sábado, agosto 29, 2009

Portugal 121

Regresso a Tormes


Pousada da Juventude de Vilarinho das Furnas, Campo do Gerês.
Foto OAM (Moto U9).


"Eu possuo preciosamente um amigo (o seu nome é Jacinto), que nasceu num palácio, com quarenta contos de renda em pingues terras de pão, azeite e gado.

... Eu, três vezes, com energia, ataquei aquele caldo: foi Jacinto que rapou a sopeira. Mas já, arredando a broa, arredando a vela, o bom Zé Brás pousara na mesa uma travessa vidrada, que transbordava de arroz com favas. ora, apesar de a fava (que os Gregos chamavam «ciboria») pertencer às épocas superiores da civilização, e promover tanto a sapiência que havia em Sício, na Galácia, um templo dedicado a Minerva Ciboriana - Jacinto sempre detestara favas. Tentou todavia uma garfada tímida. De novo os seus olhos, alargados pelo assombro, procuraram os meus. Outra garfada, outra concentração... E eis que o meu dificílimo amigo exclama: «Está ótimo!» Eram os picantes ares da serra? Era a arte deliciosa daquelas mulheres que em baixo remexiam as panelas, cantando o Vira, meu bem? Não sei: mas os louvores de Jacinto a cada travessa foram ganhando em amplidão e firmeza. E diante do frango louro, assado no espeto de pau, terminou por bradar: «Está divino!» — Eça de Queiroz, in Civilização. (PDF)

Ao contrário do que o nome indica, as Pousadas da Juventude não são apenas para os adoradores imberbes do telemóvel. Sobretudo as de quatro e cinco estrelas (sim, há umas mais iguais que outras!) são cada vez mais assediadas por jovens de espírito como eu, que levam já um quarto de século em cada perna, ou mais, e também não dispensam, mas sem estarem propriamente agarrados, o iPhone, a magnífico Flip e o absolutamente indispensável TomTom, este último, depois de lhe substituirmos as terríveis vozes portuguesas, por prestações tão geniais como as de Homer Simpson, John Cleese ou Dennis Hopper. Sobretudo num momento em que o horizonte parece irremediavelmente tempestuoso, aproveitar o melhor que a tecnologia tem, para revisitar o que de adorável existe no atraso do meu país, no conforto e deleite de algumas das excelentes pousadas que a voragem neoliberal não teve tempo de privatizar, é um privilégio ímpar.

Se as pousadas de Foz Côa e Ponte de Lima deixam algo a desejar no desenho, na robustez e na climatização inconveniente, em grande medida por causa dos levianos arquitectos que as desenharam, e dos irresponsáveis empreiteiros que as construíram, outro tanto não sucede ao recém-recuperado complexo de Vilarinho das Furnas (no espectacular Chão do Gerês), ou às novas pousadas de Alijó e de Melgaço (um luxo, jovens!)

Deixar Lisboa por uns dias e respirar o que o nosso atraso felizmente poupou à voragem da modernidade é um dos mais tonificantes antídotos que posso tomar para depois suportar a guerra civil das palavras onde me meti desde que lancei este já longo "António Maria".

Desta vez, o prazer organizado pela minha adorável mulher, na companhia da minha idolatrada filha (que acaba de somar à sua raíz lisboeta a nacionalidade espanhola!), passou por terras inesquecíveis de boas, como Ponte de Lima (ah grande Queijo Limiano!), Castro Laboreiro, Monção e Melgaço. Nestas duas últimas admiráveis vilas bebi os melhores Alvarinhos do mundo inteiro (e há-os bem bons na Galiza, na Califórnia, Argentina, Austrália e Nova Zelândia). São surpreendentes e divinos os Alvarinhos Soalheiros de Melgaço, como sólidos são os Alvarinhos de Rebouça e o Quinta da Pedra, de Monção. Até o Torre de Menagem, um vinho verde branco da casa Quintas de Melgaço, e o bem amanhado tinto verde da Adega Cooperativa de Monção (difícil de encontrar em Lisboa, como os demais citados...), deixaram saudades do irresistível cabrito do monte que o restaurante Adega Regional Sabino, situado em Melgaço, sacrifica diariamente e diariamente assa, com a simplicidade que tema tão sagrado exige, para êxtase gastronómico de quem não se passou ainda definitivamente para a dieta "veg".

No regresso, visitámos a anémica, embora muito incensada Pousada de Terras do Bouro —um projecto tão pretensioso quanto pífio de Eduardo Souto de Moura. Jantámos mais tarde uma inigualável posta arouquesa n'O Meu Gatinho, em Cinfães do Douro, por dever de homenagem à terra do meu avô paterno e de uma longa linhagem de aventureiros e bons vivants. Finalmente Braga, terra da minha mulher, e Porto, antes de tomar a A1 pela madrugada fora. Na cidade dos curas e do Bacalhau à Zé do Pipo, encontrámos uma esplanada-jardim civilizada, digna dos melhores recantos da Europa do Norte, na célebre Casa dos Coimbras. O Bar dos Coimbras é um projecto dos arquitectos Amadeu Magalhães e Guilherme Sequeira, de visita e usufruto obrigatórios. Experimentem o delicioso chá de Mate gelado e perfumado com hortelã — uma salvação laica em terra de batinas, numa tarde de ananases — como diria o Eça.

