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sexta-feira, novembro 07, 2014

Toma Jerónimo!


O Fundo de Resolução é a machadada final na aliança entre os rendeiros indígenas e a partidocracia que rebentou o país. Ulrich recebeu os depósitos do es-BES, mas também vai receber a fatura


Ulrich: "Eu preferia a solução do Partido Comunista que era a nacionalização" do BES
Jornal de Negócios, 07 Novembro 2014, 08:36

O banqueiro avisou que os bancos podem vir a recorrer à justiça se o prejuízo com o resgate ao BES for elevado. "Provavelmente, se o problema for muito grande, os bancos não têm outro remédio senão litigar com o Estado e o Banco de Portugal".

O BES deveria ter sido nacionalizado quando foi resgatado por 4,9 mil milhões de euros. O Governo português devia ter escolhido esta via para o Banco Espírito Santo devido a ser a mais segura para a banca nacional por não implicar riscos de prejuízos, defende o presidente executivo do BPI.
Na realidade, o que o aflito do BPI está a dizer é simples: nacionalizando o BES, a fatura dos roubos e prejuízos passava toda para o lado do rebanho manso dos contribuintes indígenas. Os portugueses, como se sabe, aguentam tudo o que se lhe põe em cima da albarda — desde que venha do governo, do estado, dos senhores doutores!

Curiosamente os ingleses fizeram o que Ulrich quer que se faça relativamente ao buraco negro do ex-BES. Um dos seus maiores bancos, o famoso Lloyds, foi nacionalizado (temporariamente, claro!) para o que contrataram o nosso rapaz Osório. Sim, nacionalizaram o banco... até que os pacóvios ingleses, escoceses e galeses paguem a fatura dos banksters da City e das ilhas piratas de sua majestade. O povo de lá adora a monarquia...

PS: já perguntei, mas ninguém responde: que negócio fez o secretário-geral da UGT, e funcionário do ex-BES, com o governo, a propósito do emprego e pensões dos trabalhadores do ex-BES? Que paz podre negociaram? Será que ainda não perceberam que se vai saber tudo, e que depois de morto e enterrado o neocorporativismo que tivemos até agora, as contas serão pedidas aos responsáveis? No Triunfo dos Porcos os porcos eram todos iguais, mas havia uns mais iguais que outros. Na democracia populista portuguesa, pelos vistos, houve quem tivesse lido o livro!

quarta-feira, agosto 13, 2014

Nem Vasco Gonçalves foi tão longe

Vasco Gonçalves, o PM que nacionalizou a banca em 1975


Por vezes confundimos a 'esquerda' com o instinto de sobrevivência do capitalismo

«(...) O BdP deliberou que o Novo Banco vai exigir aos “cônjuges, parentes ou afins em primeiro grau ou terceiro” que comprovem o direito aos fundos depositados que lhes pertencem “efectivamente”. Para isso, serão tidas em conta “as actividades profissionais das pessoas em causa, o seu grau de dependência em relação às pessoas e entidades […], o seu nível de rendimentos e o montante depositado”, esclarece o regulador. Estas provas devem ser documentadas e arquivadas “em termos que permitam o controlo e fiscalização das decisões tomadas”.

Outra das clarificações prende-se com a transferência para o Novo Banco do crédito do BES sobre a Espírito Santo Financial Group garantido pelo “penhor financeiro da Companhia de Seguros Tranquilidade”. Permanecem no BES “todos os direitos de crédito relacionados com o Grupo Espírito Santo (GES), com excepção daqueles que se incluem no perímetro de consolidação do grupo BES e daqueles que estão relacionados com seguradoras supervisionadas pelo Instituto de Seguros de Portugal”. (...)»

Público, 12/08/2014 - 10:30

É por estas e por outras que os burocratas e lobistas da dita 'esquerda' andam completamente às aranhas...

A direita mata e esfola. Que pode fazer a ridícula 'esquerda' do capitalismo de estado, burocrático e proto-fascista em matéria fiscal que temos? Marinho Pinto escusa de vir a correr para Lisboa!

Como há muito escrevemos sobre as consequências inevitáveis do buraco negro da especulação financeira que alimentou, pela via da monetização das dívidas e da expansão monetária, o capitalismo consumista e cada vez mais burocrático do Ocidente, haveria um momento em que os estados agiriam com pata pesada sobre o sistema financeiro. Tal ocorreria, como está a acontecer desde o colapso da Islândia, desde a nacionalização do Lloyds Bank, desde confisco bancário de Chipre, desde o confisco fiscal em curso em França, Itália, Grécia, Espanha, Portugal, etc., e desde a execução do BES, quando a ameaça social sobre a estabilidade sistémica dos regimes demo-populistas ultrapassasse um certo limiar. Ultrapassou.

Ao contrário dos tempos do explosivo e expansionista capitalismo industrial, que viu desenvolver os socialismos revolucionários de que a indigente esquerda atual é a herdeira oportunista em fim de linha, as correções do sistema são agora operadas por quem está no poder. Tanto faz ser um governo pseudo 'social-democrata', um governo pseudo 'liberal' ou outra coisa informe qualquer.

