terça-feira, novembro 25, 2014

E agora Costa? Não se demite?

Sócrates festeja eleição de Costa para a CML

Em Política o que parece é


“Eu disse-vos que a partir de Setembro eles não se iam aguentar, e não se aguentam.” A justificação para a queda do Governo, afirmou, está no “envolvimento do primeiro-ministro em coisas graves de carácter económico, e não só” — Mário Soares (Público, 24 set 2014)

A prisão preventiva do antigo, polémico e autoritário primeiro ministro José Sócrates enquanto suspeito da autoria de crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção faz necessariamente implodir a estratégia de poder por ele mesmo desenhada em colaboração com Mário Soares e António Almeida Santos, da qual fez parte a remoção de António José Seguro do lugar que ocupava e a sua substituição, depois de uma farsa eleitoral de tipo coreano, pelo seu sargento-ajudante António Costa, autarca de uma cidade falida e que mete água por todos os lados chamada Lisboa.

Houve, percebe-se agora, algo que falhou e que falhou fatalmente. O que foi, então?

A campanha para derrubar Tozé Seguro persistiu e acabou por dar resultados. Há precisamente um ano atrás Mário Soares pedia também a demissão de Cavaco e de Pedro Passos Coelho — nada mais, nada menos, do que o presidente da república e o primeiro ministro. O objetivo era claro: derrubar e remover de qualquer maneira —nem que fosse através dum golpe de estado— as jovens cúpulas do PS e as jovens cúpulas do PSD, fazer cair o governo e, por fim, preparar o regresso de José Sócrates ao poder, numa primeira fase, mobilizando as suas tropas, mais tarde, apresentando-se a candidato à presidência da república!

José Sócrates ocupou, enquanto sonhava, um posto de comando virtual na RTP, mantendo vários dos seus antigos ministros, secretários de estado, deputados e autarcas em formação unida contra o governo, mas sobretudo contra António José Seguro.

Não deixa de ser curiosa a insistência e a pressa de Soares, as quais acabariam por forçar António Costa ao confronto com Seguro. Mas porquê setembro?

Talvez o antigo Procurador Geral da República saiba.

Com a morte judicial do mitómano Sócrates toda a estratégia, de que António Costa era apenas um executor titubeante e sem ideias, mas gozando da benevolência e atração erótica que a 'esquerda', por mais estúpida, irresponsável e corrupta que seja, exerce sobre a falhada intelectualidade indígena, colapsa — obviamente.

O Partido Socialista encontra-se, pois, numa encruzilhada de vida: ou Costa percebe a gravidade da situação e se demite, abrindo caminho a uma nova liderança socialista, sem a dislexia de António José Seguro, mas também expurgada da ganga socratina e soarista, ou iremos assistir a coisas muito feias daqui para a frente.

A Esquerda portuguesa está numa encruzilhada da qual poderá resultar um processo rápido de fragmentação/reconstituição ou, se prevalecer a ambição cega e o desespero, uma mais do que provável dispersão e afastamento do famoso arco da governação.

Álvaro Beleza deveria falar com Pedro Nuno Santos, e os dois, por sua vez, deveriam falar com Ana Drago, Mariana Mortágua e Rui Tavares. Talvez assim a coisa ainda se salve. De contrário, será uma corrida lémures em direção ao precipício.

PS: a menina Isabel Moreira deverá ser mantida prudentemente ao largo deste processo.

segunda-feira, novembro 24, 2014

Crimes e prejuízos


20 milhões são uma ninharia; 1% de 12 mil milhões seriam 120 milhões...


Convém recordar que o maior crime de todos foi levar o país à pré-bancarrota, nomeadamente com os negócios de grande corrupção em volta das PPP (autoestradas, barragens, etc.) e das privatizações.

Sempre se ouviu dizer que uma parte das comissões vão diretamente para os partidos a que pertence o angariador. Neste caso, já alguém investigou o badalado fundo de investimento que o PS terá na Holanda? Teve, ou não teve? Tem, ou não tem? Se tem de onde veio o dinheiro?

