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sábado, agosto 26, 2017

A nova sedução iconoclasta


Muhammad Yasin Ahram Pérez, Al Qurdubi

Um Che ressuscitado? Chamar-lhe terrorista não adianta nada.


A sedução do fundamentalismo deixou de ser uma ameaça, para ser uma realidade global. Em tempos de radicalismo, fruto da época de decadência das velhas narrativas redentoras —do sonho americano, aos amanhãs socialistas que cantam— convenhamos que esta imagem é bem mais sedutora do que a dos acomodados burocratas da esquerda.

O grupo terrorista Daesh divulgou pela primeira vez um vídeo em castelhano. "Com a permissão de Alá, o Al Andaluz voltará a ser o que foi: terra do califado", diz um militante do grupo radical islâmico que surge de cara descoberta e que é identificado como Abu Lais Al Qurdubi (o cordovês). 
Segundo a polícia espanhola citada pelo jornal espanhol El País, Abu Lais é Muhammad Yasin Ahram Pérez, um espanhol de 22 anos nascido em Córdova, filho de uma cidadã espanhola e de um marroquino. O pai, Abdelah Mhram, de 42 anos, está preso em Tânger, Marrocos, por ligações ao jihadismo. 
"A jihad não tem fronteiras. Faz a jihad onde estiveres", diz Abu Lais. Prossegue: "Cristãos espanhóis, não se esqueçam do sangue dos muçulmanos derramado pela inquisição espanhola. Vamos vingar a vossa matança, e a que estão a fazer agora contra o Estado Islâmico [Daesh]".  
in Público, 24 agosto 2017

Nos Estados Unidos, o crescimento de uma mole social desesperada com o fim da prosperidade polarizou-se dramaticamente entre o populismo atávico das tradições, e essa nova florescência de fundamentalismo irracional a que se convencionou chamar a atitude politicamente correta. 

Não há hoje nos Estados Unidos mais racismo, nem mais violência civil do que havia no tempo do presidente negro Barack Obama. Basta contar os mortos! O que há é a mesma austeridade, com a destruição paulatina das classes médias, e o acantonamento escandaloso dos ricos especuladores e populistas nas suas conchas de avarícia e pânico, impotentes perante o fim de uma era de crescimento exponcnial. 

Quando as classes intelectuais ameaçadas e desesperadas, nomeadamente pelas suas hipotecas estudantis impagáveis, regressam aos tempos bíblicos da iconoclastia violenta, pretendendo rescrever a história, desfigurando e derrubando estátuas, degolando simbolicamente presidentes e assediando milhões de pessoas com uma coação ideológica sem precedentes desde os tempos de Hitler, Mussolini, Estaline, Mao e Pol Pot, o pior parece mesmo esperar por todos nós ao virar desta esquina da História.

Kathy Griffin com cabeça falsa de Donald Trump degolada. Foto: Tyler Shields


sábado, agosto 29, 2015

Política americana


Claro que não posso enviar dinheiro para o Obama. Mas não deixa de ser divertido ver como funciona a propaganda naquele país. Pelo menos é sexy ;)

quinta-feira, julho 09, 2015

Grexit a caminho dos BRICS?

Halford Mackinder: “The geographical pivot of history”.
The Geographical Journal, 1904


Poderá Tsipras deitar borda fora o mandato reforçado que detém?


 “Few great failures have had more far-reaching consequences than the failure of Rome to Latinize the Greek.” Halford Mackinder, 1904.

O que está em causa em mais esta tragédia grega é a capacidade do eixo franco-alemão que acelerou a criação da zona euro —no caso da Grécia, promovendo mesmo o seu acesso fraudulento ao clube (1)—, impedir a sua derrapagem, ou mesmo uma implosão de consequências imprevisíveis.

Vale a pena ler o texto da célebre conferência dada por Halford Mackinder na Real Sociedade de Geografia inglesa, em 25 de janeiro de 1904: “The geographical pivot of history”, pois aqui podemos encontrar o paradigma estratégico que ainda hoje determina o essencial das decisões estratégicas dos principais países do mundo: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França, etc.

A ideia central de Mackinder é que o mundo aberto e em expansão da modernidade desbravado pela expansão marítima da Europa ocidental a partir do século 15 voltaria a fechar-se no dealbar do século 20 sob o estatuto de uma cartografia de mundos finalmente conhecidos, onde, sob o ponto de vista demográfico, económico e político, as principais dinâmicas de poder continuavam (e continuam) a residir nas tensões potenciais entre a Grande Rússia e os crescentes que a rodeiam e ao mesmo tempo a separam dos mares: a Europa ocidental (de que as Américas são uma extensão), o Próximo Oriente, a Índia, a China, a Coreia e o Japão.

Curiosamente, a Grécia continua mais próxima da Rússia e dos interesses estratégicos desta, do que da União Europeia e do projeto franco-alemão do euro:
“It is probably one of the most striking coincidences of history that the seaward and the landward expansion of Europe should, in a sense, continue the ancient opposition between Roman and Greek. Few great failures have had more far-reaching consequences tan the failure of Rome to Latinize the Greek. The Teuton was civilized and Christianized by the Roman, the Slav in the main by the Greek. It is the Romano-Teuton who in later times embarked upon the ocean; it was the Graeco-Slav who rode over the steppes, conquering the Turanian. Thus the modern land-power differs from the sea-power no less in the source of its ideals than in the material conditions of its mobility.” Idem

A modernidade pós-medieval e transatlântica começa em 1415 e termina, segundo Mackinder, pouco depois do ano 1900, mas só o perceberemos provavelmente de um modo irrefutável em 2015, no rescaldo do colapso financeiro da Grécia, no meio da maior crise financeira desde 1929, seiscentos anos depois da conquista de Ceuta por Portugal — onde então reinava uma inglesa chamada Filipa de Lencastre, cuja visão estratégica viria a mudar a história do mundo sobre o qual Halford Mackinder elaborou uma notável visão geopolítica, que ainda hoje determina as ações de Putin e de Obama.

