segunda-feira, outubro 07, 2013

TAM TAP

No próximo aniversário o bolo será TAM-TAP

Privatização da TAP, take 2... ação!

Quem sabe se o negócio PT+Oi não contemplou já, como compensação suplementar pela perda parcial da soberania telefónica portuguesa, a compra da maioria do capital da TAP pela TAM, intermediada pelo omnipresente e eterno Espírito Santo dos Salgados. Os astros, pelos menos, parecem conjugar-se nesta direção.

TAP contactada “o tempo todo” por potenciais investidores

Potenciais investidores entram em contacto com a TAP “o tempo todo” para demonstrar o seu interesse na transportadora. Michael Conolly defende ainda que a empresa tem um “grande valor no xadrez das alianças” — Jornal de Negócios, 07 outubro 2013, 17:34.

TAP fecha acordo com TAM para ‘leasing’ de aviões
Ontem 30 de setembro de 2013, o Jornal de Negócios deu notícia de um entendimento entre a TAP e a TAM brasileira, para a celebração de um contrato de leasing, respeitante a dois aviões a ceder por parte da companhia brasileira à transportadora de bandeira portuguesa.
Há já alguns meses que a TAP procurava no mercado até seis aeronaves disponíveis, de modo a poder reforçar carreiras com bastante procura, nomeadamente para África e América, até à entrada em serviço dos novos A350 XWB, com entrega prevista para 2016.
Apesar da TAP procurar principalmente Airbus A320 e A330, não foi revelado o tipo de aeronaves envolvidas no negócio — Porta de Embarque o4, 01 outubro 2013, 23:06.

Ryanair inicia parceria com agência de viagens

“A Ryanair deixará de ter apenas o seu portal como forma de ligação com os consumidores, abrindo à cooperação com as agências de viagens, o que constitui uma revolução cultural pioneira para a companhia aérea.”
Ryanair em Lisboa. Voos para Londres, Paris, Frankfurt e Bruxelas Charleroi a 26 novembro 2013Low Cost Portugal, 16 setembro 2013.

As rotas têm inicio a 26 de novembro com as seguintes frequências:

Lisboa – Londres Stansted 2 voos diários / 14 semanais
Lisboa – Bruxelas Charleroi 4 voos semanais
Lisboa – Paris Beauvais 4 voos semanais
Lisboa – Frankfurt Hahn 3 voos semanais

Trata-se dos primeiros voos da maior companhia aérea low cost europeia no aeroporto de Lisboa, um desejo antigo da Ryanair. A entrada em Lisboa é um primeiro passo que se espera ser sucedido por uma base.

Tudo leva a crer que o BES e a TAP (os governos de turno são secundários nestas coisas, e de momento até estão em saldo) acertaram agulhas com a TAM, a maior companhia aérea brasileira de aviação comercial, para quem o hub brasileiro da Portela+Pedras Rubras é uma excelente mais-valia estratégica para as ambições naturais de uma potência emergente, apesar do refluxo a que momentaneamente se assiste na euforia financeira e imobiliária daquele gigante da América do Sul.

O mercado europeu da TAP está neste momento seriamente ameaçado pela tenaz com que as companhias Low Cost atacaram os aeroportos portugueses, de Faro ao Porto até chegar em força à Portela.

A TAP está tecnicamente falida, e um dos centros de custos mais ruinosos do grupo está no Brasil, chama-se TAP Maintenance & Engineering (ex-VEM/Varig) e ninguém o quer, nem oferecido!

A TAP tem excesso de pessoal que precisa de dispersar por paisagens suficientemente generosas, onde a absorção destes recursos humanos não cause grande dano por via das indemnizações exigíveis por eventuais despedimentos.

A TAP precisa, por fim, de uma estratégia bifocal. Precisa de se desmultiplicar numa TAP Europa/Norte de África (eTAP) —barata, confortável, simpática e eficiente— e numa TAP Intercontinental (iTAP) —ligando o universo lusófano, com especial atenção ao Brasil-Venezuela, África (Angola, Moçambique, Cabo Verde) e Timor.

A TAP, cujos intermediários financeiros no negócio dos doze Airbus A350-900 são o BES e o Crédit Suisse, vai ter que começar a desembolsar as primeiras prestações das primeiras aeronaves que chegarão à Portela em 2016. Estes aviões são destinados a voos intercontinentais.

