terça-feira, setembro 22, 2015

Montijo é para avançar!



Senhor António Costa, que opina sobre a extensão do Aeroporto de Lisboa (Portela) no Montijo?


Registamos a divergência entre o Primeiro Ministro e o rapaz das PPP - Sérgio Monteiro, a propósito do Montijo.

Passos quer aproveitar aeroporto da Portela “tanto quanto puder”

...esta opção de 'Portela mais um' dará perfeitamente para durante vários anos, e pelo menos seguramente até aos próximos seis ou sete anos, para podermos utilizar as infra-estruturas que temos".

Jornal de Negócios/ Lusa, 22/9/2015 12:59 

Lembramos que o alerta para as possíveis negociatas em curso, tendentes a protelar a decisão sobre a extensão do Aeroporto de Lisboa para o Montijo, foi aqui dado ontem, a propósto do desenvolvimentismo pacóvio do PS. E a pergunta que fizemos foi esta:

Governo deixou cair o Montijo para o colo do próximo governo. Quanto valeu este negócio?

Seguiam-se os avisos e as queixas... que voltamos a reproduzir.

Caríssimos confrades,

Reparem nas subtilezas das noticias (Jornal de Negócios)...

O edil do Montijo, um tal rapaz socialista que “Canta”, coloca uma série de requisitos à ida da Ryanair para o Montijo. Pretende uma autoestrada, uma rede de esgotos e águas, esquecendo outros requisitos como, por exemplo, a ligação ferroviária do aeroporto e da velha Aldegalega do Ribtejo à rede existente. A Ryanair compromete-se com um número astronómico de 5 milhões de passageiros por ano, o que levará à construção de outras infra-estruturas no Montijo. Os 5 milhões são 100% Ryanair, não contando portanto com aqueles que a Ryan vai ganhar à TAP (e às PGA e SATA).

As outras Câmaras com interesse neste projecto, tais como a da Moita (anda nos toiros), Alcochete, Palmela, Montijo e Barreiro, devem estar de férias, ou não existem.

Cinco milhões de passageiros, cerca de metade do movimento da Portela, mantendo embora a Ryanair voos para as principais cidades europeias a partir da Portela, significam pelo menos 5000 novos postos de trabalho na zona. Daí o interesse que a base do Montijo deveria ter para as outras autarquias. Presumo que não sabem o que é um avião, coisa a que já estamos habituados.

Por outro lado, embora não seja dito de forma expressa, e a quinze dias das eleições, torna-se evidente que estão a ser levantadas resistências cor-de-rosa e cor de laranja ao acordo anunciado.

Como é óbvio, o aeroporto do Montijo colide com os interesses instalados (e bem instalados) do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL), colidindo também com a projetada (e entretanto abandonada pelo governo ainda em funções) ligação ferroviária em bitola UIC entre Pinhal Novo-Poceirão e Badajoz. A malta do PSD e do PS que meteu (via BPN, BES, CGD e BCP) muito cacau na Hipótese NAL (na Ota ou em Alcochete) quer o NAL de qualquer maneira (ou haverá sapatos de cimento por aí), e a meio caminho entre a Portela e o Aeromoscas Internacional de Beja, para que todos os modos sejam esmagados pelo fantástico NAL, certamente desenhado pelo Pritsker do estádio Axa de Braga. Como dizia um incansável e honesto Professor do Técnico, a seguir vão aparecer mais umas A13 para nenhures, como sucedeu com a famosa, idealizada, projetada, construída e às moscas A10, que serviria para ligar a capital ao NAL da Ota, lembram-se?

Mesmo com o Salgado apeado, os interesses ainda se movem bem.

É claro que, com o Dono Disto Tudo no ativo, o Aeroporto na Base do Montijo, nem pensar! Mas mesmo retido na Quinta da Marinha, a banhos com a Justiça, parece que o Montijo, nem pensar!

Pois então continuem alegremente a protelar a questão do Montijo, e não olhem para o que se está a passar na Galiza com a Ryanair, instalando-se por lá alegremente. Onde? Em Vigo, claro, onde vão começar a operar comboios de Alta Velocidade que se integram na REDE UIC (bitola europeia) espanhola. Porque será que a Ryanair está a apostar na Galiza? E o CEO da PGA, que clama por ligações ferroviárias compatíveis com a bitola europeia, ameaça mandar a pátria às urtigas se as lesmas e os piratas continuarem a mandar nisto tudo?