Obama Calls Merkel, Reinforces IMF Case Of Debt Haircut Zero Hedge, 07/07/2015 15:26 -0400

Readout of the President’s Call with Chancellor Angela Merkel of Germany

White House:

The President and German Chancellor Angela Merkel spoke by phone this morning about Greece. The leaders agreed it is in everyone’s interest to reach a durable agreement that will allow Greece to resume reforms, return to growth, and achieve debt sustainability within the Eurozone. The leaders noted that their economic teams are monitoring the situation in Greece and remain in close contact.


Russia Asks Greece To Join BRICS Bank
Zero Hedge, Submitted by Tyler Durden on 05/11/2015 12:27 -0400

As Bloomberg reports:

Russian Deputy Finance Minister Sergei Storchak spoke with Greek PM Alexis Tsipras today, proposed that Greece become 6th member of New Development Bank set up by Brazil, Russia, India, China, South Africa, a Greek govt official says in e-mail to reporters.

A Europa e os Estados Unidos vivem há décadas acima das suas possibilidades.

Nada fizeram para corrigir esta mudança estrutural das suas economias, ou por outra, fizeram, aldrabando desde meados dos anos 80 do século passado (invenção dos CDO) os livros de contabilidade e os orçamentos, expandindo para dimensões lunáticas as suas massas monetárias e responsabilidades (dívidas), incentivando o consumo conspícuo e o mais ruinoso dos keynesianismos: ligar os tesouros soberanos (i.e. os governos) à especulação financeira global, esperando que o crescimento produtivo (e não meramente contabilístico, aldrabado) regressasse. Não regressou, e o resultado são borbulhas de mentiras e corrupção que rebentam e continuarão a rebentar por toda a parte, até que uma grande explosão, seguida de implosão geral dos mercados, obrigue a um GRANDE JUBILEU DAS DÍVIDAS, onde os prejuízos não recaiam todos sobre as populações indefesas.

É nestes momentos que os equilíbrios geográficos da política vêm de novo à superfície. A crise grega deixou, já há algum tempo, de ser uma crise económica (2) e financeira, para se transformar numa crise diplomática e estratégica de primeiro plano.

Estes dois notáveis discursos no Parlamento Europeu são uma excelente metáfora do momento crítico que vivemos.


I got angry this morning at Mr Tsipras, because we need to see concrete proposals coming from him. We can only avoid a #Grexit if he takes his responsibility. Watch my speech again here
Posted by Guy Verhofstadt on Quarta-feira, 8 de Julho de 2015




NOTAS
  1. ECB Tells Court Releasing Greek Swap Files Would Inflame Markets
    Bloomberg, June 14, 2012 — 1:32 PM BST

    June 14 (Bloomberg) -- The European Central Bank said it can’t release files showing how Greece may have used derivatives to hide its borrowings because disclosure could still inflame the crisis threatening the future of the single currency.

    Bloomberg News is suing the ECB to provide the documents under European Union freedom-of-information rules. The papers may help show the role EU authorities played in allowing Greece to mask its deficit for almost a decade before the nation’s troubled finances necessitated a 240 billion-euro ($301 billion) bailout and the biggest debt restructuring in history. 
  2. O que não quer dizer que a crise institucional, económica e financeira, não seja gravíssima, porque é. Um dos dos dados económicos invisíveis da incapacidade de a Grécia crescer significativamente é, tal como Portugal, a sua dependência do petróleo, que o gráfico abaixo ilustra dramaticamente. Também por aqui a sua aproximação aos BRICS trará provavelmente mudanças significativas no seu modelo de desenvolvimento.
"What Greece, Cyprus, and Puerto Rico Have in Common"—Gail Tverberg

sábado, fevereiro 28, 2015

Pax Americana? Niet! 不


China apoia Rússia no conflito ucraniano. Tordesilhas 2.0 dá mais um passo


Chinese diplomat tells West to consider Russia's security concerns over Ukraine
Reuters. BEIJING Fri Feb 27, 2015 3:48am EST

(Reuters) - Western powers should take into consideration Russia's legitimate security concerns over Ukraine, a top Chinese diplomat has said in an unusually frank and open display of support for Moscow's position in the crisis.

Qu Xing, China's ambassador to Belgium, was quoted by state news agency Xinhua late on Thursday as blaming competition between Russia and the West for the Ukraine crisis, urging Western powers to "abandon the zero-sum mentality" with Russia.

Há anos que vimos defendendo que o futuro do planeta oscila entre uma terceira guerra mundial em cenário MAD e uma espécie de um compromisso win-win semelhante ao famoso Tratado de Tordesilhas que, 1494, permitiu aos

“...mui poderosos príncipes os senhores D. Fernando e D. Isabel, pela graça de Deus rei e rainha de Castela, de Leão, de Aragão, de Sicília, de Granada, de Toledo, de Valência, de Galiza, de Mailhorca de Sevilha, de Cerdenha, de Córdova, de Córsega, de Murcia, de Jahem, do Algarve, de Algezira, de Gibraltar, das ilhas de Canárea, conde e condessa de Barcelona e senhores de Biscaia e de Molina, duques de Atenas e de Neopátria, Condes de Roselhão e de Cerdónia, marqueses de Oristão e de Goçiano.”
e ao
“...mui alto e mui excelente senhor o senhor D. João, pela graça de Deus rei de Portugal e dos Algarves daquém e dalém-mar em África e senhor de Guiné...”

dividir o mundo desconhecido entre si.

Enfim, depois vieram os holandeses, os ingleses e os franceses, mas no início foi assim: um meridiano elástico serviu de buffer à concorrência e conflitualidade sempre iminente entre Portugal e a ambição de hegemonia ibérica estabelecida pelos reis católicos Fernando de Castela e Isabel de Aragão—soberanos da região central da península para quem o acesso ao mar atlântico e mediterrânico e as passagens para França sempre foram críticas e vitais.

Os Descobrimentos Portugueses inseriram-se no primeiro verdadeiro movimento de globalização que se conhece, e foi, em grande medida, fruto de problemas semelhantes aos que voltamos a ter de forma aguda no Médio Oriente e na antiga Rota da Seda, ou seja na crucial Eurásia sobre a qual tanto tem escrito um dos principais estrategas norte-americanos, Zbigniew Brzezinski, ou ainda, com grande profundidade, o historiador britânico residente nos Estados Unidos, Paul Kennedy.