TAP e TAM são grupos da Rede Star Alliance.

Está em marcha um tratado comercial para o Atlântico norte, entre os Estados Unidos/Canadá e a União Europeia. Logo, a aliança entre o Brasil e Portugal, ou melhor, entre o Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, nomeadamente na fileira dos transportes aéreos e marítimos é crucial para o reforço estratégico da comunidade lusófona global. Todos temos a ganhar, e Portugal ganha nesta ponte económica, financeira e diplomática novos argumentos negociais para a sua relação com os alemães e o resto da Europa.

A privatização deve pois contar com investidores sobretudo destas paragens, e deve ter uma percentagem nacional não inferior a 25%.

Quanto mais tarde se fizer esta operação, porém, menos valerá a TAP, pois o seu mercado europeu (mais de 60% das receitas) será comido às fatias pelo cerco das Low Cost europeias à Portela, Faro e Porto. O lucro tem horror ao vazio!

Nada de chineses neste negócio!!!

O negócio da aviação comercial está cada vez mais competitivo. Lynx Jet é um caso de estudo.

ÚLTIMA HORA

Toronto-Lisboa é na Rouge (a Low Cost da Air Canada) já a partir de 21 de junho de 2014.

O que a Blogosfera tem vindo a analisar e escrever sobre o futuro da aviação comercial e sobre o futuro da TAP, desde 2005-2006, bate certo... como um relógio suíço! E não custa centenas de milhões de euros ao erário público, em advogados, consultores e tráfego debaixo das mesas...

Toronto - Lisbon (June 21 - September 21 2014 3x a week)

NOVO AEROPORTO SÓ LÁ PARA 2030. Assim sim!

Se nessa época ainda andarmos a fazer férias de avião (uma probabilidade ínfima) então que se construa o NAL. Pelo sim pelo não, deixem o Campo de Tiro de Alcochete como está, que está muito bem. E os estupores do PSD, do CDS e do PS que enterraram dinheiro na zona que vão pastar ovelhas!
Entretanto talvez fosse momento de seguir de novo a pista dos submarinos. Na Grécia deu resultado!
Económico:

"A Vinci revela ter mais juízo do que a corja que tomou de assalto o estado português (Bloco Central da Corrupção). É que o dinheiro que ganharem é deles, mas o que perderem não será pago pelo tonto contribuinte indígena governado pela referida corja!

"A Vinci, a nova dona da ANA - Aeroportos de Portugal, pretende estender o limite de capacidade do aeroporto da Portela até aos 25 milhões de passageiros por ano. O último limiar de capacidade proposto para a Portela, decorrente das negociações entre o Estado e os candidatos à privatização da ANA, era de 22 milhões de passageiros anuais. Uma fasquia que seria conseguida com a optimização de diversos serviços e áreas do aeroporto, segundo alguns dos grupos candidatos, incluindo a própria Vinci. Antes do processo de privatização da ANA, o limite apontado para esgotar a capacidade de processamento da Portela oscilava entre os 18 e os 19 milhões de passageiros anuais.

O Diário Económico sabe que esta pretensão da Vinci exige medidas e investimentos a aplicar na área da segurança aeronáutica, da responsabilidade terceiras entidades, em particular do INAC - Instituto Nacional da Aviação Civil. No ano passado, a Portela passou pela primeira vez a barreira dos 15 milhões de passageiros por ano.

Segundo um documento do grupo francês, a que o Diário Económico teve acesso, apresentado na "Bernstein Strategic Decisions Conference",nos passados dias 1 e 2 de Outubro em Londres, dois responsáveis pelo departamento de Invertos Relartions da Vinci, Christopher Welton e Thomas Guillois, apresentaram os seus planos para a ANA, nomeadamente para o aeroporto da capital. Uma das questões que a Vinci abordou com mais detalhe junto dos analistas e investidores foi o limite de capacidade da Portela e a consequente necessidade de iniciar conversações com o Estado português para discutir os pormenores do ‘dossier' referente à construção e exploração do novo aeroporto internacional de Lisboa.

Segundo esses documentos, a Vinci prevê que o limite de capacidade da Portela até aos 22 milhões de passageiros anuais seja atingido no espaço de 12 anos a partir deste ano. Um cenário que se iria assim concretizar em 2025. Depois de verificar esse marco, o grupo francês estima em quatro anos o período necessário para chegar a acordo com o Estado português sobre o novo aeroporto de Lisboa. Se se cumprirem esses passos e estas datas, só partir de 2029 se iria iniciar a construção dessa infra-estrutura."