Os avisos foram feitos inúmeras vezes, pelo menos desde março de 2007 (Anjo caído), mas ninguém quis prestar a devida atenção. O resultado está à vista.  Os ratos, a começar pelos famosos advogados de Sócrates, fogem como piratas sobreviventes que são. Já tinham, aliás, fugido do Ricardo. Não deixa de ser revelador.

Transcrevemos a seguir parte do notável testemunho de um jornalista íntegro sobre este triste assunto.

É legítimo supor
José Gomes Ferreira
9:08 Segunda feira, 24 de novembro de 2014

A propósito da detenção de José Sócrates, recordo por estes dias vários momentos da vida política do país e do exercício do jornalismo em Portugal.
5 de Janeiro de 2009.

No final do primeiro mandato e já em ano de eleições legislativas, o primeiro Ministro aceita dar uma entrevista televisiva à SIC, conduzida por mim e por Ricardo Costa.

No decurso da conversa tensa, crispada, José Sócrates é confrontado com um gráfico do próprio orçamento de Estado de 2009, que mostra o verdadeiro impacto das sete novas subconcessões rodoviárias em regime de parceria público privada: a conta a cargo do contribuinte é astronómica, mas só comecará a ser paga... em 2014.

A reação do político é de surpresa desagradável, de falta de argumentos rápidos, pela primeira vez em muitos momentos de confronto jornalístico com a realidade das políticas que estavam a ser lançadas como "as melhores para o país", sem alternativa válida. Na mesma entrevista, Ricardo Costa questiona o então primeiro Ministro sobre o verdadeiro impacto da política para o setor energético, que estava a invadir a paisagem com milhares de "ventoinhas" eólicas. A reação evoluiu da surpresa negativa para a agressividade.

No balanço dessa entrevista, boa parte do país "bem pensante" insurgiu-se contra... os jornalistas. Os nomes que então nos chamaram estão ainda na internet, basta fazer uma pesquisa rápida.

Nesse ano de 2009, o Governo tinha lançado um pacote de estímulo à economia no valor de dois mil milhões de euros - obtidos a crédito no exterior porque nem Estado nem privados tinham já poupança interna suficiente. A maior parte do mega-investimento foi aplicada na renovação de escolas através da Parque Escolar. Uma crise decorrente de um brutal endividamento combatia-se com mais dívida.

No ano anterior, a Estradas de Portugal tinham visto os seus estatutos alterados por iniciativa do Governo. Passava a ser uma entidade com toda a liberdade para se endividar diretamente, sem limite. Ao então primeiro Ministro, ao Ministro da tutela, ao secretário de Estado das obras públicas, perguntei muitas vezes em público se sabiam o que estavam a fazer. E fui publicamente contestado por andar a "puxar o país para baixo".

Em 2007, o então Ministro da Economia cedia por 700 milhões de euros a extensão da exploração de dezenas de barragens por mais 15 a 25 anos à EDP. Os próprios relatórios dos bancos de investimento valorizavam na altura esta extensão em mais de dois mil milhões de euros.

A meados de 2009 começa a ouvir-se falar do interesse da PT em comprar a TVI. O negócio é justificado pela administração da empresa como uma necessidade de as operadoras de telecomunicações, distribuidoras de conteúdos avançarem para o controlo da produção desses mesmos conteúdos.

Por aquela altura, já os casos, dos projetos da Cova da Beira, da licenciatura duvidosa e das alegadas luvas no Freeport faziam as páginas dos jornais e aberturas nas televisões.

Por aquela altura, o jornalista e gestor Luís Marques, dizia-me que era uma vergonha nacional Portugal ter um primeiro Ministro com indícios de ser corrupto. E que a nível internacional isso também já era notado.

[...]

O tempo, esse grande clarificador, faz sempre o seu trabalho.