A Guerra dos 100 Anos foi igualmente um detonador importante da expansão ultramarina, sobretudo pelo lado inglês, depenado pela guerra, já sem ouro para pagar a colaboração holandesa na estratégia de tensão e guerra contra a França e os seus aliados: Escócia, Boêmia, Castela e Papado de Avinhão.

Os nossos historiadores, quase sempre mui atentos e obrigados, raramente objetivos, nunca estudaram convenientemente o casamento entre a inglesa de gema Phillipa of Lancaster e o nosso João I, nem o papel crucial que Filipa viria a ter na educação política e humanista dos seus filhos (Filipa fora educada por Geoffrey Chaucerthe Father of English literature, e autor dos famosos The Canterbury Tales), e sobretudo naquela que viria a ser a maior aventura do povo português desde que Afonso Henriques afirmou de espada na mão o nosso território vital.

A rainha portuguesa, com fortes ligações diplomáticas a Inglaterra e uma notória influência no seu país de origem, terá estado na origem da estratégia da conquista de Ceuta, a qual abriria as portas aos impérios ultramarinos europeus. Apanhada por uma epidemia de peste bubónica, morreira menos de um mês antes da Batalha de Ceuta, que teve lugar em 14 de agosto de 1415.

Esta breve excursão histórica é importante, pois completam-se este ano seis séculos de uma rotação da história mundial, hoje prestes a sofrer uma oscilação em sentido oposto, com o desembarque financeiro da China em Portugal. Quando a Europa do século XV saía da Idade Média, a China mergulhava no isolacionismo imperial que lhe daria cinco séculos de regressão tecnológica, económica, social e cultural.

Nasci em Macau e sei o suficnete da sensibilidade chinesa para poder afirmar que este é um ano de grande simbolismo para a China. Que grande oportunidade perdida por António Costa! Podia ter lido um discurso à altura deste momento simbólico, redigido por algum intelectual digno do nome, com grandeza e sabedoria. O que ocorreu foi uma farsa deprimente que em breve acabará com a imprestável carreira política de um alcaide que nem o cargo respeita.

Defendi e defendo que Lisboa seja para a China o que as Portas do Cerco sempre foram para Pequim ao longo de quatrocentos e quarenta e seis anos: um caminho de acesso à Europa, e um entreposto comercial privilegiado com a China.

Quando passeava pelo Bund de Xangai, numa noite de 1999, polvilhada de humidade e mistério, olhei para Pudong, então com menos de uma década de transformação naquilo que hoje é: uma impressionante metrópole. Não resisti anos mais tarde (2005) a imaginar a extensão do centro de Lisboa para a Margem Sul—uma cidade com duas margens como hoje Xangai é. Mais pequenina, sem perdermos a graça barroca da nossa história, mas ainda assim virada corajosamente e com imaginação para o futuro. Poderia a China ajudar-nos a tornar realidade esta visão? A guia que me acompanhava naquele passeio após um jantar memorável perguntou: em que pensas? Respondi: que o mundo é pequeno e que somos todos muito parecidos.

A China sabe que o inferno que hoje se vive no Médio Oriente e nas fronteiras naturais da Rússia resultam da estratégia de antecipação imperial americana, que pretende deste modo travar a expansão chinesa no mundo. Para que tal estratégia resulte será necessário aos americanos fazerem o contrário do que os europeus fizeram depois da queda de Constantinopla e da Batalha de Ceuta: fechar o ex-império ocidental ao exterior, ao Outro, numa espécie de Nova Idade Média, burocrática, autoritária, ressuscitando a caça às bruxas e o medo—matando a liberdade, claro.

Se é esta a ideia americana, tal implicará duas grandes guerras, uma contra a Rússia, na qual boa parte da Europa poderá ser destruída, e uma guerra contra a China, que começará, pelo norte, com uma confrontação liderada pelo Japão, e a sul, com a destruição da nova Rota da China em acelerada construção, através do bloqueio do Estreito de Malaca. O Pacífico será de novo um Inferno.


Talvez por compreender que os relógios desta aparente inevitabilidade aceleraram subitamente, a China tenha decidido esta semana tomar a decisão histórica de se colocar oficialmente ao lado da Rússia no conflito que a esta foi imposto pelo Ocidente, através de sucessivas provocações, de que a tentativa de integrar a Ucrânia na União Europeia e na NATO foi a gota de água que transbordou de um copo já demasiado cheio.

Se esta análise aderir à realidade, como penso que adere, Portugal está metido num grande sarilho.

A menos que acorde e resolva lançar-se na missão histórica de propor e intermediar a negociação dum novo Tratado de Tordesilhas, em nome da paz, mas sobretudo em nome de uma estratégia win-win, como aquela que no longínquo dia 7 de junho de 1494 os reis na Ibéria souberam pactar, seremos sujeitos a enormes pressões vindas do Oriente e do Ocidente. A minha cabeça está em Portugal, mas uma parte do meu coração vive em Pequim, Xangai e os olfactos primordiais nasceram em Macau.

China Just Sided With Russia Over The Ukraine Conflict
Zero Hedge. Submitted by Tyler Durden on 02/27/2015 22:25 -0500

When it comes to the Ukraine proxy war, which started in earnest just about one year ago with the violent coup that overthrew then president Yanukovich and replaced him with a local pro-US oligarch, there has been no ambiguity who the key actors were: on the left, we had the west, personified by the US, the European Union, and NATO in general; while on the right we had Russia. In fact, if there was any confusion, it was about the role of that other "elephant in the room" - China.


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quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Grexit?

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BCE tirou o tapete à Grécia, mas não é a primeira vez...


Grexit? Aparentemente o BCE fez xeque-mate ao Syriza, i.e. a um governo democraticamente eleito, retirando-lhe o tapete de acesso às garantias até hoje dadas pelo BCE aos tomadores de dívida pública grega, i.e. os bancos e fundos privados gregos e de outros países. Será que o Syriza continuará em frente, ou vai desviar-se da colisão? Se não se desviar, quem sofrerá mais com a colisão? A Grécia, que já pouco tem a perder, ou a desnorteada e subserviente Europa, que se arrisca a ver uma desintegração do euro em menos de um ano?