Vinci quer levar o limite da Portela até 25 milhões de passageiros | Económico

A TAP acordou 4 dias depois da Rya... só até amanhã!

EMAIL RECEBIDO (8/10/2013, 13:40):

Andam desesperados, não fizeram os trabalhos de casa, aliás o próprio Sérgio das PPP andou mais preocupado com embustes como Portos das Trafarias e LTM, e agora foram encostados à parede pela Rya.

Como têm os exemplos de Espanha que r
ebentaram com a Ibéria, Itália, vai ser "copy / paste" aqui na Portela.

É que nem tão pouco avaliam as consequências da Rya entrar na Portela de forma mais musculado, vendo-se desta forma o proteccionismo de que a TAP gozava com o Guilhermino Rodrigues.

A VINCI quer encher o aeroporto, quer fazer receita amortizando o mais rapidamente possível o investimento na compra da ANA, situação que não se pode condenar. O que querem fazer agora! Têm de começar a racionalizar custos, cortar rotas não rentáveis com implicações no Longo Curso.

Voos de médio curso que eram ajudados a rentabilizar através de tráfegos não provenientes dos voos de longo curso começam a ser cada vez mais complicados, pois a oferta aumentou com a entrada da Rya, e como se sabe, a opção do preço está sempre presente, para mais viagens de tempo inferior a 2,5 horas.

A Transavia por mero acaso tem razões de queixa da Portela? A Air France e a KLM subsidiárias da Transavia lamentam essa opção. Quanto tempo tem a Trasavia? Em vez da TAP optar pelo marketing "Um voo 5 formas diferentes de viajar", não poderia ter optado por uma TAP Express?

Esta coisa das low cost é por mero acaso, dos negócios mais bem escondidos do mundo? A Southwest Airlines é tema virgem ou tabú na Europa?

Agora têm a Ryanair ao colo quase um ano depois da venda ao colombiano ter aborregado, e qual será a saída senão uma entrega cheia de boa vontade de quem recebe de uma TAM
que ainda se está a ajustar a mudanças recentes.

Responsabilidades políticas ninguém as tem? Qual a estratégia para os sectores?

É bom pois que se comece a apontar responsabilidades.

EMAIL RECEBIDO (8/10/2013):

Como se estava à espera a entrada da Ryanair aqui em Lisboa, apesar de "mansinha", sabe bem ao que vem! É deixar chegar os horários para o próximo verão IATA que a base em Lisboa fica concretizada.

O Gaúcho sabe isso, o Luis Mor(mente) sabe isso e faz de porta-voz do Gaúcho sempre que entende oportuno.

Para quem tem acompanhado este percurso, desde 2006, quando todos se movimentaram contra a Ota na Ota, esta acção de comunicação (coordenada by L. Monteiro), com contributo claro no D. Económico, pretende colocar em causa as companhias low cost, vd. as 2 páginas da Hermínia S. num jornal com muita da publicidade paga pelo BESTAP.

Soube-se através do artigo da Hermínia que a TAP "ficou em sentido", mas esta reacção do Mór(mente) é quanto mim desajustada, explicando-se talvez pela falta de "Plano-B" da TAP.

Não quero acreditar que a única solução esgalhada pela TAP seja o reforço dos voos para o Brazil. Até porque a principal rota da TAP (onde deveria investir em B777) é a de Lisboa-Luanda. Os novos destinos para o Brazil são uma saída de recurso, talvez por o governo de Angola ter colocado uma fasquia mais alta aos acordos entre ambos os países relativamente a viagens aéreas. Se calhar o Rui Manchete deverá reiterar uma vez mais as diplomáticas desculpa. ;D

Sobra pois o Brazil, onde a BESTAP foi buscar os 2 A330 da TAM, em clara aproximação com a solução brazileira.

Por outro lado, ao nível das empresas públicas do estado, não é segredo para ninguém, as debilidades relativamente às respetivas dívidas são universalmente conhecidas.

Aqui entra o nosso amigo SÉRGIO MONTEIRO. SE BEM ME RECORDO, FOI PARA O GOVERNO DADAS AS SUAS PROVADAS VALÊNCIAS EXACTAMENTE NO SECTOR FINANCEIRO (o rapaz era excelente na engenharia financeira - PPP's), MAS 3 ANOS DEPOIS NÃO FEZ RATA, E AS EMPRESAS PÚBLICAS CONTINUAM SUBMERSAS EM DÍVIDAS.