A suspeita materializa-se agora sob a forma de detenção e prolongado interrogatório. A imprensa, desde sempre acusada de conspiração, destapa agora indícios de inquietantes de conluios com recetadores e correios de verbas muito avultadas.

Só se surpreende quem não quis ver os sinais.

É legítimo supor que mais investigações levarão a mais resultados. É legítimo perguntar porque é que no ano 2010 aparecem 20 milhões de euros na conta de um amigo na UBS, na Suíça. E é legítimo lembrar que em Julho desse ano a PT vendeu a Vivo à Telefónica por 7.500 milhões de euros. E é legítimo imaginar que negócios desse tipo requeiram "facilitadores".
Face ao que aconteceu na história recente deste país, é legítimo a um jornalista e a qualquer cidadão interrogar-se sobre tudo isto e muito mais.

E é extraordinário ver que a maior parte do tempo de debate sobre esta mediática detenção é gasta em condenações à maneira de atuar das autoridades judiciais. como se fosse dever dos investigadores convidarem o suspeito para uma conversa amena num agradável bar de hotel, por ter ocupado o cargo que ocupou.

Não, o que está a acontecer em Portugal, com a queda do Grupo Espírito Santo e de Ricardo Salgado, as detenções de altos funcionários públicos no caso dos Vistos Gold e a detenção de José Sócrates, não é uma desgraça: é a Grande Clarificação do Regime, a derrocada do Crony Capitalism, o capitalismo lusitano dos favores e do compadrio.

É revoltante saber que o Parlamento aprovou sem hesitar todos os regimes especiais de regularização tributária, os RERT I, II e III, quando sabiam que a respetiva formulação jurídica iria apagar todos os crimes fiscais associados à repatriação do dinheiro de origem obscura que tinha sido posto lá fora. Os deputados foram previamente avisados desse gigantesco efeito de "esponja" pelos mesmos altos responsáveis tributários que me avisaram a mim...
Os mesmos RERT que passaram uma esponja sobre as verbas de Ricardo Salgado e as do recetador agora identificado no caso do ex-primeiro Ministro.

Sim, o Parlamento continua lamentavelmente a ser a mesma central de interesses.

Mas há esperança. Tal como o país está a mudar, o Parlamento também há de mudar.

A nós, cidadãos e jornalistas, assiste o direito de fazer perguntas, face a sinais estranhos que alguns políticos insistem em transmitir.

Face a esses sinais, é legítimo supor.

Ler mais no Expresso

domingo, novembro 23, 2014

Bloco de nada

Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda
Foto©Paulete Matos

O que falta ao Bloco que o Podemos tem?


Miguel Portas “A renovação do Bloco tem de passar pela saída dos quatro fundadores”
i, 22-06-2011 08:21

Em 2009 cheguei a acreditar que o Bloco de Esquerda num vaipe de inteligência estratégica iria crescer com a energia da juventude de parte substancial dos seus entusiastas e o abandono dos esqueletos leninistas, estalinistas e trotskistas dos seus fundadores. Pensei mesmo que os bloquistas, aproveitando o desastre da governação pirata de José Sócrates, iriam ameaçar a hegemonia rentista e devorista do Bloco Central alargado (PS, PSD, CDS/PP), atraindo o eleitorado sincero e honesto do Partido Socialista nas eleições que se seguiram à queda ruinosa do governo Sócrates. Enganei-me.

Em 2011, a falta de credibilidade escancarada pelo Bloco de Esquerda na sequência da sua atuação desastrosa relativamente ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), recusando-se liminarmente a sentar-se à mesa com a Troika, daí resultando uma pesada derrota eleitoral e a subsequente fragmentação partidária, que prossegue a toda a velocidade, fez-me regressar à análise anterior sobre o bloqueio genético deste armário de cadáveres adiados do marxismo-leninismo: enquanto os seus fundadores e acólitos não se reformarem, dando lugar ao que o Bloco tem de melhor —a sua juventude— este pequeno partido, tal  como o PCP tem sido, continuará a ser parte do lastro burocrático que tem vindo a afundar o país, independetemente das suas hipócritas e cada vez mais lunáticas profissões de fé ideológica.

