sábado, maio 03, 2014

Portugal, Japão, BRICS e CPLP

Tóquio, 2005 © ACP/OAM

Duas novas realidades a ter em conta: BRICS e CPLP


Enquanto pende a ameaça de extinção económica, demográfica e radioativa sobre o Japão, a Índia (1) emerge como terceira economia mundial, depois dos EUA e da China.

Japão quer ter estatuto de observador na CPLP
Portugal Digital, Redação, 03/05/2014 12:00

Lisboa - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, expressou esta sexta-feira, durante a sua primeira visita oficial a Portugal, o interesse do Japão de se tornar membro observador da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Segundo uma declaração do primeiro-ministro luso, Pedro Passos Coelho, Portugal manifestou o seu apoio a esta pretensão.

O interesse japonês em adquirir o estatuto de observador na CPLP está associado à ambição do Japão de aprofundar as parcerias com países de expressão portuguesa que estão a ampliar a sua presença em África e na América Latina.

Embora a maior economia mundial e a terceira união demográfica do planeta se chame União Europeia, a verdade é que este gigante sem cabeça e patas de barro ainda não pode ser levadao totalmente a sério. E assim sendo, cada um por si. Ou seja, Portugal só pode salvar-se dos vários naufrágios que ocorrem a cada dia que passa se pensar pela sua própria cabeça, se se lembrar da sua história, se ouvir o coração e se sonhar. Depois de colocarmos as contas públicas em dia, depois de libertarmos a economia e a sociedade da canga burocrática e rentista que tem corrompido e atrofiado o país, precisaremos de reforçar a nossa condição europeísta alargando, sem pedir licença a ninguém, os horizontes estratégicos que nos são mais favoráveis, e mais favoráveis são, também, à Europa.

Há uma realidade que se consolida a cada ano que passa. Chama-se BRICS (2).

Quando os BRICS tiverem o seu banco de desenvolvimento comum e o seu mecanismo de segurança financeira montados, equivalentes ao Banco Mundial e ao FMI, possivelmente assentes numa zona monetária comum, formada por um cesto de moedas orientais, muita coisa poderá mudar neste mundo a caminho de uma nova era de crescimento mais digital e cultural do que carnívoro e estupidamente consumista.

A crise na Ucrânia, criada pelos EUA, destina-se, antes de mais, a impedir estes desenvolvimentos.

Os belicistas falidos de Washington querem uma nova guerra na Europa e um pretexto para isolar a China das suas fontes de abastecimento energético, tal como fizeram na década de 1940 ao Japão, estendendo assim a II Guerra Mundial ao Pacífico e experimentando nesta carnificina a primeira selvajaria nuclear da História, da qual nunca pediram desculpa, creio.

Portugal tem que estar muito atento a estes movimentos REM da diplomacia mundial. Normalmente antecedem choques e ajustamentos violentos das placas tectónicas da geoestratégia.

Há, porém, uma realidade que desponta no horizonte e que não deixa de ser surpreendente e interessante ao mesmo tempo. Chama-se língua portuguesa. No centro topológico dessa língua existe uma nação antiga, que foi império e escudo durante séculos, pequenina, cristã à sua maneira pagã, relativista, tolerante, europeia, mas sobretudo pragmática e peripatética. Será esta conjunção o cisne branco porque todos esperamos para travar o passo aos cisnes negros da fragilidade e tragédia que ameaçam esmagar de novo a humanidade? Não sabemos, mas desde os Templários que se ouvem vozes sobre este nariz e esta praia da Europa. 


NOTAS
  1. India became 3rd-largest economy in 2011 from 10th in 2005: World Bank
    Lalit K Jha, Washington, Last Updated: April 30, 2014  | 13:00 IST. Business Today

    In a matter of six years, India emerged as the world's third-largest economy in 2011 from being the 10th largest in 2005, moving ahead of Japan, while the US remained the largest economy closely followed by China, latest figures have revealed.

    "The economies of Japan and the UK became smaller relative to the US, while Germany increased slightly and France and Italy remained the same," according to data released on Wednesday by the International Comparison Program (ICP), hosted by the Development Data Group at the World Bank Group.