Salvo melhor opinião, esta é a conclusão que se pode tirar do Sérgio. E é o que se vê no sector dos transportes: o contribuinte (e utente) paga e o pessoal que integra esse mesmo sector paga igualmente por via salarial. Como exemplo disso (dos utentes) veja-se a situação de voos da TAP, que operam sem serviço de bordo, oferecendo a TAP uma indemnização entre os 10 e os 20€. Aliás a Hermínia fala dessa situação (embora de forma velada) no artigo de 2 páginas que publicou.

Relativamente às empresas públicas é claro que as mesmas representam uma renda fixa para os bancos que são credores da Parpública (ex. BES). Ora, sabendo-se isso, havia aqui muito trabalhito para o amigo Sérgio. Vê-se alguma coisa?

Ontem na RTP-2 de forma coordenada com Herminias e Mor(mente) foi apresentado um programa onde voltaram a falar do NAL. Creio que meteu malta da VINCI (Lusoponte). Já me disseram que foi surrealista, mas se até este governo o é,...

Para os mais distraídos é de recordar que em Setembro de 2008 o Mor foi expressamente ao Porto rodeado de jornalistas (convidados pela TAP) para apresentar os novos destinos da TAP - voos directos do Porto para o Brazil,... -, quando o objectivo era apenas esgotar o mais possível os slots tanto na Portela como do Porto (mais uma forcinha para justificar o NAL).

Os resultados no final de 2009 foram os que se sabem, com um buraco que ultrapassou os 800 milhões de euros, e com os aviões da TAP A330 e A340 a fazerem "cabotagem" no Porto antes de seguirem para o Brazil. De facto Portugal estava a esbanjar tráfegos e mercados para todo o mundo, e é claro, como dizia o Gaúcho, a "TAAAAAPPPPPPêêê precisssssaa cresssscer", além de outras patacoadas relativamente à Ota na Ota: "Eu Sooonnho todos os dias com ela".

E é assim, agora condenam-se as low cost por serem elas que melhor entendem o cliente e por irem à procura dos clientes. Quem não voava de avião, foi pois convidado a viajar de avião. Depois conceitos que muitas vezes ainda hoje são utilizados, tais como "companhia aéreas de bandeira" deixaram de fazer qualquer sentido. Nos EUA existe por acaso alguma companhia de bandeira? Onde estão a Pan Am ou a VARIG?

Fantástico Mor(mente), quere-se dizer, quando operam em Lisboa as Vuelings, easyJet,..., não existe qualquer problema. Só agora que vai começar a operação da Rya é que as "companhias de baixo custo são um grande equívoco"?. Não era o Gaúcho que dizia no Brazil que eram as companhias low cost que tinham que se pôr a pau com a TAP?!!!!

Uns andam a tentar justificar um NAL por causa da Rya, quando para a Rya o seu aeroporto de eleição é no Montijo, e outros como o Mor(mente), a colocar em causa os últimos desenvolvimentos da indústria da aviação. Por acaso não era este senhor que dizia que a TAP não tinha vocação para operar no aeroporto de Faro. Então a TAP que está a ser um sorvedouro de dinheiro dos contribuintes, nomeadamente via Troika e via QREN (primeiro semestre foram mais 111 milhões) não tem vocação para dinamizar um dos principais centros de turismo da Europa?

É claro que são de esperar outras iniciativas como esta barragem de nevoeiro em volta da falta de estratégia aeronáutica indígena. Não seríamos certamente surpreendidos.

So far so good. I love the smell of napalm in the morning.

Última atualização: 9 outubro 2013, 13:50 WET

Governo de pulhas

Katterine Carneiro, viúva de Cláudio Carneiro, compositor, nora de António Carneiro, pintor. Uma filha, um neto, um bisneto, todos nos EUA. Vive sozinha na Casa Oficina António Carneiro no Porto. Fotografia © Augusto Baptista (arquivo: vinte rostos, dois mil anos)

Há limites para a pulhice

O governo planeia assassínio económico de viúvos, viúvas, grávidas e doentes portugueses
Mota Soares confirma corte das pensões de sobrevivência — jornal i
Esta medida assassina (grande reforma do Estado, Paulo Portas!) vai servir para liquidar de forma calculada e a frio uma parte dos viúvos, viúvas, grávidas e doentes do nosso país.