Hoje, antes de começar esta crónica de regresso de férias, passei pelo mercado bio do Príncipe Real. A capital também tem coisas amáveis, inteligentes e boas. Antes de passar pelo celeiro em busca de algas e óleo de abóbora (próstata oblige!), entrei na igreja jesuíta de São Roque, ao Largo da Misericórdia. Lágrimas de amor e raiva escorreram sem travão possível sob a cortina escura dos meus óculos de Sol.

A jihad literária recomeça amanhã!


OAM 616 30-08-2009 20:41

segunda-feira, agosto 10, 2009

Por Lisboa 28

Uma cidade com dois estuários

2 Estuarios-2030

Ampliar imagem Ver projecção no Google Earth.

Frente ribeirinha da Margem Sul – um projecto perigoso

O desprezo pela reabilitação urbana, é revelado pelos seguintes números extraídos de um trabalho de Rita Calvário: “Portugal é o país da Europa que menos reabilita e onde a nova construção tem mais peso (90,5% numa média europeia de 52,5%). O investimento em reabilitação urbana é de 5,66% do total dos investimentos em construção, enquanto a média europeia é de 33%”. — in Esquerda Desalinhada.


Xangai
18 distritos
220 cidades, vilas, aldeias e povoações
7 037 Km2
população: 18 884 600

Lisboa
18 concelhos
cidades, vilas, aldeias e povoações: alguém sabe?
2 802 Km2
população: 2 808 414

O ponto de partida é sempre o mesmo: nada de útil pode ser resolvido em Portugal sem avançarmos de vez com a regionalização. A Grande Lisboa e o Grande Porto precisam de libertar-se das perversas Comissões Coordenadoras Regionais (CCRs), que não passam de correias de transmissão da nomenclatura partidária, coladas a uma burguesia basicamente indolente — burocrática, clientelar, preguiçosa e ignorante. Sem verdadeiras regiões, com órgãos próprios eleitos democraticamente e poderes alargados, o que continuaremos a ter depois das próximas eleições será mais do mesmo, i.e., um Estado centralista, injusto, corrupto e incapaz de competir na Europa.

A discussão sobre o futuro da região de Lisboa, sobre o novo aeroporto, sobre os comboios de alta velocidade e velocidade elevada, sobre novas travessias do rio Tejo, ou sobre os portos que precisamos urgentemente de renovar, está encalhada no Bloco Central do Betão, que é também um monumental Bloco Central da Corrupção. Vai ser lindo observar mais um ex-maoista (Pacheco Pereira) a gesticular sobre este navio encalhado que é Portugal, no provável governo de Manuela Ferreira Leite.

Vou de férias amanhã e não tenciono escrever durante alguns dias, apesar de levar o Kanguru comigo. Deixo aos meus fieis leitores, até ao fim deste mês, uma pequena charada sobre Lisboa, com que acordei um dia destes.

Cenários:

  1. o porto de Roterdão poderá deixar de crescer antes de 2030;
  2. os portos de Londres, Roterdão, Havre e Hamburgo poderão colapsar perante a subida do nível dos mares e a instabilidade climática, antes de 2050;
  3. a desertificação ibérica (que já é um fenómeno gravíssimo!) poderá empurrar parte da população espanhola do Levante, Castela, Aragão e Catalunha para o litoral atlântico (Norte e Oeste) antes de 2050;
  4. um grande terramoto/ maremoto poderá destruir o centro de Lisboa antes de 2050;
  5. o controlo euro-americano do oceano Atlântico —nomeadamente por causa de África e da América do Sul— vai tornar-se uma questão diplomática e militar decisiva e a única resposta possível ao avanço imperial da nova China, que em breve terá hegemonia sobre toda a Ásia e boa parte do oceano Pacífico;
  6. as novas economias do mar e dos rios, a energia solar e a água farão de Portugal, dos seus estuários e portos, bem como da sua ZEE alargada, uma das mais apetecíveis regiões europeias, muito antes de 2030.
  7. os arquipélagos dos Açores e de Cabo Verde são decisivos para o controlo do Atlântico, e para manter abertas as rotas marítimas e aéreas entre o Golfo da Guiné e a América, nomeadamente a Latina, daqui decorrendo que Portugal dificilmente poderá continuar de costas voltadas para os temas da diplomacia, da defesa e da paz — sob pena de o estandarte da soberania passar de vez para as mãos da monarquia espanhola.