    The Developing India-China Maritime Dynamic
    By Abhijit Singh, May 01, 2014. The Diplomat

    During the 17th round of Special Representative Talks in February this year, India seemed open to the possibility of joining the Maritime Silk Route – a grand maritime project proposed by Beijing that promises connectivity, infrastructure, and commercial development. Reportedly, while the Indian interlocutor didn’t overtly display enthusiasm for the proposal, he wasn’t unfavorably disposed to the suggestion either. India’s contingent optimism about the MSR – however qualified – could, in fact, be construed from its willingness to engage in a structured maritime dialogue with China.
  2. Un objectif : EuroBRICS
    Jean-Paul Baquiast, 21/04/2014 - Defensa

    Les pays du BRICS ont annoncé récemment qu'ils entendaient mettre en place dans les prochains mois l'équivalent du FMI et de la Banque mondiale dans le cadre de l'association qu'ils ont décidé de créer entre eux il y a environ un an.

    Il s'agit d'abord de mobiliser des épargnes venant directement des pays concernés, afin de financer des opérations intéressant ces mêmes pays. Il s'agit ensuite d'échapper à l'influence jugée excessive des Etats-Unis au sein du FMI et de la Banque mondiale. Ces organismes imposent aux pays assistés des conditions d'accès aux crédits depuis longtemps jugées non seulement inefficaces mais encore permettant aux pays riches et aux intérêts financiers qu'ils représentent une intrusion illégitime dans la gestion des pays « assistés ».

    Mais les Etats-Unis refusent toute modification du statut des organismes à vocation internationale mis en place à la fin de la seconde guerre mondiale, qui leur assurent un rôle dominant. Ils bataillent en effet depuis quatre ans pour repousser une réforme structurelle qui les priverait d'une partie de leur pouvoir d'influence, notamment le droit de veto constituant l'essentiel de leur pouvoir de décision.

    Selon les informations actuellement diffusées, le fonds de réserve de futur organisme serait disponible dès 2015. La Banque internationale correspondante serait mise en place aussitôt après. Le montant du Fonds serait initialement fixé à 50 milliards de dollars. D'ores et déjà la Chine a proposé de fournir 41 milliards, le Brésil, l'Inde et la Russie 18 milliards chacun, l'Afrique du Sud 5 milliards. Le montant du futur fonds ne serait pas aussi élevé que celui du FMI (370 milliards de dollars) mais initialement le nombre des pays pouvant y prétendre serait moins grand. Dans la perspective de l'établissement d'un monde multipolaire, échappant à la domination jusqu'ici exercée unilatéralement par les Etats-Unis, ce Fonds sera le bienvenu.

    Une participation européenne

    Nous pensons que l'Europe ne devrait pas s'en tenir à l'écart. L'Europe ou tout au moins l'Eurogroupe, par l'intermédiaire de la Banque centrale européenne et de ses fonds d'investissement utilisant l'euro, pourrait offrir une contribution importante au fonds d'investissement des BRICS. Cela ne l'obligerait pas d'ailleurs à se retirer du FMI. La participation européenne serait en euros. Une parité fixe ou flottante pourrait être organisée avec la future unité de change commune qu'étudient par ailleurs les BRICS. Au sein du fonds BRICS, les européens pourraient participer directement au financement de projets intéressant les membres du BRICS ou d'autres pays considérés comme partageant les mêmes préoccupations politiques et économiques. Plus généralement, ils se mettraient en état de négocier avec eux sur des bases solides d'éventuels traités de libre-échange. Ceux-ci équilibreraient utilement le futur Traité de libre-échange transatlantique en cours de négociation.

    Brazil and Germany must lead on free Internet
    Thorsten Benner, DW

    Germany should capitalize on Brazil’s emergence as a key voice for digital rights. The two countries should lead by example and build global coalitions toward an open, free and secure Internet, argues Thorsten Benner.

    South Africa, China In Talks To Build Science And Tech Park
    May 1, 2014 Busayo. Ventures

    VENTURES AFRICA – South Africa and China are in talks for the establishment of a joint science and technology industrial park that will stimulate high-tech manufacturing industries in the former’s economy.

