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sexta-feira, novembro 22, 2024

António José Seguro ou um Almirante?

Foto: Rita Chantre/Global Imagens (editado)

António José Seguro assume estar a ponderar candidatura a Belém DN

António José Seguro, candidato presidencial, seria um sinal de esperança para o decadente PS, mas não tem condições para chegar a Belém.

Prefiro um almirante que saiba de submarinos e de guerra! 

E que a corja partidária passe por um período de quarentena e desinfestação. 

Para tal, precisamos dum presidente não partidário, de preferência militar, que perceba até que ponto a duração do país depende de uma renovação radical do nosso poder naval, em particular no que se refere ao que é hoje o 'mar português': mar territorial, a zona económica exclusiva, incluindo a zona contígua ao mar territorial, e a plataforma continental. Isto é o mais importante, com o decorrente desenvolvimento de conhecimento fundamental, tecnologias e projetos económicos estratégicos associados. AInda na área militar, é fundamental desenvolver nichos militares de excelência, por exemplo, no setor das tropas especiais e aviação costeira.

As discussões sobre energia e infraestruturas (aeroportos e ferrovia, nomeadamente) foram ultrapassadas nestes últimos três anos, pela invasão russa da Ucrânia, pelas ambições cada vez mais agressivas da China comunista e pelo terrorismo fundamentalista islâmico. 

Temos um mix energético razoavelmente equilibrado, que fornece um produto essencial a preços comparativamente competitivos, cuja segurança relativamente às fontes intermitentes nos é garantida pela energia nuclear espanhola e francesa.

 Por outro lado, o setor ferroviário deve orientar-se para as ligações internas onde estas forem competitivas (nomeadamente nas principais regiões urbanas do país), e para os eixos internacionais prioritários: Corunha-Faro (Corunha, Santiago, Vigo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Sanarém, Lisboa, Setúbal, Faro) e Lisboa-Madrid. As ligações internacionais deverão, porém, obedecer a critérios de interoperabilidade eficientes e competitivos, e devem ser desenhados à partida em função da concorrência existente na Europa neste domínio.

Os dados digitais e a eletrónica são o petróleo de hoje e do próximo futuro. 

Por sua vez, o carvão, o petróleo, o gás natural e a energia nuclear, da era industrial ,vão continuar, embora sob condicionamentos crescentes e a par do crescimento exponencial das energias renováveis não poluentes que não roubem aos equilíbrios ecológicos e à produtividade económica os solos ricos em água e matéria orgânica.

Em suma, é preciso uma pequena revolução democrática para mudar o nosso paradigma indolente e populista de desenvolvimento. Prioridade absoluta: segurança e defesa do 'mar português', com tudo o que esta prioridade implica nos setores estratégicos militar, económico, cognitivo e cultural.

Nota: a nova Árvore das Patacas, que é o turismo português, deve ser acarinhada, dando lugar a uma especialização que não existe, que evite a todo o custo a destruição dos destinos turísticos pela massificação e pela homogenia comercial e cultural. Precisamos, neste domínio, de diferença!

quinta-feira, novembro 07, 2024

Escreve Trump direito por linhas tortas?

Credit: Reuters (cropped)

O que preferimos ignorar por demasiado tempo, ou seja, a postura hesitante e titubeante de Biden na política internacional foi também um fator importante da derrota de Kamala Harris. 

A saída desastrosa dos Americanos do Afeganistão foi, assim, um mau prenúncio. 

Mas há mais fatores que levaram a maioria dos eleitores a votar num narcisista condenado. Por exemplo, a abertura das fronteiras a uma nova vaga de imigração em massa para um país onde as ruas de dezenas de cidades estão povoadas de tendas e automóveis onde vive gente despejada ou sem rendimentos para alugar sequer um quarto. O emprego criado e propalado como uma vitória da governação democrática é precário e mal pago, tal como na Europa, e o crescimento económico foi assimétrico. O fosso entre os muito muito muito ricos e os pobres é cada vez mais escandaloso. A gloriosa classe média americana tem vindo a ser desfeita, nomeadamente por efeito da globalização neoliberal. Neste caso, o adjetivo 'neoliberal' parece-me bem aplicado. Ironicamente, a possível correção desta desigualdade que se tornou gritante exige, por assim dizer, uma desglobalização agressiva, a qual, por sua vez, foi iniciada por Donald Trump, e tudo leva a crer que os próximos quatros anos irão tornar mais clara esta espécie de correção da divisão internacional do trabalho. Daí a China ser a grande prioridade do dito novo isolacionismo americano (o conceito é errado, mas serve para sabermos do que estamos a falar). A Alemanha, que não se preparou a tempo para a reversão da deslocalização da sua indústria para a China, está a pagar caro os seus erros de avaliação e o seu raciocínio coletivo proverbialmente quadrado. A coligação alemã colapsou ainda antes de serem conhecidos os resultados definitivos das eleições americanas!

