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sábado, maio 03, 2014

Portugal, Japão, BRICS e CPLP

Tóquio, 2005 © ACP/OAM

Duas novas realidades a ter em conta: BRICS e CPLP


Enquanto pende a ameaça de extinção económica, demográfica e radioativa sobre o Japão, a Índia (1) emerge como terceira economia mundial, depois dos EUA e da China.

Japão quer ter estatuto de observador na CPLP
Portugal Digital, Redação, 03/05/2014 12:00

Lisboa - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, expressou esta sexta-feira, durante a sua primeira visita oficial a Portugal, o interesse do Japão de se tornar membro observador da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Segundo uma declaração do primeiro-ministro luso, Pedro Passos Coelho, Portugal manifestou o seu apoio a esta pretensão.

O interesse japonês em adquirir o estatuto de observador na CPLP está associado à ambição do Japão de aprofundar as parcerias com países de expressão portuguesa que estão a ampliar a sua presença em África e na América Latina.

Embora a maior economia mundial e a terceira união demográfica do planeta se chame União Europeia, a verdade é que este gigante sem cabeça e patas de barro ainda não pode ser levadao totalmente a sério. E assim sendo, cada um por si. Ou seja, Portugal só pode salvar-se dos vários naufrágios que ocorrem a cada dia que passa se pensar pela sua própria cabeça, se se lembrar da sua história, se ouvir o coração e se sonhar. Depois de colocarmos as contas públicas em dia, depois de libertarmos a economia e a sociedade da canga burocrática e rentista que tem corrompido e atrofiado o país, precisaremos de reforçar a nossa condição europeísta alargando, sem pedir licença a ninguém, os horizontes estratégicos que nos são mais favoráveis, e mais favoráveis são, também, à Europa.

Há uma realidade que se consolida a cada ano que passa. Chama-se BRICS (2).

Quando os BRICS tiverem o seu banco de desenvolvimento comum e o seu mecanismo de segurança financeira montados, equivalentes ao Banco Mundial e ao FMI, possivelmente assentes numa zona monetária comum, formada por um cesto de moedas orientais, muita coisa poderá mudar neste mundo a caminho de uma nova era de crescimento mais digital e cultural do que carnívoro e estupidamente consumista.

A crise na Ucrânia, criada pelos EUA, destina-se, antes de mais, a impedir estes desenvolvimentos.

Os belicistas falidos de Washington querem uma nova guerra na Europa e um pretexto para isolar a China das suas fontes de abastecimento energético, tal como fizeram na década de 1940 ao Japão, estendendo assim a II Guerra Mundial ao Pacífico e experimentando nesta carnificina a primeira selvajaria nuclear da História, da qual nunca pediram desculpa, creio.

Portugal tem que estar muito atento a estes movimentos REM da diplomacia mundial. Normalmente antecedem choques e ajustamentos violentos das placas tectónicas da geoestratégia.

Há, porém, uma realidade que desponta no horizonte e que não deixa de ser surpreendente e interessante ao mesmo tempo. Chama-se língua portuguesa. No centro topológico dessa língua existe uma nação antiga, que foi império e escudo durante séculos, pequenina, cristã à sua maneira pagã, relativista, tolerante, europeia, mas sobretudo pragmática e peripatética. Será esta conjunção o cisne branco porque todos esperamos para travar o passo aos cisnes negros da fragilidade e tragédia que ameaçam esmagar de novo a humanidade? Não sabemos, mas desde os Templários que se ouvem vozes sobre este nariz e esta praia da Europa. 


NOTAS
  1. India became 3rd-largest economy in 2011 from 10th in 2005: World Bank
    Lalit K Jha, Washington, Last Updated: April 30, 2014  | 13:00 IST. Business Today

    In a matter of six years, India emerged as the world's third-largest economy in 2011 from being the 10th largest in 2005, moving ahead of Japan, while the US remained the largest economy closely followed by China, latest figures have revealed.

    "The economies of Japan and the UK became smaller relative to the US, while Germany increased slightly and France and Italy remained the same," according to data released on Wednesday by the International Comparison Program (ICP), hosted by the Development Data Group at the World Bank Group.

    The Developing India-China Maritime Dynamic
    By Abhijit Singh, May 01, 2014. The Diplomat

    During the 17th round of Special Representative Talks in February this year, India seemed open to the possibility of joining the Maritime Silk Route – a grand maritime project proposed by Beijing that promises connectivity, infrastructure, and commercial development. Reportedly, while the Indian interlocutor didn’t overtly display enthusiasm for the proposal, he wasn’t unfavorably disposed to the suggestion either. India’s contingent optimism about the MSR – however qualified – could, in fact, be construed from its willingness to engage in a structured maritime dialogue with China.
  2. Un objectif : EuroBRICS
    Jean-Paul Baquiast, 21/04/2014 - Defensa

    Les pays du BRICS ont annoncé récemment qu'ils entendaient mettre en place dans les prochains mois l'équivalent du FMI et de la Banque mondiale dans le cadre de l'association qu'ils ont décidé de créer entre eux il y a environ un an.

    Il s'agit d'abord de mobiliser des épargnes venant directement des pays concernés, afin de financer des opérations intéressant ces mêmes pays. Il s'agit ensuite d'échapper à l'influence jugée excessive des Etats-Unis au sein du FMI et de la Banque mondiale. Ces organismes imposent aux pays assistés des conditions d'accès aux crédits depuis longtemps jugées non seulement inefficaces mais encore permettant aux pays riches et aux intérêts financiers qu'ils représentent une intrusion illégitime dans la gestion des pays « assistés ».

    Mais les Etats-Unis refusent toute modification du statut des organismes à vocation internationale mis en place à la fin de la seconde guerre mondiale, qui leur assurent un rôle dominant. Ils bataillent en effet depuis quatre ans pour repousser une réforme structurelle qui les priverait d'une partie de leur pouvoir d'influence, notamment le droit de veto constituant l'essentiel de leur pouvoir de décision.

    Selon les informations actuellement diffusées, le fonds de réserve de futur organisme serait disponible dès 2015. La Banque internationale correspondante serait mise en place aussitôt après. Le montant du Fonds serait initialement fixé à 50 milliards de dollars. D'ores et déjà la Chine a proposé de fournir 41 milliards, le Brésil, l'Inde et la Russie 18 milliards chacun, l'Afrique du Sud 5 milliards. Le montant du futur fonds ne serait pas aussi élevé que celui du FMI (370 milliards de dollars) mais initialement le nombre des pays pouvant y prétendre serait moins grand. Dans la perspective de l'établissement d'un monde multipolaire, échappant à la domination jusqu'ici exercée unilatéralement par les Etats-Unis, ce Fonds sera le bienvenu.

    Une participation européenne

    Nous pensons que l'Europe ne devrait pas s'en tenir à l'écart. L'Europe ou tout au moins l'Eurogroupe, par l'intermédiaire de la Banque centrale européenne et de ses fonds d'investissement utilisant l'euro, pourrait offrir une contribution importante au fonds d'investissement des BRICS. Cela ne l'obligerait pas d'ailleurs à se retirer du FMI. La participation européenne serait en euros. Une parité fixe ou flottante pourrait être organisée avec la future unité de change commune qu'étudient par ailleurs les BRICS. Au sein du fonds BRICS, les européens pourraient participer directement au financement de projets intéressant les membres du BRICS ou d'autres pays considérés comme partageant les mêmes préoccupations politiques et économiques. Plus généralement, ils se mettraient en état de négocier avec eux sur des bases solides d'éventuels traités de libre-échange. Ceux-ci équilibreraient utilement le futur Traité de libre-échange transatlantique en cours de négociation.