Só há lugar para mais liberdade, para mais democracia, para mais transparência, para a defesa intransigente do estado de direito, para a soberania social sobre os recursos naturais estratégicos, e os não renováveis, e para menos burocracia de qualquer espécie. Tudo o resto deve ficar em segundo plano diante destas exigências cruciais. Sobretudo as ortodoxias, quase todas reprovadas pela História e por milhões de vítimas inocentes.

A ideologia marxista orginal nasceu no início da Revolução Industrial, uma revolução alimentada por sucessivas vagas de energia barata (carvão, petróleo e gás natural) que permitiu duzentos anos de crescimento rápido e inflação, mas que está a chegar ao fim. Não serão, pois, os cadáveres revisionistas de Marx que poderão inspirar-nos!

Miguel Portas colocou o dedo na ferida quando disse que os fundadores do Bloco deveriam afastar-se e dar lugar aos novos. Pelo que vemos, esta simples medida de higiene ideológica continua por aplicar, e a gangrena do estalinismo espalha-se corroendo o sonho de muitos.

O Bloco, tal como o espanhol Podemos, é um movimento de juventude. Mas, ao contrário do Podemos, está há demasiado tempo sentado no parlamento burguês sem nada fazer de fundamental. O resultado está à vista. Pablo Iglesias terá certamente sentido um calafrio depois de observar mais de perto o que acontece a um partido que não sabe ultrapassar o dogmatismo ideológico e o irrealismo político e ao mesmo tempo permanece sentado nos mesmos sofás da nomenclatura, participando, ainda que micrologicamente, nos processos de poder, respirando os aromas que os privilégios deste sempre exalam.

A implosão do Bloco abriu entretanto espaço político e eleitoral a novas propostas eleitorais, sobretudo assentes na denúncia da corrupção do regime e na rejeição dos irrealismos demagógicos que há décadas apanham a boleia dos privilégios e dos impostos, mas nada produzem que se veja.

Movimentos recentes, tais como o Partido Democrático Republicano, ou o Nós-Cidadãos, ocuparão inexoravelmente o vazio criado por todo um regime neocorporativo, populista e partidocrata que traiu as expetativas e já nada tem para oferecer, além de mais austeridade, corrupção e demagogia barata.

Será que a gente nova do Bloco, como a Mariana Mortágua ou a Catarina Martins, e outros que entretanto já abandonaram as coutadas do maoista Fazenda, do trotskista Louçã, e dos ex-PCP, serão ainda capazes de salvar uma jangada claramente à deriva?

Este regime acabou



Sem uma terceira força parlamentar a gangrena continuará a crescer


Este regime, na realidade, já morreu. Falta tão só abrir os caixões e preparar o funeral. Serão as próximas eleições o momento certo do enterro, ou por urgência de higiene pública é forçoso acelerar os preparativos?

Esta deve ser a pergunta que Cavaco Silva, neste momento, faz a si próprio:
—se quero um novo Bloco Central (Passos Coelho-António Costa) para me salvar e salvar a honra do convento, então esta prisão do Sócrates veio atrapalhar tudo e quase todos. Antecipar eleições nestas circunstâncias poderia originar uma dinâmica explosiva de tumultos urbanos, dando por esta via razão aos milhões de portugueses que deixaram de votar no regime, mas que poderão estar disponíveis para eleger uma espécie de Podemos lusitano, o qual, na ocorrência, só poderá chamar-se António Marinho e Pinto e Partido Democrático Republicano (1);
— se, por outro lado, decido manter a data prevista das próximas Legislativas, dando cumprimento ao que diz a Constituição e as leis aplicáveis, não sei quem estará ainda de pé e livre para disputar as próximas eleições. O mais provável é que tanto o PSD, como o PS, já para não falar do PCP e do Bloco, percam no conjunto mais de um milhão de votos, e que o mar de abstenção se transforme num maremoto capaz de varrer de vez este regime. A menos que... apareça mesmo uma terceira força parlamentar com dimensão e jeito para compor o brinquedo da democracia num país a que escasseiam cada vez mais recursos económicos, financeiros e sobretudo morais para a manter.