Se algum destes cenários, ou uma combinação dos mesmos, vier a ocorrer, Lisboa estará no centro de um furacão diplomático, económico e social sem precedentes.

Por isso, talvez fosse bom discutir a necessidade de proteger publicamente os aquíferos, as linhas de água e canais dos estuários do Tejo e do Sado.

O reforço da capacidade portuária dos estuários do Tejo e Sado é, por outro lado, uma prioridade económica e política que exige previamente a criação de uma autoridade portuária única para toda a região de Lisboa. Esta ideia veio de boas mãos, pelo que subscrevo-a sem reservas.

Um longo canal navegável (com propósitos variados) entre os dois estuários teria qualquer coisa como 40 Km de extensão, podendo facilmente chegar, com ramificações, aos 60Km. Para termos uma ideia do que isto significa, basta pensar que o porto de Roterdão mede uns 40 Km de extensão, e o Canal do Panamá (1), 80Km. Pergunta: para que serviria um tal canal? A minha intuição diz-me que poderia ser um projecto para duas ou três gerações, capaz de salvar e recuperar todo o potencial do maior aquífero da Europa, actualmente ameaçado, como muitos outros importantes estuários do planeta, pelo assoreamento urbano e suburbano. Se permitirmos que a cobiça humana prossiga a sua cega tarefa de destruição dos dois grandes estuários portugueses, toda a região de Lisboa sofrerá um colapso muito antes do final deste século.

Finalmente, a questão do dinheiro.

Quando a oportunidade chegar, se chegar, chegará com muita força. E nessa medida, será uma aventura à qual não faltarão grandes interessados!

O importante agora é lançar a discussão e vigiar as patifarias em curso, nomeadamente aquelas que nascem das cavidades cranianas inquinados dos ministros "socialistas" das obras públicas, transportes e comunicações, da agricultura e do dito ambiente.

O governo PS tem vindo, no entanto, ainda que de forma arrastada e trapalhona, a entender as motivações estratégicas que orientaram a reflexão que em 2005 promovi sobre o Grande Estuário do Tejo. O seu mais recente anúncio eleitoralista sobre a cidade das duas margens, e sobre a recuperação da frente ribeirinha entre a Trafaria e Alcochete, não são em si mesmas más notícias — desde que o assunto seja propriamente discutido em público. Para já, o que Grazia Tanta percebeu das intenções governamentais é suficiente para deixar qualquer um preocupado. Os políticos desta falida República não aprendem!


NOTAS
  1. Big Panama Canal plan to cost half Metro North contract
    By Brendan Keenan
    Saturday July 11 2009 (Independent)

    A construction team led by Spanish contractor Sacyr Vallehermoso is the preferred bidder to design and build a third set of locks on the Panama Canal, with a bid of $3.1bn (€2.2bn).

    The bid is the biggest ever contract on the 80km (50 mile) canal which links the Atlantic and Pacific oceans, but is around half the reported cost of Dublin's Metro North line from the city centre to the airport.

    The final cost of the canal work is put at $5bn, although other bids were significantly higher. Bechtel Group, whose partners included the Japanese Mitsubishi, bid $4.2bn; while another Spanish group, working with the German Hochtief, put a cost of $6bn on the work.

    Panama Canal Awards Locks Contract
    Peter T. Leach | Jul 16, 2009 1:43PM GMT
    The Journal of Commerce Online - News Story

    Consortium Grupo Unidos por el Canal bid comes in under canal authority's target price

    The Panama Canal Authority formally awarded the contract to design and build a third set of locks to the Consortium Grupo Unidos por el Canal, which had submitted the lowest bid.

    The multinational consortium, which is composed of Sacyr Vallehermoso of Spain, Impregilo of Italy, Jan De Nul of Luxembourg, and Constructora Urbana of Panama, was one of three global engineering consortia that competed for the largest and most important contract under the canal’s expansion.

    The base price of US$3.12 billion submitted by Grupo Unidos was lower than the canal authority’s target price of $3.48 billion. (...)

    When completed in 2014, the project will allow 12,600-TEU vessels –– nearly three times the size that can fit through existing locks –– to steam through the canal providing all-water trans-Pacific services to all three U.S. coasts.

    Expanding the Panama Canal: A Wider Canal or More Governmental Payola?

OAM 615 10-08-2009 20:43

sexta-feira, agosto 07, 2009

Portugal 120

Novo paradigma energético
Nem precisam de ler. Basta ouvir!



"Autoridade da Concorrência não regula o mercado dos combustíveis" — António Costa e Silva, in Negócios da Semana.

Uma entrevista de excepcional qualidade e oportunidade, dada a José Gomes Ferreira (SIC) pelo professor universitário e presidente da Partex Oil and Gas, António Costa e Silva. A não perder.