    Brazil and Germany must lead on free Internet
    Thorsten Benner, DW

    Germany should capitalize on Brazil’s emergence as a key voice for digital rights. The two countries should lead by example and build global coalitions toward an open, free and secure Internet, argues Thorsten Benner.

    South Africa, China In Talks To Build Science And Tech Park
    May 1, 2014 Busayo. Ventures

    VENTURES AFRICA – South Africa and China are in talks for the establishment of a joint science and technology industrial park that will stimulate high-tech manufacturing industries in the former’s economy.

    China’s deputy Ambassador to South Africa, Yang Yirui said the issue was discussed between China’s Science and Technology Minister Wan Gang and his South African counterpart, Derek Hanekom in February while the former attended the first meeting of BRICS (an acronym for an association of five major emerging national economies: Brazil, Russia, India, China and South Africa) science and technology ministers.

quarta-feira, abril 23, 2014

Galiza e Guiné Equatorial mais próximos da língua portuguesa



A crise é também uma oportunidade

“A adesão da Guiné Equatorial à CPLP deverá ser realidade já em Julho, na cimeira da organização em Dili, depois de o país ter preenchido os requisitos exigidos” — Macau Hub.

O edifício que vemos em cima foi fotografado em 2006 e situa-se na capital da República Democrática de Timor-Leste, Dili. Este país de pouco mais de um milhão de habitantes e quase quinze mil quilómetros quadrados adquiriu a sua independência total e definitiva de Portugal em 2002, depois de libertar-se de uma ocupação ilegal extremamente violenta por parte da Indonésia na sequência da guerra civil que se seguiu à primeira intervenção militar daquele gigante muçulmano no território — com o objetivo de intersetar e conduzir o processo de independência da então colónia portuguesa, que estava a ser preparada desde 1975 pelo governo de Lisboa.

Trinta e nove anos depois do início do processo de independência partilhado entre portugueses e timorenses, e doze anos depois da consagração e reconhecimento internacionais do novo estado independente, será em Timor que a comunidade de países de língua portuguesa (CPLP) acolherá o seu novo membro, a Guiné Equatorial, e dará as boas-vindas à decisão histórica tornada lei em 24 de março de 2014, e publicada no Diario Oficial de Galicia em 9  de abril (1), de a Galiza se aproximar mais claramente do espaço estratégico, económico, político e cultural da lusofonia.

A importância destes dois eventos e o simbolismo de ocorrerem naquele que foi o último territótio do império colonial português a tornar-se estado independente não foram ainda percebidos no seu profundo significado e desejáveis consequências. Mas a História é isto mesmo: precisa de tempo.

Guiné Equatorial e Galiza reforçam em 76 mil milhões de euros o peso económico dos países de língua portuguesa

Macau Hub, 2014/04/14

“A Guiné Equatorial e Galiza perfilam-se como as duas economias mais avançadas na integração no espaço dos países d língua portuguesa, e poderão dar um impulso de perto de 76 mil milhões de euros ao peso económico do bloco.

Enquanto em Julho a Guiné Equatorial, cuja economia vale 19,7 mil milhões de dólares (14,2 mil milhões de euros), deverá aderir como membro de pleno direito à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a região autónoma espanhola da Galiza, que detém importantes laços históricos e culturais com Portugal, adoptou esta semana uma lei visando reforçar os laços com os “8”.

[...]

Com 2,8 milhões de habitantes, a Galiza tem uma economia de perto de 55,8 mil milhões de euros, com importante indústria automóvel, têxtil, florestal, entre outras.

A adesão da Guiné Equatorial à CPLP deverá ser realidade já em Julho, na cimeira da organização em Dili, depois de o país ter preenchido os requisitos exigidos.

O peso económico da Guiné Equatorial, que resulta de uma importante indústria petrolífera, já se faz sentir em Portugal, onde recentemente um fundo de investimento público chegou a acordo para comprar uma participação no banco Banif.

Segundo o presidente da Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP), Salimo Abdula, o PIB conjunto dos países de língua portuguesa representa hoje perto de 4 por cento do total mundial, com tendência de crescimento.

Em recentes declarações, Abdula previa que os países língua portuguesa poderão representar 10% do PIB mundial, dentro de dez ou quinze anos, se os governos se juntarem e apostarem numa verdadeira comunidade económica.”

NOTAS

Da “LEI 1/2014, do 24 de marzo, para o aproveitamento da lingua portuguesa e vínculos coa lusofonía.”

“Artigo 1

Os poderes públicos galegos promoverán o coñecemento da lingua portuguesa e das culturas lusófonas para afondar nos vencellos históricos que unen Galicia cos países e comunidades de lingua portuguesa e polo carácter estratéxico que para Galicia teñen as relacións económicas e sociais no marco da Eurorrexión Galicia-Norte de Portugal.

Artigo 2

O Goberno galego incorporará progresivamente a aprendizaxe da lingua portuguesa no ámbito das competencias en linguas estranxeiras nos centros de ensino da Comunidade Autónoma de Galicia.

Artigo 3

Deberán ser promovidas, así mesmo, as relacións a todos os niveis cos países de lingua oficial portuguesa, constituíndo este un obxectivo estratéxico do Goberno galego. De maneira especial, fomentarase o coñecemento desta lingua por parte dos empregados públicos, a participación das institucións en foros lusófonos de todo tipo –económico, cultural, ambiental, deportivo, etc.–, así como a organización na Comunidade Autónoma galega de eventos con presenza de entidades e persoas de territorios que teñan o portugués como lingua oficial.”

Ler lei completa aqui.

segunda-feira, outubro 07, 2013

TAM TAP

No próximo aniversário o bolo será TAM-TAP

Privatização da TAP, take 2... ação!

Quem sabe se o negócio PT+Oi não contemplou já, como compensação suplementar pela perda parcial da soberania telefónica portuguesa, a compra da maioria do capital da TAP pela TAM, intermediada pelo omnipresente e eterno Espírito Santo dos Salgados. Os astros, pelos menos, parecem conjugar-se nesta direção.

TAP contactada “o tempo todo” por potenciais investidores

Potenciais investidores entram em contacto com a TAP “o tempo todo” para demonstrar o seu interesse na transportadora. Michael Conolly defende ainda que a empresa tem um “grande valor no xadrez das alianças” — Jornal de Negócios, 07 outubro 2013, 17:34.

TAP fecha acordo com TAM para ‘leasing’ de aviões
Ontem 30 de setembro de 2013, o Jornal de Negócios deu notícia de um entendimento entre a TAP e a TAM brasileira, para a celebração de um contrato de leasing, respeitante a dois aviões a ceder por parte da companhia brasileira à transportadora de bandeira portuguesa.
Há já alguns meses que a TAP procurava no mercado até seis aeronaves disponíveis, de modo a poder reforçar carreiras com bastante procura, nomeadamente para África e América, até à entrada em serviço dos novos A350 XWB, com entrega prevista para 2016.
Apesar da TAP procurar principalmente Airbus A320 e A330, não foi revelado o tipo de aeronaves envolvidas no negócio — Porta de Embarque o4, 01 outubro 2013, 23:06.