Os piedosos do CDS e da Igreja (ou será que a Igreja vai revoltar-se contra esta brutalidade?) dispõem, porém, de um vultuoso orçamento para as chamadas IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social — de que a 'socialista' Maria Belém Roseira é uma das graduadas—será que vai protestar?)

Estas instituições obscuras, e as fundações, por exemplo a do Oriente (que ao mesmo tempo que recebem subsídios do Estado, estão envolvidas em negócios de rendas usurárias com o Estado, nomeadamente no abastecimento de água às autarquias) não prestam contas públicas dos milhares de milhões de euros que o Orçamento lhes destina por artes mágicas (vamos ler com atenção a proposta do OE2014).

Os 100 milhões que servirão a Mota Soares para sacrificar no altar da austeridade mais uns milhares de cidadãos desta democracia partidária, populista, burocrática, neocorporativa, rendeira e cleptocrata, são uma gota de euro no oceano orçamental do mistério da caridade dirigido pelo hipócrita da lambreta!

Que dizem o PS e o PCP a isto? Porque não exigem esclarecimentos sobre o dinheiro sacado aos contribuintes e aos apoios da Troika pelo governo e depois desviados via OE para supostas instituições de caridade onde os administradores se deslocam em Audis e Mercedes topo de gama, e não prestam contas aos contribuintes?

Fragmentação da partidocracia

Não chega interpretar o mundo, é preciso transformá-lo!

Sem refundação do regime não há solução

A entrevista deste domingo dada por José Pacheco Pereira ao Público é um testemunho de lucidez, sobretudo na análise do que conhece melhor: as dinâmicas internas do poder em Portugal.

Creio que JPP não percebeu ainda a gravidade mundial da crise sistémica em curso, nem o que o relativo 'equilíbrio' na distribuição da riqueza global, entre o Ocidente e os antigos impérios coloniais, sobretudo do Oriente do Hemisfério sul implica em termos de empobrecimento relativo da América do norte e da Europa. Mas o que importa neste caso é que JPP percebeu e deu a conhecer publicamente a fragmentação em curso no regime partidocrata português, incapaz de se auto-reformar sem uma forte pressão externa, e que conduziu o país a uma humilhante bancarrota.

Se for consequente, Pacheco Pereira há-de concordar comigo na necessidade de as pessoas sérias e independentes deste país avançarem para a criação imediata de um Plataforma Eleitoral Independente com o objetivo claro de disputar as próximas eleições, começando desde logo pelas próximas Europeias.

2015 está demasiado longe para deixarmos Portugal entregue à corja analfabeta da JSD e da JS!

domingo, outubro 06, 2013

Um bater de asas...

La carte du sens de René Thom

«Ce qui limite le vrai, ce n’est pas le faux, c’est l’insignifiant.» René Thom

René Thom, um brilhante matemático francês, desenvolveu a hoje célebre teoria das catástrofes, a qual explicaria a topologia das transformação de estado, ou dialéticas, para usar a terminologia hegeliana/marxista. Desta teoria emergiu a anedota do bater de asas de uma borboleta em Tóquio que provoca tufões na América, mas a verdade é que, nos sistemas complexos a acumulação de tensões, fadiga e contradições dão quase sempre lugar a mudanças súbitas de estado, que vão desde a implosão ou explosão puras e simples, a processos lentos de erosão que acabam por provocar uma pandemia fatal no sistema ecológico de que fazem parte. O ataque sem precedentes em curso contra as classes médias dos países desenvolvidos é um ataque suicida, pois quando as classes médias se virem sem saída apagarão o sistema!

Olhando para a crise financeira e para o que parece ser o fim irremediável de uma longa era de crescimento económico e demográfico mundial, suportado pelo consumo e desgaste intensivo dos recursos naturais terrestres, e alimentado por um grupo de energias simultaneamente concentradas, facilmente transportáveis e baratas, interessa perceber a geometria do colapso à vista. Porque é de um enorme colapso que se trata!

Junto um paper oportuníssimo a este respeito, escrito por David Korowicz:

“Trade Off: Financial system supply-chain cross contagion – a study in global systemic collapse”

This new study by David Korowicz explores the implications of a major financial crisis for the supply-chains that feed us, keep production running and maintain our critical infrastructure. He uses a scenario involving the collapse of the Eurozone to show that increasing socio-economic complexity could rapidly spread irretrievable supply-chain failure across the world [in Feasta].