BCE deixa de aceitar dívida pública grega como garantia nos empréstimos aos bancos
Observador

O Banco Central Europeu suspendeu hoje a dispensa das regras de rating mínimo no uso da dívida pública grega como garantia nos empréstimos do BCE à banca comercial, dizendo que “não é possivel esperar-se nesta altura que a revisão do programa seja concluída com sucesso”. A decisão faz com que os bancos que têm dívida grega deixem de a poder dar como garantia ao BCE quando lhe pedem dinheiro emprestado. Falta de financiamento dos bancos gregos terá agora de ser compensada pelo Banco Central da Grécia.

Será que Matthieu Pigasse (Lazard Bank), contratado por Yanis Varoufakis para desenhar soluções digeríveis para a bancarrota grega, falou, ou deixou falar, antes de tempo? Calculou mal a jogada? Ou será que a reação de Draghi e dos demais bancos centrais europeus constava dos seus cenários—aliás tornados públicos, nomeadamente, pela Bloomberg, no dia 1 de fevereiro? Amanhã saberemos.

What’s Going On with Greece and the ECB?
Bull Markethttps://medium.com/bull-market/whats-going-on-with-the-ecb-and-greece-3821de717625

Rules Require Cutting Off Greek Government Bonds?

[...]

“There will be no surprises if we find out that a country is below that rating and there’s no longer a program that that waiver disappears,” ECB Vice President Vitor Constancio said at an event in Cambridge, England, on Saturday.

If Vice President Constancio is referring to cutting off eligibility of specific bonds as collateral, that argues against the ECB’s’s current “official” approach being one of threatening a full cut-off of funds. Still, the idea of “junk-rated bonds are only eligible if a country is in a program” being part of “the ECB’s rules” is an over-statement. In truth, the ECB makes up these rules as it goes along and the “in again, out again” routine with Greek government bond eligibility is a long-standing one at this point.

Se repararmos bem no mapa dos gasodutos existentes, parcialmente construídos, ou em projeto, destinados a levar gás natural à Europa, perceberemos claramente que a Ucrânia e a Grécia são dois dos peões da estratégia de tensão em curso. A Alemanha, tal como a generalidade dos países do centro e norte da Europa, precisam de gás para não morrerem de frio no inverno.

Acontece que os Estados Unidos, seguindo a teoria estratégica de Halford Backinder, e do seu seguidor fiel, Zbigniew Brzeziński —consultor estratégico de Barak Obama—, consideram o controlo da Rússia essencial para impedir a supremacia da China, e de caminho também acham que quem controlar as reservas de petróleo e de gás natural, controla o mundo. Foi assim ao longo de todo o século 20. Será assim durante o século 21.

Depois da queda da União Soviética, os Estados Unidos montaram um apertado cerco militar à Rússia, através de alianças e da promoção de guerras regionais. A gota de água para a Rússia foi a tentativa de absorver a Ucrânia, berço da Rússia, na NATO. Perante a passividade dos europeus, e o oportunismo alemão, a Rússia respondeu à provocação, mostrando o que sucederia se o gás fornecido à Europa através da Ucrânia fosse interrompido. Daqui à escalada económico-financeira e militar foi um passo.

À medida que a Europa assustada procurava uma alternativa ao gás russo, lançando o fracassado projeto do gasoduto conhecido por Nabucco pipeline, que ficou no papel depois da desistência da Áustria, outros potenciais fornecedores de gás natural (Qatar-Irão, Iraque, Arábia Saudita, Israel, Turquemenistão) posicionaram-se no que passaria a ser uma corrida com implicações tremendas na região. O terrorismo, como exemplo típico de conflito assimétrico, a par de uma série de guerras vicariantes (proxy wars) em teatros localizados nas zonas de passagem dos vários potenciais gasodutos que querem concorrer com a Rússia no fornecimento de gás à Europa, passaram a entupir a paisagem mediática global com propaganda e imagens terríveis de ação psicológica.

Basta olhar para a importância que países como a Ucrânia e a Grécia têm nos acessos principais de gás natural à Europa para perceber que as discussões sobre as economias e os regimes políticos destes países não passam de pretextos que escondem jogos estratégicos fundamentais.

A recente descida abrupta do preço do petróleo esteve, afinal, relacionada com uma ofensiva dos Estados Unidos e da Arábia Saudita destinada a pressionar a Rússia a deixar cair Bashar al-Assad. Se Putin não ceder, arrisca-se a ver o seu país mergulhar numa crise financeira, económica e social que lhe pode ser fatal. Mas se ceder ao garrote dos preços baixos do petróleo, a quase exclusividade da Rússia no fornecimento de gás à Europa central, do norte e de leste, ficará comprometida.

A decisão do BCE, certamente determinada pela Alemanha, mas também pelos Estados Unidos, apesar das palavras carinhosas de Obama para com o novo poder grego, de aumentar a tensão na Grécia, tem mais que ver com a hipótese de uma aproximação entre a Grécia, a Turquia e a Rússia, do que com o problema da renegociação da dívida.


POST SCRITUM

É de notar que o mensageiro da decisão de o BCE tirar o tapete à Grécia foi o nosso querido e mui socialista Victor Constâncio. Que diz o sargento Costa e a nossa indigente Esquerda a isto?


RESPOSTA À PERGUNTA “TEM A CERTEZA QUE O EURO DESAPARECE?”

Não. Na realidade, o dólar quer apenas capturar o euro e fazer dele uma moeda subsidiária.

Ou seja, os Estados Unidos querem, compreensivelmente, manter a supremacia atlântica sobre a Eurásia, e para tal precisam de uma estratégia de pau e cenoura para com os alemães (euro sim, mas menos germanófilo).

Por exemplo, retirar à Rússia o monopólio de fornecimento de gás ao centro-norte-leste da União Europeia é um objetivo estratégico, que serve a Alemanha, a UE no seu conjunto, e os aliados da América no Médio Oriente: Arábia Saudita, Qatar, Israel...

No entanto, creio que os EUA querem mesmo enfraquecer a Rússia, para assim atingirem a China.

O perigo da situação vem daqui. E é neste sentido que a atuação do BCE e da senhora Merkel poderão, se o senhor Draghi não for pondo água na fervura, precipitar um choque frontal na Grécia (Grexit), de consequências imprevisíveis.

