the Europeans to have a little patience, and drop by for a free ride on our magnificent beaches ;)

sexta-feira, maio 06, 2011

Voto na Troika!

Uma revolução contra os privilégios

A conferência histórica que pode transformar a bancarrota portuguesa numa oportunidade


Acabei de ler o Memorando de Entendimento dos representantes dos nossos principais credores. Recomendo a todos a leitura imediata (aqui, o meu PDF sublinhado) deste verdadeiro programa contra os privilégios conservados ou restaurados pelo velho poder corporativo, burocrático e clientelar que, sob a protecção da partidocracia instalada ao longo de trinta e tal anos de democracia aparente, conduziu Portugal à bancarrota. Se for cumprido — e tem grandes hipóteses de ser, pois de contrário não haverá massa para os funcionários públicos (nem para os bancos!)— o amplo e preciso programa desenhado pela Troika formada pelo FMI, BCE e Comissão Europeia, será certamente a segunda grande revolução política democrática depois do 25 de Abril de 1974. Chamem-lhe uma invasão bem intencionada.

A maioria dos problemas sistémicos da nossa irracionalidade colectiva e subserviência aos poderes corporativos, clientelares, burocráticos, partidocratas, sindicais e mafiosos, foram detectados e são atacados com medidas certeiras, equilibradas, justas e cruzadas que, à medida que forem cumpridas, transformarão radicalmente a face deste país. Mais do que saber que partido vai ganhar as próximas eleições (e é bom que seja o PSD, por motivos óbvios que não devem nada ao seu putativo mérito), o mais importante de tudo é traduzir quanto antes este documento e distribui-lo gratuitamente pelo país inteiro, sobretudo entre as classes profissionais e em todas as universidades. E depois de o distribuir, iniciar uma longa e criativa discussão sobre os seus conteúdos, sector a sector, sem dar demasiado espaço ou tempo aos principais prejudicados com a sua implementação. Estes, depois de se recomporem deste fortíssimo soco nos seus privilégios, irão reagir fortemente contra a sua aplicação. Da "Esquerda" à "Direita" ouviremos em breve um clamor contra a Troika, certamente envolto em discussões parcelares e encapsuladas de retórica interesseira e desonesta. Talvez venha a ser inevitável criar um partido para defender este programa e atacar quem prefere enterrar o país a perder privilégios que nunca mereceu, nem merece.

Por nós, iremos estar atentos e desmontaremos sem hesitação todas as mentiras e demagogias da nomenclatura formada pelos privilegiados de "esquerda" e de "direita". Nenhum programa partidário, que em geral não passam de conversa hipócrita e fiada, foi tão longe, depois do programa do MFA, na defesa do desmantelamento do poder corporativo em Portugal. Ao contrário do que tem sido propalado, este poder difuso, disseminado, entranhado, biopolítico, não só não diminuiu depois da ditadura, como aumentou e cresceu em extensão e descaramento.

Muito mais do que um programa de austeridade o Memorando da Troika é um plano de salvação nacional assente em duas ideias primordiais:
  1. não podemos gastar mais do que ganhamos, ou não podemos consumir/importar mais do que produzimos/exportamos;
  2. e também não poderemos libertar a sociedade e a economia se permanecermos sujeitos a um regime corporativo, desigual, injusto, corrupto e autoritário, ainda que disfarçado de democracia parlamentar.
Reflexão final depois de a Troika ter afirmado que não precisa da assinatura de Cavaco Silva para activar o Plano de Resgate da Bancarrota Portuguesa de 2011: ao contrário do que cheguei a pensar, não precisamos de nenhum presidencialismo. Precisamos é de um presidente meramente simbólico, e com metade do orçamento!

POST SCRIPTUM (07-05-2011 16:18) — a tradução portuguesa do Memorando da Troika já está disponível online, graças ao serviço público prestado pela Aventar, um dos milhares de nós de cidadania da Blogosfera. Obrigado Aventar. LINK.

quarta-feira, maio 04, 2011

Bin Laden ou Geronimo?

Chamar a Bin Laden, Geronimo, revela bem o estado de decadência da América

Geronimo, chefe Apache derrotado e humilhado pelo invasor europeu.