    China’s deputy Ambassador to South Africa, Yang Yirui said the issue was discussed between China’s Science and Technology Minister Wan Gang and his South African counterpart, Derek Hanekom in February while the former attended the first meeting of BRICS (an acronym for an association of five major emerging national economies: Brazil, Russia, India, China and South Africa) science and technology ministers.

sexta-feira, maio 02, 2014

Portugal-Angola: a simbiose vai bem, obrigado!

Isabel dos Santos, a primeira bilionária africana.

A América e o Reino Unido estão falidos, Angola e Macau (China), não.


Isabel dos Santos negoceia participação de Amorim no BIC
— Empresária angolana quer comprar 25% do capital e assim passar a controlar metade do banco que comprou o nacionalizado BPN, noticia o "Diário Económico". Jornal de Negócios, 2/5/2014

Cresce a simbiose entre Portugal e Angola. Como todos os processos biológicos tem zonas claras e bonitas e zonas escuras e sujas.

Sejamos pragmáticos: Angola tem ajudado Portugal, e Portugal tem ajudado Angola.

Os inimigos principais desta simbiose, ou são neocons americanos, ou são amigos de Mário Soares.

A bonita Isabel dos Santos, primeira bilionária africana, é filha do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, por sua vez filho da mestiçagem que Portugal promoveu por onde andou desde 1415.

Mas Isabel dos Santos é também filha de uma azeri do tempo em que o Azerbeijão era uma das repúblicas da URSS.

Mais uma razão para nos distanciarmos das ações belicistas e provocatórias da NATO.

O futuro de Portugal não é a decadente América de Bush e Obama, mas a Eurásia, o Brasil e África.

E a mais velha aliança do mundo?

A aliança com a Inglaterra mantem-se. Se a Inglaterra for atacada e pedir ajuda a Portugal, como Churchill fez ao invocar a mais velha aliança entre países independentes que existe no planeta solicitando a instalação de uma base militar em Santa Maria, tê-la-à. Se Portugal for atacado, e pedir ajuda à Inglaterra, contaremos com ela.

A NATO, de que fazemos naturalmente parte, é um campeonato diferente, no qual devemos ter a maior cautela, não comprometendo as nossas amizades transcontinentais, que vão da China e Japão ao Brasil, passando pela Rússia, Venezuela, Angola e Moçambique, entre outros países charneira da crise global em curso.

Por outro lado, sendo Portugal parte da UE e do euro, devemos velar pelos interesses desta união contra quem quer que conspire conta ela.

Portugal, pela sua geografia e dimensão, pelas suas amizades, pela sua história, deveria posicionar-se como um dos principais intermediários diplomáticos mundiais, rejeitando liminarmente participar em ações de guerra, limitando-se, pois, a integrar missões de paz e auxílio humanitário.

quinta-feira, maio 01, 2014

TAP privatizada só em 2016

TAP terá que ser privatizada em breve...

 

TAP sem capital, ou seja, sem privatização, não pode crescer


Pelas minhas contas os doze Airbus A350-800/900 encomendados por Fernando Pinto custarão qualquer coisa como três mil milhões de euros. A TAP não os tem. O BES que com o Credit Suisse gere e avaliza a operação financeira correspondente, está na situação que se sabe e suspeita. O governo, depois de maio, apesar da famosa 'saída limpa' vai continuar sob vigilância apertada. Os bancos como o BES vão estar sob vigilância redobrada por parte do Banco de Portugal, mas sobretudo do BCE. A economia mundial vai entrar em prolongado período de crescimento zero. A deflação já chegou e é pessima para os sobre endividados, públicos e privados, que verão os juros das suas dívidas crescerem mais depressa do que os preços dos bens e serviços. Ou seja, de onde virá a massa para pagar os doze Airbus A350-800/900, cujo primeiro exemplar deveria chegar à Portela ainda este ano?

Numa entrevista dada recentemente por Fernando Pinto ao Económico, que confirma dados parciais enviados pela empresa à comunicação social, ficámos a saber que a empresa tem tido lucros operacionais desde 2009, que a empresa de manutenção sediada no Brasil tem vindo a recuperar a bom rtimo, abatendo a sua descomunal dívida, que afinal a compra da PGA foi um caso de sucesso, e que, em suma, a TAP precisa de crescer, tem todas as condições para crescer mas, para que isso aconteça, precisa de capital — o que não vê possível sem a privatização da empresa.

