quinta-feira, março 13, 2014

Cavaco veta mais cortes

É a reforma do estado, estúpido!

Presidente da República veta aumento dos descontos para a ADSE, SAD e ADM 13 Março 2014, 12:16 por Ana Luísa Marques | Eva Gaspar | Jornal de Negócios

Cavaco Silva chumbou o diploma do Governo que subia de 2,5% para 3,5% o valor dos descontos para os subsistemas públicos de saúde. Decisão abre um "buraco" da ordem dos 133 milhões de euros no Orçamento rectificativo de 2014. Belém sinaliza, porém, que poderá promulgar um diploma revisto, desde que a nova taxa de contribuição seja inferior a 3%.
Para que são precisos três hospitais militares em Lisboa? Ainda estamos em guerra colonial? Para que é preciso um falso aeródromo militar em Figo Maduro? O estado a mais não se resolve com terrorismo fiscal e depenando quem trabalha, mas eliminando milhares de serviços públicos, departamentos e institutos inúteis, e acabando com isenções às fundações e milhares de outras entidades que vivem sem pagar impostos em perfeito concubinato com o regime parlamentar populista defendido pela corja partidária instalada. Capice, aprendiz de mação?

POST SCRIPTUM (14-3-2014) — esclarece um leitor atento que 1) os hospitais militares de Lisboa foram finalmente concentrados, este ano e na sequência dum processo executivo iniciado em 2008, num único 'Campus de Saúde Militar'. Esclarece o mesmo leitor que o aeródromo militar de Figo Maduro, se ainda subsiste, é por vontade exclusiva dos políticos, que tem o cu pesado, e não querem ir apanhar os Falcon ao Montijo. Um ponto a favor dos militares, e dois contra os cus pesados da política ;)

Justiça à deriva

Quando a corrupção se torna um problema estrutural, uma endemia que se transformou numa pandemia, não há nada a fazer, salvo mudar o regime. Quem disse que uma democracia sem partidos não pode funcionar?


Director do DCIAP exige conclusão dos Operação Furacão, submarinos e BPN até Dezembro

Os procuradores são procuradores do regime, do poder, dos piratas e galdérias que infestam o Terreiro do Paço e São Bento, certo?

Quando "o director do DCIAP acusa 27 procuradores de não cumprirem os objetivos estabelecidos para 2013, nomeadamente, ao não cumprirem cartas rogatórias expedidas, processos e perícias pendentes nos vários órgãos de polícia criminal para realização de diligências e perícias dependentes de entidades externas que acabaram por atrasar as investigações", que quer dizer com semelhante desabafo? Que vai agir, ou que quer os processos prescritos?

A corja confia que os portugueses emigrem todos, mas a História também conheceu outros desenlaces para impasses deste género. Quando todos roubam e a Justiça protege o roubo dos poderosos, os regimes acabam por colapsar.

Corrupção: o principal problema?

Um regime cleptocrata sem recursos naturais abundantes, nem colónias, está condenado a implodir a curto prazo



Data 04/05/11 | Duração 00:02:19

Denunciar a corrupção não é coisa de fascistas, como alguém escrevia esta manhã num comentário. Deixar a corrupção em paz, sim, é o caminho direto e rápido para o fascismo ou outra ditadura qualquer. Quando a corrupção aparece escancarada como norma do poder, a doença invade e corrompe todo o corpo social. E aí, inevitavelmente, as sociedades vítimas deste cancro, ou morrem, ou reagem. Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele (ditado popular).

Fuga de informação no Face Oculta terá impedido demissão de presidente da Refer
Público, Mariana Oliveira, 12/03/2014 - 18:29 

Recorde-se que Manuel Godinho considerava indispensável a saída de Luís Pardal da Refer pois considerava que este era um obstáculo à contratação da sua principal empresa, a O2, pela sociedade que gere as infra-estruturas ferroviárias do país. Na base do diferendo estava um processo que ficou conhecido como Carril Dourado em que a Refer imputou a Godinho o levantamento indevido de carris, na Linha do Tua.

quarta-feira, março 12, 2014

China desfaz-se de ativos tóxicos da EDP

China aproveita maré financeira favorável a Portugal para diminuir buraco financeiro da EDP


A EDP do cabotino Mexia desfaz-se de ativos cada vez mais tóxicos, a preços de saldo, tal é o buraco que não para de crescer na dívida acumulada do grupo. O chamado défice tarifário é um embuste montado pelos piratas organizados do regime, com o apoio canino dos partidos do Bloco Central da Corrupção. Como tal, deve ser escalpelizado, denunciado e considerado uma tentativa de extorsão aos contribuintes, que por isso deve ser rejeitado categoricamente como responsabilidade imputável ao estado ou aos consumidores, em todas as instâncias jurídicas, indígenas e internacionais.