Para as Low Cost os aeroportos são fatores de competição. Os aeroportos da Galiza competem com o de Pedra Rubras, e as taxas que a Vinci (que ouve sempre a Mota-Engil)  está a cobrar não ajudam mesmo nada, aliás até ajudam a fixação da Ryanair na Galiza!

Os atrasos na extensão do aeroporto de Lisboa ao Montijo também têm implicações nos voos da Portela. Não abrem o Montijo? Então vamos para a Galiza! Não ligam Lisboa a Badajoz por TGV? Pois então vamos para Badajoz (Cáceres, Mérida, Évora ou até Beja!)

Algo me diz que o acordo para a Base do Montijo não vai para a frente.

Imaginem o que isto quer dizer: o NAL, Novo Aeroporto de Lisboa, no Canha, a 50 km de Lisboa, e a Portela transformada na prometida China Town do Senhor Ho. Se estou a especular, ..., então ando a especular desde 2006, e pelos vistos tem batido tudo certo.

Um bom fim de semana.

PS: Apenas para confirmar as suspeitas, muito embora se saiba que o Diário Económico alinhava estreitamente com as posições do BES.

De uma forma não tão clara, é dito no DE de que a decisão do Montijo transita para o novo governo, lavando daí as mãos o amigo Sérgio Monteiro. Caso caia nas mãos do PS, com pompa e circunstância, lá virá da mesa do canto um pedido e o anúncio de um NAL acompanhado com PPP.

Quanto é que o PSD e o CDS vão receber, com este adiamento, para a sua campanha eleitoral?

O amigo colombiano, por causa do negócio da TAP, está com vontade de falar.

Para breve esperam-se algumas revelações, digo "aparições", quanto ao financiamento encapotado da TAP por parte da Parpública,...., os 800 milhões foram para algum lado. "Quem cabritos voadores tem, e cabras voadoras não têm, de algum lado lhe vem."

Entretanto, e até às eleições, ninguém fala dos cortes que se vão fazer nas rotas de médio curso da TAP (e da SATA).

Até ao final do ano esperam-se "boas novas", e como a coisa anda, o processo da TAP corre o risco de borregar. No fundo, quase que se pode concluir que o negócio da TAP não é necessariamente o do transporte aéreo, mas antes o do imobiliário, dos terrenos da Portela e da construção do NAL, seja ele na Ota, em Canha, ou onde calhar. Há muito boa gente com dinheiro por ganhar.

Tal como o Novo Banco, antes de tentar vender, há que reestruturar para depois vender com menos prejuízo (possível). Malta na placa da Portela.

Alcochete, 19 de setembro de 2015
Garganta Funda

E hoje mesmo alertava-se para novo escândalo...

LÓBI DO NAL (NOVO AEROPORTO DE LISBOA), CONTINUA VIVO E BOICOTA INVESTIMENTOS DA DHL

A DHL continua à espera de uma solução para construir um novo terminal no aeroporto de Lisboa, um investimento de 10 milhões de euros, que diz ser vítima da indefinição em relação à manutenção da infraestrutura na Portela.

"Estamos à espera de uma solução. Queremos fazer o investimento em Lisboa, mas precisamos que o Governo e o aeroporto nos ajudem", afirmou à Lusa o diretor de operações da DHL Express, Roy Hughes, num encontro com jornalistas em Leipzig, na Alemanha, onde está instalado o principal 'hub' da gigante da logística.

O vice-presidente da DHL explicou à Lusa que o investimento em Lisboa começou por ser vítima da indefinição em relação à continuação da aeroporto na Portela, incompatível com "um projeto a longo prazo, de no mínimo 15 anos"— in CARGO NEWS, 13/9/2015.

E depois da Catalunha?



Que farão a Galiza e o País Basco depois de uma eventual independência da Catalunha?