Apesar dos elogios endereçados a José Sócrates, que não partilho, e da pouca atenção prestada aos impactos negativos de uma visão meramente acumulativa do desenvolvimento e da exploração dos recursos, nomeadamente energéticos, e nomeadamente também no sector muitíssimo crítico dos recursos hídricos e da destruição dos rios, António Costa e Silva é um dos especialistas na área da energia que mais respeito, ouvindo sempre com muita atenção o que tem para dizer.

É um técnico que fala com objectividade e é um cidadão corajoso, que diz publicamente o que pensa. Também é, coisa que prezo muito, um patriota assumido. Gosta do seu país e dói-lhe a insanidade, a incompetência e a estupidez alheias. As acusações directas que faz à mediocridade de mais de metade do actual governo "socialista" — com particular ênfase, ainda que dissimulado, no dromedário das obras públicas, ou na por ele denominada (com acidez suficiente) "Autoridade da Não-Concorrência", são um elixir de bom-senso na tourada eleitoral em curso.

Políticos e candidatos: OUÇAM-NO!


Post scriptum — Correlacionado com um dos temas abordados nesta entrevista —a intensidade energética suicida da nossa economia (graças ao Bloco Central do Betão)— vale a pena ler o recém publicado Parecer da Quercus sobre o Plano Estratégico de Transportes 2008-2020 do governo de José Sócrates. A posição da Quercus é correcta e revela liminarmente o desacerto criminoso da política de transportes desenvolvida pelo dromedário das Obras Públicas.


OAM 614 07-08-2009 15:44

quinta-feira, agosto 06, 2009

Mobilidade 3

Hub da Portela ao fundo, Alcochete adiado...

Ryanair Pour Toutes Les Occasions
Publicidade polémica da Ryanair:
"Ryanair pour toutes les occasions, 100.000 billets"; "Avec Ryanair, toute ma famille peut venir assister à mon mariage" (Le Parisien.) — notícia Reuters no NouvelObs.


Um milhão de bilhetes a 1 euro de e para o aeroporto Sá Carneiro. A Ryanair teve um crescimento em Portugal de 10 por cento entre Janeiro e Maio de 2009, ao passo que a TAP, segundo dados apresentados pela companhia irlandesa, apresentou uma quebra de sete por cento no mesmo período!

A companhia aérea de baixo custo Ryanair anunciou ontem o lançamento de três novas rotas a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e uma delas - Porto-Faro - representa a sua primeira ligação doméstica em Portugal. Os outros dois novos destinos são Baden Baden e Düsseldorf Weeze, na Alemanha. Para os promover, a Ryanair vai vender um milhão de lugares a 1 euro, para viajar em Outubro e Novembro, que incluem as três novas rotas e "a maioria dos destinos" da companhia. O milhão de bilhetes encontra-se acessível na Internet até à meia-noite de amanhã. — in "Ryanair começa a voar entre o Porto e Faro". Público - 06.08.2009, Aníbal Rodrigues.

Só mesmo o dromedário das obras públicas portuguesas e a indolente indústria de construção e respectivos bancos lusitanos ainda não entenderam que o paradigma do transporte aéreo de passageiros mudou. 84% dos voos que partem e chegam ao aeroporto da Portela são voos europeus. Logo, não se pode criar uma infraestrutura de raiz para 16% do tráfego restante, a menos que os voos de médio curso, nacionais e de/para o resto da Europa, prometam esgotar o potencial efectivo da Portela. Ora já toda a gente sabe que haveria slots para dar e vender em horas nobres e fora delas ao mercado, se o gaúcho que apostou em afundar a TAP não tapasse artificialmente milhares de slots potencialmente disponíveis, com aviões da TAP e do fantasma do BES, chamado Portugália Airlines, vazios. A nossa esperança é que a duplicação dos preços do Jet Fuel, ao longo de 2010, ou então o agravamento da depressão/deflação em curso, acabe por colocar a nu a política criminosa do actual governo em matéria de transportes.

O futuro da aviação civil chama-se aviação de massas e aviação de luxo. Não há mais lugar para companhias de bandeira ruinosas ao serviço das burocracias político-partidárias! As pessoas querem viajar de avião, e para isso, precisam de ofertas de baixo custo, o mais dispersas possível em termos de distribuição territorial. Ou seja, muitos aeroportos, com taxas de utilização e preços de voo baixos, com a comodidade que se justifique, e não mais — eis o actual paradigma do transporte aéreo de massas. O modelo ANA/TAP, como bem percebeu Ricardo Salgado (do BES) morreu de velho. E quem continua a vender semelhante cadáver, ou é burro que nem uma porta, ou serviçal, ou corrupto.