Estranho a falta de publicação do Relatório e Contas de 2013, e o modo manhoso como a empresa filtrou alguma informação parcial para a imprensa, através da sua agência de comunicação e propaganda. Suspeito que haja rabos de palha por conhecer. Seja como for, uma coisa é certa: o primeiro Airbus da dúzia encomendada ainda não chegou. E fica a pergunta: chegará antes de haver comprador para a TAP, e portanto antes de o processo de privatização recomeçar?

Diz quem sabe, que o gaúcho Fernando Pinto, há 14 anos a dirigir a TAP, dotou a empresa de um capital indiscutível: fazer de Lisboa-Porto o hub aeroportuário da ligação Brasil-Europa. Falhou, pensamos nós, ao não ter respondido a tempo ao desafio das Low Cost, e sobretudo na compra da VEM, hoje TAP Maintenance and Engineering. Defende a PGA, que diz ser um caso de sucesso. E afirma que a TAP continuará a crescer até 2016 a bom ritmo.

Quererá esta previsão dizer que a privatização será adiada até 2016? Estará à espera do regresso dos piratas do PS?

Concordo com Rocard e Delors: Inglaterra, rua!

Michel Rocard, ex-PM francês, 'socialiste'.

David Cameron deveria ser consequente e referendar a presença da Inglaterra na União Europeia.


"Grã-Bretanha devia sair da União Europeia", defende ex-primeiro-ministro francês

Michel Rocard acusa Reino Unido de estar a dar cabo da UE e diz que os britânicos querem sair mas a elite do país não permite.

O Reino Unido é o poodle da América. Todos o sabemos.

A City londrina e as ilhas piratas da coroa britânica têm sido até agora o principal centro da pirataria financeira mundial. Todos o sabemos.

Os Estados Unidos e a Inglaterra tentaram por todos os meios destruir o euro ao longo da última década, felizmente sem qualquer êxito. Todos o sabemos.

Logo, a UE deve convidar a Inglaterra a fazer um downgrade na sua ligação institucional à União Europeia. E deve avançar, quanto antes, nos processos de fortalecimento subsequentes à moeda única:
  1. união bancária europeia, 
  2. salário mínimo europeu, 
  3. harmonização do sistema fiscal europeu, 
  4. reforço do mercado interno da comunidade europeia face às práticas de dumping social, comércio injusto, falsificação de produtos e fraude sistémica que prejudicaram e prejudicam gravemente a economia europeia,
  5. adoção de uma diplomacia externa coerente e sem hesitações, que passe, nomeadamente por um tratado de defesa e cooperação com a Rússia, sem abandonar as alianças e a cooperação privilegiadas com os países atlânticos e a África,
  6. organização urgente de um sistema comum de forças de segurança e militares, com um dissuasor nuclear europeu claramente assumido, completamente independente da NATO, a qual deve ser abandonada na sua configuração atual, imperialista, belicista e completamente ao serviço das angústias estratégicas dos Estados Unidos e do seu cão de fila, ou melhor dito, caniche inglês. 
As simple as that!

É uma pena que a elite indígena do meu país esteja cada vez mais inclinada a voltar aos velhos tempos da oligarquia obscurantista e do fascismo. Engana-se, porém, nos seus cálculos egoístas. Abandonar o trilho da Europa poderá ser o gatilho de uma nova guerra civil em Portugal e da sua divisão ao meio. O Norte não tolerará, por muito mais tempo, os chulos de Lisboa — que raramente são lisboetas, entenda-se —basta pensar nas criaturas abranhescas Aníbal Cavaco Silva, José Manuel Durão Barroso, Assunção Esteves, Pedro Passos Coelho, José Sócrates, Armando Vara, Jorge Coelho, ou Almeida Santos, para percebermos que o problema nada tem que ver com os alfacinhas!

É uma pena que o Partido Comunista, apesar da renovação em curso, não consiga evoluir para um tipo de formação partidária mais realista, com vocação de poder, claramente europeísta e claramente alinhada com os partidos ecologistas europeus e mundiais. Tem o principal: o seu forte enraizamento local e a disciplina militante. Falta-lhe fazer um retiro espiritual e rasgar a liturgia marxista-leninista.