O colapso do centro democrático é um facto na Europa, como nos Estados Unidos. Um facto preocupante, mas não creio que possa ser comparado com a década de 30 do século passado. Não vejo no horizonte uma reedição do fascismo europeu, ou de um novo McCarthy na América, mas sim uma transição dramática mundial dos paradigmas geoestratégicos, económicos e culturais ainda dominantes. Quando o desesperado Putin tenta esconder-se atrás de um muro de BRICS, em nome da resposta a dar à nova fase do Excecionalismo americano, o que fica à vista de todos é mesmo a fraqueza do chamado Eixo do Mal, isto é, da aliança dos grandes regimes despóticos e teocráticos que todavia reinam na Rússia, China e Irão, na sua tentativa de atrair para o seu campo países intermédios do Terceiro Mundo, agora rebatizados como Sul Global. Quanto mais corda dermos aos desesperados Putin, Xi e ayatollahs iranianos, mais doloroso será o restabelecimento da paz mundial, a qual será ainda uma Pax Americana, assente, uma vez mais, no controlo de todos mares: Atlântico, Pacífico, Índico e Árctico.

A prioridade de Donald Trump é, portanto, travar a China e o Irão, o que depois da invasão russa da Ucrânia, significa também calar Vladimir Putin e reduzir a Rússia à sua expressão mais simples, talvez ajudando a China a ocupar uma parte da Sibéria.

Os europeus vão ter que acordar! 

O chapéu de chuva americano não desaparecerá, mas será muito mais exigente. Países como Portugal, por exemplo, vão ter que investir a sério na sua defesa militar, como parte do esforço armamentista urgente de que a Europa necessita, para acabar com os devaneios de Vladimir Putin, em vez de continuar a permitir o bacanal da corrupção e populismo que colocou o país na mão dos credores. Serão estes, aliás, que irão forçar a próxima vaga de austeridade e alteração das prioridades da indecorosa classe política que medrou no país nos últimos 50 anos, e das avestruzes, também. Comprar armas nos mercados americano e europeu irá representar uma modificação necessária das prioridades orçamentais do país. Em vez de continuarmos a arruinar o país nos buracos negros da TAP e da ferrovia, que tal produzir armas, munições e sistemas de auxilio à guerra? Que tal apostar nas conservas, nos têxteis e calçado técnicos; na Inteligência Artificial; na medicina reconstrutiva e na reabilitação dos estropiados da guerra tendo em vista não só a guerra na Ucrânia, mas também e sobretudo a necessidade de desenvolver uma força de dissuasão europeia integrada e homogénea?

E da moral, por fim, diremos: nos Estados Unidos, tal como em Portugal, ou Bruxelas, importa mais o que um político pensa e é capaz de fazer do que os seus problemas com a Justiça.