Entretanto, enquanto por cá se continua a falar da cidade aeroportuária de Alcochete, em vez de um verdadeiro Grande Estuário, imaginado como uma cidade-região à volta dos estuários do Tejo e do Sado, com 5 milhões de habitantes, cosmopolita, culturalmente inigualável, e fortalecida economicamente por um poderoso cluster marítimo — um porto de águas profundas na Trafaria, um grande complexo portuário de mercadorias alternativo a Roterdão (hoje saturado, e que antes do final deste século poderá afundar — oxalá que não!) situado no grande canal que deveria ser aberto entre os estuários do Tejo e do Sado, ligações ferroviárias em bitola europeia entre os principais portos portugueses, a Espanha e o resto da Europa (Sines, Setúbal-Lisboa, Aveiro, Matosinhos), a potenciação enérgica da Agência Marítima Europeia, já localizada no Cais do Sodré, etc.— as companhias Low Cost fazem o seu caminho. Rebentar de vez com o modelo ultrapassado da ANA/TAP, eis o que vem acontecendo nas barbas da incompetência governamental, e da nossa atrasada burguesia imobiliária e financeira.

Ryanair quer efectuar voos entre Lisboa e o Funchal

A Ryanair voltou a manifestar interesse em operar na linha Lisboa - Funchal. Numa conferência de imprensa realizada, na manhã de quinta-feira no Porto, a companhia aérea irlandesa de baixo custo manifestou a intenção de fazer ligações domésticos em Portugal e efectuar voos entre Lisboa - Porto - Faro e também com o Funchal.

De referir que actualmente, e com excepção da ligação Lisboa - Funchal, todos os voos domésticos são operados pela SATA e pela TAP. — in NetMadeira.

Na ligação Lisboa - Funchal opera já uma 'low-cost', a Easyjet.

Uma pena! Que pena!


OAM 613 06-08-2009 16:30

Portugal 119

Partido Nulo
Novo movimento defende voto nulo nas eleições

A pista está no zero e no que representa na filosofia mística. "Não é o nada. É a possibilidade de outra coisa", diz ao PÚBLICO o antropólogo Manuel João Ramos, que há dois meses era vereador da Câmara de Lisboa e hoje é um dos promotores de um novo movimento em defesa do voto nulo nos próximos actos eleitorais.

O que ele, o escritor Rui Zink e o responsável pelo Fórum Cidadania Lisboa, Pedro Policarpo, entre outros, têm a propor não é a criação de mais um partido, embora o seu movimento se chame Partido Nulo, mas sim dar voz a um voto que está a crescer e fazê-lo crescer mais. — in Público, 06.08.2009 - 09h27 Clara Viana.

Eu defini uma geometria variável para o meu comportamento democrático durante o presente ciclo eleitoral: nas eleições legislativas de Setembro, voto no Bloco de Esquerda (para ver se o Louçã perde as borbulhas de adolescente — que já não é!); nas autárquicas, voto em Carcavelos, no actual autarca do PSD, António Capucho, e por fim, candidato-me (com a garantia de que não serei eleito!) na coligação disfarçada entre o PS de António Costa, Helena Roseta e mais uma turma bem disposta de democratas independentes e desinteressados, de que faço parte.

Esta geometria variável, que venho defendendo há dois ou três anos, tem um único e claro objectivo estratégico: acabar com o Bloco Central da Corrupção.

Como também venho reiterando, das duas uma: ou esta Terceira República e a actual Constituição (versão 6.7) colapsam dramaticamente a favor de um presidencialismo forte —a la Française—, ou, pelo contrário, mantém o figurino de 1976 , mas para isso terá que ocorrer uma profunda transformação no decadente xadrez partidário de todos conhecido.

O regime político actual está corrompido até ao tutano e rebenta visivelmente pelas costuras da incompetência extrema, irresponsabilidade total, vigarice exibicionista e endividamento estrutural insustentável. Não pode, pura e simplesmente, continuar como está!

Daí que a próxima legislatura esteja condenada a ser uma inadiável passagem para o desconhecido. A maioria relativa que sair das Legislativas de Setembro, rosa ou laranja, estará inevitavelmente implicada na reforma, ou então no colapso, da Terceira República.

A ideia de um movimento pelo voto nulo parece-me, pois, não só oportunista, como claramente populista. É certo que muitos eleitores quererão votar, mas não sabem em quem, sabendo, por outro lado, que não querem votar, nem no Bloco Central, que conduziu Portugal ao beco triste em que se encontra, nem nos anões políticos que há anos também decoram o hemiciclo de São Bento e contribuem, do alto das respectivas mordomias e imunidades parlamentares, para o insuportável quisto burocrático que tem vindo a destruir paulatinamente a democracia portuguesa.

Não basta assustar os ladrões do Bloco Central! Já vimos que eles não fogem com ameaças. É preciso escorraçá-los e depressa. E para isso são precisos uns bons pontapés eleitorais naquelas bundas sebentas de tanto mentir e roubar. Precisamos, de facto, de novos partidos, ou melhor de provocar a cisão do PS e a cisão do PSD, por forma a que nasçam novas oportunidades político-partidárias.