Vivemos num mundo complexo em transição para sociedades cognitivas avançadas que terão que mudar, de alto abaixo, o perfil cultural da economia.

O desperdício nas sociedades consumistas, burocráticas e paternalistas atuais (tanto faz serem dirigidas por 'socialistas' ou 'neoliberais') é imenso e completamente insustentável. Provavelmete teremos que caminhar mais depressa do que se supunha para uma espécie de sociedade de recursos mínimos garantidos (social flat rate society— I would say it in English) onde todas as pessoas tenham acesso gratuito, sem exceção, a recursos e consumos mínimos monitorizados — abrigo, água, alimentos, energia, transportes sociais, e realidade aumentada: tele-estado, tele-trabalho, tele-economia, tele-finanças, tele-medicina, tele-aprendizagem contínua —as palavras 'educação' e 'formação' devem ser abolidas pela sua natureza intrinsecamente paternalista e autoritária—, e tele-cultura.

Garantindo-se estes mínimos per capita, que serão calibrados diferentemente consoante os indíviduos vivam predominantemente em ambientes rurais ou urbanos, e consoante também o PIB per capita de cada país e região, desenvolver-se-ão naturalmente dois novos setores sociais: o setor coopetitivo de mercado e o setor voluntário. Dou-vos um exemplo: neste blogue escrevi voluntariamente e sem remuneração, até hoje, 1638 textos. O facto de não ter sido remunerado por este trabalho não significa que o mesmo não tenha sido realizado, ou que não contribua para o PIB nacional, ou para o setor de exportação de bens intangíveis. Alguém sabe como calcular este valor? Pois, é preciso fazer uma revolução teórica na economia!

Neste ambiente para onde caminham as sociedades avançadas, nem tudo está definido à partida. Deus não existe. Logo, a opção será entre sociedades baseadas na liberdade, na leveza institucional e na transparência, e sociedades neo-fascistas disfarçadas de democracias justiceiras com sucessivas camadas de adoçante populista e uma total manipulação das massas.  Qual queremos?

A dicotomia 'esquerda'/'direita' é uma ilusão do passado, como bem o demonstra a execução do BES.

Ou pensamos fora da caixa (ver diagrama), ou morreremos todos sufocados pelo situacionismo oportunista.

Parece pouco, mas é a única revolução por vir.


ANEXO: DIAGRAMA DA NOVA ECONOMIA


Atualização: 13/8/2014, 12:41 WET

quinta-feira, junho 19, 2014

Renacionalizar?

Vladimir Tatlin - Monumento à III Internacional
Réplica miniatura da escultura nunca construída, Royal Academy of Art, Londres, 2011. Google Images.

Aos banqueiros e outros criminosos parecidos devemos permitir que se enforquem com a corda da sua própria ganância


l'Humanité, 19 jun 2014: Les sénateurs de tous bords politiques étaient unanimes jeudi 19 juin pour dénoncer la privatisation de gestion des autoroutes faite par la droite en 2005. Ils ont cependant repoussé la proposition de loi faite par les élus communistes visant à nationaliser les sociétés concessionnaires. L’UMP, l’UDI-UC, les socialistes et le RDSE ont voté contre, appelant à une simple amélioration du système, jugé trop favorable aux groupes privés par la Cour des comptes. « La privatisation a été une erreur, mais il n’est pas possible de revenir en arrière » a déclaré le secrétaire d’Etat Kader Arif, promettant au passage une annonce du gouvernement sur l’éco-taxe pour la semaine prochaine.

Lá como cá... E no entanto, renacionalizar autoestradas, como querem os populistas do PC francês, é um disparate. Os privados que se afundem com as ditas à medida que o Pico do Petróleo for reduzindo paulatinamente o número de automóveis em circulação. Em todo o caso, o princípio da prevalência do interesse público em todos os bens estratégicos do país (água, energia, mobilidade, alimentação, cuidados básicos de saúde e segurança) deve estar claramente expresso na nossa Constituição e nas leis gerais. Mas não está, pois não?

quinta-feira, outubro 20, 2011

O colapso do PSI-20

Que tal esperar para renacionalizar?

A bolsa nacional encerrou em queda, numa sessão em que o BES desvalorizou mais de 7,8% e fixou um novo mínimo histórico — in Jornal de Negócios.

Em Setembro de 2011 uma rodela de limão já custava mais do que uma acção do BCP

Uma acção do BCP (0,16€) já não chega para pagar a rodela de limão da Coca Cola; uma acção do BPI (0,61€) já não dá para a bica; a do BES (1,57€) não paga um capuccino; e são precisas sete acções da EDP (2,38€) para comprar uma da E.ON.

Creio que o governo de Passos Coelho já não vai a tempo de ganhar o que quer que seja com as privatizações. Sugestão: espere que o PSI20 comece a pedir água, e então retome ou reforce o controlo dos sectores estratégicos da economia (energia, água, portos, aeroportos, ferrovia e banca). É o que vai acontecer no mundo!

Até lá suspenda e rejeite todos os contratos leoninos realizados contra o interesse público, ponha as empresas públicas em dieta para-militar, e despeça/encolha/substitua todos os CAs quanto antes!