O processo judicial abertamente escancarado com a prisão do ex-primeiro ministro José Sócrates, num país clubista, indigente, mal formado, corporativo e corrupto como o nosso é, ainda por cima falido, isto é, sem possibilidades objetivas de continuar a alimentar uma mole imensa de criaturas que nada produz e há décadas vive da redistribuição burocrática e partidária da riqueza confiscada a quem trabalha ou simplesmente juntou alguma poupança, ou que tem sido emprestada por credores externos, corre o risco sério de precipitar um súbito colapso do regime, em vez da sua metamorfose ordenada, na qual teriam que estar forçosamente previstas, por um lado, a substituição das gerações no poder político, económico e financeiro do país e, por outro, a alteração do xadrez parlamentar há muito acantonado entre a endogamia corrupta do Bloco Central (PS-PSD-CDS/PP) e a impotência sectária dos estalinistas e trotskistas que compõem o PCP e o dito Bloco de Esquerda.

Eu preferiria ver os movimentos da nova cidadania digital amadurecerem ao ponto de serem capazes de precipitar a criação de um novo Partido Democrata, lúcido, criativo, ponderado e decidido a mudar de alto a baixo a nossa democracia, preservando e aprofundando o seu legado positivo —a liberdade, a democracia e o estado de direito—, mas avançando rapidamente para um regime mais participativo, transparente e responsável.

Haverá tempo para uma reestruturação ordenada do regime?

O perigo de nos estamparmos numa curva apertada, que pode ser o modo como o caso de polícia com o antigo PM for conduzido, ou a crise instalada no Partido Socialista, ou as próximas Legislativas, é real.

A gangrena que atinge a nomenclatura do regime, a corja de rendeiros e devoristas que o conduziram à pré-bancarrota, é incurável. Só mesmo uma terceira força, que queremos mais democrática e transparente, poderá reconduzir as águas revoltas da nossa democracia a uma nova tranquilidade. Isto, claro, se os monstros corporativos da direita, que não deixaram de povoar o imaginário lusitano, não voltarem a despertar, uma vez mais, em desespero de causa.


POST SCRIPTUM

António Marinho e Pinto perdeu uma boa oportunidade para estar calado quando se pronunciou sobre a detenção de José Sócrates, arremetendo, como se ainda fosse Bastonário, contra Procuradores e Juízes. Quem decide, afinal, se os magistrados podem ou não ser 'humilhados' como José Sócrates? Não são os magistrados, pois não?

NOTAS
  1. Um partido em fase de legalização que tem sido reprimido pela imprensa indigente e desmiolada que temos, bem como pela corrupta indústria das sondagens que por aí anda e mente estatisticamente.

Atualização: 24 nov 2014, 20:56 WET

José Sócrates e as tentações de Santo Antão

Lovis Corinth. Tentações de Santo Antão (1908)

A maldição de Santo Antão da Barca


Consta que há uma lenda em Santo Antão da Barca segundo a qual quem afronta o princípio filosófico da pobreza do Anacoreta egípcio e pai de todos os santos, Antão do Deserto, é severamente punido, sobretudo se o pecado for a soberba e a luxúria.