segunda-feira, abril 16, 2018

Fui ao baú



Nunca subestime um artista independente


Tenho um baú como toda a gente, mas não costumo visitá-lo, a menos que me peçam algo sobre a minha vida ou trabalho que tenha ocorrido há mais de uma década. Hoje mesmo, para satisfazer a curiosidade de alguém, procurava determinar a data precisa do início de uma série de obras tipicamente conceptuais, a que dei o título genérico de Imagens Proposicionais. Em 1991 havia aceite o convite de Miguel Portas para participar naquela que terá sido a primeira tentativa municipal bem sucedida de promover uma exposição de arte pública na cidade de Lisboa. O que fiz então foi escolher algumas das proposições que pacientemente vinha desenhando e pintando, desde 1989, sobre folhas de papel Canson de uma cálida cor de marfim, transformando-as em enormes fachas de propaganda política. Estas viriam a ser colocadas ao longo da Rua Augusta e ruas transversais a esta. As consignas, sobre fundo vermelho, eram enigmáticas, irónicas, ou surpreendentes. Algum zelota municipal mandou por isso retirá-las. Ouvido o protesto mediático sobre o que ameaçava ser um ato de censura praticado pela geringonça sampaísta, as faixas foram repostas, menos as três ou quatro que o vento levou (justificaram-se). As frases que se seguem foram o pomo do sobressalto das esquerdas, apaziguado entretanto pelo bom senso de Miguel Portas.
  • O MUNDO SEM OS RICOS SERIA MAIS POBRE
  • O MUNDO SEM OS POBRES SERIA UMA UTOPIA
  • QUANTOS MAIS GANHAS MAIS TRABALHAS
  • OLHAR PARA TRÁS PODE CAUSAR VERTIGENS
Ao respirar o pó e os ácaros da grande caixa dos recortes de jornais surgiu então uma pérola de premonição política e cultural com mais de vinte sete anos de idade totalmente inesperada. Em 1990, eu e meu grande compincha das artes de então, Leonel Moura, convocámos e realizámos uma conferência de imprensa no Centro Nacional de Cultura, para desafiar Marcelo Rebelo de Sousa a candidatar-se-à presidência da república. É certo que a ideia foi prematura, talvez vanguardista, mas não foi uma tontice!

Aos da nova geringonça digo agora: não despejem o bebé no rio, por causa de um prato de lentilhas.

Quanto ao mais, a quem nos lê, não desesperem!

terça-feira, setembro 27, 2016

Hillary vs Trump


Venha o Diabo e escolha!


(CNN) Hillary Clinton was deemed the winner of Monday night's debate by 62% of voters who tuned in to watch, while just 27% said they thought Donald Trump had the better night, according to a CNN/ORC Poll of voters who watched the debate.

Debate inconclusivo? Ouvi-o esta madrugada. Hillary pareceu, para já, melhor treinada do que Trump. Trump é fanfarrão, não paga impostos e continua a exibir um peluche em cima do crânio, Hillary é uma falcoa perigosa, propensa às pneumonias, que ajudou a meter os Estados Unidos, o Leste Europeu e o Médio Oriente num inferno. A América precisa de uma pausa para lamber as feridas, se quiser retardar ou mesmo infletir a sua manifesta decadência económica, financeira, institucional e moral. Talvez por isto ser assim, os eleitores de um grande país onde prolifera a pobreza e o crime, acabem, no fim da campanha eleitoral, por dar a vitória a Donald Trump. Quem quer que venha a ser  o próximo boss americano, sê-lo-à depois de uma vitória tangencial sobre o adversário.

quarta-feira, janeiro 21, 2015

O próximo presidente

Marcelo, Guterres ou Vitorino, Rio, ou uma singularidade inesperada?


As sondagens, que valem o que valem, apontam claramente Marcelo Rebelo de Sousa como virtual candidato do PSD e do CDS/PP às próximas eleições presidenciais. E destacam António Guterres e António Vitorino como potenciais candidatos capazes de congregar o eleitorado de esquerda, extrema-esquerda e centro-esquerda.

O problema desta primeira sondagem e estudo eleitoral é que Marcelo perde, quer contra Guterres, quer contra Vitorino. Ou seja, não é melhor candidato que Santana, na medida em que perde, salvo se o concorrente apoiado pelas esquerdas for uma enteléquia sem espessura, nem verbo, como Sampaio da Nóvoa, ou Carvalho da Silva.

Postas as coisas nestes termos, o mais provável mesmo é que Santana Lopes anuncie a sua candidatura na qualidade de lebre, com a missão de roer a corda a Marcelo. Se o fizer, Marcelo verá as sondagens a seu favor cairem aos trambolhões, sem que Santana Lopes consiga, por sua vez, mais do que um mísero resultado, de nove ou dez por cento. Seja como for, num cenário destes, a percentagem de Marcelo recuará para menos de 40%, sendo então improvável que se candidate.

A candidatura de Pedro Santana Lopes —que ganhará mais força se ocorrer lá para abril ou maio, aumentando com a gestão do tempo a pressão sobre a indecisão de Marcelo— ajudará certamente António Guterres a decidir-se, pelo sim, ou pelo não. Se for sim, ganhará as eleições, se for não, o candidato do PS será António Vitorino, que poderá, ou não, ganhar as presidenciais. Tudo dependerá de quem tiver ganho as Legislativas, que terão lugar este ano, e com que percentagem, e ainda de quem for indigitado por Cavaco Silva para formar o próximo governo.