Ryanair inicia parceria com agência de viagens

“A Ryanair deixará de ter apenas o seu portal como forma de ligação com os consumidores, abrindo à cooperação com as agências de viagens, o que constitui uma revolução cultural pioneira para a companhia aérea.”
Ryanair em Lisboa. Voos para Londres, Paris, Frankfurt e Bruxelas Charleroi a 26 novembro 2013Low Cost Portugal, 16 setembro 2013.

As rotas têm inicio a 26 de novembro com as seguintes frequências:

Lisboa – Londres Stansted 2 voos diários / 14 semanais
Lisboa – Bruxelas Charleroi 4 voos semanais
Lisboa – Paris Beauvais 4 voos semanais
Lisboa – Frankfurt Hahn 3 voos semanais

Trata-se dos primeiros voos da maior companhia aérea low cost europeia no aeroporto de Lisboa, um desejo antigo da Ryanair. A entrada em Lisboa é um primeiro passo que se espera ser sucedido por uma base.

Tudo leva a crer que o BES e a TAP (os governos de turno são secundários nestas coisas, e de momento até estão em saldo) acertaram agulhas com a TAM, a maior companhia aérea brasileira de aviação comercial, para quem o hub brasileiro da Portela+Pedras Rubras é uma excelente mais-valia estratégica para as ambições naturais de uma potência emergente, apesar do refluxo a que momentaneamente se assiste na euforia financeira e imobiliária daquele gigante da América do Sul.

O mercado europeu da TAP está neste momento seriamente ameaçado pela tenaz com que as companhias Low Cost atacaram os aeroportos portugueses, de Faro ao Porto até chegar em força à Portela.

A TAP está tecnicamente falida, e um dos centros de custos mais ruinosos do grupo está no Brasil, chama-se TAP Maintenance & Engineering (ex-VEM/Varig) e ninguém o quer, nem oferecido!

A TAP tem excesso de pessoal que precisa de dispersar por paisagens suficientemente generosas, onde a absorção destes recursos humanos não cause grande dano por via das indemnizações exigíveis por eventuais despedimentos.

A TAP precisa, por fim, de uma estratégia bifocal. Precisa de se desmultiplicar numa TAP Europa/Norte de África (eTAP) —barata, confortável, simpática e eficiente— e numa TAP Intercontinental (iTAP) —ligando o universo lusófano, com especial atenção ao Brasil-Venezuela, África (Angola, Moçambique, Cabo Verde) e Timor.

A TAP, cujos intermediários financeiros no negócio dos doze Airbus A350-900 são o BES e o Crédit Suisse, vai ter que começar a desembolsar as primeiras prestações das primeiras aeronaves que chegarão à Portela em 2016. Estes aviões são destinados a voos intercontinentais.

TAP e TAM são grupos da Rede Star Alliance.

Está em marcha um tratado comercial para o Atlântico norte, entre os Estados Unidos/Canadá e a União Europeia. Logo, a aliança entre o Brasil e Portugal, ou melhor, entre o Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, nomeadamente na fileira dos transportes aéreos e marítimos é crucial para o reforço estratégico da comunidade lusófona global. Todos temos a ganhar, e Portugal ganha nesta ponte económica, financeira e diplomática novos argumentos negociais para a sua relação com os alemães e o resto da Europa.

A privatização deve pois contar com investidores sobretudo destas paragens, e deve ter uma percentagem nacional não inferior a 25%.

Quanto mais tarde se fizer esta operação, porém, menos valerá a TAP, pois o seu mercado europeu (mais de 60% das receitas) será comido às fatias pelo cerco das Low Cost europeias à Portela, Faro e Porto. O lucro tem horror ao vazio!

Nada de chineses neste negócio!!!

O negócio da aviação comercial está cada vez mais competitivo. Lynx Jet é um caso de estudo.

ÚLTIMA HORA

Toronto-Lisboa é na Rouge (a Low Cost da Air Canada) já a partir de 21 de junho de 2014.

O que a Blogosfera tem vindo a analisar e escrever sobre o futuro da aviação comercial e sobre o futuro da TAP, desde 2005-2006, bate certo... como um relógio suíço! E não custa centenas de milhões de euros ao erário público, em advogados, consultores e tráfego debaixo das mesas...

Toronto - Lisbon (June 21 - September 21 2014 3x a week)

NOVO AEROPORTO SÓ LÁ PARA 2030. Assim sim!

Se nessa época ainda andarmos a fazer férias de avião (uma probabilidade ínfima) então que se construa o NAL. Pelo sim pelo não, deixem o Campo de Tiro de Alcochete como está, que está muito bem. E os estupores do PSD, do CDS e do PS que enterraram dinheiro na zona que vão pastar ovelhas!
Entretanto talvez fosse momento de seguir de novo a pista dos submarinos. Na Grécia deu resultado!
Económico:

"A Vinci revela ter mais juízo do que a corja que tomou de assalto o estado português (Bloco Central da Corrupção). É que o dinheiro que ganharem é deles, mas o que perderem não será pago pelo tonto contribuinte indígena governado pela referida corja!

"A Vinci, a nova dona da ANA - Aeroportos de Portugal, pretende estender o limite de capacidade do aeroporto da Portela até aos 25 milhões de passageiros por ano. O último limiar de capacidade proposto para a Portela, decorrente das negociações entre o Estado e os candidatos à privatização da ANA, era de 22 milhões de passageiros anuais. Uma fasquia que seria conseguida com a optimização de diversos serviços e áreas do aeroporto, segundo alguns dos grupos candidatos, incluindo a própria Vinci. Antes do processo de privatização da ANA, o limite apontado para esgotar a capacidade de processamento da Portela oscilava entre os 18 e os 19 milhões de passageiros anuais.

O Diário Económico sabe que esta pretensão da Vinci exige medidas e investimentos a aplicar na área da segurança aeronáutica, da responsabilidade terceiras entidades, em particular do INAC - Instituto Nacional da Aviação Civil. No ano passado, a Portela passou pela primeira vez a barreira dos 15 milhões de passageiros por ano.

Segundo um documento do grupo francês, a que o Diário Económico teve acesso, apresentado na "Bernstein Strategic Decisions Conference",nos passados dias 1 e 2 de Outubro em Londres, dois responsáveis pelo departamento de Invertos Relartions da Vinci, Christopher Welton e Thomas Guillois, apresentaram os seus planos para a ANA, nomeadamente para o aeroporto da capital. Uma das questões que a Vinci abordou com mais detalhe junto dos analistas e investidores foi o limite de capacidade da Portela e a consequente necessidade de iniciar conversações com o Estado português para discutir os pormenores do ‘dossier' referente à construção e exploração do novo aeroporto internacional de Lisboa.

Segundo esses documentos, a Vinci prevê que o limite de capacidade da Portela até aos 22 milhões de passageiros anuais seja atingido no espaço de 12 anos a partir deste ano. Um cenário que se iria assim concretizar em 2025. Depois de verificar esse marco, o grupo francês estima em quatro anos o período necessário para chegar a acordo com o Estado português sobre o novo aeroporto de Lisboa. Se se cumprirem esses passos e estas datas, só partir de 2029 se iria iniciar a construção dessa infra-estrutura."

Vinci quer levar o limite da Portela até 25 milhões de passageiros | Económico

A TAP acordou 4 dias depois da Rya... só até amanhã!

EMAIL RECEBIDO (8/10/2013, 13:40):

Andam desesperados, não fizeram os trabalhos de casa, aliás o próprio Sérgio das PPP andou mais preocupado com embustes como Portos das Trafarias e LTM, e agora foram encostados à parede pela Rya.