O colapso do euro, precedido de uma saída da Grécia, lançaria toda a Europa, a começar por Portugal, Espanha, Itália, França... numa situação particularmente complicada no que toca à reestruturação dissimulada (e em curso) das suas impagáveis dívidas (pública e privada).

Se em cima disto a Rússia, a Turquia e a China vierem em auxílio da Grécia, e em geral dos países europeus do Mediterâneo, teremos o caldo entornado.

Num cenário destes, a Rússia poderia mesmo fechar as torneiras à Ucrânia, i.e. à Alemanha; e poderia reforçar o apoio à Síria, bloqueando os gasodutos islâmico e árabe a favor dos gasodutos que vêm de Baku, do Turquemenistão e da Rússia, com passagem apenas pela Turquia, até chegar à Grécia.

A Europa precisará sempre de muito gás para se aquecer, não é verdade?

Resumindo, a questão financeira, e o problema grego, são muito mais do que o que aparentam.

As duas últimas guerras mundiais estiveram intimamente ligadas ao controlo das rotas do petróleo. A próxima grande guerra poderá acontecer por causa do controlo das rotas do gás.

A Alemanha já provou duas vezes que é incapaz de perceber os ventos da História, e que é suficientemente quadrada para se meter em armadilhas de onde depois não consegue sair.

É por isto que uma saída da Grécia do euro (Grexit), precipitada por comportamentos radicais do BCE e da Alemanaha, pode vir a rebentar com o euro, uma moeda demasiado atrelada ao invisível marco alemão!

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Atualização: 5/2/2015, 12:28 WET

segunda-feira, fevereiro 02, 2015

Obama apoia Syriza

President Barack Obama, shown in December, said there are limits to how far European creditors can press Greece as the country tries to restructure its economy.

E Angela Merkel? Pedirá aos alemães para regresssarem ao marco?


Obama diz, sobre a Grécia, que não se pode continuar a espremer um país quando está no meio duma depressão. O jogo geoestratégico entre os EUA, Rússia e China soma e segue. Merkel e o resto dos lémures europeus limitam-se a guinchar, de vez em quando.
President Barack Obama expressed sympathy for the new Greek government as it seeks to rollback its strict bailout regime, saying there are limits to how far its European creditors can press Athens to repay its debts while restructuring the economy.

“You cannot keep on squeezing countries that are in the midst of depression. At some point there has to be a growth strategy in order for them to pay off their debts to eliminate some of their deficits,” Mr. Obama said in an interview with CNN’s Fareed Zakaria aired Sunday.

He said Athens needs to restructure its economy to boost its competitiveness, “but it’s very hard to initiate those changes if people’s standards of livings are dropping by 25%. Over time, eventually the political system, the society can’t sustain it.”

Mr. Obama expressed hope that an agreement would be reached so Greece can stay in the eurozone, saying, “I think that will require compromise on all sides.”

Mas há mais...


Hollande também apoia a Grécia, e Matthieu Pigasse —antigo administrador do ministério da economia francês e diretor-geral delegado do banco Lazard, entretanto contratado por Yanis Varoufakis— sugere a possibilidade de um corte de cabelo na dívida pública grega na casa dos 50%!  O dominó do euro parece cada vez mais inevitável. Convém começar a poupar feijões, pois talvez venham a servir como moeda pós-euro!

France Open to Easing Greek Debt Burden: Finance Minister

Bloomberg
by Helene Fouquet
1:44 PM WET
February 1, 2015

[...]

Varoufakis appointed Lazard Ltd. as adviser on issues related to public debt and fiscal management on Saturday.

“There is a range of possible solutions: extending the maturities, lowering interests rates, and the much more radical solution, the haircut,” Matthieu Pigasse, the head of Lazard’s Paris office who has advised Greece in the past, said in a Jan. 30 interview on BFM Business television. “If we could cut the debt by 50 percent” he said, “it would allow Greece to return to a reasonable debt to GDP ratio.”

He said Greece’s debt to public creditors was about 200 billion euros.

Sapin and Varoufakis plan to make a joint statement in Paris on Sunday evening.

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  • O nó grego. Alemanha isolada? — O António Maria
  • The Tide Is Turning: Obama "Expresses Sympathy" For Greece; Lazard Says 50% Greek Haircut "Reasonable"— Zero Hedge.

terça-feira, setembro 09, 2014

Resposta a uma msg de Barack Obama


I'm sorry Mr. President


[28/8/2014]
Antonio — I'm emailing you again because the Senate is at stake.

If the GOP gains just six seats, the same Republicans who just voted to sue me will control both houses of Congress.

Republicans will control everything in Congress from Medicare to education. I don't need to tell you how devastating the consequences would be.

That's why the DSCC is building an enormous voter mobilization program to win. But I know first hand: Launching field offices and recruiting new volunteers takes time and work, and it's not cheap.

I need you today. Will you pitch in to stop a Republican Senate takeover? Gifts will be triple matched for a single day only.

Pitch in $3 IMMEDIATELY >>

Pitch in $8 IMMEDIATELY >>

Pitch in $17 IMMEDIATELY >>

Pitch in $25 IMMEDIATELY >>

Pitch in $35 IMMEDIATELY >>

Or donate another amount >>

The election is in just 68 days. That means we have very little time — just over two months — to knock on doors, register voters, and win this thing.

What you do right now will determine what direction our country takes: Will you let Republicans take charge of everything from the future of Medicare to education? Or will you make sure Democrats stay in charge?

Join me in this fight — pitch in and your gift will be triple matched before midnight.

Thank you,

Barack Obama

Dear President Barack Obama,

Even if I could help you, I wouldn't before you'd be able to get the neocons upper hand out of your foreign policy.

Before sending you a penny I would ask you to leave Europe and Russia in peace.

Russia is a peaceful country and has never invaded other countries but for obvious defensive reasons. We Western Europeans did, as your country is doing for more than a century.

USA has been a stealth intruder and deadly presence over the entire planet for too many years now. So please stop it.

USA will need Europe and Russia more than Russia and Europe will ever need USA.

All empires have passed away so far. USA is a deprecated virtual empire and should learn to live with it, like many others did.

