sexta-feira, abril 03, 2015

Angola exit

Aproximamo-nos doutro Momento Minsky?
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A corrida ao ouro negro angolano pode ter chegado ao fim


“Atendendo à particularidade da situação que muitos grupos portugueses vivem em Angola, nomeadamente Pequenas e Médias Empresas (PME), o Governo tomou a decisão de operacionalizar uma linha de crédito de apoio à tesouraria e fundo de maneio das empresas com uma dimensão de 500 milhões de euros, com prazo máximo de dois anos e carência de um ano”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

O ministro da Economia, Pires de Lima, explicou que cada empresa pode fazer uma utilização máxima de 1,5 milhões de euros para não ser considerada «uma ajuda de Estado», explicando que o objetivo é dar uma «almofada financeira» para as empresas poderem gerir o período que se vive em Angola, resultante da descida do preço do petróleo — in TVI24, 2 abril 2015, 13:04.

Só a TAP pode estar a ser prejudicada, na difícil reconversão de kwanzas em euros, em 40 a 96 milhões de euros por ano (1) desde que o petróleo caiu abaixo da barreira dos 75 dólares por barril e as divisas começaram a escassear em Angola.

Podemos multiplicar a repercussão desta seca de divisas por quase dez mil empresas a operar em ou com Angola, entre as quais haverá que destacar as construtoras e os gabinetes de engenharia e arquitetura portugueses que fugiram da pré-bancarrota precipitada pelos que agora querem regressar alegremente ao poder.

A linha de crédito lançada in extremis pelo governo é um sinal de alarme a que convém dar a devida atenção. Pode estar em causa o colapso de centenas de empresas portuguesas, e dificuldades acrescidas em algumas das grandes empresas e bancos do regime. Convém, pois, saber quais as empresas que recorrerão a esta corda de salvação, e como.

A procura agregada mundial começou a declinar depois de um período de redistribuição (BRICS), e responde cada vez menos aos estímulos da oferta (deflação e monetização das dívidas). Parte importante dos petrodólares e dos petroeuros terão que regressar aos respetivos países produtores de petróleo, gás natural, soja, etc. (daí a repressão dos movimentos de conversão cambial e correspondente exportação de rendimentos de trabalho e de capital), sob pena de as revoluções sociais e as guerras entre vizinhos estalarem em catadupa, varrendo boa parte das nomenclaturas que nos habituámos a considerar estáveis. Não me admiraria nada que os Estados Unidos reativassem a guerrilha em Cabinda.


NOTAS
  1. TAP condiciona venda de bilhetes em Angola
    Negócios, 27 Janeiro 2015, 16:14 por Wilson Ledo

    "A TAP realiza um voo diário entre Lisboa e Luanda. Uma viagem ida e volta entre as duas cidades, em classe turística, ronda os 1.150 euros. O ano passado, nesta rota, a companhia transportou mais de 140 mil passageiros".


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quinta-feira, abril 02, 2015

Islândia a caminho de revolução financeira

In Iceland, as in other modern market economies, the central bank controls the creation of banknotes and coins but not the creation of all money Photo: Getty Images

E se os bancos comerciais fossem proibidos de criar dinheiro?


Os casos negros do BPP, BPN e BES, e as zonas quase negras do BCP, Montepio e Caixa Geral de Depósitos, avisam-nos que a confiança nos bancos morreu, e que é preciso mudar o sistema financeiro num ponto essencial: proibir os bancos comerciais de criarem dinheiro, nomeadamente sob a forma de crédito e sob a forma de securitização de créditos e confeção de produtos financeiros complexos cujo único resultado, no final das corridas especulativas, são bolhas que rebentam, deixando pelo caminho estados insolventes, empresas na ruína, famílias no desespero e convulsões sociais na rua.