Como têm os exemplos de Espanha que r
ebentaram com a Ibéria, Itália, vai ser "copy / paste" aqui na Portela.

É que nem tão pouco avaliam as consequências da Rya entrar na Portela de forma mais musculado, vendo-se desta forma o proteccionismo de que a TAP gozava com o Guilhermino Rodrigues.

A VINCI quer encher o aeroporto, quer fazer receita amortizando o mais rapidamente possível o investimento na compra da ANA, situação que não se pode condenar. O que querem fazer agora! Têm de começar a racionalizar custos, cortar rotas não rentáveis com implicações no Longo Curso.

Voos de médio curso que eram ajudados a rentabilizar através de tráfegos não provenientes dos voos de longo curso começam a ser cada vez mais complicados, pois a oferta aumentou com a entrada da Rya, e como se sabe, a opção do preço está sempre presente, para mais viagens de tempo inferior a 2,5 horas.

A Transavia por mero acaso tem razões de queixa da Portela? A Air France e a KLM subsidiárias da Transavia lamentam essa opção. Quanto tempo tem a Trasavia? Em vez da TAP optar pelo marketing "Um voo 5 formas diferentes de viajar", não poderia ter optado por uma TAP Express?

Esta coisa das low cost é por mero acaso, dos negócios mais bem escondidos do mundo? A Southwest Airlines é tema virgem ou tabú na Europa?

Agora têm a Ryanair ao colo quase um ano depois da venda ao colombiano ter aborregado, e qual será a saída senão uma entrega cheia de boa vontade de quem recebe de uma TAM
que ainda se está a ajustar a mudanças recentes.

Responsabilidades políticas ninguém as tem? Qual a estratégia para os sectores?

É bom pois que se comece a apontar responsabilidades.

EMAIL RECEBIDO (8/10/2013):

Como se estava à espera a entrada da Ryanair aqui em Lisboa, apesar de "mansinha", sabe bem ao que vem! É deixar chegar os horários para o próximo verão IATA que a base em Lisboa fica concretizada.

O Gaúcho sabe isso, o Luis Mor(mente) sabe isso e faz de porta-voz do Gaúcho sempre que entende oportuno.

Para quem tem acompanhado este percurso, desde 2006, quando todos se movimentaram contra a Ota na Ota, esta acção de comunicação (coordenada by L. Monteiro), com contributo claro no D. Económico, pretende colocar em causa as companhias low cost, vd. as 2 páginas da Hermínia S. num jornal com muita da publicidade paga pelo BESTAP.

Soube-se através do artigo da Hermínia que a TAP "ficou em sentido", mas esta reacção do Mór(mente) é quanto mim desajustada, explicando-se talvez pela falta de "Plano-B" da TAP.

Não quero acreditar que a única solução esgalhada pela TAP seja o reforço dos voos para o Brazil. Até porque a principal rota da TAP (onde deveria investir em B777) é a de Lisboa-Luanda. Os novos destinos para o Brazil são uma saída de recurso, talvez por o governo de Angola ter colocado uma fasquia mais alta aos acordos entre ambos os países relativamente a viagens aéreas. Se calhar o Rui Manchete deverá reiterar uma vez mais as diplomáticas desculpa. ;D

Sobra pois o Brazil, onde a BESTAP foi buscar os 2 A330 da TAM, em clara aproximação com a solução brazileira.

Por outro lado, ao nível das empresas públicas do estado, não é segredo para ninguém, as debilidades relativamente às respetivas dívidas são universalmente conhecidas.

Aqui entra o nosso amigo SÉRGIO MONTEIRO. SE BEM ME RECORDO, FOI PARA O GOVERNO DADAS AS SUAS PROVADAS VALÊNCIAS EXACTAMENTE NO SECTOR FINANCEIRO (o rapaz era excelente na engenharia financeira - PPP's), MAS 3 ANOS DEPOIS NÃO FEZ RATA, E AS EMPRESAS PÚBLICAS CONTINUAM SUBMERSAS EM DÍVIDAS.

Salvo melhor opinião, esta é a conclusão que se pode tirar do Sérgio. E é o que se vê no sector dos transportes: o contribuinte (e utente) paga e o pessoal que integra esse mesmo sector paga igualmente por via salarial. Como exemplo disso (dos utentes) veja-se a situação de voos da TAP, que operam sem serviço de bordo, oferecendo a TAP uma indemnização entre os 10 e os 20€. Aliás a Hermínia fala dessa situação (embora de forma velada) no artigo de 2 páginas que publicou.

Relativamente às empresas públicas é claro que as mesmas representam uma renda fixa para os bancos que são credores da Parpública (ex. BES). Ora, sabendo-se isso, havia aqui muito trabalhito para o amigo Sérgio. Vê-se alguma coisa?

Ontem na RTP-2 de forma coordenada com Herminias e Mor(mente) foi apresentado um programa onde voltaram a falar do NAL. Creio que meteu malta da VINCI (Lusoponte). Já me disseram que foi surrealista, mas se até este governo o é,...

Para os mais distraídos é de recordar que em Setembro de 2008 o Mor foi expressamente ao Porto rodeado de jornalistas (convidados pela TAP) para apresentar os novos destinos da TAP - voos directos do Porto para o Brazil,... -, quando o objectivo era apenas esgotar o mais possível os slots tanto na Portela como do Porto (mais uma forcinha para justificar o NAL).

Os resultados no final de 2009 foram os que se sabem, com um buraco que ultrapassou os 800 milhões de euros, e com os aviões da TAP A330 e A340 a fazerem "cabotagem" no Porto antes de seguirem para o Brazil. De facto Portugal estava a esbanjar tráfegos e mercados para todo o mundo, e é claro, como dizia o Gaúcho, a "TAAAAAPPPPPPêêê precisssssaa cresssscer", além de outras patacoadas relativamente à Ota na Ota: "Eu Sooonnho todos os dias com ela".

E é assim, agora condenam-se as low cost por serem elas que melhor entendem o cliente e por irem à procura dos clientes. Quem não voava de avião, foi pois convidado a viajar de avião. Depois conceitos que muitas vezes ainda hoje são utilizados, tais como "companhia aéreas de bandeira" deixaram de fazer qualquer sentido. Nos EUA existe por acaso alguma companhia de bandeira? Onde estão a Pan Am ou a VARIG?

Fantástico Mor(mente), quere-se dizer, quando operam em Lisboa as Vuelings, easyJet,..., não existe qualquer problema. Só agora que vai começar a operação da Rya é que as "companhias de baixo custo são um grande equívoco"?. Não era o Gaúcho que dizia no Brazil que eram as companhias low cost que tinham que se pôr a pau com a TAP?!!!!

Uns andam a tentar justificar um NAL por causa da Rya, quando para a Rya o seu aeroporto de eleição é no Montijo, e outros como o Mor(mente), a colocar em causa os últimos desenvolvimentos da indústria da aviação. Por acaso não era este senhor que dizia que a TAP não tinha vocação para operar no aeroporto de Faro. Então a TAP que está a ser um sorvedouro de dinheiro dos contribuintes, nomeadamente via Troika e via QREN (primeiro semestre foram mais 111 milhões) não tem vocação para dinamizar um dos principais centros de turismo da Europa?

É claro que são de esperar outras iniciativas como esta barragem de nevoeiro em volta da falta de estratégia aeronáutica indígena. Não seríamos certamente surpreendidos.