PS, PSD e CDS estão de tal modo envolvidos neste embuste que só mesmo a proximidade ativa da Troika e os movimentos cívicos indígenas poderão mitigar as consequências desastrosas deste e doutros exemplos da ruína programada do país. A corja dos 70, em vez de escrever manifestos desmiolados, deveria ter vergonha da sua caricata desonestidade intelectual, e calar-se de uma vez por todas. Ou então, dispor-se a prestar contas por décadas de distração.

EDP lança operação de titularização do défice tarifário

A EDP anunciou um roadshow para lançar uma operação de titularização do défice tarifário. A informação foi enviada pela eléctrica à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). No documento enviado ao regulador pode ler-se que “a StormHarbour foi mandatada para actuar como 'sole arranger' e 'joint lead manager' e o Banco Santander Totta S.A. e o J.P. Morgan foram mandatados como 'joint lead managers', da transacção Volta II, uma operação de titularização de créditos detidos pela EDP Serviço Universal, S.A. relativos ao diferimento, pelo período de 5 anos, da recuperação do sobrecusto de 2013 com a aquisição de energia aos produtores em regime especial (incluindo os ajustamentos de 2011 e 2012)”.

[...]
A EDP esclarece ainda que “o montante em dívida”  relativo aos sobrecustos é “actualmente de cerca de 1,1 mil milhões de euros”.

EDP lança operação de titularização do défice tarifário - Jornal de Negócios

Olhos bem abertos

A austeridade não é um castigo da Troika, como sugerem os indigentes do Manifesto, mas o resultado de uma cleptocracia que continua onde sempre esteve


Leitor atento fez-nos chegar algumas correções sobre os números ontem apresentados por Alexandre Patrício Gouveia no programa Olhos nos Olhos. Aqui vão...

Na dívida do Estado faltou adicionar a dívida das 120 PPP que representam perto de 35% do PIB. Somando a dívida declarada de 130% + 35% a dívida dispara para 165% do PIB.

Este ano, no Orçamento Geral do Estado, o aumento da despesa nas PPP foi de 800 milhões de euros mas ao somar a transferência da manutenção das auto-estradas dos concessionários para o Estado, o aumento real, é de mil milhões.

Este Governo quase nada fez na renegociação dos contratos das PPP, com taxas de rentabilidade elevadíssimas (14 a 16%), para proteger a Banca. Relativamente aos salários e Reformas foi exactamente ao contrário.

Quando se fala que os contratos não podem ser renegociados porque estão blindados essa afirmação não corresponde à verdade pois, este Governo parou 2 PPP porque existia vontade política para desistir dessas 2 PPP.

Uma das PPP que foi parada foi a auto-estrada e via rápida Sines-Beja que tem as obras a meio e viadutos já terminados e que são bem visíveis para quem passar por lá. É a prova concreta de que quando um Governo quer parar ou desistir de uma PPP desiste mesmo.

As 120 PPP representam 60 a 70 mil milhões de euros.

Nos 3 primeiros lugares, em valor, correspondem a 72% do total das 120 PPP (Direcção Geral do Tesouro)

41% para Rodovia (Novas auto-estradas e vias rápidas);
19% para Ambiente (Águas, Saneamento e Resíduos)
12% para Produção de energia eléctrica (Novas Barragens)

Quem está nos 3 primeiros lugares das PPP

1º Mota Engil
2º BES
3º Grupo Mello

TURISMO

Relativamente às receitas do Turismo que foram abordadas há uma correcção a fazer:

Segundo dados publicados recentemente pelo Banco de Portugal os valores de 2013 foram:

RECEITAS - 9249, 6 milhões de euros
DESPESAS - 3119, 7 milhões de euros

SALDO - 6129,9 milhões de euros (valor mais importante)

terça-feira, março 11, 2014

Manifesto de 70 personalidades apela à reestruturação da dívida

Criaram a dívida, e agora não querem pagar, ou seja, querem que o povo morra à fome para que os seus privilégios de casta burocrática se mantenham intactos.

Não deixa de ser caricato ver um antigo ministro estratégico de Salazar, Adriano Moreira, ao lado do quadrado Louçã assinando o mesmo papelucho indigente.

Numa reestruturação de dívidas públicas há sempre a imposição de uma hierarquia entre os credores (‘seniority’), o que no caso indígena significará, por exemplo, que se paga ao BCE em primeiro lugar, mas só se pagará à Caixa Geral de Aposentações, que foi obrigada pela corja partidária (último despacho de Vitor Gaspar) a empenhar 90% das suas reservas financeiras na compra de dívida pública, se ainda houver com quê. Ou seja, o perdão da dívida tem muito que se lhe diga, sobretudo num país de gente corrupta e rendeiros agarrados ao Orçamento...