Do que não precisamos é de confiar o nosso protesto e as nossas angústias a quem, a troco de uma pose apartidária fácil, e alguns números de circo, descobre novas fórmulas de manter alegremente a mão estendida em direcção ao orçamento da democracia.

Mas em desespero de causa, fica a recomendação: nas próximas eleições legislativas, tudo é preferível a um voto perdido no PS ou no PSD — até mesmo um voto nulo, com a frase "ESTOU FARTO!"


OAM 612 06-08-2009 11:58

quarta-feira, agosto 05, 2009

Portugal 118

Tens corruptos p'á troca?!



"Se anda como um pato e fala como um pato, então provavelmente é mesmo um pato!"

Um amigo meu dizia-me esta manhã que a corrupção política, a corrupção dos políticos, a corrupção económica, a corrupção das grandes instituições internacionais, em suma, a corrupção tout court é e sempre foi uma constante em toda a parte do mundo. O que as democracias têm feito é trazerem-na ao conhecimento público mediático. O que não deixa de ser uma chatice, pois o problema real não reside na corrupção comum, mas nas ineficiências dos sistemas, e sobretudo na inércia ou asneiras de quem rouba e deixa roubar, mas nada faz, ou tão mal faz, que justifique tais comissões ilegais.

A corrupção é pois um imposto privado, escondido e frequentemente mafioso, mas não chega nunca a ter as proporções avassaladoras dos saques fiscais realizados pelos Estados endividados — salvo se a dita corrupção evolui, de uma condição larvar contida, para a epidemia, ou pior ainda, para uma pandemia incontrolável. Neste caso, em vez de falarmos de corrupção e ladroagem, teríamos que considerar a hipótese de estarmos já na presença de uma cleptocracia, cujo destino é invariavelmente conduzir os povos à miséria e auto-destruição. Qual é o caso português?

A avaliar pela mansidão bovina com que os eleitores de Oeiras, Felgueiras, Marco de Canavezes e Gondomar reinvestem eleitoralmente nos corruptos que há décadas, diariamente, os tomam por lorpas; a avaliar pelo ar esverdeado com que a Manuela Ferreira Leite foge destes temas, eu diria que estamos mais para lá do que para cá, isto é, a caminho da cleptocracia. Ou seja, um sistema económico, social, político e judicial concatenado para a pilhagem sistemática e impune de tudo aquilo que é criativo, produtivo e honesto neste país. Se eu não estiver enganado, os corruptos serão todos reeleitos em Setembro e em Outubro; depois, as leis anti-corrupção cairão no esquecimento parlamentar; e finalmente, o salve-se quem puder ganhará ainda mais adeptos impunes neste país à beira da ruína.

Lembrem-se, porém, de uma coisa: Portugal é feito de centenas de milhar de pequeninos proprietários e homens de ofício que, ao contrário dos funcionários públicos, que também são muitos (mas dependentes), não precisam da licença do Estado para se revoltarem. Há um limiar a partir do qual o direito à indignação se transforma em direito à revolta. E ainda bem!


Post scriptum (5-8-2009) — Afinal a senhora Leite é igual a Sócrates! Para ela, como para o pinóquio "socialista", os partidos do Bloco Central da Corrupção sofrem de um drama dilacerante: já não dispõem de gente honesta para ocupar os lugares estruturantes da democracia! Ou seja, para deputados e autarcas, os suspeitos, arguidos, pronunciados e condenados por crimes de peculato, corrupção e abuso de poder são o melhor bife que têm para nos dar. Aqui chegamos. Votar para quê? Eu, à falta de melhor (e porque sou pela democracia representativa), vou votar no Bloco de Esquerda, em Setembro, e no PS de António Costa, em Outubro. Quem estiver à minha direita, que vote em qualquer coisa, menos na montanha que pariu um rato chamada Manuela Ferreira Leite e o seu estuporado PSD!

Manuela Ferreira Leite impõe dois deputados arguidos nas listas do PSD por Lisboa

A distrital de Lisboa e a direcção de Manuela Ferreira Leite entraram em ruptura. Tudo por causa das listas de deputados e da proposta da líder de incluir António Preto e Helena Lopes da Costa, deputados e arguidos em processos, na lista de Lisboa. — in Público, 03.08.2009 - 22h52 Nuno Simas.


REFERÊNCIAS

  1. Corruptus Lusitanus

    Enquanto não virmos um político, um banqueiro, dois ou três presidentes de câmara e um ou outro alto dirigente do futebol na cadeia, o nosso País não acredita que a Justiça seja igual para todos. Foi também assim em Espanha, até que os casos Filesa, Rumasa, Banesto, com o rol de personalidades a contas com a Justiça —Jesús Gil y Gil (alcaide de Marbella e dirigente do Atlético de Madrid), Luís Roldán (antigo chefe máximo da Guardia Civil), Mario Conde (o mais famoso banqueiro e yuppy da España durante a primeira era PSOE) e Mariano Rubio (nada mais nada menos do que o governador do Banco de Espanha, apanhado nas malhas do caso Iberdrola)— mudaram a percepção pública da efectividade da Lei na monarquia espanhola. —in O António Maria (30-10-2005.)