So far so good. I love the smell of napalm in the morning.

Última atualização: 9 outubro 2013, 13:50 WET

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Portugal: o porco que se segue?

O Rapto da Europa não é uma fava contada!

Evangelos Venizelo, Christine Lagarde e Wolfgang Schaube. Foto: ?

Atenas está a arder, mas a matança dos inocentes está longe de chegar ao fim. Um golpe de estado militar poderá baralhar radicalmente as contas dos especuladores, em particular se Angela Merkel e Wen Jiabao não tiverem medido bem, na cimeira UE-China de ontem, a gravidade e a urgência da situação, ou nos próximos meses um incidente militar grave no Golfo Pérsico fechar o acesso da China e do Japão ao petróleo iraniano.

A China reafirmou o seu empenho em ajudar a União Europeia a sair da sua crise de insolvência, a qual foi provocada pelo sobreendividamento público e privado, pela falta de disciplina orçamental, pela corrupção, pelo declínio industrial e criativo de boa parte dos países comunitários, e em geral pela alteração dos termos de troca mundiais associada à libertação dos povos colonizados pelo Ocidente, ao crescimento demográfico mundial, e ao declínio inexorável dos recursos energéticos, minerais e alimentares, cuja inflação de preços foi artificialmente contida pela via da criação monetária, ou seja, pelo endividamento. Mas Jiabao avisou também que:

"The debt crisis relies fundamentally on the efforts made by the EU itself. We especially expect the debt-stricken nations, according to their own situations, to strengthen fiscal consolidation, reduce their deficits and lower their debt risks,..."

"Beijing lends a hand to Europe", China Daily (15 Fev 2012).

Nenhum país, por mais rico que seja, está em condições de ajudar de forma decisiva a Eurolândia, o Reino Unido, ou os Estados Unidos, a tapar buracos sem fundo. A mesma globalização especulativa que permitiu ao Ocidente viver em permanente estado de negação da crise do seu modelo económico e social, é agora a principal causadora da crise sistémica do Capitalismo, em curso desde 2006. O dominó dos países que vão caindo na insolvência, isto é, que se tornam incapazes de gerar riqueza suficiente para pagar o serviço das suas dívidas (quanto mais crescer!) não ficará pela Grécia, Portugal, Itália, Espanha, etc. Atingirá a França, o Reino Unido, a América, e acabará por fazer um terrível ricochete na China, Índia e todos os países pobres do planeta. O buraco negro é só um, e só unidos poderemos fugir da sua órbita fatal de destruição.

"In 2011, The Depository Trust & Clearing Corporation estimated that the size of the global credit derivatives market in 2010 was $1.66 quadrillion USD"

[Wikipedia].

Este valor (mais de 26x o PIB mundial de 2010) é uma das medidas possíveis do grande buraco negro que nos conduzirá à hiperinflação, ou à guerra, ou a ambas — se a paralisia diplomática mundial persistir. Outro valor, menos grotesco, mas tão inimaginável pelos milhões de europeus depenados, é o que respeita ao valor nocional do mercados de derivados OTC (10x o PIB mundial de 2010):

"Prior to the financial crisis, the global OTC derivatives market grew strongly and persistently. Over the ten-year period from June 1998 to June 2008, the market’s compounded annual growth rate was 25 percent. The total notional amount outstanding reached its peak of $673 trillion in June 2008, but just six months later it had fallen to below $600 trillion in the wake of the financial crisis. [...] In December 2010, the total notional amount outstanding was $601 trillion".

Jian Cai, "Has the Over-the-Counter Derivatives Market Revived Yet?", Federal Reserve Bank of Cleveland.

Uma contadora de notas, podendo contar mil notas de um dólar por minuto, levaria mais de um milhão de anos a verificar os seiscentos e um biliões de dólares que correspondem ao valor nocional do buraco de derivados não regulados (OTC), e mais de três milhões de anos a contar os mil seiscentos e sessenta biliões de dólares que traduzem a dimensão virtualmente infinita do mercado de derivados de crédito. Ou seja, se não pusermos estes contadores infernais a zeros, apenas teremos sangue, suor e lágrimas pela frente :(

Perante estes números, ou mesmo tendo presente apenas os mais de 38,89 milhões de milhões de dólares de dívida pública mundial (mais de metade do PIB do planeta), o jogo da culpabilização nacionalista e a histeria partidária deixaram de ter sentido e apenas podem tornar as coisas mais desesperadas. A Alemanha é, aliás, o último país europeu a poder recriminar a Grécia, Portugal ou a Espanha pelas nossas desvairadas dívidas — que o são.

Think Greece's current economic malaise is the worst ever experienced in Europe? Think again. Germany, economic historian Albrecht Ritschl argues in a SPIEGEL ONLINE interview, has been the worst debtor nation of the past century. He warns the country should take a more chaste approach in the euro crisis or it could face renewed demands for World War II reparations.

'Germany Was Biggest Debt Transgressor of 20th Century', Spiegel Online.

Os algoritmos (dos finais da década de 1980, princípio da de 1990) e as equações de princípios de 1970, que nos conduziram até aqui, deixaram um número exagerado e demasiado pesado de países na insolvência. Sem escriturar mais e mais dívida, mais e mais quantidades surrealistas de liquidez digital, mais e mais moeda virtual (é tudo o mesmo!), o que aliás irá acontecer, mas não por muito tempo, nenhum dos países citados conseguirá sequer servir a sua dívida, quanto mais pagá-la. É da natureza dos buracos negros sugar toda a matéria que ande por perto!

It was the holy grail of investors. The Black-Scholes equation, brainchild of economists Fischer Black and Myron Scholes, provided a rational way to price a financial contract when it still had time to run. It was like buying or selling a bet on a horse, halfway through the race. It opened up a new world of ever more complex investments, blossoming into a gigantic global industry. But when the sub-prime mortgage market turned sour, the darling of the financial markets became the Black Hole equation, sucking money out of the universe in an unending stream.

Ian Stewart, "The mathematical equation that caused the banks to crash", The Guardian.

A dificuldade principal de toda esta calamidade financeira global reside assim num ponto: como deixar de pagar dívidas seguradas? Que parte poderá ser "perdoada"? Outra pergunta igualmente intrigante é esta: sendo o buraco nocional do mercado de derivados de crédito equivalente a tudo o que foi produzido ao longo de todo o século 20, como pensam as hienas da especulação traduzir em ativos reais (receitas comerciais garantidas, barragens, rios, portos, linhas férreas, comboios, aeroportos, aviões, ...) as suas esperadas cobranças usurárias? O sindicato de vendilhões do sombrio templo financeiro que nestes dois últimos anos tem vindo a lançar na miséria milhões de americanos, europeus, africanos e asiáticos, ainda não percebeu que a sua missão impossível é, em última instância, um desafio imperdoável às deusas do equilíbrio? E que Vénus e Balança acabarão por fazer justiça e reequilibrar a realidade?


A corrida aos bancos está em marcha nos PIIGS desde 2010.

Nas últimas duas semanas os alemães têm-se desmultiplicado em declarações sobre Portugal, ora elogiosas, ora apreensivas. Há duas explicações possíveis para tal agitação: ou acreditam que o próximo porco da matança somos nós, ou receiam que a estratégia de diversificação de alianças empreendida por Portugal desde (quem diria!) o governo de Sócrates, está a dar resultados positivos.