O futuro primeiro ministro poderá ser uma personalidade do PS, ou uma personalidade do PSD, ou até um independente apoiado por ambos os partidos, caso nenhum deles assegure uma maioria estável no parlamento. Em nenhum dos casos é de supor que Rui Rio preencha as condições para o cargo. Mas, por outro lado, parece razoável supor que este barão do norte do PSD possa in extremis candidatar-se às presidenciais, uma vez cumprida a tarefa que Santana Lopes se propôs levar a cabo, isto é, desfazer o sonho secreto, mas mal disfarçado, de Marcelo Rebelo de Sousa.

Claro que tanto António Costa, como Rui Rio, tencionam compensar com sinecura apropriada o esforço do atual Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

O namoro tórrido entre António Costa e Rui Rio provam que, sob os auspícios de Cavaco Silva, existe uma pressão enorme para reconstruir o desfeito Bloco Central de interesses, e que tal reconstrução exige uma reconciliação político-partidária ao centro, que não sofra da esquizofrenia patenteada pela atual coligação entre Paulo Portas e o PSD.

A combinação entre Costa, Cavaco e Rio é evidente. Só não percebo o que andam os paspalhos da restante esquerda a fazer. O seu silêncio é, no mínimo, igualmente oportunista e situacionista!

As coisas poderão, apesar de todo o calculismo taticista, descarrilar.

Basta, para tal, que a diarreia monetarista do BCE não tenha os efeitos esperados; basta, para tal, que as vitórias do Siryza, na Grécia, e do Podemos, em Espanha, façam aumentar exponencialmente as tensões entre o norte e o sul da União Europeia; basta, para tal, que a extrema direita, o terrorismo e a repressão continuem a galgar patamares, como tem vindo a suceder em França e na Bélgica; basta, para tal, que as guerras civis na Ucrânia e na Síria alastrem em extensão e intensidade; basta, para tal, que no nosso país o desespero social e o desemprego voltem a agravar-se, apesar dos sinais tímidos de estabilização da crise.

O sofrimento e a ansiedade que atingem mais de um milhão de portugueses não vão dissipar-se de um dia para o outro.

Boa parte dos eleitores vê com enorme desconfiança o situacionismo partidário vigente e as suas teias de interesses egoístas. A simples ideia de reconstituição do Bloco Central e em geral das pandilhas que DERAM CABO DISTO TUDO levará muitos de nós a esperar por um sinal diferente, e a desejar contribuir para o fim efetivo das más práticas que arruinaram o país, económica, social e moralmente.

O fartar vilanagem começou no tempo de António Guterres, se bem nos lembramos. O mesmo António Guterres que, quando viu como crescia o buraco negro da corrupção à sua volta, tomou a decisão de se despedir do governo, do partido e do país. O seu regresso parece, pois, improvável.

António Vitorino, por sua vez, também já se escaldou um par de vezes, e não creio que queira queimar-se de vez na presidência de um país cada vez mais dilacerado entre rendeiros falidos e devoristas desempregados que insistem em rapar o tacho vazio do Orçamento. O país precisa de caras lavadas, para acreditar.

Mas se Guterres e Vitorino acabarem por frustar, como provavelmente farão, as expectativas dos aparelhos partidários da esquerda, então Rui Rio candidatar-se-à podendo ganhar as eleições. O casamento de interesses com António Costa seria então consumado.

Mas volto à pergunta: quem quer uma reedição requentada do Bloco Central? Quem poderá desejar a reedição, em versão pelintra, de um bloco de interesses unidos apenas pelo desejo de partilhar o saque orçamental?

É neste ponto que uma singularidade política inesperada poderá ocorrer. Já pensaram nisso?

A fragmentação partidária está em curso, e a deserção eleitoral dos portugueses está longe de ter terminado. Enquanto não aparecerem vozes não contaminadas anunciando um tempo e um modo novos de fazer política e servir o país, permanecerá e crescerá um grande vazio nas urnas eleitorais à espera de ser preenchido.