  2. Altos responsáveis do Estado na lista de accionistas de petrolífera privada

    Accionistas de uma empresa autorizada a concorrer à exploração de petróleo em Angola têm o mesmo nome de altos responsáveis do Estado angolano, incluindo o de Manuel Vicente, presidente da Sonangol, a petrolífera estatal, alertou hoje uma organização anticorrupção em Londres.

    De acordo com a Global Witness, os registos da Sociedade de Hidrocarbonetos de Angola (SHA), publicados no Diário da República angolano em Abril do ano passado, nomeiam Manuel Domingos Vicente, nome do presidente da Sonangol, como um dos accionistas da SHA em Agosto de 2008, bem como Manuel Vieira Hélder Dias Júnior "Kopelipa", chefe da Casa Militar do Presidente José Eduardo dos Santos.

    A Sonangol é a companhia criada pelas autoridades angolanas que atribui as licenças de exploração de petróleo, pelo que, a confirmar-se a presença do seu presidente na estrutura accionista da SHA, pode significar "abuso de poder", afirmou Diarmid O'Sullivan, um dos activistas da Global Witness, em declarações à agência Lusa. — in Notícias Lusófonas, 4-Aug-2009 - 19:22.

  3. Impunidade em Portugal está a acabar?
    Por Orlando Castro

    Depois de conhecida a sentença do Tribunal de Sintra aplicada a Isaltino Morais, o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, felicitou o “trabalho” do Ministério Público.

    Cá para mim, Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro, Avelino Ferreira Torres e Pinto da Costa terão achado alguma, ou até muita, piada às declarações de Pinto Monteiro.
    ...

    Dizem as mesmas notícias (as tais que levaram Pinto Monteiro a dizer que “a justiça funciona e o sentimento de impunidade que existia em certos sectores está a acabar”) que a sentença será suspensa porque Isaltino Morais já apresentou recurso.

    Dizem as notícias (as tais que levaram Pinto Monteiro a dizer que “a justiça funciona e o sentimento de impunidade que existia em certos sectores está a acabar”) que o autarca não pretende desistir da sua recandidatura ao cargo de presidente da câmara de Oeiras.

    Dizem as notícias (as tais que levaram Pinto Monteiro a dizer que “a justiça funciona e o sentimento de impunidade que existia em certos sectores está a acabar”) que, afinal, se a impunidade está a acabar isso é apenas para os pilha-galinhas. — in Notícias Lusófonas, 03-08-2009.


OAM 611 04-08-2009 23:54 (última actualização: 05-08-2009 12:27)

sábado, agosto 01, 2009

Portugal 117

É preciso castigar o Bloco Central da Corrupção



Estamos em plena safra eleitoral. Sementeira séria, não houve. O actual sistema partidário, atacado até à medula pela ignorância, pelo nepotismo, pelo partidismo, pela insolência da nomenclatura dominante, pela corrupção impregnada a que os partidos se tornaram aliás insensíveis, e sobretudo pela falta de audácia e visão de futuro, pagará inevitavelmente um preço elevado por tanta irresponsabilidade. O ciclo de instabilidade política que se avizinha, ao contrário do que já berram os arautos bem instalados da desgraça, virá não dos pequenos partidos e movimentos de cidadania que felizmente crescem, mas dos mesmos energúmenos que há décadas deterioram a democracia portuguesa em nome de um verdadeiro Bloco Central da Corrupção.

Temos assistido nas últimas semanas a uma verdadeira feira de saldos eleitorais. Sobretudo o PS e o seu impagável papagaio, na habitual pose de vendedor de cobertores da Covilhã, isto é, de megafone ao peito e teleponto sempre em riste, prometem tudo: um cheque de 200 euros aos recém-nascidos (que na realidade, para além da demagogia, se destina a aumentar os activos do sector bancário); a electrificação da Linha do Douro; a extensão da linha de Metro até Loures (que bom que seria!); transformar o Seixal numa nova Expo e, claro está, um novo choque fiscal, desta vez dirigido ao património rústico e urbano, com a finalidade de continuar a financiar o festim da nomenclatura inconsciente que se apropriou do país, alimentar hipoteticamente o pseudo programa de expansão keynesiana das luminárias que escrevem o teleponto de José Sócrates, e sobretudo promover por intermédio de uma inaudita violência fiscal a ainda escassa concentração capitalista das propriedades rústica e urbana. Os corruptos bancos que temos, e o sibilino Victor Constâncio, agradecem a anunciada pilhagem "socialista". E o Bloco de Esquerda, que diz sobre isto? Somará os seus votos aos do PS e PSD quando as leis espoliadoras subirem ao néscio parlamento?