Quando chegar o momento tome posições reforçadas nestes sectores, usufruindo das poupanças amealhadas com as renegociações e renúncias de PPP, CIEGs, e outros contos de vigário, e recorrendo a novos empréstimos europeus e obrigações K —os eurobonds aplicados prometidos por Durão Barroso (o K é meu, ou melhor, de Keynes ;)

De contrário, o cenário que se avizinha pode não diferir muito do da vizinha Espanha:

La privatización de AENA: en el aire tras el fracaso de Loterías. El Gobierno pide por sus dos 'joyas de la corona' hasta 18 veces el ebitda — 30/09/2011 - 08:49. Finanzas.com

La liberalización de Aena, que incluye la concesión de los aeropuertos de Barajas y El Pat y la venta a inversores privados de hasta el 49% de la matriz corre el riesgo de seguir el mismo camino que la de Loterías.

Las razones serían las mismas que han acabado con la que pretendía ser la mayor privatización de la historia de España. Esto es, un precio pretendido por el Estado demasiado caro y, sobre todo, un freno político por parte del primer partido de la oposición.
Mais sobre o que aí vem: “Fitch alerta: Bancos portugueses estão 'muito vulneráveis à evolução da dívida pública'” — Jornal de Negócios online (20-10-2011)

act. 20-10-2011 23:05

segunda-feira, abril 26, 2010

Portugal 181

Quem privatiza está falido!

Embora por razões diversas, concordo em geral com o PCP neste ponto!
É um cenário negro aquele que é traçado pelo secretário-geral do PCP caso o Governo concretize as privatizações previstas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). "Deixaria no final de 2013 o país numa situação bem pior do que aquela em que nos encontramos hoje", disse ontem Jerónimo de Sousa, acrescentando que o PEC é mesmo "uma declaração de guerra aos trabalhadores e ao povo português" — in Público.
Basta olhar para a principais economias emergentes —China, Índia, Brasil, Rússia—, ou mesmo para outros países detentores de importantes recursos naturais —Arábia Saudita, Irão, Angola, Nigéria, etc.—, ou ricos em tecnologia —Japão—, para percebermos que a moda não é privatizar, mas sim nacionalizar e manter sob domínio público (ou nacional) os principais recursos de cada país. Alienar recursos ou sectores estratégicos (1) no actual quadro de deslocação do centro de gravidade do poder económico mundial para Oriente só pode significar uma coisa: quem privatiza está falido!

Daí que antes de vender os anéis que restam, Portugal deva mesmo proceder a uma séria reforma da despesa pública e a uma diversificação estratégica ousada das suas interdependências e alianças comerciais e diplomáticas. Isto se não quiser desaparecer debaixo do tapete espanhol. A fronteira já começou a recuar em Elvas, Valença e Chaves, e não vai ficar por aqui. Se o concurso para a construção da desnecessária TTT Chelas-Barreiro não for anulado, será Madrid a ter as portagens e a chave da futura entrada do AVE (o dito TGV) em Lisboa! Se privatizarem a TAP, em vez de a reestruturarem a sangue-frio (como irá acontecer inevitavelmente), e venderam por um prato de lentilhas a ANA, e os Estaleiros de Viana do Castelo, podem ter a certeza que antes de 2020 Madrid terá alcançado todos os seus objectivos estratégicos relativamente ao nosso país (2). Os imbecis, corruptos e traidores responsáveis por tanta estupidez já pensaram bem nas consequências dos seus actos? Acham que ficarão impunes? Acham mesmo?

A obsessão paranóica de Cavaco Silva com a sua segurança pessoal ficou uma vez mais exposta recentemente. Durante o episódio rocambolesco do seu regresso de Praga a Lisboa mudou três vezes de viatura blindada, por sinal todas alemãs (Mercedes, BMW e Audi). A seguir, para visitar uma escola no problemático Bairro da Bela Vista, na república de que é presidente, montou-se um dispositivo militarizado de segurança próprio dum país em guerra civil. Quando a situação estiver realmente descontrolada, como vai ser? Reconstituem a PIDE?!

NOTAS
  1. Nem tudo deve estar nas mãos do Estado, obviamente. No entanto, num país pequeno como Portugal, as privatizações devem ser medidas com critérios de interesse público muito rigorosos e obedecer a uma visão estratégica. Ambos devem ser publicitados e discutidos democraticamente, e devem mesmo depender, em última instância, do voto referendário favorável dos portugueses.
  2. Os alertas que o António Maria tem vindo a fazer sobre a questão ibérica nada têm de desagravo aos povos de Espanha, amigos e inimigos de longa data. O nova prioridade atlântica de Madrid responde a dois problemas: o acumular lento mas inexorável das tensões nacionalistas no interior de um Estado cuja unidade formal é recente e nunca foi pacífica; e a perspectiva, desfavorável aos interesses de Espanha, mas cada vez mais realista, de uma triangulação estratégica euro asiática, com vértices em Berlim, Moscovo e Beijing, cujos flancos —Iraque, Irão, Arábia Saudita, Cáucaso, repúblicas da Ásia Central, Coreia do Sul e Japão—têm vindo a aproximar-se diplomaticamente.