Mas replica al riesgo de ‘corralito’ con la amenaza de no pagar la deuda | El presidente catalán considera las palabras de Linde "indecentes e irresponsables"
El País, Lluís Pellicer / Maiol Roger / Íñigo de Barrón Barcelona / Madrid 22 SEP 2015 - 00:13 CEST

La recta final de campaña del 27-S ya tiene un asunto nuclear de debate: las consecuencias económicas de una independencia unilateral de Cataluña. Ayer, el gobernador del Banco de España, Luis María Linde, advirtió sobre el riesgo de corralito y la salida inmediata de la Unión Europea y del euro en caso de secesión. La respuesta de Artur Mas, quien vio en esas declaraciones la intervención del Estado, fue inmediata: amenazó con que el Ejecutivo catalán no asumiría la “parte de la deuda” pública que le corresponde —alrededor de 180.000 millones de euros, el 18% del total— en caso de que el Estado no se siente a negociar la separación si su lista gana las elecciones del domingo.

Paradoxalmente, ou talvez não, as velhas tensões intra-nacionalistas europeias regressam em força, à medida que os velhos impérios coloniais europeus tentam formar uma união económica, financeira e política. Numa União Europeia plena, os estados deveriam dar espaço e liberdade às nações históricas, mas não é o que estamos a ver. Pelo contrário, os países europeus continuam agarrados às suas centralidades autoritárias, às suas prerrogativas de mando nacional, procurando receber o mais que podem, e pagar o menos possível, por terem juntado parcialmente os trapos numa união mole de vontades, desmiolada, atrelada aos interesses da América e de Israel, estrategicamente impotente, suspirando por uma superioridade há muito perdida, suando hipocrisia por todos os poros, como o êxodo de refugiados económicos e políticos das zonas de guerra criadas criminosamente por americanos e europeus plenamente vem atestando.

Do ponto de vista de Lisboa, a desagregação potencial do estado espanhol é um enorme problema que não gostaríamos de enfrentar. O fim do império iniciado pelos Reis Católicos não foi até hoje interiorizado por Madrid, não tendo tirado, por isso, as devidas ilações no que se refere às nacionalidades históricas do território cuja unidade formalmente vertida em texto constitucional só ocorreu quando Napoleão atravessou as Espanhas para invadir Portugal.

O Concílio de Trento, para lá da mercearia das indulgências e dos dogmas, talvez tenha tido por principal objetivo estratégico assegurar a Roma os proventos do vasto mundo que portugueses, andaluzes, extremenhos, leoneses, galegos, asturianos, bascos, navarros, castelhanos, aragoneses, valencianos, catalães, genoveses, etc., começaram a desbravar no início do século 15. Acontece que esta viagem terminou e o regresso a casa tem sido mais penoso do que se poderia imaginar. Atrasámo-nos no capitalismo industrial e financeiro, atrasámo-nos nas liberdades, atrasámo-nos na democracia e atrasámo-nos na cultura. Tornámo-nos, em suma, dependentes das traduções!

Os espanhóis pagaram já um preço muito alto em carnificinas fratricidas que ninguém quer recordar. Os tempos são outros, mas o que vimos nos Balcãs na última década do século 20, o que vemos no Próximo Oriente há mais de vinte e cinco anos, sem fim à vista, e o que vemos agora do outro lado do rio Mediterrâneo demonstra que a besta que existe em cada um de nós pode acordar quando menos se espera.

As guerras começam sempre por guerras de palavras. O bom mesmo é não começar.

Esperemos que o jovem rei saiba assumir as suas responsabilidades na cada vez mais complicada situação institucional espanhola.

segunda-feira, setembro 21, 2015

Grande sondagem OAM: PaF na frente


Onde votam os leitores do António Maria


  • PaF continua favorito
  • PS de rastos
  • Nós, Cidadãos! surpreende, mesmo O António Maria ;)
  • PCP parado, à espera da renovação
  • Livre, boas expetativas, à custa do PS
  • Bloco segura votação, à custa do PS
  • PDR mantém Marinho e Pinto em Bruxelas 
  • Os demais partidos que constavam da sondagem somam 1%
  • Reduzido número de votos brancos
  • Diminuição acentuada da abstenção

Em quem vai votar no dia 4 de outubro?

Esta foi a pergunta que fizemos na sondagem realizada com uma mini-aplicação do Blogger ao longo dos últimos seis dias. O universo abrangido é especial: os leitores d'O António Maria e os amigos destes leitores que viram o convite sucessivamente enviado.

A sondagem foi divulgada nas plataformas Blogger, Facebook e Twitter.
Universo: 1246 pessoas com mais de 18 anos, igualmente distribuídos por sexo e localização (Portugal e principais países da diáspora.)