POST SCRIPTUM — um leitor atento confidenciou-me que a aludida singularidade poderia chamar-se Artur Santos Silva. É um bom palpite. Mas há outros ;)

Atualização: 22 jan 2015, 14:02 WET

quinta-feira, maio 29, 2014

Abstenção ativa!

E agora, que fazer com a nova maioria absoluta?


Eleições europeias | 2014

Números
População residente: 10.562.178
Eleitores inscritos: 9.702.035 (vivos, provavelmente não serão mais de 8,7 milhões...)
Votantes: 3.283.439

Percentagens do universo eleitoral
Votantes: 33,84 %
Votos brancos e nulos: 7,47 %
Votos validamente expressos em partidos: 26,37 %
Abstenção: 66,16%
Abstenção, votos brancos e nulos: 73,63%
Se descontarmos 1 milhão de eleitores-fantasma, ainda assim estaríamos em presença de uma abstenção superior a 62%.


CONCLUSÕES (comparar resultados de 2009 e 2014 no sítio da CNE) :
  1. Marinho Pinto e MPT foram buscar os seus votos aos eleitores que em 2009 votaram no Bloco de Esquerda e no PPD/PSD.CDS-PP;
  2. O PS foi buscar a sua medíocre maioria aos eleitores que votaram em 2009 nos partidos do governo hoje em funções: PPD/PSD+CDS-PP;
  3. Os partidos políticos representaram nesta eleição pouco mais do que 1/4 dos residentes (mais concretamente: 28,76%);
  4. Quem representa os outros 3/4 do povo português?
A recomposição do sistema político português teve neste ato eleitoral um verdadeiro pontapé de saída. Mas o resultado é incerto. Tudo dependerá do crescimento eleitoral do Movimento Partido da Terra, que viu a sua votação multiplicar-se por dez nestas eleições, mas que precisará de duplicar a votação destas europeias nas próximas eleições legislativas, para que se obtenham três resultados claros:
  1. gerar uma terceira força política capaz de aliar-se ao PS para formar uma maioria pragmática de centro-esquerda, forçando ao mesmo tempo uma reestruturação profunda do centro-direita e da direita portuguesa;
  2. possibilitar uma candidatura forte de Marinho Pinto às próximas presidenciais (1);
  3. e, last but not least, impedir qualquer deriva populista, sempre possível, centrada na personalidade forte do ex-bastonário da Ordem dos Advogados.
Olhando para os resultados eleitorais ficamos a saber que tudo dependerá, afinal, do que a nova maioria absoluta nascida nestas eleições europeias —ABSTENÇÃO ATIVA!— fizer face à evolução do MPT nos próximos meses.

Recomendação ao MPT

— convoque uma grande convenção democrática para definir uma base de consenso programático para 1) responder à emergência nacional em curso e 2) lançar as bases de uma democracia participativa orientada para a transparência, eficiência, justiça e liberdade.


NOTAS
  1. Marinho e Pinto: "Foi a primeira vez que votei no MPT"
    29 Maio 2014, 09:54 por Jornal de Negócios

    "Suponho que esta tenha sido a primeira vez que votou no MPT...", questionou o jornalista do Diário de Notícias. O eurodeputado eleito foi sincero: "Foi [risos]. Foi sim. Não sei de onde lhe vem essa certeza porque o voto é secreto e eu nunca anunciei o meu sentido de voto mas é um palpite muito certo. Acertou em cheio. Nunca votei no Gonçalo Ribeiro Telles mas tenho uma grande admiração por ele."

    [...]

    Marinho e Pinto assume-se também como um homem de esquerda, assim como o partido que representa. "Os valores que defendemos – os da pessoa humana – são de esquerda", explica. "A direita privilegia mais a economia, o dinheiro e os interesses que circulam à volta do dinheiro."

    [...]

    "Acabei de entrar na política... Agora toda a gente, na rua, me fala em presidenciais... eu estou na política...", diz ao Diário de Notícias. O que significa que, "na altura própria, se for caso disso, farei as avaliações e ponderações que essa possibilidade exigirá... agora não. Agora ainda não posso dar-lhe essa resposta."

    Comentário: Marinho Pinto só será um bom candidato presidencial se o MTP se tornar, nas próximas eleições legislativas, a terceira força eleitoral do país, à frente do PCP, do CDS-PP e, obviamente, do Bloco de Esquerda.
Atualizado: 30/05/2014 19:48