    Criar ilusões a Madrid sobre um rápido acesso aos portos portugueses seria uma imprudência intolerável. Basta medir o esforço actual da indústria militar naval espanhola, e o modo como tem vindo a pretender entrar pela plataforma continental portuguesa dentro, para não nos deixarmos enganar pelos sorrisos "socialistas" de Zapatero.

    Para lá da amizade e dos casamentos, existem os interesses estratégicos das nações. Os indivíduos podem andar distraídos, mas os governos não. Estes, se forem avisados, e mesmo assim persistirem no erro, serão mais cedo ou mais tarde chamados a prestar contas — como mentecaptos, ou como  traidores.


OAM 688—26 Abril 2010 0:19 (última actualização: 10:02)

sábado, março 07, 2009

Crise Global 64

Porquê não nacionalizar?

O colapso bolsista das grandes empresas e bancos portugueses é uma evidência estatística que diz muito mais sobre as reais perspectivas dos grandes investimentos anunciados pelo governo, do que as trocas de mimos entre universitários e entre jornalistas sobre a moralidade de uma iminente nacionalização de parte substancial da banca portuguesa. Por sua vez, as operações de propaganda governamental, pela sua crescente falta de credibilidade, começam a ser irrelevantes para a evolução da conjuntura, e sobretudo para a mitigação inteligente do impacto tremendo que a actual crise sistémica do Capitalismo está a ter no nosso país.

Tenho muitas dúvidas sobre as tentativas de salvar a dedo bancos, gestores de fortunas e grandes empresas "nacionais" — nomeadamente através das tropelias anti-mercado do governo socratintas, escandalosamente expostas na forma como rasgam a ética democrática e a própria lei, no seu afã de empolar artificialmente os activos nocionais de empresas à beira da falência.

Os casos recentes da aprovação parlamentar da bateria de barragens com que a EDP e a espanhola Iberdrola pretendem controlar o sistema energético, e sobretudo as principais reservas de água doce do país, ou ainda o caso da tentativa de colocar o negócio do solar térmico obrigatório ao colo da Martifer (grupo Mota-Engil) e da Vulcano, dão bem a medida do que são capazes os piratas que nos governam. Temo, porém, que nem assim se salvem do pior.

Para termos uma ideia da gravidade da situação, basta olhar para os números que rapidamente compilei a propósito da evolução dramaticamente negativa das cotações dos principais bancos e de algumas das empresas mais relevantes do país:
  • BCP — 12 meses: 2,15 - 0,56 (-74%) -- em 2001 chegou a valer mais de 5,8 euros)
  • BES — 12 meses: 12,62 - 4,48 (-64,5%) -- em 2007 chegou a valer mais de 18 euros)
  • BPI — 12 meses: 3,64 - 1,34 (-63,2%) -- em 2007 chegou a valer mais de 6,80 euros)
  • Altri — 12 meses: 4,75 - 1,48 (-68,8%) -- em 2007 chegou a valer mais de 7,30 euros)
  • Cimpor — 12 meses: 6,20 - 3,00 euros (-51,6%)
  • Martifer — 12 meses: 9,04 - 2,65 (-70,7%)
  • Mota-Engil — 12 meses: 5,94 - 2,10 (-64,65%)
  • Soares da Costa — 12 meses: 1,91 - 0,52 (72,78%) -- em 2007 chegou a valer mais de 2,8 euros
  • Teixeira Duarte — 12 meses: 1,77 - 0,41 (-76,8%) -- em 2007 chegou a valer mais de 4,1 euros; -- perde 349 milhões no BCP e na Cimpor.
  • EDP — 12 meses: 4,22 - 2,06 (-51,2%) -- em 2001 valia 3,55 euros
    EDP Renováveis — 8 meses: 6,30 - 5,81 (-7,78%)
A fraqueza destas empresas e bancos decorre sobretudo do montante de produtos derivados especulativos e tóxicos que foram adquirindo durante a orgia bolsista e de crédito fácil que varreu da atenção das pessoas o facto de o Ocidente se ter vindo a sobre endividar ao longo dos últimos vinte anos. Ninguém esteve interessado na avaliação dos riscos sistémicos que uma tal economia de casino — cheia de esquemas Ponzi por toda a parte — comportava. Agora é tarde para reparações de pormenor. Só mesmo a nacionalização, temporária ou definitiva, de bancos e empresas poderá impedir o colapso das economias ocidentais, sobretudo as mais frágeis, como é o caso da portuguesa.

Mesmo a euforia bacoca do senhor Mexia, a propósito dos seus extraordinários êxitos na expansão da EDP, são pouco menos do que falaciosos. As acções perderam valor (mais de 50% no caso da EDP, e quase 8% nos oito meses que é cotada a EDP Renováveis) e a dívida da empresa ascende a uns astronómicos 13 890 milhões de euros!

Para se ter uma ideia de quão gigantesca é esta dívida da EDP, basta pensar que chegaria para pagar o novo aeroporto de Lisboa e respectivas acessibilidades, a nova ponte sobre o Tejo, e ainda todas as linhas de TGV anunciadas: Porto-Vigo, Porto-Lisboa e Lisboa-Madrid.