RESULTADOS

PaF (PPD/PSD+CDS-PP) - 452 (36%)

PS - 194 (15%)

CDU (PCP+PEV) - 97 (7%)

BE (Bloco de Esquerda) - 81 (6%)

NC (Nós, Cidadãos!) - 203 (16%)

PDR (Partido Democrático Republicano) - 16 (1%)

L/TDA (Livre/ Tempo de Avançar) - 110 (8%)

PAN (Pessoas-Animais-Natureza) - 6 (0%)

PT (Partido da Terra) - 3 (0%)

Agir (PTP-MAS) - 7 (0%)

Voto noutro partido - 16 (1%)

Voto Branco - 22 (1%)

Não voto - 39 (3%)

O erro dos economistas iluminados de António Costa

Na Europa não é diferente...

Porque é que os economistas do PS só dizem disparates? Este gráfico explica quase tudo.


O maior problema do PS é a sua completa vacuidade ideológica e, mais recentemente, a desonestidade intelectual dos seus economistas que, como qualquer José Sócrates, ou qualquer António Costa (versão bastarda do primeiro), confundem economia com propaganda partidária e jogos de poder.

Na realidade, a coisa é bem pior: o verdadeiro problema do PS é estar de pés e mãos atados a negócios e compromissos inconfessáveis com o que há de mais corrupto na sociedade portuguesa.

Exemplo do que afirmo é o modo sorrateiro como Sérgio Monteiro despachou o contrato de ligação do aeródromo do Montijo ao Aeroporto de Lisboa para o próximo governo (1), ou o boicote do lóbi do NAL instalado no governo e na ANA-Vinci, aos novos terminais de carga aérea que a DHL quer construir no Aeroporto Sá Carneiro e na Portela (2).

Mas voltando à famosa literatura sobre o crescimento, nomeadamente o crescimento da economia portuguesa baseado da expansão do consumo e da produção interna, alimentado, claro está, por mais endividamento público e privado, e mais impostos, cortes e autoritarismo socialista, recomendo a leitura deste artigo ilustrativo da floresta que os obtusos e aldrabões da minha pátria recusam ver.

Charles Hugh Smith, Sunday, September 20, 2015
Why Has Labor's Share of GDP Declined for 40 Years?

How can households pay rising taxes, borrow more money and spend more to support a consumer economy on an income that's shrinking even when the economy is expanding?

Answer: they can't. "Something's gotta give": they can't pay higher taxes, borrow more money (and incur more monthly payments) and spend more on goods and services when their incomes are stagnating. It simply isn't possible.

ÚLTIMA HORA!

Registamos a divergência, entre o Primeiro Ministro e o rapaz das PPP - Sérgio Monteiro.
Passos quer aproveitar aeroporto da Portela “tanto quanto puder”
...esta opção de 'Portela mais um' dará perfeitamente para durante vários anos, e pelo menos seguramente até aos próximos seis ou sete anos, para podermos utilizar as infra-estruturas que temos". Jornal de Negócios/ Lusa, 22/9/2015 12:59

NOTAS
  1. Governo deixou cair o Montijo para o colo do próximo governo. Quanto valeu este negócio?

    Caríssimos confrades,

    Reparem nas subtilezas das noticias. O edil do Montijo, um tal rapaz socialista que “Canta”, coloca uma série de requisitos à ida da Ryanair para o Montijo. Pretende uma autoestrada, uma rede de esgotos e águas, esquecendo outros requisitos como, por exemplo, a ligação ao modo ferroviário que faça articulação com a restante rede. A Ryanair compromete-se com um número astronómico de 5 milhões de passageiros ano, o que obriga a outras infra-estruturas no Montijo. Os 5 milhões, 100% Ryan, sem contar com aqueles que a Ryan vai ganhar à TAP (e às PGA e SATA).

    As outras Câmaras com interesse neste projecto, tais como a da Moita (anda nos toiros), Alcochete, Palmela, Montijo e Barreiro, devem estar de férias, ou não existem.

    Cinco milhões de passageiros, cerca de metade do movimento da Portela, mantendo embora a Ryanair voos para as principais cidades europeias a partir da Portela, significam pelo menos 5000 postos de trabalho na região. Daí o interesse que a base do Montijo deveria ter para as outras autarquias. Presumo que não sabem o que é um avião, coisa a que já estamos habituados.