Mas então quem estaria autorizado a criar dinheiro, metálico, eletrónico, criptológico e sob a forma de crédito? Apenas os bancos centrais. No caso da UE, apenas o BCE. Os bancos comerciais e de investimento passariam a poder emprestar apenas o dinheiro criado pelos bancos centrais, e estariam proibidos de criar crédito que não resultasse diretamente das suas efetivas reservas monetárias. Por exemplo, a pirataria financeira dos LBO (Leverage Buyout), a que alguns ex-banqueiros indígenas se dedicam no nosso país, acabariam de um dia para o outro. Capiche?

Não tenhamos ilusões: o dinheiro não pode estar nas mãos de banksters!

Iceland looks at ending boom and bust with radical money plan

Icelandic government suggests removing the power of commercial banks to create money and handing it to the central bank

By AFP/ Telegraph 8:18PM BST 31 Mar 2015

[...] In Iceland, as in other modern market economies, the central bank controls the creation of banknotes and coins but not the creation of all money, which occurs as soon as a commercial bank offers a line of credit.

The central bank can only try to influence the money supply with its monetary policy tools.

Under the so-called Sovereign Money proposal, the country's central bank would become the only creator of money.

Monetary Reform
A Better Monetary System For Iceland

A Report By Frosti Sigurjonsson
Commissioned by the Prime Minister of Iceland
—in documentcloud


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Fadiga fiscal e a tentação fascista

Sem recaudação fiscal um estado não funciona, mas há limites

A fadiga fiscal é evidente. Aumentar mais a pressão fiscal é fascismo. O Estado dos rendeiros e devoristas tem que acabar.


UTAO: Receita fiscal bruta caiu no início do ano
Negócios. 01 Abril 2015, 17:35 por Rui Peres Jorge

A receita arrecadada pelos cofres das administrações públicas em Janeiro e Fevereiro está a cair 1,4% face a 2014, calculou a Unidade Técnica de Apoio Orçamental, a trabalhar no Parlamento. O resultado faz soar alarmes sobre o andamento da actividade económica e os riscos para a execução orçamental para o resto do ano. O Governo tem como meta anual um aumento da receita fiscal de perto de 5%.  

O valor avançado pela UTAO é muito diferente do comunicado pelo Ministério das Finanças no final do mês passado, o que resulta da Direcção Geral do Orçamento destacar mensalmente os valores das receitas fiscais já líquidas de reembolsos, isto é, subtraídas dos valores de impostos devolvidos aos contribuintes. Nessa métrica os impostos aumentaram 1,7%, mesmo assim abaixo da meta anual.

Em vez de perseguirem os portugueses de forma autoritária e cretina, é necessário atacar de uma vez por todas as rendas da energia e as rendas das 120 PPP, cujas taxas de rentabilidade são pornográficas.

Não nos esqueçamos que as taxas de juros bancário oscilam hoje entre valores negativos e pouco mais de 5%, enquanto os rendeiros do regime, que enfiaram os partidos do sistema, PCP incluído, no bolso, obtêm lucros garantidos na ordem dos 16%!!!

Passaram quatro anos e este Governo, nesta importantíssima matéria, e ao arrepio das recomendações da Troika, não mexeu uma palha, ou melhor, mexeu apenas numa, pra inglês ver, cedendo em tudo o resto, miserável e cobardemente, aos piratas do BES, do Grupo Mello e da Mota Engil.

Ou os portugueses se revoltam contra a corja rendeira e devorista, ou esta corja dá cabo do país, tal como canalha da mesma espécie deu cabo da Grécia.

Para não nos vermos gregos com os resultados sinistros das patifarias da nomenclatura do regime, é urgente redesenhar a nossa democracia. Temos que ser mais ambiciosos, racionais, transparentes, equilibrados e justos.

E temos que libertar a sociedade e a economia do espartilho fatal formado pelo conluio burocrático entre banqueiros falidos e criminosos, oligopólios indecorosos, partidos oportunistas e um Estado mais tentacular que nunca.


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As empresas temem bancos e estado

Monty Python—The Meaning of Life (8/11) Movie CLIP - The Penis Song (1983)

O Hiper-Estado atual vive em simbiose com a Banca. Fujam dos dois!