De facto, os portugueses têm vindo a preparar-se para a bancarrota, ou melhor, para o período pós-bancarrota. Como? Amealhando recursos (veja-se o reforço da emissão de dívida pública colocada hoje no mercado) e diversificando o leque de credores, por forma a não ficar nas mãos de um só agiota. A receita da triangulação com a China e com os países de língua oficial portuguesa (1), que reiteradamente tenho sugerido, está em marcha e teve insuspeitos precursores, com bons resultados traduzidos, por exemplo, na entrada da China na EDP e na REN (que tanto tem preocupado a Alemanha...) Para quem estiver interessado em conhecer os protagonistas e uma das plataformas que estiveram na origem desta acomodação estratégica do país, recomendo uma visita atenta ao sítio de uma coisa chamada GeoCapital, ou analisar a história recente do Moza Banco (2).

Portugal é uma das bases estratégicas da China na sua busca de vias alternativas ao Estreito de Ormuz, por razões geográficas, mas também por razões culturais. Não é impunemente que Portugal mantém uma relação de cinco séculos com a China, e não perdeu a amizade dos povos das suas antigas possessões imperiais e coloniais. A Alemanha terá que recorrer aos seus melhores filósofos para entender esta intrigante realidade.

O texto que se segue é uma receita bem pensada para a reestruturação da dívida grega pós-bancarrota. Lendo-o, perceber-se-à melhor o alcance das manobras de sobrevivência que temos vindo a empreender, muito para além da retórica parlamentar, da desorientação partidária e das nuvens mediáticas.
…the first step to a successful default, is securing new money for after the default.

China has mentioned a desire to become involved in European bailouts, but at an asset owner level, rather than as just a lender.  China wants to buy assets and wants strategic partners, it doesn’t just want to lend money.

[…]

So look to asset sales, and partnership with China.  Not only should you be able to secure financing, it would be at prices far better than selling these same assets to other European entities.  The Chinese desire is strong, and the EU has felt entitled.  Even more important, China has the capital to spend money to improve these facilities.  China can actually spend money to make sure their investments work – which means JOBS for Greeks!  A deep pocketed strategic partner (not lender) with long term goals would provide not only immediate liquidity but a  potential engine for GROWTH!
A Greek Default Doesn't Need To Be Chaotic For GreecePeter Tchir of TF Market Advisors (in ZeroHedge)

NOTAS
  1.  Dados do comércio entre a China e a CPLP, em 2010:
    —valor: 75,07 mil milhões de USD
    —crescimento: 49,45%
    — a China comprou aos CPLP bens e serviços no valor de 51,01 mil milhões de USD (+43,78%); e vendeu-lhes b&s no valor de 24,05 mil milhões de USD (mais 63,10%)
  2. Moza Banco is a financial institution that was launched Monday and includes Macau magnate Stanley Ho and Almeida Santos in its shareholder structure — in Club of Mozambique (18 Jun 2008).

    A estrutura accionista do banco é composta pela Moçambique Capitais, S.A., uma Empresa de Investimentos Moçambicana que detém 50.1%, o BES África (Grupo Banco Espírito Santo) com 25.1% e a Geocapital, uma sociedade de investimentos Luso-Macaense, que detém 24.5%.

    A integração do Grupo BES Africa Holding, e do Grupo Banco Espírito Santo para África na estrutura accionista do Moza Banco em Janeiro de 2011, veio alavancar a actividade do Banco, permitindo uma maior aceleração no processo de expansão da rede, reforçando a infra-estrutura tecnológica da Instituição, e beneficiando-se do know-how e especialização do Banco Espírito Santo nas áreas de negócio Corporate, Private e Retalho — in Auditoria de 2010 (KPMG).

Actualização: 15 Fev 2012 15:41

segunda-feira, julho 20, 2009

Mare nostrum

A caminho de um novo Tratado de Tordesilhas

CPLP: «Estratégia para o Mar» é hoje aprovada

Os ministros dos Negócios Estrangeiros e do Mar da CPLP vão aprovar hoje na Cidade da Praia a «Estratégia para o Mar» numa reunião parcialmente conjunta entre os chefes da diplomacia dos «oito» e os ministros do sector. — in Diário Digital (segunda-feira, 20 de Julho de 2009 | 06:10)

Tudo vai mal no governo Sócrates, menos a sua política externa. Luís Amado daria um bom futuro primeiro-ministro de Portugal. Quando a maré regressar ao PS, claro!

Os países da CPLP —Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe e Timor (mais a observadora Galiza)—, por razões que adiante resumimos, voltam a ser decisivos no jogo de equilíbrios mundial, podendo mesmo —ou melhor, devendo mesmo— preparar-se desde já para um forte papel de mediação diplomática e comercial no embate de titãs que se aproxima entre uma Ásia crescentemente protagonizada pela China, e o ainda dominante Ocidente euro-americano com os seus aliados, nomeadamente em África.

O interesse crescente da China e da Índia pelo Atlântico é óbvio e claramente explicável: sem uma navegação amigável por este oceano, não haverá energia, nem matérias primas, nem alimentos que cheguem para suportar as actuais taxas de crescimento daqueles dois gigantes emergentes. As importantes delegações, chinesa e indiana, que recentemente nos visitaram, sugerindo um papel mais activo de Portugal na cena internacional, são a prova provada do que venho escrevendo há mais de três anos (ler aqui) sobre este tema: vai ser preciso um novo Tratado de Tordesilhas para garantir a paz mundial e o ajustamento harmónico das placas tectónicas das geo-estratégias planetárias — actualmente em rota de colisão.

A passagem do Médio Oriente está infestada de conflitos militares (1) e até de "piratas" (2). As regiões de contacto terrestre entre a China e o resto do planeta —Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Paquistão, Índia, Birmânia (Myanmar)— estão a ser bloqueadas pelo Ocidente através da aliança judaico-cristã protagonizada pela NATO e por Israel, em nome, claro está, da luta contra o terrorismo fundamentalista. Primeiro foi a desestabilização do Tibete nas vésperas dos Jogos Olímpicos; agora é a "revolução" nacionalista em Xinjiang. A Turquia, que é um estado predominantemente islâmico, mas pró-Ocidental e que quer entrar na União Europeia, avisou a China de que não poderia tratar o Turquistão Chinês, i.e. a região autónoma chinesa de Xinjiang, palco recente de grandes conflitos étnicos e religiosos, como vem tratando da questão tibetana. Em suma, o cerco terrestre à China está em marcha!

Resta, pois, ao país dos pandas, uma de duas soluções: ou antecipar um conflito militar em larga escala (para o que não está preparado), ou criar uma grande armada comercial e militar, em nome das regras internacionais da livre-circulação marítima — que é o que vem fazendo, com sucesso. A visão interrompida, em 1433, de um súbdito de três imperadores chineses, o eunuco muçulmano e mítico almirante da então maior armada militar do planeta —Zheng He—, regressa agora como uma inevitabilidade, curiosamente, cinco séculos depois de Filipa de Lencastre ter estimulado os seus bem educados filhos a conquistar Ceuta e descer a costa ocidental de África, em busca de ouro e do lendário Preste João das Índias.

Os nossos grandes empresários escusam pois de teimaram na betonagem do país à custa da sangria fiscal e da destruição dos direitos sociais dos seus concidadãos. A China e a Índia, já para não mencionar o Brasil, Angola e Moçambique, precisam da vossa versatilidade, dos vossos conhecimentos técnicos, da vossa experiência de gestão e dos vossos capatazes, mas sobretudo, precisam do vosso idioma! Portugal, se calhar não morreu ainda. Teve um colapso. Desmaiou. Dêem-lhe umas bofetadas, para acordar!