O resto do sistema partidário irá implodir nos próximos dez anos.

i online:
A França está a perder a paciência para as incertezas desestabilizadoras da Grã-Bretanha quanto ao seu papel no projecto de integração europeu. Sinal disso é o número crescente de personalidades que defendem que o melhor seria a grande ilha descolar dos restantes 27 países da União.

[...]

"A Grã-Bretanha é um grande país que sempre se recusou a permitir que a Europa interferisse nos seus assuntos. Bloqueou o esforço de maior integração", disse o ex-dirigente ao "Trombinoscope", uma revista parlamentar francesa.

"Se eles saírem, torna-se possível dar resposta às necessidades de governação europeia. Até a Alemanha se apercebe disto e tem-no exigido. Eu anseio por que aconteça porque eles impediram-na [a UE] de se desenvolver, mataram-na", acusa Rocard.

Aos 83 anos, o socialista diz que ficou claro que "o povo britânico quer deixar a Europa" e apenas está a ser impedido de deixar a UE pelas classes política e financeira do país. "As elites britânicas têm medo do isolamento que isso pode provocar, e que este possa enfraquecer" o principal centro financeiro da Europa [Londres], esclareceu.

As declarações de Rocard ecoam outras feitas por Jacques Delors, o antigo presidente socialista da Comissão Europeia, que em 2012 também apelou ao Reino Unido para que deixasse a UE. O homem que é tido como o arquitecto da UE moderna e do euro, rompeu com a cautela típica dos líderes europeus num esforço para oferecer à Grã-Bretanha uma saída. "Os britânicos estão apenas preocupados com os seus próprios interesses económicos, e nada mais. Devia ser--lhes oferecida uma forma diferente de parceria", disse Delors ao "Handelsblatt", um jornal económico alemão. "Se os britânicos não querem um nível maior de integração na Europa, podemos mesmo assim ser amigos, mas numa base diferente. Consigo vislumbrar uma alternativa que mantenha a abertura no acesso ao espaço económico europeu ou um acordo de livre comércio", adiantou.

A França reagiu mal às exigências feitas pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, de que alguns poderes atribuídos a Bruxelas fossem devolvidos aos parlamentos nacionais e de que a promessa de uma "união cada vez mais estreita" fosse retirada dos tratados da UE. Segundo fontes diplomáticas, Paris está farto das ameaças de Cameron de que se não houver uma reforma "a bifurcação dos caminhos se torna inevitável".

quarta-feira, abril 30, 2014

O desastre energético anunciado, por Nicole Foss





A pulverização das sociedades está a acontecer neste preciso momento!


Royal Dutch Shell Profit Falls Less Than Expected

Profit Fell 44% From a Year Earlier, but Investors Feared Worse
By Justin Scheck, Wall Street Journal
Updated April 30, 2014 10:21 a.m. ET

LONDON—Royal Dutch Shell PLC said on Wednesday that its first-quarter profit fell 44% from a year earlier on a $2.86 billion asset-impairment charge largely for refineries in Asia and Europe.

However, revenue and profit declines in its energy production and refining businesses were smaller than some investors expected, sending its shares higher following the earnings announcement. They finished up 3% at £2,347 ($3,949).
...

Nesta longa entrevista da fundadora The Automatic Earth, ao Collapse Cafe, Nicole Foss faz uma avaliação realista e muito preocupante da situação energética e financeira mundial.

Depois de ouvi-la, reitero a algumas das minhas recomendações:

Primeira e principal recomendação: abandonar todas as soluções TOP DOWN financeiramente pesadas, complexas e, no fundamental, ilusórias. Apostar em soluções BOTTOM UP, financeiramente sustentáveis, descentralizadas, locais, comunitárias, com base na implementação de sistemas democráticos simples e sem partidos.

Segunda recomendação: aproveitar as redes sociais para cortar caminho no uso de soluções locais experimentadas assistidas pelo poderoso rizoma de inteligência coletiva em rápida expansão e à margem das lógicas burocráticas e predadoras em evidente colapso.

No caso português: TODO O PODER ÀS FREGUESIAS  e formação imediata das cidades-região de Lisboa e do Porto.