A verdade é que desde que José Sócrates, António Mexia, Manuel Pinho e o então presidente da câmara de Torre de Moncorvo, Aires Ferreira, confraternizaram em nome da destruição do Rio Sabor, para nele mandarem edificar uma barragem inútil (ver vídeo), o referido autarca do PS matou a mulher e suicidou-se, Manuel Pinho viu a sua vida andar para trás desde a cena dos chifres na AR até ao humilhante downsizing do seu vencimento no ex-BES, e José Sócrates foi preso no dia 21 de novembro de 2014 sob suspeita de vários crimes de corrupção. Só falta a Mexia ter que explicar a trapalhada das barragens e a compra das ventoinhas à Goldman Sachs para ser severamente atingido pela maldição do Eremita cuja imagem foi roubada do sítio onde esteve mais de duzentos anos, e a capela em sua homenagem removida do lugar e do caminho histórico de Santiago.

Só há corrupção se a política deixar

As pessoas têm que perceber uma realidade simples: não há corrupção, pelo menos na escala pandémica que atingiu o nosso país, que não seja fruto da própria política.

Nas ditaduras a corrupção é controlada policialmente pelos corruptos que são poder, determinando quem pode e quem não pode partilhar o saque dos cidadãos.

Em democracia, porém, a corrupção em larga escala só funciona sem problemas se houver muita riqueza para distribuir, ou seja, se houver riqueza suficiente para alimentar ao mesmo tempo a pequena corrupção que alastra a 25% ou mais da população, e a grande corrupção promovida por menos de 0,1% da população, normalmente distribuida por três setores: políticos, banqueiros e empresas piratas. Quando, porém, a economia entra num ciclo recessivo prolongado, a lógica da corrupção em democracia colapsa, pois deixa de haver margem para tal. A austeridade e o desemprego fustigam progressivamente mais de 90% da população, as classes médias são ameaçadas de extinção ou metamorfose dolorosa e, por fim, as próprias elites vêm-se envolvidas numa guerra fratricida incontrolável. É o que está neste momento a acontecer.

Ciclicamente a história parece repetir-se, com laivos bíblicos e até mitológicos.

Santo Antão da Barca foi levado por ladrões

Santo Antão da Barca foi roubado do seu altar onde se encontrava há pelo menos duzentos anos.

[...]

O Santuário de Santo Antão da Barca ainda nos dias de hoje possui um grande significado religioso, etnográfico e cultural, mas é nos finais do século XIX e durante quase todo o século XX que o sítio granjeia um significado especial entre a população que vive nas aldeias implantadas nas imediações do vale do Baixo Sabor.

Esta importância cultural, etnográfica, religiosa e social foi mesmo invocada pelos ambientalista e todos aqueles que se opõem à construção de uma barragem no rio Sabor, como mais um argumento para ajudar a obstar a sua construção.

O santo foi roubado após o arrombamento das portas, que tudo indica, foram forçadas com um pé de cabra.

As autoridades policiais já estão a investigar o furto.

Notícias do Nordeste, 13/6/2007
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Obras da EDP impedem festividades de Santo Antão da Barca junto ao rio Sabor

Alfândega da Fé, 14 jun (Lusa) - A presidente da Câmara de Alfândega da Fé anunciou hoje que o atraso na trasladação do santuário de Santo Antão da Barca levará a que as tradicionais festas de setembro não tenham lugar naquele templo.

O santuário situado na margem direita do rio Sabor, está a ser transferido para nova localização pela EDP, dado que o seu local tradicional vai ficar submerso após a conclusão da barragem do Baixo Sabor.

Visão, 10:06 Sexta feira, 14 de Junho de 2013
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Memorial perpetuará Santuário de Santo Antão da Barca

D. José Cordeiro presidiu esta tarde à bênção do memorial - uma cruz aberta, em granito - que perpetuará a memória do espaço que acolheu, ao longo de mais de 200 anos, uma das maiores romarias da região transmontana – o santuário de Santo Antão da Barca, espaço que vai ficar submerso pela barragem do Sabor.

RR, 17-01-2014 18:18
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sábado, novembro 22, 2014

Tiro no porta-aviões 'socialista'

José Sócrates à saída do DCIAP - 22 nov 2014 01:19 WET.
Foto: câmara CMTV

E agora Costa? 