Se considerarmos, por outro lado, que uma parte muito significativa dos investimentos da EDP foram realizados nos Estados Unidos, uma economia em fase acelerada de colapso, parece-me curial suspeitar do efusivo optimismo do senhor Mexia, actual CEO do grupo. Por mim, este optimismo, regado com alguns bons milhares de euros em P&R, serviu apenas para proteger com fogo fátuo a pilhagem dos rios e a destruição anunciada de parte do Douro Vinhateiro (que a UNESCO classificou Património Mundial da Humanidade) plasmada no criminoso Plano Nacional de Barragens aprovado pelo parlamento zombie que temos. Espero que o Manuel Maria Carrilho faça alguma coisa em Paris para contrariar este novo assalto à beleza e economia insubstituíveis da grande bacia do Rio Douro.

Ao contrário das dúvidas metafísicas manifestadas pelas cabecinhas confusas dos nossos economistas mais agarrados ao sistema, nacionalizar bancos e empresas não tem nada de extraordinário, como bem sublinha Joseph Stiglitz (1) no seu comentário acutilante às medidas titubeantes com que Barak Obama pretende atacar a crise de sobre endividamento e o colapso financeiro dos Estados Unidos.

Os argumentos favoráveis a uma inadiável nacionalização parcial do sistema financeiro e económico do país são basicamente dois:
  1. não podem ser os contribuintes a pagar as aventuras especulativas e os crimes praticados na e pela banca portuguesa — não só por óbvias razões de ética democrática, mas ainda pelo simples facto de que uma tal operação de salvamento dos piratas financeiros conduziria irremediavelmente o país para um colapso fiscal, económico, político e social, ainda este ano, ou em 2010...;
  2. as potências emergentes, com grandes fundos soberanos, ouro e superavit comerciais, credores, como a China e o Japão, do Ocidente, dispõem em geral de economias e sistemas financeiros razoavelmente nacionalizados, ainda que operando segundo as regras da chamada "livre concorrência" capitalista. O primeiro, o quarto e o quinto bancos do top 10 mundial são todos chineses: Industrial & Commercial Bank of China; China Construction Bank e Bank of China. Por sua vez os sectores económicos e financeiros da Rússia, do Irão, das petro monarquias do Médio Oriente, de Angola e até do Japão, ou são claramente públicos, ou pertencem às elites do poder económico-financeiro e político que clara ou disfarçadamente mantêm um estrito controlo de propriedade e acção sobre os sectores estratégicos dos respectivos países.
O argumento da superioridade da economia liberal de mercado sobre a economia social de mercado caíu pela base (2). E a necessidade, por outro lado, pode muito!



NOTAS
  1. Stiglitz: Obama Has Confused Saving the Banks with Saving the Bankers.

    AMY GOODMAN: Should the banks be nationalized?

    JOSEPH STIGLITZ: Many of the banks clearly should be put into, you might say, conservatorship. Americans don't like to use the word "nationalization." We do it all the time. We do it every week.

    AMY GOODMAN: Explain.

    JOSEPH STIGLITZ: Well, if banks don't have enough capital so that they can meet the commitments they've made to the depositors, at the end of every week the FDIC looks at the balance sheet, and it says, "You don't have enough capital. You're not allowed to continue." And then what they do is they either find some other bank to take it over and fill in the hole, or they take it into government control—it sounds terrible, to take it into government control—and then sell it.

    And that's what other countries have done when they faced this kind of problem—the countries that have done it well. One of the important lessons is this is the kind of thing can be done well, could be done badly. And the countries that have done badly have wound up paying to restructure the bank 20, 30, 40 percent, even 50 percent of GDP. We're on our way to that kind of debacle. But that shows you how bad things can be, how costly it can be, if you don't do it well.

    -- in "Nobel Prize-Winning Economist Joseph Stiglitz: Obama Has Confused Saving the Banks with Saving the Bankers". February 25, 2009 By Joseph Stiglitz. Democracy Now.

  2. Vale a pena ver e ouvir esta hilariante crónica de Jon Stewart no The Daily Show, sobre a histeria da CNBC contra as nacionalizações dos bad banks e contra a ajuda aos afectados pelas execuções de hipotecas.

OAM 550 08-03-2009 03:22

quinta-feira, outubro 09, 2008

Crise Global 36

Que tal parar as privatizações e renacionalizar algumas empresas?

U.K. May Own 30 Percent of Big Banks in Bailout Plan

Oct. 9 (Bloomberg) -- The British government may own as much as 30 percent of four of the country's biggest banks as it doles out the 50 billion-pound ($87 billion) lifeline announced yesterday, according to analysts at Sanford C. Bernstein Ltd.


Governo islandês nacionalizou principal banco do país


08-10-2008. REYKJAVIK (AFP) — O governo da Islândia assumiu oficialmente o controle do terceiro maior banco do país, Glitnir, à beira da falência por falta de liquidez.

O governo islandês havia anunciado em 29 de setembro a nacionalização da instituição em 75%. A compra por 600 milhões de euros (818 milhões de dólares) foi uma das primeiras decisiones anunciadas por Reykjavik para evitar o colapso da economia do país, particularmente afetado pela crise financeira.