Empresas querem mais mudanças no Estado e na banca
Negócios, 01 Abril 2015, 23:28 por Rui Peres Jorge

O FMI inquiriu as empresas sobre o impacto das reformas dos últimos anos e as prioridades. Resultados apontam para um balanço relativamente positivo no mercado de trabalho e muita preocupação com bancos, justiça e pagamentos do Estado.

As empresas estão naturalmente preocupadas com as alianças oportunistas e frequentemente criminosas entre o estado populista e neocorporativo que temos, onde os partidos políticos, os banqueiros e o resto dos rendeiros e devoristas se sentam diariamente à mesa do orçamento para repartirem entre si o que sugam aos indígenas através da protofascismo fiscal instalado. Na realidade, é fundamental reduzir esta corja de abutres e parasitas a uma dimensão ecológica sustentável, sob pena de o organismo social morrer exangue nas ruas, nos sótãos sem luz, nem água, nas fábricas e nos campos. Está na altura de promover uma mudança radical nas estruturas democráticas que temos. Digo 'revolução', porque os paninhos quentes secaram.

A decadência é um fenómeno lento e cumulativo, mas no fim, sempre explosivo. As duas sequências de The Meaning of Life, de Monty Python, aqui reproduzidas —The Penis Song e Mr. Creosote—, são uma ilustração hilariante e contundente do inevitável destino das bolhas arrogantes da especulação.


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quarta-feira, abril 01, 2015

O desespero previsto da TAP


Cantiga Esteves revela o óbvio: a TAP está irremediavelmente insolvente

Quantas vezes alertámos para a insustentabilidade financeira da TAP?


Cantiga Esteves: "Há desespero completo de tesouraria" na TAP
Negócios, 01 Abril 2015, 11:35 por Maria João Babo

O presidente da comissão especial de acompanhamento da privatização da TAP, Cantiga Esteves, sublinhou esta quarta-feira, 1 de Abril, na comissão parlamentar de economia e obras públicas que "é urgentíssimo a capitalização" da TAP, já que "o que pode estar em causa é a sobrevivência da empresa".

O responsável frisou que "há desespero completo de tesouraria", numa empresa que "factura dois mil milhões de euros e tem um free cash flow de dois milhões". "É absolutamente agonizante, é viver minuto a minuto a dificuldade de tesouraria ", disse.

A prioridade que o caderno de encargos da privatização da TAP dá é a capitalização da empresa, que é o primeiro critério de avaliação, "revela o urgente que é".

Basta pesquisar a palavra TAP neste blog para constatar quantas vezes alertámos para a gestão ruinosa da companhia e para a falta de transparência de todo o processo que conduziu à situação atual. O colapso iminente é da inteira responsabilidade da classe política dominante: do PCP aos partidos que foram governo desde que Fernando Pinto, há mais de quatorze anos, transitou da falida Varig para a TAP, com a missão de proceder à privatização da companhia aérea portuguesa!

Mas é preciso ir mais longe: quem endividou a TAP? Que negócio embrulhado foi a compra da VEM, hoje TAP Maintenance & Engineering, à falida Varig, onde até Stanley Ho e a sua GEO Capital, cuja Mesa da Assembleia Geral é presidida por António de Almeida Santos, estiveram metidos?

Que negócio embrulhado foi a compra da PGA ao BES, por 140 milhões de euros?

Porque não se reestruturou a TAP quando se percebeu que o modelo Low Cost vinha para ficar?

Suspeito que os 600 milhões de euros do BEI previstos para financiar a linha ferroviária Poceirão-Caia foram desviados--via Parpública/Sérgio Monteiro-- para a TAP. Proveito? Nenhum. Comprometeu-se a via férrea e aumentou-se o buraco financeiro da TAP!

Segundo o gaúcho Fernando Pinto a TAP não pára de crescer. Se é assim, não faltarão interessados na a compra da empresa.


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E Portugal, já pediu adesão ao AIIB?