NOTAS
  1. The Pentagon and its NATO allies have launched the largest combat offensive to date in their nearly eight-year war in South Asia - Operation Khanjar (Strike of the Sword) with 4,000 US Marines, attack helicopters and tanks and Operation Panchai Palang (Panther's Claw) with several hundred British engaged in airborne assaults - in the Afghan province of Helmand.

    The American effort is the largest ground combat operation conducted by Washington in Asia since the Vietnam War.

    Other NATO and allied nations have also boosted or intend to increase their troop strength in Afghanistan, with German forces to exceed 4,000 for the first time, Romanian troops to top 1,000 and contingents to be augmented from dozens of other NATO member and partner states, including formerly neutral Finland and Sweden.

    The US, NATO, NATO's Partnership for Peace and Contact Countries and other allied nations - states as diverse as Australia, New Zealand, Ireland, the United Arab Emirates and Macedonia - have some 90,000 troops in Afghanistan, all under the command of America's General Stanley A. McChrystal, former head of the Joint Special Operations Command in Iraq and a counterinsurgency master hand. The Afghan-Pakistani war theater resembles the Vietnam War in more than one manner.

    The US troop contingent has nearly doubled since last year, more than quintupled in five years, and will be in the neighborhood of 70,000 soldiers by year's end.

    Concurrent with the ongoing offensive the US has fired missiles from aerial drones into Pakistan in the two deadliest strikes of the type ever in that country, killing 65 and 50 people in two recent attacks.

    Large-scale government military operations on the Pakistani side of the border, coordinated with the Pentagon through its new Pakistan Afghanistan Coordination Cell and with NATO through the Trilateral Afghanistan-Pakistan-NATO Military Commission, have uprooted and displaced well in excess of two million civilians, the largest population dislocation in Pakistan since the 1947 partition of British India. — in "Military Escalation: From Afghanistan To the Caspian Sea and Central Asia Largest ground combat operation since the Vietnam War", by Rick Rozoff, Global Research, July 10, 2009.

  2. Na realidade, os propagandeados "piratas" do Índico não passam duns pobres diabos esfarrapados, a quem não resta outro remédio que não seja pilhar quem passa ao largo das suas costas, normalmente navios atulhados de petróleo e outras mercadorias, depois de as suas águas e territórios terem sido e continuarem a ser literalmente pilhados pelos verdadeiros e grandes piratas da humanidade que somos nós, Ocidentais alegres e sempre cheios de razão, devoradores insaciáveis de recursos, que com a nossa tecnologia superior varremos, por exemplo, os bancos de peixe das costas da Somália.

    Somali pirates are in the news once again, capturing ten shipping vessels in the Indian Ocean this week. That is a total of 66 vessels on the year, with 16 still in the hands of pirates. This time there were no off-colored remarks about parrots and scallywags, treasure chests or Captain Jack Sparrow in the American media. This time an American was taken hostage. — in "To Deal With Pirates, Look To The Land" (Olive & Arrow).
  3. After the tragic events of July 5 in Xinjiang Uyghur Autonomous Region in China, it would be useful to look more closely into the actual role of the US Government’s ”independent“ NGO, the National Endowment for Democracy (NED). All indications are that the US Government, once more acting through its “private” Non-Governmental Organization, the NED, is massively intervening into the internal politics of China.

    The reasons for Washington’s intervention into Xinjiang affairs seems to have little to do with concerns over alleged human rights abuses by Beijing authorities against Uyghur people. It seems rather to have very much to do with the strategic geopolitical location of Xinjiang on the Eurasian landmass and its strategic importance for China’s future economic and energy cooperation with Russia, Kazakhastan and other Central Asia states of the Shanghai Cooperation Organization.

    The major organization internationally calling for protests in front of Chinese embassies around the world is the Washington, D.C.-based World Uyghur Congress (WUC). — in Global Research, July 11, 2009. — Washington is Playing a Deeper Game with China, by F. William Engdahl (Global Research).


OAM 605 20-07-2009 12:14

sábado, julho 19, 2008

Portugal 35

Portugal, a Europa, a CPLP e o porta-aviões açoriano

Ocorra o que ocorrer, teremos que nos acomodar ao New Chinese Century


Há dois factos que não me saem da cabeça: um são os mapas de acessos a este blogue, invariavelmente distribuídos, ao longo dos últimos quatro anos, entre Portugal e o Brasil, verificando-se uma ainda fraca sensibilidade das antigas colónias portuguesas africanas a qualquer referência aqui feita; o outro é a facilidade com que ucranianos, russos e moldavos aprendem a língua portuguesa, ao ponto de em dois ou três anos falarem o nosso idioma melhor que muitos de nós e sem pronúncias estranhas, uma proeza difícil de alcançar pelos vizinhos espanhóis! Mas o facto de o Sitemeter raramente assinalar acessos de Espanha ao António Maria, ou então registar quotas na ordem dos 1%-2%, em grande medida da responsabilidade da minha filha, que vive em Madrid, deixa-me estarrecido!

Estes dois factos algo insólitos fizeram entretanto faísca depois de ler duas crónicas do Expresso desta semana.

Numa delas, Luísa Meireles chama a atenção para a atracção que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), exerce, não apenas e naturalmente sobre a Galiza, que é hoje uma comunidade autónoma da Espanha (e amanhã, quem sabe, um novo estado europeu independente), mas ainda sobre países que nem sequer falam o idioma de Pessoa: Marrocos, Ilhas Maurício, Guiné Equatorial, Ucrânia e Croácia! Por outro lado, a expansão do português brasileiro na América do Sul é crescente, especialmente no Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e Venezuela.

Na segunda crónica, assinada pelo pró-Yank Miguel Monjardino, transmite-se um recado: os americanos têm pressa na renovação do Acordo das Lajes, para lá colocar os F-22 Raptor e dar apoio firme à sua nova força de intervenção estratégica na África Ocidental, baptizada de Africom. Africom ou África Dot Com?

Para pressionar um bocadinho mais José Sócrates, o dito açoriano acrítico lá vai sugerindo que o socialista Carlos César, actual governador do arquipélago, também tem pressa e quer oferecer (ilusórias) boas-novas eleitorais em Outubro. Em suma, tudo muito bem engendrado e muito conveniente para todas as partes menos uma: Portugal!

O pensamento europeu mais lúcido defende há muito uma rápida diminuição da dependência estratégica europeia face aos Estados Unidos, e uma maior atenção ao potencial protagonismo da União Europeia como força de interposição estratégica global e veículo democrático de harmonização diplomática à escala mundial. Os Estados Unidos são claramente um império em declínio. E como todos os impérios declinantes, sofre a tentação do disparate bélico sem limites, desconhecendo que tais aventuras apenas apressam o indesejado declive.

Os sucessivos fiascos das guerras, invasões e ocupações do Afeganistão e do Iraque são a este título bem ilustrativos. Bush -- sobre quem o congressista democrata Dennis Kucinich desencadeou um processo de cassação de mandato (1) -- não ganhou nenhuma das guerras, levou o seu país à falência e está neste preciso momento a recuar atabalhoadamente do Médio Oriente, deixando a imprensa americana que o apoiou sem palavras. No fundo, a decisão vem de baixo, isto é, das empresas privadas a quem o clã Bush e o coiote Cheney encomendaram a guerra, em regime de bloody catering. Estas empresas privadas, que formam o vasto e complexo conglomerado bélico americano, aperceberam-se que o tsunami financeiro em curso se abaterá sobre elas sem piedade se não largarem o osso quanto antes. É o que estão a fazer! Daí as inesperadas e surpreendentes declarações do presidente americano. O maior fiasco americano desde a Guerra do Vietname chegou ao fim. Alguém que pague a factura! Estamos a pagar!!