    Por outro lado, embora não seja dito de forma expressa, e a quinze dias das eleições, torna-se evidente que estão a ser levantadas resistências cor-de-rosa e cor de laranja ao acordo anunciado. Como é óbvio, o aeroporto do Montijo colide com os interesses instalados (e bem instalados) do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL), colidindo também com a projetada (e entretanto abandonada pelo governo ainda em funções) ligação ferroviária em bitola UIC entre Pinhal Novo-Poceirão e Badajoz. A malta do PSD e do PS que meteu (via BPN, BES, CGD e BCP) muito cacau na Hipótese NAL (na Ota ou em Alcochete) quer o NAL de qualquer maneira, ou haverá sapatos de cimento por aí, e a meio caminho entre a Portela e o Aeromoscas Internacional de Beja, para que todos os modos sejam esmagados pelo fantástico NAL, certamente desenhado pelo Pritsker do estádio Axa de Braga. Como dizia um incansável e honesto Professor do Técnico, a seguir vão aparecer mais umas A13 para nenhures, como sucedeu com a famosa, idealizada, projetada, construída e às mocas A10, que serviria para ligar a capital ao NAL da Ota!

    Mesmo com o Salgado apeado os interesses ainda se movem bem. É claro que, com o Dono Disto Tudo no ativo, o Aeroporto na Base do Montijo, nem pensar! Mas mesmo retido na Quinta da Marinha, a banhos com a Justiça, parece que o Montijo, nem pensar!

    Pois então continuem alegremente a protelar a questão do Montijo, e não olhem para o que se está a passar na Galiza com a Ryanair, instalando-se alegremente na Galiza. Onde? Pois em Vigo, onde vão começar a operar comboios de Alta Velocidade que se integram na REDE UIC (bitola europeia) espanhola. Porque será que a Ryanair está a apostar na Galiza? E o CEO da PGA, que clama por ligações ferroviárias compatíveis com a bitola europeia, ameaça mandar a pátria às urtigas se as lesmas e os piratas continuarem a mandar nisto tudo?

    Para as Low Cost os aeroportos são fatores de competição. Os aeroportos da Galiza competem com o de Pedra Rubras, e as taxas que a Vinci (que ouve sempre a Mota-Engil, claro)  está a cobrar não ajudam mesmo nada, aliás até ajudam a fixação da Ryanair na Galiza!

    Os atrasos na extenão do aeroporto de Lisboa ao Montijo também têm implicações nos voos da Portela. Não abrem o Montijo? Então vamos para a Galiza! Não ligam Lisboa a Badajoz por TGV? Pois então vamos para Badajoz (Cáceres, Mérida, Évora ou até Beja!)

    Algo me diz que o acordo para a Base do Montijo não vai para a frente. Imaginem o que isto quer dizer: o NAL, Novo Aeroporto de Lisboa, no Canha, a 50 km de Lisboa, e a Portela transformada na prometida China Town do Senhor Ho. Se estou a especular, ..., então ando a especular desde 2006, e pelos vistos tem batido tudo certo.

    Um bom fim de semana.

    PS: Apenas para confirmar as suspeitas, muito embora se saiba que o Diário Económico alinhava estreitamente com as posição do BES.

    De uma forma não tão clara, é dito no DE de que a decisão do Montijo transita para o novo governo, lavando daí as mãos o amigo Sérgio Monteiro. Caso caia nas mãos do PS, com pompa e circunstância, lá virá o anúncio de um NAL e a respectiva PPP.

    Quanto é que o PSD e o CDS vão receber, com este adiamento, para a sua campanha eleitoral?

    O amigo colombiano, por causa do negócio da TAP, está com vontade de falar. Para breve esperam-se algumas revelações, digo "aparições", quanto ao financiamento encapotado da TAP por parte da Parpublica,...., os 800 milhões foram para algum lado. "Quem cabritos voadores tem, e cabras voadoras não têm, de algum lado lhe vem."