Precisamos de reactivar o caminho de ferro (comboios, metros subterrâneos e de superfície) para transportar mais pessoas mais rapidamente entre os principais centros urbanos e suburbanos do país, e entre Portugal e o resto da Europa (1). Precisamos, aliás, de um verdadeiro renascimento do transporte ferroviário no nosso país (em linhas de bitola europeia e em linhas de bitola estreita), tal como vem sucedendo em Espanha, para dar força ao sector exportador da nossa economia, seja para transportar o que produzimos por cá, seja para escoar nos dois sentidos as mercadorias que elegem a nossa rede de portos marítimos e fluviais como uma opção de futuro.

Mas para tal, não podemos alimentar as propostas assassinas do aventureiro que há anos dirige a EDP —António Mexia.

A EDP é hoje a empresa mais endividada de Portugal. A sua dívida ultrapassa os 13 mil milhões de euros! Bastará uma pequena subida nas taxas de juro em 2010, para que o resultado do logro expansionista do senhor Mexia possa colocar a principal empresa energética do país à beira dum processo de alienação a favor de uma qualquer ave de rapina interessada nesta bela presa. Os voos altos de uma possível OPA sobre a EDP adivinham-se nas borras da dívida acumulada por António Mexia.

A EDP comprou ao governo "socialista" a ideia assassina de construir uma dúzia de novas barragens hidroeléctricas, com o argumento espúrio de que fazem falta para guardar água potável e produzir energia limpa (aqui anda Pimenta...)

Mas a verdade é que, no seu conjunto, tais centrais não poderão acrescentar mais do que 3% à energia eléctrica produzida actualmente em Portugal. A verdade é que tal construção serve apenas para cumprir três objectivos que, devidamente escrutinados, chegariam não só para demitir o actual CEO da EDP, mas talvez mesmo para metê-lo na cadeia — por administração dolosa e tentativa de violação do direito público da água.

Os objectivos criminais que presumo são estes:
  1. disfarçar o prejuízo estrutural de exploração do sector eólico nacional;
  2. aumentar artificialmente os activos desta empresa privada com participação minoritária do Estado e de outras entidades públicas portuguesas;
  3. criar condições para um futuro monopólio da água!
Será que os nossos políticos indolentes já se deram conta da manobra? Ou já só temos corruptos no baralho da actual partidocracia?

A rede de envolvimento e tráfico de influências lançada pela EDP sobre as autarquias do Alto Douro —uma região que deveria cobrar ao resto do país, e sobretudo das empresas energéticas, um clara percentagem pela exploração da sua maior riqueza, ali produzida diariamente, i.e., quase 80% da energia hidroeléctrica produzida em Portugal, e que consumimos maioritariamente nas regiões de Lisboa e Porto — é um crime e visa um crime ainda maior.

É pois urgente impedir o plano de barragens em curso — sobretudo aquelas que ameaçam destruir o rio Sabor, a linha férrea e o vale do Tua, ou submergir, em caso de desastre (a zona onde querem construir a barragem do Fridão poderá ser fortemente afectada num sismo futuro), a cidade de Amarante!

Não nos iludamos com a propaganda de Verão.

Nas próximas eleições legislativas vou votar no Bloco de Esquerda, única e exclusivamente para diminuir a influência excessiva do PS na vida portuguesa. Vou depois votar na coligação disfarçada actualmente em curso entre o PS de António Costa, Cidadãos por Lisboa, e Independentes (onde me incluo), para derrotar simultaneamente o pesadelo Santanista e o entrismo governamental nos assuntos da capital.

Post scriptum: como outros, tive absoluta razão na denúncia que fiz da tentativa partidário-oportunista de perverter o Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores.

Radar: a causa da Linha do Tua na blogosfera (a propósito da reportagem da SIC, "Fim de Linha") cresce dia a dia. Ainda bem. A blogosfera acabará por acordar este adorável país!

Última hora!A quem pertence o grupo Lena? A José Sócrates?!

Acaba de chegar à minha caixa de correio informação fidedigna sobre a LENA Construções S.A.: pertence, ao que parece, a José Sócrates! Tem, naturalmente, um testa de ferro à frente.

O Grupo LENA tem a encomenda da barragem do Baixo Sabor nas unhas, e é proprietária dos jornais "i", "Grande Porto" e vária imprensa regional...

O "i", embora não tenha leitores, consegue, sabe-se lá como, obter à borla tempo de antena diário nas principais televisões do Bloco Central: SIC e RTP.

Um país a saque!!


NOTAS
  1. Erro Estratégico na Nova Rede Ferroviária, Por Rui Rodrigues. Ler PDF certeiro e ilustrativo da leviandade governamental portuguesa. Vale a pena conhecer também o ponto de vista espanhol sobre o assunto...


OAM 610 01-08-2009 16:39