Por algo Soares tinha tanta pressa no derrube de Seguro e deste governo!

Havia demasiados indícios para que a Justiça nada fizesse. As tropelias dentro do PS cheiravam mal desde que Mário Soares traçara como objetivo principal derrubar o Tozé e derrubar este governo de qualquer maneira. O colapso do GES/BES foi a porta do grande dique da corrupção que se abriu.

Esperamos notícias sobre o cabotino Mexia e sobre o negócio aqui descrito e várias vezes denunciado do financiamento das novas barragens no tempo de José Sócrates. A EDP comprou em 2007 uma grande empresa americana de energia eólica à Goldman Sachs (a Horizon Wind), em troca, supomos, de uma grande operação de financiamento 'facilitada' pela própria Goldman Sachs, da qual resultou o endividamento catastrófico da EDP, que hoje anda pelos 17-18 mil milhões de euros (daria para ter financiado 17 pontes Vasco da Gama), mas também um adiatamento de várias centenas de milhões de euros ao governo de José Sócrates (ver vídeo 1; ver vídeo 2 ; ver vídeo 3). As escandalosas e corruptas rendas da energia traduzem-se nos altos preços pagos pelas famílias e empresas portuguesas pela energia elétrica, o que, entre outros obstáculos artificiais, impedem qualquer sonho de crescimento.

Comentário em atualização...

Histórico de um pirata
  • Sócrates: Fortuna regularizada nos RERT. Felicia Cabrita, Sol
    — Pergunta: quais são as responsabilidades de Teixeira dos Santos nos RERT I e II
  • A culpa não é de Sócrates. É nossa. Helena Matos, Observador, 22/11/2014, 17:38 WET
  • PGR: "Inquérito teve origem numa comunicação bancária", Jornal de Negócios, 22 Novembro 2014, 13:55
Processo judicial em curso
  • Apontamento vídeo e declaração do juiz Carlos Alexandre, responsável por vários processos judiciais que questionam a corrupção indecorosa da classe política e económico-financeira portguesa. Data da publicação do vídeo: 7 de abril de 2012 (Youtube).

Última atualização: 23-11-2014 10:07 WET

A menina Isabel

 
Deputada portuguesa, 2014


A menina do papá é muito bem comportada!


O pai da menina Isabel chama-se Adriano Moreira e foi ex-ministro do Ultramar de Salazar entre 1961-1963, e Deputado da Assembleia da República entre 1979 e 1991, pelo CDS-PP. 


Não sabemos se o pai de Isabel Moreira é ou não um dos 257 políticos (Observador) a quem foram atribuídas, e que auferiam ainda em finais de 2013, as famosas subvenções vitalícias generosamente legisladas em casa própria pelo famoso parlamento das perdizes que é o nosso. Mas lá que parece, parece. Seria bom esclarecer a dúvida pública existente.

A putativa defesa da Constituição invocada pela estouvada deputada socratina do PS e por tantos outros cabotinos da casta partidária deste país falido até à medula transformou os funcionários públicos em párias sociais que o estado pode despedir a seu belo prazer sem sequer indemnizar, colocando-os aos milhares no limbo da chamada REQUALIFICAÇÃO, numa situação humilhante que não existe em parte alguma do sistema laboral português.

Mas isso é o povo, não é, menina Isabel?

Votem nesta corja (PS, PSD, CDS) mas depois não se queixem!


PS: a estouvada socratina confunde direitos adquiridos com legislação pirata em causa própria, a qual, por definição e justiça, há muito deveria ter sido expurgada do corpo legislativo desenhado pela cleptocracia instalada. A arrogância desta deputadazinha é proporcional à sua ignorância jurídica.

Isabel Moreira pondera enviar para o TC norma que suspende as subvenções - Expresso

Quem são os ex-políticos com subvenção vitalícia - Observador