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Santiago Abascal, líder do novo partido populista da direita espanhola, Vox |
Andamos muito distraídos!
Do país de sucesso e do pelotão da frente, da 14ª economia na UE15 nos anos gloriosos do cavaquismo (que apostava em ultrapassar o Reino Unido), da liderança na sociedade de informação do guterrismo, dos milagres económicos sucessivos, aterraremos como um dos países mais pobres de uma UE27 ou UE28 em 2025.
Nuno Garoupa. Público, 5 julho 2018
Há dois erros que liquidam a credibilidade deste texto:
1) a expressão 'mais pobre' é errada, pois deveria ser, em rigor, 'menos rico', já que não podemos deixar de comparar a economia portuguesa/europeia com o resto do mundo;
2) por outro lado, o empobrecimento cada vez mais perigoso das classes médias, e a precariedade dos contratos de trabalho, são fenómenos globais, próprios do fim de uma era baseada em energia abundante e barata, num contexto em que a redistribuição da mesma deixou de estar concentrada nos Estados Unidos, Canadá e Europa ocidental. Basta ver as notícias sobre o populismo nos Estados Unidos, Venezuela, Brasil, ou sobre o crescente populismo, de direita e de esquerda, na Europa (há um partido populista de direita em Espanha que vai arrumar as botas populistas de esquerda do Podemos num ápice...), para perceber que não podemos confundir as causas endógenas do nosso desenvolvimento assimétrico, com as tendências mundiais a que estamos particularmente abertos. Basta contar o número de SO-MNE (State Owned Multinacional Entreprises) portuguesas (mais do que em Espanha!), ou o número de representações de SO-MNE em Portugal (World Investment Report, 2017, das Nações Unidas), para percebermos a paisagem que nos rodeia e determina.
—FDI (Foreign Direct Investment) INFLOWS (millions of dollars)
Portugal
2011: 7428
2012: 8858
2013: 2702
2014: 2976
2015: 6993
2016: 6065
—FDI stock
2000: 34 224
2010: 114 994
2016: 118 213.
—SO-MNEs (15% of the 100 largest MNEs): Distribution by major home economy, 2017 (Number of companies)
Portugal: 26
Spain: 19.
—Foreign affiliates of SO-MNEs: Distribution by major host economy, 2017 (Number of affiliates)
Portugal: 784
Spain: 1760.
Apostar na propaganda do copo vazio não é a estratégia mais inteligente.
Oportunidades de negócio pela frente: privatização dos caminhos de ferro, investigação&desenvolvimento, formação de elites intermédias e de topo, e África!
Perigos: deixar a Geringonça +1 (o Comandante Supremo da Selfie Idiotia) à solta.
Precisamos urgentemente dum Macron, sob pena de termos em breve um qualquer Trump, Bolsonaro, ou novo Conde de Abranhos lusitano (o de Espanha já nasceu e chama-se Santiago Abascal Conde!) a governar o país com maioria absoluta.