Depois do Glitnir, a Islândia decidiu na terça-feira nacionalizar o segundo maior banco do país, Landsbanki.

Além disso, o maior banco do país, Kaupthing, anunciou ter obtido um empréstimo de 500 milhões de euros (678 milhões de dólares) do Banco Central da Islândia.

U.S. May Take Ownership Stake in Banks
October 8, 2008, WASHINGTON (New York Times) — Having tried without success to unlock frozen credit markets, the Treasury Department is considering taking ownership stakes in many United States banks to try to restore confidence in the financial system, according to government officials.

Treasury officials say the just-passed $700 billion bailout bill gives them the authority to inject cash directly into banks that request it. Such a move would quickly strengthen banks’ balance sheets and, officials hope, persuade them to resume lending. In return, the law gives the Treasury the right to take ownership positions in banks, including healthy ones.

O colapso da confiança e a implosão do sistema de crédito mundial causados pelo estouro da bolha especulativa dos mercados financeiros estruturados à custa da expansão exponencial do endividamento das economias americana e europeias, entre outras -- sob o patrocínio de um casino "mafioso" (1) chamado Derivados --, tem levado à pré-falência, ou à falência mesmo, algumas das principais instituições financeiras e bancárias mundiais.

De acordo com a regra não escrita, existente entre os senhores do mundo, há instituições e nomes demasiado grandes para falir. E como tal, há que salvá-los, dê por onde der, caso ocorra alguma calamidade imprevista. A estas operações de resgate, ou salvamento, os ingleses chamam Bailout, isto é, injecções de capital. No caso do colapso em curso da maquinaria financeira neoliberal, os custos destes aumentos maciços e imparáveis de capital nos grandes bancos e instituições financeiras (mas não nas empresas, nem nos orçamentos domésticos), estão na realidade a ser suportados pelos contribuintes, nomeadamente sob a forma de paragens cardíacas dos sistemas produtivos e de consumo, de falências industriais, comerciais, domésticas e individuais, e do aumento brutal do desemprego. Ou seja, enquanto os responsáveis do presente caos económico-financeiro mundial são objecto de gigantescas operações de resgate à conta da poupança pública forçada (impostos e património acumulado), o resto da realidade social é atirada para o fosso da depressão!

Sob ameaça de uma extinção catastrófica da massa monetária que actualmente resvala para o buraco negro em que se transformou o Mercado de Derivados, o pânico de uma corrida aos bancos para levantamento das poupanças depositadas, seja em dinheiro, seja sob a forma de investimentos em fundos de pensões, está neste momento a condicionar a acção política. Com medo da quebra dos grandes piratas, os governos prometem-lhes protecção. Mas serão capazes de cumprir tal promessa? Ou, como ontem se percebeu na Islândia, os próprios Estados correm o risco de serem engolidos pelo insaciável buraco negro de um acumular de dívidas "nocionais" na ordem dos 1.144.000.000.000.000 US Dólares? (2)

Perante este cenário sombrio tem-se ouvido falar de "nacionalização" de bancos, quer no Reino Unido e outros países europeus, quer na América! Mas na realidade, o que parece estar em causa é a imediata nacionalização dos prejuízos e uma administração pública temporária das instituições falidas, para mais tarde serem devolvidas a quem as destruiu. Não creio que estejam em curso verdadeiras penhoras de propriedade malbaratada, nem processos sérios contra os salteadores do capitalismo perdido. Nacionalizações autênticas, que eu saiba, não foram até ao momento levadas a cabo.

E no entanto, o Ocidente democrático e liberal, que agora revela tão escandalosamente o declínio efectivo da sua riqueza e capacidade competitiva, tem por principais rivais estratégicos -- no plano da economia e das reservas acumuladas de capital, da demografia, da geografia e da capacidade militar -- um conjunto de países cujo segredo parece residir numa combinação inesperada e original de Capitalismo puro e duro com formas mais evoluídas e democráticas de Capitalismo de Estado. Em países como a China, a Índia, a Rússia, a Arábia Saudita, os Emiratos Árabes Unidos, o Irão, o Iraque, as repúblicas do Cáspio, Líbia, Argélia, Brasil, Angola, Venezuela, Nigéria, e até o Japão, há segmentos estratégicos da economia e da finança cuja posse e comando efectivos traduzem uma noção actualizada de "bens nacionais", cujo controlo deixou de poder estar ao alcance da "mão invisível" do mercado.

Parece assim oportuna uma discussão sobre o que é ou devem ser bens nacionais protegidos; o que tem sido e deve ser a missão administrativa do Estado no que se refere à protecção e uso dos recursos e investimentos estratégicos do país; e, por fim, se há ou não lugar e oportunidade para lançar um debate sério sobre a utilidade de reverter imediatamente os processos de privatização neoliberal em curso no nosso país, e mesmo discutir cenários de renacionalização de algumas empresas e sectores vitais da nossa economia.