O hub da TAP

Belém do Pará, Brasil @ Wikipédia

Lusitânia Feliz, assim se chamava a terra da minha avó

TAP lança rota para Belém e Manaus, no Brasil

Luiz Mór, administrador da TAP, acaba de revelar que "no ano que vem a Tap vai lançar voos para Belém e para Manaus. Vai ser um projecto para 2014", disse no Fórum Empresarial do Algarve, organizado pelo LIDE, em Vilamoura.

Os Estados do Pará e do Amazonas ficam assim com ligação aérea via TAP à Europa. "Será o décimo primeiro e décimo segundo destino no Brasil. Hoje já há cerca de onze voos diários para Brasil", conta o executivo.

Ler mais no Expresso

Nem tudo são decisões desastradas na TAP. A aposta que o gaúcho Fernando Pinto fez no Brasil foi uma decisão estratégica certeira e é uma aposta ganha, sobretudo se souber adaptar-se aos tempos. A canadiana Rouge, que já iniciou voos low cost de longo curso, nomeadamente do Canadá para a Europa, ou os planos da Ryanair para voos intercontinentais baratos, são um aviso sobre tendências que a TAP não deve descurar, como fatalmente descurou o fenómeno low cost na Europa, um continente com 500 milhões de pessoas e fonte de mais de 60% das suas receitas.

A TAP precisa de uma reestruturação profunda, sem a qual a própria ideia de privatização é ilusória, como se viu, e neste blogue se avisou a tempo!

A reestruturação deverá passar em simultâneo por quatro mudanças de visão e estilo:
  1. vender os negócios (aliás todos ruinosos) que não fazem parte do core business da empresa, que é voar;
  2. competir em qualidade e preço com a oferta low cost, quer no médio curso (Europa/Marrocos), quer no longo curso (Brasil, América do Sul e África);
  3. reduzir o evidente excesso de recursos humanos, quando comparados com a concorrência, e ajustar as remunerações e benefícios sociais à realidade;
  4. manter a lusofonia como o espaço estratégico de consolidação e crescimento.
A minha avó Martina, mãe da minha mãe, era brasileira, do Belém do Pará, filha de um alemão e de uma princesa índia (claro :) Quando chegou ao Porto, no princípio do século 20, em pleno e rigoroso inverno, era uma menina pequenina, com um vocabulário ainda exíguo. Ao sentir o gelo húmido da cidade entrar-lhe pelos ossos dentro exclamou: Qui calô!!! Qui calô!!!

Não conheci a minha avó Martina, pois morreu ainda menina, tinha a minha mãe então dezasseis anos. Mas as histórias que a minha mãe nos contava, a mim e aos meus irmãos, tinham o inesquecível sotaque brasileiro da mítica avó Martina e da sua mana mais velha, a tia Glória: “Eu me chamo Tutuquinha, venho aqui prá recitá... Sei tocar piano, falar francês, pintar, enfim, sou uma pequena heroína! E agora, minhas senhoras e meus senhores dêem palmas e louvores que eu vou lá dentro brincá :)”

Os brasileiros são a maior comunidade imigrante em Portugal, e os portugueses voltam a emigrar para o Brasil. A recente fusão da Oi com a PT, os investimentos da GALP no pré-sal petrolífero brasileiro, a instalação da Embraer em Évora, ou ainda a saída do diretor do Dragão para o estádio Maracanã, são sinais evidentes de que os povos de língua portuguesa tendem e tenderão ainda mais no futuro a trabalharem e a amarem juntos, como sempre fizeram. A cultura é mais forte do que se pensa.

Quanto à TAP, enfim quanto à TAP o que tenho a dizer-lhe é que irei finalmente conhecer a terra da minha muito querida avó Martina :)

Última atualização: 7 out 2013, 12:10 WET

5 de outubro maçónico

Mário Soares e Álvaro Cunhal na manifestação do 1º de maio de 1974

A corja partidária prepara a vingança contra o grito de autonomia democrática das últimas eleições. Mas terá a resposta que merece.