As vantagens entretanto ganhas por países como a China, a Rússia e o Irão, ao oporem-se à tentativa americana de manter a todo o custo uma supremacia económica apoiada na sua evidente supremacia militar, são mais do que evidentes. O potencial produtivo do Ocidente, sobretudo o americano, emigrou para o Oriente. Depois emigraram o ouro e boa parte da liquidez mundial. Como se isso não bastasse, a China criou em 2001 uma resposta credível (cada vez mais credível) à NATO, chamada Shanghai Cooperation Organization (CSO), da qual fazem parte a China, a Rússia, o Casaquistão, o Quirguistão, o Tajaquistão e o Usbequistão. Entre os países observadores contam-se, o Irão, o Paquistão, a Índia e a Mongólia. E são ainda convidados a Commoenwealth of Independent States (CIS), a Association of Southeast Asian Nations (ASEAN) e o Afeganistão. Ou seja, nada mais nada menos do que a metade oriental do mundo, a que falta tão só aderir o Japão, compreensivelmente receoso dos efeitos que a supremacia estratégica da China terá sobre os seus próprios graus de liberdade.

Os estados petrolíferos do Médio Oriente beneficiam obviamente do crescente e subtil protagonismo do chinês adormecido que agora desperta como obstáculo intransponível para quem, como americanos e ingleses, usufruiu de uma clara hegemonia nos direitos de acesso e exploração do petróleo ao longo de todo o século 20, e aparentemente persiste na ideia de prolongar, apesar de falido, os seus hábitos e arrogância imperiais.

A China e a Rússia (que a Europa dominada pelos piratas londrinos tão mal tratou desde a queda do Muro de Berlim) têm hoje dinheiro suficiente para comprar um novo Tratado de Tordesilhas, baseado numa neutralidade mutuamente assegurada aos principais países produtores de petróleo e na determinação dos meridianos que voltarão a dividir o planeta em duas grandes zonas económicas e culturais política e militarmente protegidas.

A alternativa credível a este cenário teria sido uma confrontação militar preventiva com carácter devastador. Foi essa a intuição dos trotskystas degenerados que teorizaram a aventura fracassada do chamado New American Century. O preço a pagar por tamanha ousadia foi o colapso financeiro do Ocidente (e do Japão) a que estamos assistindo incrédulos e assustados.

O previsto ataque israelita ao Irão (que Condoleeza Rice provavelmente meteu na gaveta, a conselho de algum sábio) não mudaria nada, a não ser acelerar vertiginosamente a queda do Império Capitalista do Ocidente. Ocorra o que ocorrer, teremos que nos acomodar ao New Chinese Century.

Nesta circunstância cada vez mais óbvia não faz nenhum sentido continuar a alimentar os sonhos de grandeza da América! Europeus e americanos terão que se acomodar e colaborar na gestão inteligente e humilde do seu "novo" mundo -- começando por regressar aos bons hábitos do trabalho, responsabilidade e ética.

Apesar de Barak Obama poder vir a ser o primeiro presidente mestiço dos Estados Unidos da América, a verdade é que as ligações privilegiadas com África tem-nas sobretudo a Europa, e em particular este cantinho à beira-mar plantado chamado Portugal. O Atlântico do nosso imediato futuro não pode ser transformado numa nova presa apetecível dos Estados Unidos. É esta a mensagem que um pequeno país, na sua missão de honest broker, deve transmitir. Não foi isto mesmo que Marrocos ou a Ucrânia entenderam ao ler os astros? O Mare Nostrum Atlântico terá que ser forçosamente um lugar de cooperação e contrapeso à Nova Ásia, onde a América (toda a América!), a Europa, de Lisboa aos Urais (se não até Vladivostoque) e a África, do Mediterrâneo até à Cidade do Cabo, possam estabelecer um lugar de partilha e não mais um teatro de rapina e humilhação. Chega de vampirismo!

É por tudo isto, que Portugal deverá dizer claramente a Washington que é à Europa que compete, em primeira linha, usar o potencial estratégico dos Açores, nomeadamente no enquadramento duma NATO renovada e menos agressiva. Havendo, porém, nove ilhas (todas com aeroporto ;-) não faltarão oportunidades para renegociar de forma ponderada a presença americana nas Lajes. Até porque um dia talvez faça sentido convidar o Brasil, Angola e a Rússia a disporem de facilidades logísticas em tão estratégico porta-aviões. Então, quando esse dia chegar, será uma verdadeira lotaria para o governador de turno de tão belo e aprazível arquipélago.


ÚLTIMA HORA
Equador notifica EUA para deixar Base Militar de Manta até Novembro

Quito, 30 Jul (Lusa) - O governo do Equador notificou oficialmente os Estados Unidos de que devem desalojar a Base Militar de Manta até Novembro, revelou terça-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Quito. -- MF./Lusa.
Iraque: Primeiro-ministro defende retirada militar norte-americana em 16 meses

Berlim, Sábado, 19 de Julho de 2008 23H58m (RTP/Lusa) - O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, afirmou a um jornal alemão que apoia o plano do candidato democrata Barack Obama para a retirada militar norte-americana em 16 meses.

"Julgamos que é um calendário acertado para a retirada das tropas de combate norte-americanas do Iraque, sob reserva de algumas mudanças", afirma Maliki em entrevista ao semanário Der Spiegel, cuja edição estará segunda-feira nas bancas.

As forças norte-americanas deverão deixar o Iraque "tão rápido quanto possível", acrescentou Maliki

Colômbia adere a Conselho de Defesa Sul-americano


BBC Brasil. 19 de julho, 2008 - 21h34 GMT (18h34 Brasília)

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, disse neste sábado, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aceita ingressar no Conselho de Defesa Sul-americano.
Uribe disse que suas "dúvidas" foram esclarecidas após o encontro com Lula e um telefonema à presidente chilena, Michele Bachelet, que atualmente preside a União de Nações Sul-americana (Unasul).

Ultimatum de Washington ao Irão

WASHINGTON (Reuters) - Depois das conversas inconclusivas com o Irã, os Estados Unidos disseram no sábado que Teerã terá de escolher entre cooperação ou conflito. Washington acrescentou que as negociações só poderão começar se parte significativa do trabalho nuclear iraniano for suspenso. -- UOL, 19-07-2008 17:14




NOTAS
  1. US Congressional Panel Hears Testimony on Case for Bush Impeachment

    25-07-2008. A congressional committee has heard testimony about the case for impeachment of President Bush. VOA's Dan Robinson reports, while majority Democrats have ruled out formal impeachment efforts, they approved the public hearing to examine limitations on presidential powers and arguments about what constitute impeachable offenses.

    Critics say President Bush and Vice President Cheney should be impeached because of a range of alleged legal and constitutional abuses.

    The list includes administration justifications to Congress and Americans for the war in Iraq, authorization of secret electronic surveillance, approval of harsh interrogation techniques, and defiance of congressional subpoenas. -- Voice of America.

OAM 396 19-07-2008 19:27 (última actualização: 30-07-2008 11:53)