    Entretanto, e até às eleições, ninguém fala dos cortes que se vão fazer nas rotas de médio curso da TAP (e da SATA). Até ao final do ano esperam-se pois "boas novas", e como a coisa anda, o processo da TAP corre o risco certo de borregar. No fundo, quase que se pode concluir que o negócio da TAP não é necessariamente o do transporte aéreo, mas antes o do imobiliário, dos terrenos da Portela e da construção do NAL, seja ele na Ota, em Canha, ou onde calhar. Há muito boa gente com dinheiro por ganhar.

    Tal como o Novo Banco, antes de tentar vender, há que reestruturar para depois vender com menos prejuízo (possível). Malta na placa da Portela.

    Alcochete, 19 de setembro de 2015
    Garganta Funda
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  2. O Bloco Central da Corrupção, ou se quiserem, a CLEPTOCRACIA PORTUGUESA, dá nisto: O LÓBI DO NAL (NOVO AEROPORTO DE LISBOA), QUE CONTINUA VIVO, BOICOTA INVESTIMENTOS DA DHL

    A DHL continua à espera de uma solução para construir um novo terminal no aeroporto de Lisboa, um investimento de 10 milhões de euros, que diz ser vítima da indefinição em relação à manutenção da infraestrutura na Portela.

    "Estamos à espera de uma solução. Queremos fazer o investimento em Lisboa, mas precisamos que o Governo e o aeroporto nos ajudem", afirmou à Lusa o diretor de operações da DHL Express, Roy Hughes, num encontro com jornalistas em Leipzig, na Alemanha, onde está instalado o principal 'hub' da gigante da logística.

    O vice-presidente da DHL explicou à Lusa que o investimento em Lisboa começou por ser vítima da indefinição em relação à continuação da aeroporto na Portela, incompatível com "um projeto a longo prazo, de no mínimo 15 anos"— in CARGO NEWS, 13/9/2015
Atualizado em 22/9/2015, 14:55 WET

Estaremos assim tão zangados?

in The Portuguese missing link, Pedro Magalhães

O Grande Bloco Central tem-se aguentado contra ventos e marés!


Se repararmos bem, Portugal é o mais conservador dos três países europeus do sul que regressaram à democracia após longas décadas de ditadura. Refiro-me, neste caso, à constância eleitoral das nomenclaturas partidárias que dominaram cada um dos países até ao grande colapso mundial de 2008, e depois... Enquanto que a queda dos votos agregados dos partidos dominantes espanhóis e gregos é abrupta e profunda depois do colapso do Lehman Brothers, no caso português a mesma tem sido suave, tanto na velocidade quanto na profundidade.

Não deixa de ser curioso observar como os portugueses reagem positivamente/negativamente aos estímulos imediatos, como se todo o país fosse composto por funcionários e empresas públicas — que não é. A bancarrota de 1983 (governo do PS chefiado por Mário Soares), a chegada do FMI e a austeridade então imposta, apesar de menos dura da que se seguiu ao colapso do governo do PS de José Sócrates, com a aplicação do terceiro programa de austeridade imposto pelos credores, teve um impacto eleitoral bem mais acentuado do que a tragédia social que se seguiu à assinatura do Programa ainda curso, cujo sintoma mais gritante é o nível de emigração a que regressámos. A diferença no comportamento eleitoral resulta porventura das alavancas sociais e económicas que o PCP então ainda controlava. Isto é, se descontarmos este efeito secundário, a norma parece ser o de um conservadorismo eleitoral em volta do Grande Bloco Central (PS, PSD, CDS), cuja perda de influência relativa se iniciou por volta de 1994, e tem vindo a deslizar lentamente para valores cada vez mais próximos do período pós-revolucionário (1976...). Como não têm surgido novidades partidárias desde então, salvo o Bloco de Esquerda, e o PCP já não é o que era, a perda de representatividade do Grande Bloco Central equivale, por aumento dos níveis de abstenção, a uma deslegitimação lenta, mas consistente, do regime constitucional.

Esta constatação tem duas consequências analíticas:
  1. O fatalismo eleitoral português não permite, pelo menos sem que um novo e mais dramático abalo ocorra, uma alteração significativa do Grande Bloco Central;
  2. No entanto, à medida que a linha descendente da representatividade do Grande Bloco Central decai, aumenta o vazio e a frustração geral de onde já começaram a surgir sinais de inquietação traduzidos na vontade dispersa de repensar o regime.
Resta agora saber se 4 de outubro será o ponto de partida da necessária metamorfose da nossa democracia, ou se, pelo contrário, teremos que esperar mais quatro anos.