In 2009, Ramsey Clark filed a lawsuit on behalf of people claiming to be Geronimo's descendants, against, among others, Barack Obama, Robert Gates, and Skull and Bones, asking for the return of Geronimo's bones — in Wikipedia.

O grande guerreiro apache Geronimo foi derrotado pelas tropas americanas ao fim de dezenas de anos de guerra contra o invasor europeu. Preso, julgado e afastado para sempre das suas terras, num processo de humilhação imparável que viria a culminar na sua conversão em atracção de espectáculos e feiras, esta figura lendária da história americana foi agora usada como nome de código de Osama Bin Laden, no âmbito da anunciada operação de captura do líder saudita da Al-Qaida.

O militar que supostamente atingiu no coração e na testa o antigo guerrilheiro saudita e notório terrorista, destruindo-lhe o crânio, terá gritado "Geronimo!" — ao que se terá supostamente seguido uma ovação de Obama e do seu círculo próximo na Casa Branca, como se estivessem a ver um filme de cowboys e índios.


Das duas uma: ou estão a ver televisão, ou participando num crime de guerra e invasão de território soberano

As explicações oficiais sobre a operação que terá levado à segunda morte de Bin Laden (pois, segundo Benazir Bhutto, este já teria sido assassinado anos antes) parecem tudo menos convincentes.

A primeira imagem passada para a imprensa americana e largamente publicada era um grosseiro trabalho e Photoshop. A segunda imagem, que publicamos abaixo, é mais uma falsificação caricata. Aguardam-se novas provas substanciais do êxito da grande caça ao homem que já estava morto!

O relato diz que Bin Laden foi atingido na cabeça por um militar de elite da US Navy conhecida por SEAL. Na cabeça?! Desde quando é que se atinge na cabeça um alvo de caça tão precioso? As duas primeiras fraudes publicadas mostram, de facto, simulações gráficas desastradas de orifícios de entradas de balas. No entanto, depois de ver denunciadas estas falsificações grosseiras, o governo americano pôs a circular outra história: o tiro na cabeça teria sido, afinal, devastador, tendo arrancado metade do crânio do terrorista. Daí a hesitação em exibir o troféu de caça. Hummm.... Queremos ver a nova foto-montagem!

Se a primeira foto-falsificação (post anterior) parece retirada dum sítio de pornografia violenta, esta veio certamente dum salão de efeitos especiais para filmes de série B

Voltando a Geronimo. Como refere Elaine Meinel Supkis em Operation Geronimo: Get That Skull, há algo de verdadeiramente soturno e umbilical na correlação estabelecida entre o guerrilheiro muçulmano Osama Bin Laden e o guerrilheiro apache Geronimo.

A caveira e alguns ossos do antigo chefe índio terão sido roubados da sua sepultura por membros de uma associação académica sinistra, da universidade de Yale, chamada Skull and Bones. Um dos presumíveis autores deste roubo foi o antigo estudante de Yale e mais tarde banqueiro de Wall Street, Prescott Sheldon Bush, pai de George H. W. Bush (ex-presidente dos EUA) e avô de George W. Bush (ex-presidente dos EUA).

Para completar esta intriga é preciso recordar que o pai de George W. Bush foi sócio do pai de Bin Laden em negócios relacionados com petróleo, construção civil e armamento. Bin Laden, por sua vez, liderou a guerra da CIA contra a invasão soviética do Afeganistão, até ao momento em que cortou relações com a monarquia corrupta e ditatorial da Arábia Saudita, e declarou guerra à América.

Será que alguém pediu a cabeça de Bin Laden para a colocar ao lado do crânio e ossadas roubados da tumba do lendário chefe apache?

Eu inclino-me para a hipótese menos “gore” — a de estarmos na presença de mais um enorme embuste do decadente império americano e de um crime de guerra executado ao mais alto nível político, e em directo da Casa Branca!

ÚLTIMA HORA (04-05-2011 10:17): as interrogações na imprensa de referência já começaram (ler este artigo do Guardian)

terça-feira, maio 03, 2011

Troika manca

O FMI está meio falido, não sabiam? 
Teve que vender 400 toneladas de ouro ao longo dos últimos 4 anos; desde 2007...