O mote dado pelo PCP, que chegou tarde e pleno de ambiguidade a este debate (aqui antecipado há já algumas semanas), tal como o silêncio público oportunista do Bloco de Esquerda, devem fazer-nos pensar sobre a oportunidade e o potencial desta mesma discussão. Não creio que os termos da mesma possam, e muito menos devam, ser balizados pelo pensamento morto da "Esquerda" portuguesa. Se formos por aí, perderemos rapidamente o rumo.

É crucial evitar a ratoeira de uma discussão ideológica entre a "direita" que não temos e a "esquerda" que já foi, sobre o destino a dar aos recursos básicos do nosso país. Por aí chegaremos a lado nenhum.

Sob que condições conseguiremos evitar o declínio catastrófico do Capitalismo tal como o entendemos e vimos praticando na Europa e nos Estados Unidos desde meados do século passado? Será possível substituir a globalização neoliberal por uma globalização democrática sustentável? Haverá uma segunda oportunidade para os Estados Unidos e para a Europa? Ou seremos forçados a caminhar para uma terceira guerra mundial?



NOTAS
  1. O emprego do termo "mafioso" tem aqui um sentido preciso: refere-se ao facto de o mercado de Derivados ser na sua essência um sistema de protecção em cascata, gerador de valor fiduciário, mas onde o que se vende e compra é, descodificando todo o calão sofisticado que rodeia os seus inúmeros produtos (Sructured Investment Vehicles, Futures, Credit Default Swaps, Collateralized debt obligation, etc.), protecção!

    Esta espécie de Capitalismo esquizofrénico, onde a economia futura, tomada hoje como dívida e sobretudo como risco, supera em valor "nocional" a economia real da produção e da circulação de mercadorias e serviços, na forma de um sistema de apostas exponenciais no risco e na segurança, sugere em filigrana o esquema da economia mafiosa, toda ela assente na apropriação coerciva de mais-valias por via da venda violenta de protecção.

  2. The Invisible One Quadrillion Dollar Equation -- Asymmetric Leverage and Systemic Risk
    London, UK - 28th September 2008, 19:31 GMT (mi2g / Asymetric Threats Contingency Alliance (ATCA))

    Dear ATCA Open and Philanthropia Friends

    [Please note that the views presented by individual contributors are not necessarily representative of the views of ATCA, which is neutral. ATCA conducts collective Socratic dialogue on global opportunities and threats.]

    According to various distinguished sources including the Bank for International Settlements (BIS) in Basel, Switzerland -- the central bankers' bank -- the amount of outstanding derivatives worldwide as of December 2007 crossed USD 1.144 Quadrillion, ie, USD 1,144 Trillion. The main categories of the USD 1.144 Quadrillion derivatives market were the following:

    1. Listed credit derivatives stood at USD 548 trillion;
    2. The Over-The-Counter (OTC) derivatives stood in notional or face value at USD 596 trillion and included:

    a. Interest Rate Derivatives at about USD 393+ trillion;
    b. Credit Default Swaps at about USD 58+ trillion;
    c. Foreign Exchange Derivatives at about USD 56+ trillion;
    d. Commodity Derivatives at about USD 9 trillion;
    e. Equity Linked Derivatives at about USD 8.5 trillion; and
    f. Unallocated Derivatives at about USD 71+ trillion.

    Quadrillion? That is a number only super computing engineers and astronomers used to use, not economists and bankers! For example, the North star is "just" a couple of quadrillion miles away, ie, a few thousand trillion miles. The new "Roadrunner" supercomputer built by IBM for the US Department of Energy's Los Alamos National Laboratory has achieved a peak performance of 1.026 Peta Flop per second -- becoming the first supercomputer ever to reach this milestone. One Quadrillion Floating Point Operations (Flops) per second is 1 Peta Flop/s, ie, 1,000 Trillion Flops per second. It is estimated that all the data found on all the websites and stored on computers across the world totals more than One Exa byte of memory, ie, 1,000 Quadrillion bytes of data.

    Whilst outstanding derivatives are notional amounts until they are crystallised, actual exposure is measured by the net credit equivalent. This is normally a lower figure unless many variables plot a locus in the wrong direction simultaneously. This could be because of catastrophic unpredictable events, ie, "Black Swans", such as cascades of bankruptcies and nationalisations, when the net exposure can balloon and become considerably larger or indeed because some extremely dislocating geo-political or geo-physical events take place simultaneously. Also, the notional value becomes real value when either counterparty to the OTC derivative goes bankrupt. This means that no large OTC derivative house can be allowed to go broke without falling into the arms of another. Whatever funds within reason are required to rescue failing international investment banks, deposit banks and financial entities ought to be provided on a case by case basis. This is the asymmetric nature of derivat!
    ives and
    here lies the potential for systemic risk to the global economic system and financial markets if nothing is done.