POST SCRIPTUM

Será que o clubismo partidário em Portugal é mais forte do que os jobs for the boys and gals? De onde vem o conservadorismo eleitoral indígena?

Vale a pena ler estes dois textos, que li já depois deste post.

Lower levels of clientelism in Portuguese politics explain why Portugal handled austerity better than Greece during the crisis.
By Alexandre Afonso, Sotirios Zartaloudis and Yannis Papadopoulos
The London School of Economics and Political Science/ EUROPP

In a recently published article, we argue that the strength of clientelistic links between voters and parties shape party strategies toward austerity reforms. Political parties that draw extensively on clientelistic links and the distribution of rents to their party supporters seek to avoid or delay agreements on fiscal retrenchment because their own electoral survival depends on the control of public sector employment, regulatory powers and budgets in order to reward clients. By contrast, parties that rely less on clientelistic links have a larger margin of manoeuvre in austerity reforms because their electoral fortunes are less tied to public spending as an electoral resource.

(...)

When citizens and parties are tied by ideology only, voters do not depend directly on parties for their resources, and policy drives toward austerity politics may be less constrained by vote-seeking concerns, as in the Portuguese case. Mass clientelism led Greek parties to systematically over-promise, and voters to over-expect, which led to brutal sanctions and anger when these promises had to be betrayed. In contrast, Portuguese parties did not promise as much, and voters did not expect much from them either.


Portuguese puzzle: the bailed-out country that bucks the trend
By Tony Barber
Financtial Times, Sep 17 2015

...Portugal differs from other bailed-out countries, especially Greece and Spain, in not having produced an anti-establishment populist movement inspiring widespread support. Compared with other EU states in the Atlantic-Mediterranean area, Portugal seems a rock of political stability.
 Atualizado: 22/9/2015 14:36 WET

sábado, setembro 19, 2015

O que resta da Esquerda

Yanis Varoufakis, Sydney, 1993

Como estará a esquerda europeia daqui a um ano?


Varoufakis anuncia apoio aos dissidentes do Syriza nas eleições
Lusa, 18 setembro 2015

O ex-ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis anunciou hoje que apoia a Unidade Popular (LAE), o partido proveniente da cisão no Syriza em agosto e que se apresenta às legislativas antecipadas de domingo.


A apropriação oportunista do marxismo iniciada por Lenine criou um cisma insuperável na chamada esquerda intelectual. Esta, ou é infantil, ou autoritária. O seu erro fundamental reside no paternalismo com que sempre encarou a classe operária e, em geral, quem trabalha. O narcisismo vanguardista da esquerda marxista degenerada, traduzido na pressuposta superioridade intelectual e moral das elites socialistas e comunistas diante do Capital e das massas populares, não poderia ter melhor representante que Yanis Varoufakis. Depois da desagregação interna da União Soviética, parece ser agora a vez de assistirmos à implosão da esquerda pequeno-burguesa e chique europeia.

Talvez seja a condição necessária de uma nova utopia.

Varoufakis — finest media moments
By Cynthia Kroet
Politico, 7/6/15, 3:01 PM CET / Updated 7/6/15, 4:34 PM CET

Yanis Varoufakis, who resigned as finance minister Monday to facilitate any attempt by the left-wing government to keep Greece in the eurozone, cut a dash on the international stage with his casual dress and incendiary remarks that were seen as symptoms of a lack of seriousness by Greece’s international creditors and the often critical international media.

With his resignation, the Syriza-led coalition government loses one of its most controversial figures. Here are some of his most memorable moments on camera:

“I happen to be conservative”

RESPOSTA A UM AMIGO
Meu caro Armando Ramalho,

A metamorfose das democracias degeneradas que existem no mundo é um processo que já começou, mas vai atravessar ainda algumas fases cuja natureza e momento desconhecemos. Para já, o medo de regressarmos ao tempo dos piratas sem vergonha (do Loureiro ao Pinóquio) vai determinar a maioria de dia 4 de outubro. Pelo que vou vendo, lendo e estudando, o PaF é bem capaz de renovar a maioria. A esquerda populista e fandanga, que no caso do Bloco chegou a surpreender pela positiva, vai piorando dia a dia, sobretudo quando lhes perguntamos como faria se estivesse no lugar de Passos Coelho e Paulo Portas. Na frente da desgraça esquerdinofrénica, claro, o radicalismo crescente e suicida do sargento-ajudante Costa. Aceitei ser candidato em Lisboa pelo Nós, Cidadãos pois desejo ardentemente que algo mude naquela sacristia sórdida e bafienta a que chamam Assembleia da República.