Existe algum potencial problema de integridade política do território português? Sim, existe. E poderá tornar-se explosivo se persistir uma lógica centralista e de rapina fiscal e financeira no preciso momento em que os centros deixaram de poder sustentar-se a si próprios, quanto mais as periferias.

Nota preocupante: a desintegração regional da Espanha é praticamente inevitável.


Sopa dos Pobres Fortalece a América!

O descaramento da Propaganda é inimitável

47,3 milhões de americanos na Sopa dos Pobres (em 2013)


Cerca de 15% dos americanos (47,3 milhões de pessoas) receberam em 2013 (1, 2) um cartão de plástico com autorização de gasto em alimentação e alguns outros produtos básicos, acessíveis apenas em algumas grandes cadeias de retalho, como a Wallmart, no valor médio de $133,08/mês. Esta Sopa dos Pobres assenta num sistema de dinheiro virtual criado pelo J P Morgan, o qual opera como um dos muitos contadores imparáveis da astronómica dívida pública americana (3).

Lá como cá —e cá, com a ajuda misericordiosa das irmãs 'socialistas'— a fome e a destruição da classe média são um excelente negócio para alguns.

Ver estes dados impressionantes em Food Stamp Nation. E ainda o vídeo American Dependency.



A completa decadência dos Estados Unidos pode ser ainda percebida através dos dados conhecidos sobre a sua população prisional, a qual, entre presos e condenados em diversos regimes de liberdade condicional, ultrapassa os sete milhões de pessoas:

The US currently [2009] incarcerates 743 people for every 100,000, compared to 800 per 100,000 at its peak under Stalin’s Soviet Union. At current rates of expansion, the United States will surpass the Soviet Union’s world record in 2018. SK
Cinco verdades de chumbo sobre as prisões americanas (4):
  1. por causa das suas prisões, os EUA são o único país do mundo onde há mais homens vítimas de violação sexual do que mulheres;
  2. há mais escravos negros na América contemporânea do que em 1850;
  3. a Solitária, largamente usada como castigo nas prisões americanas, é considerada internacionalmente uma forma de tortura;
  4. a comida servida nas prisões americanas é sub-humana;
  5. muitos prisioneiros são forçados a trabalhar para empresas privadas por preços inferiores aos mais baixos salários pagos na China.

NOTAS
  1. Supplemental Nutrition Assistance Program (Wikipedia)
  2. American Dependency: A Food Stamp Micro-Doc. A Lightning War for Liberty, Posted on September 21, 2013.
  3. AMERICA’S LIABILITIES, Zero Hedge (30/05/2014).
    The budget deficit for the latest fiscal year (which ended on September 30) was reported to be around $700 billion. However, this figure would be many times higher if the government’s unfunded entitlement programs were included. Even before taking into account liabilities stemming from the Affordable Care Act (ACA), which cannot even be calculated yet because so many of its assumptions are either erroneous or outright fabrications, and because many of its provisions keep getting delayed by the Administration for purposes of political advantage, the present value of the future obligations of the federal government is currently around $92 trillion. These obligations have been growing by over 10% per year since 2000, during which time nominal GDP has risen just 3.8% per year. At this rate, the federal government will owe an estimated $200 trillion on the entitlement programs by 2021 (again, excluding the effects of ACA) and $300 trillion by 2025.
  4. Five Stunning Facts About America's Prison System You Haven't Heard, Zero Hedge, 04/29/2014 22:35 -0400.
    Submitted by Sean Kerrigan via SeanKerrigan.com,
    We’ve done several exposés on the prison system in America, including The Prison System Runs Amok, Expands at Frightening Pace (Sept 6, 2012) and Selling the American Dream is the Biggest Market of All (Sept. 30, 2013), but there’s still much more to be said about this topic. America’s massive prison system is creating a long list of unintended consequences, some of which will effect all of us in the coming years. To help explain just how bad things have gotten, we’ve compiled this list of the most stunning facts and statistics on the America’s prison system today.

Cleptocracias

José Eduardo dos Santos negoceia segurança (militar e financeira) e energia com a França - in Élysée

A diferença entre a cleptocracia angolana e a cleptocracia indígena (portuguesa) é que a primeira tem petróleo, a segunda não.