    Let us think about the invisible USD 1.144 quadrillion equation with black swan variables -- ie, 1,144 trillion dollars in terms of outstanding derivatives, global Gross Domestic Product (GDP), real estate, world stock and bond markets coupled with unknown unknowns or "Black Swans". What would be the relative positioning of USD 1.144 quadrillion for outstanding derivatives, ie, what is their scale:

    1. The entire GDP of the US is about USD 14 trillion.

    2. The entire US money supply is also about USD 15 trillion.

    3. The GDP of the entire world is USD 50 trillion. USD 1,144 trillion is 22 times the GDP of the whole world.

    4. The real estate of the entire world is valued at about USD 75 trillion.

    5. The world stock and bond markets are valued at about USD 100 trillion.

    6. The big banks alone own about USD 140 trillion in derivatives.

    7. Bear Stearns had USD 13+ trillion in derivatives and went bankrupt in March. Freddie Mac, Fannie Mae, Lehman Brothers and AIG have all 'collapsed' because of complex securities and derivatives exposures in September.

    8. The population of the whole planet is about 6 billion people. So the derivatives market alone represents about USD 190,000 per person on the planet.

    The Impact of Derivatives

    1. Derivatives are securities whose value depends on the underlying value of other basic securities and associated risks. Derivatives have exploded in use over the past two decades. We cannot even properly define many classes of derivatives because they are highly complex instruments and come in many shapes, sizes, colours and flavours and display different characteristics under different market conditions.

    2. Derivatives are unregulated, not traded on any public exchange, without universal standards, dealt with by private agreement, not transparent, have no open bid/ask market, are unguaranteed, have no central clearing house, and are just not really tangible.

    3. Derivatives include such well known instruments as futures and options which are actively traded on numerous exchanges as well as numerous over-the-counter instruments such as interest rate swaps, forward contracts in foreign exchange and interest rates, and various commodity and equity instruments.

    4. Everyone from the large financial institutions, governments, corporations, mutual and pension funds, to hedge funds, and large and small speculators, uses derivatives. However, they have never existed in history with the overarching, exorbitant scale that they now do.

    5. Derivatives are unravelling at a fast rate with the start of the "Great Unwind" of the global credit markets which began in July 2007 and particularly after the collapse of Freddie Mac and Fannie Mae in September this year.

    6. When derivatives unravel significantly the entire world economy would be at peril, given the relatively smaller scale of the world economy by comparison.

    7. The derivatives market collapse could make the housing and stock market collapses look incidental.

    Three Historical Examples

    1. The so-called rogue trader Nick Leeson who made a huge derivatives bet on the direction of the Japanese Nikkei index brought on the collapse of Barings Bank in 1995.

    2. The collapse of Long Term Capital Management (LTCM), a hedge fund that had a former derivatives and bond dealer from Salomon Brothers and two Nobel Prize winners in Economics as principals, collapsed because of huge leveraged bets in currencies and bonds in 1998.

    3. Finally, a lot of the problems of Enron in 2000 were brought on by leveraged derivatives and using derivatives to hide problems on the balance sheet.

    The Pitfall

    The single conceptual pitfall at the basis of the disorderly growth of the global derivatives market is the postulate of hedging and netting, which lies at the basis of each model and of the whole regulatory environment hyper structure. Perfect hedges and perfect netting require functioning markets. When one or more markets become dysfunctional, the whole deck of cards could collapse swiftly. To hope, as US Treasury Secretary Mr Henry Paulson does, that an accounting ruse such as transferring liabilities, however priced, from a private to a public agent will restore the functionality of markets implies a drastic jump in logic. Markets function only when:

    1. There is a price level at which demand meets supply; and more importantly when
    2. Both sides believe in each other's capacity to deliver.

    Satisfying criterion 1. without satisfying criterion 2. which is essentially about trust, gets one nowhere in the long term, although in the short term, the markets may demonstrate momentary relief and euphoria.

    Conclusion

    In the context of the USD 700 billion rescue plan -- still being finalised in Washington, DC -- the following is worth considering step by step. Decision makers are rightly concerned about alleviating immediate pressure points in the global financial system, such as, the mortgage crisis, decline in consumer spending and the looming loss of confidence in financial institutions. However, whilst these problems are grave, they are acting as a catalyst to another more massive challenge which may have to be tackled across many nation states simultaneously. As money flows slow down sharply, confidence levels would decline across the globe, and trust would be broken asymmetrically, ie, the time taken to repair it would be much longer. Unless there is government action in concert, this could ignite a chain-reaction which would swiftly purge trillions and trillions of dollars in over-leveraged risky bets. Within the context of over-leverage, the biggest problem of all is to do with
    "Derivatives", of which CDSs are a minor subset. Warren Buffett has said the derivatives neutron bomb has the potential to destroy the entire world economy, and is a "disaster waiting to happen." He has also referred to derivatives as Weapons of Mass Destruction (WMD). Counting one dollar per second, it would take 32 million years to count to one Quadrillion. The numbers we are dealing with are absolutely astronomical and from the realms of super computing we have stepped into global economics. There is a sense of no sustainability and lack of longevity in the "Invisible One Quadrillion Dollar Equation" of the derivatives market especially with attendant Black Swan variables causing multiple implosions amongst financial institutions and counterparties! The only way out, albeit painful, is via discretionary case-by-case government intervention on an unprecedented scale. Securing the savings and assets of ordinary citizens ought to be the number one concern in directing such policy.

OAM 456 09-10-2008 19:00 (última actualização: 22:59)