My country, Portugal, was once a world empire. It last for about 600 years (1415-1999), though the deprecating phase took more than four centuries — 469 years since our old Escudo stop being a world reserve currency. From 1999 onwards we returned to our 1143 national boundaries. The same has happened to all other empires before.

I think, Mr Obama, that overthrowing the elected government of Ukraine as you did, is not only illegal but a very stupid move against USA own long-term interests. You should have supported Russia, Turkey and Ukraine integration in the European Union instead. Making of NATO a transvestite of American offensive power against Russia is a very serious mistake that can cause another big war in Europe.

There is not much oil, we all know now. We need to learn how to share this precious resource without killing millions of innocent people as has been the case for so many years. We need to work hard for a new transitional economy, and for a new resilient society.

If I could one day hear from you other news than war news, then I would send a couple of euros to your campaign.

Sincerely,

Antonio Maria

quarta-feira, maio 25, 2011

O devaneio de Lars von Trier

A arte também escreve direito por linhas tortas


Lars von Trier e Hitler por afpportugues

O devaneio de Lars von Trier foi bem mais oportuno do que a superficialidade patética dos organizadores de Cannes conseguiram entender. Temo bem que a próxima onda anti-judaica comece nos EUA, causada por dois fenómenos interligados:
  • o poder asfixiante e ruinoso para os EUA da mais poderosa organização sionista do mundo — a AIPAC—, sustentáculo crucial do cada vez mais ilegal e criminoso estado de Israel;
  • e o facto dos principais bancos de investimento especulativo e agências de notação financeira envolvidos no descalabro financeiro mundial estarem nas mãos, outra vez, de famílias judaicas que não aprenderam nada com a História!
Não sei bem o que se passa. Mas passa-se alguma coisa e é preocupante.

O caso Strauss-Kahn, um socialista judeu, meio Sefardita, meio Ashkenazi, que por acaso anunciara em fevereiro passado a necessidade de substituir a moeda americana por uma moeda mundial, sugere uma divisão no seio das elites financeiras judaicas mundiais cujos contornos são ainda confusos.

A decisão de Obama de exigir a Israel que regresse às suas fronteiras originais, isto é de 1948, seguida da viagem a uma das suas origens, a irlandesa, e por via desta, ao Reino Unido, sabendo-se que estes três países estão no mesmo estado de falência, crise social e cerco agiota que nós, deixa-me a cogitar.

Os episódios sintomáticos de uma nova crise anti-sionista, mas que poderá transformar-se, como sempre aconteceu ao longo da história humana dos últimos dois milénios e meio, numa nova vaga anti-judaica, sucedem-se. E a causa é, no fundo, a de sempre: povos e nações endividaram-se para além do razoável, socorrendo-se para tal dos famosos money changers. Estes não resistiram à miragem do lucro infinito, ajudando para tal os seus clientes, pobres, remediados, ricos e soberanos, a viverem muito para além das suas possibilidades, numa bolha de liquidez virtual. Acontece, porém, que as balanças desequilibradas terão um dia que regressar ao ponto inicial, de uma forma ou doutra. E aqui, para mal dos inocentes, começam os problemas!



Lembro apenas mais um caso relativamente recente, que passou incógnito entre nós, mas que é sumamente revelador. Refiro-me à demissão forçada de Helen Thomas, a mais prestigiada correspondente da Casa Branca, depois de uma conversa casual com um jovem jornalista e músico da RabbiLive.com —
Thomas retired following negative reaction to comments she had made about Israel, Jews, and Palestine during a brief interview with Rabbi David Nesenoff of RabbiLive.com.[1][41][42][43][44][45] Nesenoff was on the White House grounds for an American Jewish Heritage Celebration Day, and he questioned Thomas as she was leaving the White House via the North Lawn driveway:

    Nesenoff: Any comments on Israel? We're asking everybody today, any comments on Israel?

    Thomas: Tell them to get the hell out of Palestine.

    Nesenoff: Ooh. Any better comments on Israel?

    Thomas: Hahaha. Remember, these people are occupied and it's their land. It's not German, it's not Poland...

    Nesenoff: So where should they go, what should they do?

    Thomas: They can go home.

    Nesenoff: Where's the home?

    Thomas: Poland, Germany...

    Nesenoff: So you're saying the Jews go back to Poland and Germany?

    Thomas: And America and everywhere else. Why push people out of there who have lived there for centuries? See?

    Nesenoff: Are you familiar with the history of that region?

    Thomas: Very much. I'm of Arab background.

    Nesenoff: I see. Do you speak Arabic?

    Thomas: Very little. We were too busy Americanizing our parents... All the best to you.
   
    —May 27, 2010, RabbiLive.com

quarta-feira, maio 04, 2011

Bin Laden ou Geronimo?

Chamar a Bin Laden, Geronimo, revela bem o estado de decadência da América

Geronimo, chefe Apache derrotado e humilhado pelo invasor europeu.

In 2009, Ramsey Clark filed a lawsuit on behalf of people claiming to be Geronimo's descendants, against, among others, Barack Obama, Robert Gates, and Skull and Bones, asking for the return of Geronimo's bones — in Wikipedia.

O grande guerreiro apache Geronimo foi derrotado pelas tropas americanas ao fim de dezenas de anos de guerra contra o invasor europeu. Preso, julgado e afastado para sempre das suas terras, num processo de humilhação imparável que viria a culminar na sua conversão em atracção de espectáculos e feiras, esta figura lendária da história americana foi agora usada como nome de código de Osama Bin Laden, no âmbito da anunciada operação de captura do líder saudita da Al-Qaida.

O militar que supostamente atingiu no coração e na testa o antigo guerrilheiro saudita e notório terrorista, destruindo-lhe o crânio, terá gritado "Geronimo!" — ao que se terá supostamente seguido uma ovação de Obama e do seu círculo próximo na Casa Branca, como se estivessem a ver um filme de cowboys e índios.


Das duas uma: ou estão a ver televisão, ou participando num crime de guerra e invasão de território soberano

As explicações oficiais sobre a operação que terá levado à segunda morte de Bin Laden (pois, segundo Benazir Bhutto, este já teria sido assassinado anos antes) parecem tudo menos convincentes.