Parece que o mundo inteiro está farto da América 

 


A desdolarização acaba de ultrapassar um limiar histórico: mais de 46 países, incluindo a Rússia, Alemanha, Suíça, Reino Unido, Luxemburgo, Arábia Saudita, Índia, Turquia, Brasil e Austrália, ou já fazem parte ou pediram para fazer parte do grupo de países fundadores do AIBB—Asian Infrastructure Investment Bank, uma espécie de sucedâneo menos predador do Banco Mundial.

E Portugal, depois de a Espanha já ter enviado o seu pedido de adesão, de que está à espera? Será esta a carta que António Costa levará no bolso para entregar em Pequim, durante a sua extemporânea viagem à China?

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ÚLTIMA HORA

Então não é que Portugal pediu mesmo a adesão ao AIIB! O António Maria pergunta: quando foi que o pedido seguiu para Beijing, antes ou depois da publicação deste post?

A verdade é que este post é da passada terça-feira, e o comunicado da Agência Xinhua é do dia 1 de abril, quarta feira, e o governo português, até agora, disse népias! A LUSA só hoje deu notícia do pedido de adesão.

Portugal, Iceland apply to AIIB
English.news.cn   2015-04-01 23:50:42     [More]

BEIJING, April 1 (Xinhua) -- China on Wednesday welcomed the application of Portugal to join the Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB) as a founding member.

A statement from the Ministry of Finance said Portugal officially sent its written application to China on Tuesday, the deadline for countries to apply to become AIIB founding members.
Portugal aderiu ao novo banco internacional proposto pela China
IOL, 2 de abril, 8:52

O Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB), anunciou a agência noticiosa chinesa Xinhua na quarta-feira à noite.

«Portugal enviou oficialmente o seu pedido escrito de adesão à China na terça-feira, o último dia do prazo para solicitar o estatuto de membro fundador do AIIB», disse a Xinhua cerca da meia-noite (15:00 em Lisboa), citando um comunicado do Ministério das Finanças chinês.

Atualização: 2 abril 2015, 11:00 WET

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segunda-feira, março 30, 2015

Executar hipotecas imobiliárias? Nem pensar!



Susan Rodolfi at her home in Miami in February. Credit Ryan Stone for The New York Times


Se ao menos a nossa esquerda tivesse neurónios!


Aconteceu na América: milhares de execuções de hipotecas têm prescrito por excesso de demora nos processos judiciais. Ao fim de 5 anos sem pagar rendas milhares de norte-americanos não só não serão expulsos das suas casas, como não terão que pagar as rendas em falta. A isto devemos chamar SUBLIMAÇÃO DO CAPITALISMO, uma metamorfose bem mais deliciosa e elegante do que as ditaduras capitalistas de estado, russa ou chinesa. Algo que deveríamos ensinar à Caixa Geral Depósitos, sempre muito forte com os fracos, e rastejante com os fortes. Idem para a restante banca corrupta que temos!

Num estado de direito, o Direito, se for bem usado, serve para muita coisa, nomeadamente para evitar os colapsos sociais. Tem sido assim que, por exemplo, apesar da globalização, o Japão continua a ser o país comercialmente mais protecionista do planeta.

Basta saber trabalhar com as leis, estúpido!

Foreclosure to Home Free, as 5-Year Clock Expires

By MICHAEL CORKERYMARCH 29, 2015

MIAMI — In September, Susan Rodolfi celebrated an unusual anniversary: five years of missed mortgage payments.

She is like a ghost of the housing market’s painful past, one of thousands of Americans who have skipped years of mortgage payments and are still living in their homes.

Now a legal quirk could bring a surreal ending to her foreclosure case and many others around the country: They may get to keep their homes without ever having to pay another dime.

The reason, lawyers for homeowners argue, is that the cases have dragged on too long.

There are tens of thousands of homeowners who have missed more than five years of mortgage payments, many of them clustered in states like Florida, New Jersey and New York, where lenders must get judges to sign off on foreclosures.

However, in a growing number of foreclosure cases filed when home prices collapsed during the financial crisis, lenders may never be able to seize the homes because the state statutes of limitations have been exceeded, according to interviews with housing lawyers and a review of state and federal court decisions.

Read more @ The New York Times


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