O Facebook andou o dia todo a receber e distribuir efusivos vivas ao 5 de outubro e à República desmamada que temos. Os meninos e as meninas da Maçonaria, como se ainda fossem uma coisa do Salazarismo, resolveram dar o nó. Convém meditar sobre esta seita meio clandestina, sem qualquer justificação numa sociedade democrática aberta, a não ser para perpetuar a corrupção, a mediocridade e a consanguinidade no poder, e dizer disparates sobre as delícias do republicanismo indígena, um dos mais cretinos e corruptos que a Europa conhece.

Na penumbra da democracia partidária que vemos arengar nas inúmeras sinecuras dos ditos eleitos há um reino biológico de estupidez, cupidez e corrupção chamado Maçonaria. Será mais difícil fazer o que há que fazer, isto é, superar o regime corrupto e em bancarrota que expulsa mensalmente do país dezenas de milhar de portugueses, se não exigirmos a legalização destas pequenas igrejas anti-democráticas. Contra estas sobrevivências jacobinas ridículas precisamos de refundar a democracia!

Para tal será preciso preparar e convocar uma Nova Assembleia Constituinte, que faça a revisão constitucional profunda do texto pateticamente ideológico em vigor. Em breve PSD e PS estarão em fanicos. Antes que tal ocorra é vital que se lance o diálogo sobre a mudança democrática do regime partidário que, ao invés do que propugna, conduziu Portugal à mais grave das crises sociais e de insolvência financeira de que há memória viva.

No imediato é fundamental construir uma plataforma eleitoral capaz de consolidar a dinâmica de renovação democrática independente em curso, concorrendo às próximas eleições europeias com uma lista de candidatos autónomos e credíveis.

A corja partidária quer vingança, mas a nossa resposta deve ser uma nova e soberana resposta democrática à sua incompetência, corrupção e arrogância.

CNE e empresas de sondagem trabalham para a nomenclatura partidocrata instalada

A micro-sondagem do Partido Democrata feita com a ferramenta disponível do Blogger (e pouco mais de 100 euros de investimento) foi menos ambiciosa, mas muito mais precisa na deteção das grandes novidades nas intenções de voto dos portugueses —a emergência clara das CANDIDATURAS INDEPENDENTES e a SUBIDA DO PCP— do que as cada vez mais incompetentes e subordinadas agências de sondagens indígenas.

A distorção induzida pelos juízos arbitrários da corja partidária da CNE, que provocou justamente o boicote das televisões, foi uma manobra que ninguém investigou, mas que precisa de ser investigada, talvez entrando pelas capelas da Maçonaria.... Se tivesse havido debates televisivos e cobertura mediática da campanha, o PS teria perdido mais votos a favor do PCP e dos candidatos independentes, teria havido mais votos brancos e nulos (isto é, votos contra os dinossauros autárquicos sem vergonha, e contra os paraquedistas autárquicos, sobretudo oriundos dos bairros finos de Lisboa), e as votações nos candidatos independentes teria sido ainda mais expressiva.

As previsões à boca das urnas da Eurosondagem, das Autárquicas de 2031 (sic!), ainda favoreciam Menezes... No dia seguinte as eleições às eleições, como que por mistério, as anteriores sondagens desapareceram do sítio desta chafarica. E até mesmo o sorumbático Pedro Magalhães andou a navegar no vazio da propaganda sondagística.

Precisamos de uma boa tese de doutoramento (feita em universidade estrangeira, claro!) sobre a realidade obscura das empresas de sondagem e ninhos universitários. Dispõem de tecnologia e de gente competente. No entanto, tem a mania de errar sempre a favor da propaganda de quem as sustenta até ao fecho das urnas. Ao fim do dia eleitoral, no entanto, como que por milagre, todas coincidem na previsão dos resultados sem grande margem de erro! É esta espécie de transformação das sondagens em mais uma ferramenta oculta de manipulação e propaganda que é preciso averiguar e, se necessário, punir com mão pesada.

Entretanto, que tal pouparmos a massa pública desperdiçada nestas agências de propaganda, recorrendo aos instrumentos já disponíveis na tecnosfera ao preço de uma esferográfica?

Última atualização: 6 out 2013, 11:17 WET

sexta-feira, outubro 04, 2013

Portugal: ilhéu ferroviário em 2020

Bitola ibérica: uma solução que poderá não resistir depois de 2020


Portugal está a transformar-se num ilhéu ferroviário com acesso cada vez mais lento e reduzido a Espanha e ao resto da Europa, cortesia da cleptocracia indígena e do lóbi pirata da TAP e cidades aeroportuárias PPP, do estilo ‘aeromoscas’ de Beja.