A primeira imagem passada para a imprensa americana e largamente publicada era um grosseiro trabalho e Photoshop. A segunda imagem, que publicamos abaixo, é mais uma falsificação caricata. Aguardam-se novas provas substanciais do êxito da grande caça ao homem que já estava morto!

O relato diz que Bin Laden foi atingido na cabeça por um militar de elite da US Navy conhecida por SEAL. Na cabeça?! Desde quando é que se atinge na cabeça um alvo de caça tão precioso? As duas primeiras fraudes publicadas mostram, de facto, simulações gráficas desastradas de orifícios de entradas de balas. No entanto, depois de ver denunciadas estas falsificações grosseiras, o governo americano pôs a circular outra história: o tiro na cabeça teria sido, afinal, devastador, tendo arrancado metade do crânio do terrorista. Daí a hesitação em exibir o troféu de caça. Hummm.... Queremos ver a nova foto-montagem!

Se a primeira foto-falsificação (post anterior) parece retirada dum sítio de pornografia violenta, esta veio certamente dum salão de efeitos especiais para filmes de série B

Voltando a Geronimo. Como refere Elaine Meinel Supkis em Operation Geronimo: Get That Skull, há algo de verdadeiramente soturno e umbilical na correlação estabelecida entre o guerrilheiro muçulmano Osama Bin Laden e o guerrilheiro apache Geronimo.

A caveira e alguns ossos do antigo chefe índio terão sido roubados da sua sepultura por membros de uma associação académica sinistra, da universidade de Yale, chamada Skull and Bones. Um dos presumíveis autores deste roubo foi o antigo estudante de Yale e mais tarde banqueiro de Wall Street, Prescott Sheldon Bush, pai de George H. W. Bush (ex-presidente dos EUA) e avô de George W. Bush (ex-presidente dos EUA).

Para completar esta intriga é preciso recordar que o pai de George W. Bush foi sócio do pai de Bin Laden em negócios relacionados com petróleo, construção civil e armamento. Bin Laden, por sua vez, liderou a guerra da CIA contra a invasão soviética do Afeganistão, até ao momento em que cortou relações com a monarquia corrupta e ditatorial da Arábia Saudita, e declarou guerra à América.

Será que alguém pediu a cabeça de Bin Laden para a colocar ao lado do crânio e ossadas roubados da tumba do lendário chefe apache?

Eu inclino-me para a hipótese menos “gore” — a de estarmos na presença de mais um enorme embuste do decadente império americano e de um crime de guerra executado ao mais alto nível político, e em directo da Casa Branca!

ÚLTIMA HORA (04-05-2011 10:17): as interrogações na imprensa de referência já começaram (ler este artigo do Guardian)

terça-feira, maio 03, 2011

A segunda morte de Bin Laden

Uma história muito mal contada... e perigosa

A infografia do lado direito foi mostrada pela imprensa americana como prova da morte de Osama Bin Laden. Basta olhar para a foto da esquerda para perceber a grosseira falsificação e a impostura.

A segunda morte de Bin Laden é uma encenação manhosa que deve suscitar as maiores preocupações entre as pessoas de paz. Pode estar em curso uma operação especial em larga escala visando, num primeiro momento, subir as cada vez mais desfavoráveis sondagens sobre a performance de Barack Obama, mas num segundo momento, que pode ocorrer ainda este ano, algo bem mais sinistro: criar o pretexto para desencadear uma guerra nuclear contra o Paquistão, ou mesmo antecipar uma guerra contra a China, que a ocorrer seria a terceira guerra mundial que muitos antevêem como inevitável. No imediato, há mesmo quem suspeite que a guerra financeira do dólar contra o euro possa dar em breve um salto qualitativo a partir deste episódio.

Quando vi a história quase caricata do anúncio daquela que será a segunda morte de Osama Bin Laden (ver as declarações da certamente bem informada, e tragicamente assassinada, Benazir Bhutto) coloquei os seguintes cenários possíveis:
  1. Bin Laden terá sido de facto morto no dia 1 de maio (hora americana). Mas se foi, porque não exibiram o corpo, o troféu, de forma convincente, como é da mais elementar prudência na arte da guerra? Porque decidiram atirar o corpo do homem ao mar, com o argumento pífio de que não quiseram infringir a norma religiosa muçulmana sobre enterros? Não o enterraram, pois não? Atiraram-no ao mar! Basta comparar a fotografia oficialmente divulgada pelo governo americano do suposto cadáver de Osama bin Laden, para se perceber que não passa duma grosseira infografia.
  2. Bin Laden foi morto pela segunda vez, ou seja, não foi morto. E neste caso, estamos perante uma operação de ilusionismo bélico, e de uma manobra cujo alcance falta conhecer em toda a sua extensão. No imediato, serve para melhorar a imagem deteriorada do presidente de um império falido, ferido no seu orgulho, e portanto perigoso. Serve para retirar tropas do teatro de guerra no Afeganistão, e possivelmente preparar uma guerra contra o Paquistão. Servirá, quem sabe, para justificar uma provocação terrorista sem precedentes. Há quem fale mesmo num ataque nuclear à Alemanha (ler o Telegraph de 26 de abril último), com base numa suposta bomba nuclear que Osama bin Laden teria em seu poder, e que seria desespoletada caso fosse morto pela CIA...



As teorias da conspiração proliferam, mas nem todas são teorias da conspiração (escutar esta entrevista sobre a segunda morte de bin Laden).

Há, constatada a mais do que provável falsidade da segunda morte de bin Laden, legítimas e fundadas razões para tentar perceber o que pretendem os Estados Unidos com mais esta operação dos seus serviços secretos, em clara violação do direito internacional.

A troca de cadeiras na CIA e no Pentágono (Panetta no Pentágono, Petraeus na CIA), anunciada em 27 de abril, tem que estar relacionada com esta operação. Robert Gates não gostou do que viu, ou do que lhe pediram, e resolveu sair. Temos pois os homens certos nos lugares certos... mas para fazer o quê?

sábado, novembro 20, 2010

O amigo americano

Portugal, uma espécie de Suíça diplomática?