Atualização: 19/9/2015 16:54 WET

sexta-feira, setembro 18, 2015

Rien ne va plus? Just joking!

Janet Yellen
Illustração: DonkeyHotey

A caminho da deflação global (2016-2017-...)


ZERO TAX CAPITALISM > TRANSITION > COLLAPSE > POSTCAPITALISM

Tudo isto sem uma mãozinha sequer dos sindicatos, ou dos famosos e desmiolados 'donos' intelectuais do marxismo degenerado que chegou até nós.

Taxas de juro negativas tão só alimentam a economia de casino e a corrupção e jamais o crescimento. O ZIRP e o NIRP, ou seja, taxas de juro igual a zero ou realmente negativas, numa conjuntura global caracterizada pelo esgotamento da capacidade de endividamento público e privado (peak debt), apenas conseguem arruinar a poupança privada e o poder de compra dos mais débeis: reformados, pensionistas e os que estão pendurados nos subsídios de desemprego, ou no rendimento mínimo.

Por outro lado, uma subida empinada das taxas de juro dos bancos centrais destruiria as finanças públicas, as quais, na ausência de crescimento e perante uma demografia adversa, se alimentam há vários anos da inflação monetária virtual (no transmission whatsoever, you know...) e da expropriação silenciosa da poupança privada. Mas destruiria também o próprio sistema bancário mundial na configuração existente desde 1971, ou seja, desde que abandonou o padrão-ouro, primeiro, e o dólar como referência, depois.

Este é o nó górdio keynesiano que atirou o capitalismo mundial para uma irreversível metamorfose.

Não podem continuar a destruir valor, nomeadamente pela via da desvalorização monetária e da repressão fiscal, nem conseguem reflacionar a economia, dado o excesso de endividamento global, e estimular o crescimento (o novo Graal cujo paradeiro ninguém descobre), pois há excesso de capacidade instalada, excesso de stocks, e o consumo está bloqueado pelo excesso de endividamento privado e por uma destruição líquida de empregos à escala planetária como nunca se viu.

É por estas e por outras que o programa do PS está errado duma ponta à outra, e que o próximo governo não terá outra alternativa que não seja seguir o BCE, mitigando como puder os efeitos da destruição dos preços e a austeridade que vai continuar a fustigar as nossas vidas.

Uma no cravo e outra na ferradura. É o que há...

Mas atenção: entregar  o país a uma frente populista formada pelo disléxico Costa, o PCP, o Bloco, o Livre e o PDR, atirar-nos-ia imediatamente para um beco sem saída muito parecido com o grego, ou pior!

Janet Yellen decidiu ontem manter as taxas de juro da Fed a zero vírgula qualquer coisa. Sobre as implicações desta decisão vale a pena ouvir o que David Stockman disse na véspera da decisão.
David Stockman Interview On Yahoo——The Fed Painted Itself Into A Corner, Confidence In The Casino Is Headed For A Fall
by Yahoo • September 17, 2015

David Stockman is not a fan of the Fed. In fact he claims that the Fed is on a “jihad” against retirees and savers.

The former Reagan budget director and author of “The Great Deformation: The Corruption of Capitalism in America” visited Yahoo Finance ahead of the Fed announcement to discuss his predictions and the potential impact of today’s interest rate decision. “80 months of zero interest rates is downright crazy and it hasn’t helped the Main Street economy because we’re at peak debt,” he says.

Businesses in the U.S. are $12 trillion in debt. That’s $2 trillion more than before the crisis, but “all of it has gone into financial engineering—stock buybacks, mergers and acquisitions and so forth,” according to Stockman. “The jig is up; [the Fed] needs to get on with the business of allowing interest rates to find some normalized level.”

While Stockman believes that the Fed should absolutely raise rates today, he isn’t so sure that they will. But even if they do, he says they’ll muddle the effect by saying “‘one and done’ or ‘we’re going to sit back and watch this thing unfold for the next two or three months.’”