Com o petróleo acima dos 100USD e a legislação anti-rodoviária a apertar na União, o resultado final é evidente: diminuição drástica da competitividade da economia portuguesa.

O especialista em lúpulo e rock n’ roll que puseram na Economia só conhece um destino para a cerveja, claro: Angola. Mas os empresários portugueses estão a partir agora avisados: as economias da União que não migrarem para a rede europeia de transportes ferroviários, o que pressupõe a adoção da bitola padrão (UIC ou ‘bitola europeia’), serão seriamente prejudicadas na sua competitividade. E assim sendo, quando um dia destes, lá para 2020, a linha de portos portugueses recuar até Vigo, Salamanca, Badajoz e Huelva, não se queixem do belfo que expulsou a boa moeda da Economia, quer dizer, o Álvaro dos Pastéis de Nata!

A propósito das Berlengas ferroviárias, aqui vai um email a propósito:

Como sempre se disse, o facto de Portugal não dar continuidade à obra do lado de cá, na prática desobrigou Espanha relativamente a datas, prazos e afetação de verbas.

Sempre se disse, em face dos investimentos já realizados em Espanha, que parar ou suspender as obras teria custos, nomeadamente políticos. A Madrid já chegam os problemas com a Catalunha, quanto mais arranjar chatices na Extremadura. Para mais, não estou a ver Ana Pastor a ficar com mais sangue nas mão do que aquele que correu na Galiza ao deixar andar a "solução" híbrida do Alvia. Era para Al(i)viar era, mas provou-se, uma vez mais, que improvisar e simplificar em matéria ferroviária é brincar com a segurança das pessoas, e isso tem custos.

As obras vão continuar a ritmo lento no que toca à ligação Madrid - Badajoz, pelos motivos acima indicados, e é claro que um estudo mais detalhado da proposta espanhola de investimentos para 2014 mostra que o país vizinho está a canalizar mais de 50% das verbas reservadas aos transportes para a rede UIC.

A aposta nas ligações entre Madrid e a Galiza, e entre Madrid e os portos da Andaluzia, são neste momento prioridades absolutas na Moncloa, ou não estivessem a Catalunha e o País Basco de abalada. Quanto aos portos, parece-me óbvio que Espanha pretende captar investimentos estrangeiros para Espanha. Sines sai, assim, claramente prejudicado de toda esta situação, pois sem bitola UIC não poderá competir com Algeciras, Cadiz e Huelva.

Não me parece que o cervejeiro esteja muito interessado neste assunto e, por isso, fez o 'outsourcing' das prioridades (ou seja, chutou para canto) ao mandar criar o Grupo de Trabalho para as Infra-estruturas Estratégicas de Valor Acrescentado (GTIEVA) — mais uma comissão para empatar e desculpar a inépcia e corrupção dos governos tugas.

A situação da linha em bitola ibérica Sines - Évora é um imbróglio, uma vez que a Espanha decidiu investir na bitola UIC para as ligações com Madrid (centro da Península), e mais importante ainda, decidiu INVESTIR NA BITOLA UIC PARA A LIGAÇÃO DOS PORTOS ESPANHÓIS, NÃO APENAS A MADRID E PRINCIPAIS CIDADES ESPANHOLAS, MAS TAMBÉM A FRANÇA E RESTO DA EUROPA.

De realçar aos mais distraídos que os alemães da Schenker estão com problemas em Espanha e em França dada a baixa prioridades dada aos comboios entre Portugal e Alemanha.

Aqui ao lado parece-me óbvio que a prioridade são os comboios que rolam sobre UIC. Em França, como a bitola ibérica nunca existiu, envolver movimentações de contentores entre vagões de diferentes bitolas, é coisa cada vez mais desinteressante, perdendo rapidamente prioridade, pois Portugal, por si só, não tem escala que justifique custos acrescidos e perdas de tempo.

Por outras palavras, a bitola ibérica está condenada, e a condenação chegou mais depressa do que os génios locais se fartaram de negar. Recordam-se do plano de encerramento de linhas que a Pastor entregou ao Álvaro? Nós avisamos! R.

Originalmente publicado em O Livre Democrata
1-10-2013, 16:09 WET



REFERÊNCIAS
  • Ministerio de Fomento, Proyecto de Presupuesto 2014 (pdf)