Expresso:

O manifesto, hoje noticiado pelo jornal Público, é assinado por figuras da política de esquerda e de direita, como os ex-ministros das Finanças Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, Francisco Louçã, António Saraiva, Carvalho da Silva, Gomes Canotilho, Sampaio da Nóvoa, além de empresários e economistas, e pretende ser "um apelo de cidadãos para cidadãos", explicou João Cravinho.

"Trata-se de um apelo que se dirige a uma questão absolutamente decisiva para o nosso futuro que é preparar a reestruturação responsável da dívida para crescer sustentadamente com respeito pelas normas constitucionais com responsabilidade social e com democracia", avançou.

Manifesto de 70 personalidades apela à reestruturação da dívida - Expresso.pt

Investidores europeus fogem para... Portugal!

Porquê investir num país falido?

What is perhaps most stunning is that while investors have piled out of German, Swiss, and French stocks in the last few days, they have backed-up-the-truck in "new normal" safe-haven Portugal. The reason proferred by some - Portugal is further from Ukraine (and less dependent on Russia's gas) - which of course is the critical swing factor for an economy that remains crushed aside from trade with Germany.

Europe Weakens Again As Investors Seek The Safety Of... Portuguese Stocks! | Zero Hedge

A divergência dos gráficos é um resultado evidente da crise ucraniana


A reforma do estado está por fazer, mas a austeridade financeira começa a dar frutos.

Tempo de atrair capital e ideias. Tempo de olear todas as infraestruturas de comunicações e telecomunicações do país, incluindo a construção-exploração das novas linhas ferroviárias de bitola europeia entre as cidades-região de Lisboa e Porto e a Europa—de Madrid, Barcelona, Paris, Londres e Berlim. Tempo de reforçar a lusofonia. Tempo de proteger cuidadosamente os nossos interesses estratégicos específicos, sem prejuízo do compromisso europeísta assumido.

Escrevemos há dias este PS:

Obrigado, Vladimir!
Pedro Passos Coelho ;)

POST SCRIPTUM
Milagre Machete. Juros da dívida estão abaixo dos 4,5% - Jornal i, 11 Mar 2014 - 05:00
A queda é ainda mais surpreendente porque na sexta-feira os juros exigidos pela dívida na linha de obrigações do tesouro a 10 anos tinham fechado nos 5,77% e durante o início da manhã de ontem ainda chegaram a subir para os 5,8%. Depois foi a queda de forma mais abrupta até atingirem os 4,4547%. Esta descida dos juros aconteceu mesmo sem o compromisso político entre PSD, CDS e PS tão desejado pelo Presidente da República. Cavaco Silva ainda ontem disse estar convencido de que "um acordo a médio prazo que incluísse a próxima legislatura, faria descer as taxas de juro".

Já Rui Machete, o pai dos 4,5%, esteve ontem em Berlim e comentou naturalmente com orgulho e optimismo a descida dos juros da dívida nacional: "A nossa economia está a evoluir positivamente, o programa está a obter resultados. Os investidores internacionais têm essa percepção e traduzem em termos de procura e em termos de taxas de juro essa percepção", disse o ministro.
A indigente imprensa que temos adora acariciar o poder, seja ele qual for. A explicação para a queda do preço e rentabilidade da dívida soberana portuguesa (italiana, espanhola, ...) é outra, bem diferente das alucinações do figurão Machete e das orações piedosas do traste de Belém.

A explicação é simples e chama-se, 1) a ruína do modelo consumista e do casino bolsista americanos (nomeadamente do HFT) e, mais recentemente, 2) a explosiva crise na Ucrânia.

Tudo isto se resume, porém, a uma única realidade: não há petróleo, gás natural e soja suficientes e a bom preço para a China continuar a crescer a 7% ao ano e, por outro lado, a Europa e os EUA precisam de crescer acima da linha de água (2%). Tudo o resto é conversa fiada, como diria o Medina.

Quanto a Portugal, perante as crises geoestratégicas que continuarão a agudizar-se nas linhas de fratura entre a Europa e a Ásia, e no Mar da China, a aliança atlântica irá reforçar-se sobretudo no Atlântico e no Índico, com dois objetivos claros pela frente: segurar os recursos energéticos, minerais e alimentares, em África e na América do Sul, e proceder ao inevitável e gigantesco ajustamento das economias ocidentais ao novo paradigma de crescimento baseado no uso parcimonioso dos recursos disponíveis, a começar pelo petróleo, gás natural, carvão, solos férteis e água potável.

REFERÊNCIAS

2007
Portugal 12: Monarquia?

2008
Venezuela: Triangulações inteligentes
Portugal, a Europa, a CPLP e o porta-aviões açoriano

2009
A quem compete defender o Atlântico?
E se eu estiver enganado?

2010
Portugal: 1415-2015: O fim de um ciclo muito longo

Última atualização: 11/3/2014 11:07