Air Force One com Barack Obama aterra na Portela (Foto —pormenor— de Rui Spotter)
Com a 10ª maior ZEE do mundo em perspectiva, Portugal passará a deter um domínio estratégico na ordem dos 3.119.799 Km2. Só para termos uma ideia do que isto é, basta pensar que corresponde mais ou menos à superfície da Índia. Embora o Portugal à tona dos mares (continental e insulares) ocupe a modestíssima posição 109 entre todos os países do mundo, já quando medimos o território nacional e a sua ZEE, ficaremos certamente entre os 10 maiores países do mundo!  — in O António Maria, 22 nov 2008.

Escrevi há exactamente dois anos atrás que Portugal voltará a ter um papel de charneira diplomática entre o Ocidente e o Oriente. A formulação de um novo Tratado de Tordesilhas aproxima-se rapidamente. Previ então que a nova Rússia penderia para Ocidente. Vamos ver o que nos reservam a segunda viagem de Medvedev a Portugal e esta crucial Cimeira da NATO (1).

Pensemos por um momento nesta coincidência: Durão Barroso tornou-se presidente da Comissão Europeia na era Bush, e viu renovado o seu cargo já com Obama no poder; Vítor Constâncio é chamado a ocupar o cargo de vide-presidente do Banco Central Europeu no pico da maior crise financeira mundial desde 1929, e certamente naquela que é a maior ameaça à consolidação do euro como nova moeda de reserva mundial; Portugal venceu o Canadá na corrida para a posição de membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU; António Borges é o novo director para a Europa do FMI; António Horta Osório tornou-se recentemente presidente executivo do Lloyds Bank, deixando o Santander; Hu Jintao decidiu fazer uma viagem relâmpago a Lisboa poucos dias antes da cimeira da NATO, a que se seguiria uma viagem igualmente relâmpago de Sócrates a Macau, para se encontrar com o primeiro ministro chinês Wen Jiabao; Obama, enfim, escolhe Portugal para aquela que é já uma das mais importantes reuniões da NATO de sempre — pois, ao contrário dos inúmeros obituários já escritos sobre a organização, esta poderá ser dado neste encontro à beira Tejo o pontapé de saída para uma nova partilha do planeta entre os hemisférios ocidental e oriental. É o que venho chamando há já alguns anos o novo Tratado de Tordesilhas.


Tal como quando a Inglaterra viu bloqueados os seus acessos ao Oriente e ao Norte de África, por causa do fiasco das Cruzadas e da Guerra dos Cem Anos, teve que se virar para a praia lusitana, casando a sua Princesa Filipa de Lencastre com João I de Portugal, como meio expedito de lançar uma ponte em direcção ao Golfo da Guiné (a célebre Costa do Ouro), onde se encontrava o metal de que tanto precisava, nomeadamente para pagar a guerra contra os franceses, também agora a América e o Reino Unido, ambos falidos até à medula, e de quem a Alemanha, a Rússia, a China e 4/5 do planeta desconfiam, precisam hoje de Portugal e do seu imenso mar territorial, para segurar o Atlântico Norte e Sul, impedir a expansão descontrolada da China e garantir os bons ofícios de um amigo nos corredores da diplomacia do euro.


Portugal é um país pequeno, mal governado e coberto de dívidas. Mas se houver alguém lúcido entre as nossas desmioladas elites, verá que está na hora de arregaçar as mangas e de disciplinar a burguesia clientelar, as corporações profissionais e partidárias, e a burocracia, por forma a podermos tirar real vantagem da nossa nova centralidade geo-estratégica. É preciso acantonar imediatamente a corrupção, o desperdício e a balbúrdia parlamentar. Só depois, poderemos renegociar as nossas dívidas em paz, sem assassinar a classe média, nem humilhar os pobres, os desempregados e os idosos. Só depois poderemos cobrar à vontade, de Washington a Pequim, a nossa boa vontade e experiência diplomáticas. Um pequena quermesse entre os grandes colocará as nossas finanças públicas em ordem num ápice. Mas antes de tudo o mais teremos que despedir o imprestável Sócrates, e o imprestável Cavaco, mais as procissões de inúteis e corruptos que os seguem.

NOTAS
  1. Pouco depois de publicado este texto, veio a confirmação (ler notícia do DN) de que a Rússia iniciou oficialmente um processo de convergência com os países da NATO. O cenário de um dia destes estar entalada entre a China e o Irão foi seguramente determinante para a nova estratégia de Moscovo.

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Organizing for America

Dear Ambassador [of USA in Lisbon],

As I didn't find the way to answer to President Obama's email that was sent to me by Organizing for America, I am asking you to deliver it to him on my behalf.

Thank you,
Antonio Cerveira pinto


Message to President Barack Obama

Dear Mr President,

Lisbon, 28 of January 2010

I am following you with great hope and wish you and the american people the best.

If I may say something substantial to you I would underline the idea that all Western Countries, mainly Europe and North America need to go back to work! That is to recuperate and launch a totally new, full spectrum and sustainable homeland production program. It is also crucial to develop a radical new attitude towards consumption (a more inmaterial and socially responsible one). In the meantime I strongly support and recommend the idea of launching a new Tordesilhas Treaty, this time between China-Japan, on one side, and America and Europe on the other. This would configure a new sustained globalization, very different from the one that is now becoming too dangerous for all mankind.

All the best,
Antonio Cerveira-Pinto
Portuguese citizen
Lisbon, Portugal.


President Barack Obama e-mail sento to me:

Antonio --

I just finished delivering my first State of the Union, and I wanted to send you a quick note.

We face big and difficult challenges. Change on the scale we seek does not come easily. But I will never accept second place for the United States of America.

That is why I called for a robust jobs bill without delay. It's why I proposed a small businesses tax credit, new investments in infrastructure, and pushed for climate legislation to create a clean energy economy.

It's why we're taking on big banks, reforming Wall Street, revitalizing our education system, increasing transparency -- and finishing the job on health insurance reform.

It's why I need your help -- because I am determined to fight to defend the middle class, and special interest lobbyists will go all out to fight us.

Help me show that the American people are ready to join this fight for the middle class -- add your name to a letter to Congress today:

http://my.barackobama.com/SOTU

We have finished a difficult year. We have come through a difficult decade. But we don't quit. I don't quit.

Let's seize this moment -- to start anew, to carry the dream forward, and to strengthen our union once more.

President Barack Obama.


OAM 678 — 28 Jan 2010  10:03