Uma forte divergência entre os membros da troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI) sobre o montante total da ajuda externa a Portugal está em risco de rebentar com o calendário de conclusão e anúncio do programa de assistência e provocar um sério problema ao país — in Público.

Para quem não saiba: o FMI está também virtualmente falido, e depende cada vez mais da... China que, por sua vez, quer ver a sua posição devidamente valorizada no respectivo conselho de administração.

A China tem apenas 3,82% dos direitos de voto no órgão máximo do FMI (Board of Directors), mas os falidos EUA e Reino Unido têm, respectivamente, 16,6% e 4,3%!!

Para mais detalhes sobre quanto e a quem o FMI vendeu 1/8 das suas reservas de ouro, basta consultar esta página do FMI.

A segunda morte de Bin Laden

Uma história muito mal contada... e perigosa

A infografia do lado direito foi mostrada pela imprensa americana como prova da morte de Osama Bin Laden. Basta olhar para a foto da esquerda para perceber a grosseira falsificação e a impostura.

A segunda morte de Bin Laden é uma encenação manhosa que deve suscitar as maiores preocupações entre as pessoas de paz. Pode estar em curso uma operação especial em larga escala visando, num primeiro momento, subir as cada vez mais desfavoráveis sondagens sobre a performance de Barack Obama, mas num segundo momento, que pode ocorrer ainda este ano, algo bem mais sinistro: criar o pretexto para desencadear uma guerra nuclear contra o Paquistão, ou mesmo antecipar uma guerra contra a China, que a ocorrer seria a terceira guerra mundial que muitos antevêem como inevitável. No imediato, há mesmo quem suspeite que a guerra financeira do dólar contra o euro possa dar em breve um salto qualitativo a partir deste episódio.

Quando vi a história quase caricata do anúncio daquela que será a segunda morte de Osama Bin Laden (ver as declarações da certamente bem informada, e tragicamente assassinada, Benazir Bhutto) coloquei os seguintes cenários possíveis:
  1. Bin Laden terá sido de facto morto no dia 1 de maio (hora americana). Mas se foi, porque não exibiram o corpo, o troféu, de forma convincente, como é da mais elementar prudência na arte da guerra? Porque decidiram atirar o corpo do homem ao mar, com o argumento pífio de que não quiseram infringir a norma religiosa muçulmana sobre enterros? Não o enterraram, pois não? Atiraram-no ao mar! Basta comparar a fotografia oficialmente divulgada pelo governo americano do suposto cadáver de Osama bin Laden, para se perceber que não passa duma grosseira infografia.
  2. Bin Laden foi morto pela segunda vez, ou seja, não foi morto. E neste caso, estamos perante uma operação de ilusionismo bélico, e de uma manobra cujo alcance falta conhecer em toda a sua extensão. No imediato, serve para melhorar a imagem deteriorada do presidente de um império falido, ferido no seu orgulho, e portanto perigoso. Serve para retirar tropas do teatro de guerra no Afeganistão, e possivelmente preparar uma guerra contra o Paquistão. Servirá, quem sabe, para justificar uma provocação terrorista sem precedentes. Há quem fale mesmo num ataque nuclear à Alemanha (ler o Telegraph de 26 de abril último), com base numa suposta bomba nuclear que Osama bin Laden teria em seu poder, e que seria desespoletada caso fosse morto pela CIA...



As teorias da conspiração proliferam, mas nem todas são teorias da conspiração (escutar esta entrevista sobre a segunda morte de bin Laden).

Há, constatada a mais do que provável falsidade da segunda morte de bin Laden, legítimas e fundadas razões para tentar perceber o que pretendem os Estados Unidos com mais esta operação dos seus serviços secretos, em clara violação do direito internacional.

A troca de cadeiras na CIA e no Pentágono (Panetta no Pentágono, Petraeus na CIA), anunciada em 27 de abril, tem que estar relacionada com esta operação. Robert Gates não gostou do que viu, ou do que lhe pediram, e resolveu sair. Temos pois os homens certos nos lugares certos... mas para fazer o quê?