quinta-feira, março 10, 2016

Macau: faites vos jeux

Madonna. Rebel Heart tour passou por Macau.


Os bons casinos substituem os maus casinos


E assim a minha terra natal volta a prosperar na vertigem do jogo legal e em circuito fechado, sem derivados tóxicos, nem swaps. Os contribuintes depenados agradecem duas vezes: mais impostos nos cofres de Macau, menos saque fiscal para cobrir os buracos financeiros e as imparidades bancárias das economias cansadas, especulativas e burocráticas. Também por cá, no Portugal dos Pequenitos, deveríamos substituir o pseudo PSI 20, o PSI 18, por uma grande cidade-casino no Alentejo: LAS BEJAS.

Macau Casinos Bounce Back as Gamblers Ditch China Stocks: ChartFox Hu. Bloomberg, March 9, 2016 — 12:00 AM WET 
The wheel of fortune is favoring Macau casino operators over brokerages as gambling revenue stabilizes and turbulence in the equity market weighs on turnover. Shares of Galaxy Entertainment Group Ltd. and Sands China Ltd. are among the biggest gainers in Hong Kong in 2016, after being the two worst performers over the previous two years, while Citic Securities Co. and Haitong Securities Co. are down more than 10 percent. The two-year slump in gambling revenue that was sparked by an anti-corruption campaign coincided with China’s biggest-ever bull market in equities.

domingo, março 06, 2016

LIFT

in Expresso 5/3/2016 (pormenor)

From LIFT to NIFT, quer dizer: cidades-região de Lisboa e Porto


Expresso, 5/3/2016
Lisboa é uma metrópole em arco e precisa de um lift global 
A Câmara de Lisboa e a Fundação Gulbenkian concertam estratégia de promoção da região, de Leiria a Sines.

A este propósito ler as minhas crónicas sobre as cidades-região de Lisboa e Porto... desde 2009. Basta escrever na caixa de Pesquisa a expressão 'cidade-região'.

Destaco sobre o assunto, que aliás correspondeu ao início da intervenção de António Costa no debate sobre o Orçamento, a que ninguém ligou peva, estes dois textos publicados, respetivamente, em 2009 e 2011.

sábado, julho 18, 2009
Por Lisboa 27 | Região Autónoma de Lisboa, já! 
O desenho não está ainda bem definido, mas andará numa geometria a meio caminho entre a antiga Região de Lisboa e Vale do Tejo (cerca de 3,5 milhões de habitantes) e a actual Região de Lisboa (2,8 milhões de habitantes). O importante mesmo é exigi-la quanto antes.

terça-feira, maio 29, 2012
A caminho da Grécia? 
O principal da reforma autárquica deve começar pelas regiões de Lisboa e do Porto, e não pelas freguesias rurais! É em Lisboa e no Porto que se deve eliminar a principal gordura autárquica, fundindo freguesias, e sobretudo criando duas cidades-região como são hoje todas as grandes cidades que funcionam bem: Londres, Paris, Pequim... 
No caso de Lisboa, o ponto de partida deveria ser o regresso ao conceito de uma cidade-região decalcada do mapa da antiga Região de Lisboa e Vale do Tejo, o qual só foi abandonado para efeitos estatísticos e de angariação de fundos do QREN (por causa do embuste aeroportuário da Ota?).  
Esta cidade-região seria, como a de Paris, ou a de Pequim, organizada em anéis ou semi-circulares, de Lisboa para a Grande Lisboa e desta para a região de Lisboa, marcada por dois grandes rios: o Tejo e o Sado. Uma assembleia com 50 deputados, um por cada um dos concelhos, um executivo formado por um presidente e nove vice-presidentes, e 30 ou 40 unidades técnicas de gestão (Pequim tem 47), dariam coerência, riqueza conceptual, coesão, e grande força democrática às decisões estratégicas. As freguesias da cidade-região deveriam reunir-se anualmente em congresso, tecnicamente bem assessorado, com a missão clara de reforçar o exercício local da democracia e garantir um desenvolvimento equilibrado de todo o território municipal. A poupança, a eficiência e a capacidade de idealizar e desenhar a nova metrópole sustentável (urbana, suburbana e rural) para o clube das grandes cidades-região polinucleares mundiais seria quase imediato. Numa década a criação das cidades-região de Lisboa e do Porto, marcadas pela sua história e urbanidade, mas também pelos seus estuários e pelas suas cuidadas zonas e riquezas agrícolas mudariam radicalmente a performance estrutural do país.

Ainda sobre este tema ler as teorias de Richard Florida sobre as mega-regiões (pdf), para dar o seu a seu dono...

The Rise of the Mega-Region
by Richard Florida, Tim Gulden e Charlotta Mellander
October 2007

New Deal europeu, ou regresso do lóbi de Macau?

“Without the Marshall Plan, your bread would be bare and so would your children.”
Image @ Library of Congress.

Maria João Rodrigues, alma mater de António Costa, propõe mais dívida pública e mais dívida externa para salvar o país da pobreza, e para recuperar a Europa. Chama-lhe New Deal europeu. Será uma boa solução?


During the “dirty thirties” many thousands of farmers saw their livelihoods literally blow away. Making matters worse, most had gone deeply into debt to increase production, and when the drought struck, their creditors closed in. Driven off their lands, they became part of the army of persons displaced by the Great Depression. 
[...] 
The New Deal stabilized the economy and mitigated the worst of the Depression, but full recovery came only after December 1941, when America’s entrance into World War II triggered federal spending many times that under the New Deal. 

—in The Great Depression, the New Deal, and World War II in the American West, by Elliott West

New Deal? Não, não foi o New Deal que salvou a América da Grande Depressão, mas sim a Segunda Guerra Mundial e o Plano Marshall (European Recovery Program). Sem esta sangria mundial os Primeiros 100 Dias de Franklin D. Roosevelt, que deram início ao “new deal for the American people” (1933-1934, 1935-1938) não teriam atingido plenamente os resultados pretendidos. O preço final da saída da Grande Depressão de 1929-1933 foram centenas de milhões de mortos e milhões de casas e infra-estruturas destruídas na Europa e na Ásia, senhora Professora!

Mas uma coisa percebemos desta entrevista: Maria João Rodrigues, e não Mário Centeno, é a alma mater de António Costa. Daí a importância desta publicação do Jornal i, e a necessidade de a desmontar, para evitar ilusões que acabam em dissabores amargos.

Maria João Rodrigues. Exigir solução radical para a dívida é contraproducente 
Jornal i, Ana Sá Lopes, 05/03/2016 
Maria João Rodrigues, uma das maiores especialistas portuguesas em assuntos europeus, vice-presidente da família socialista europeia, acabou de conseguir aprovar um relatório pelo Parlamento Europeu em que conseguiu os votos do PSD e do CDS – integrados no Partido Popular Europeu – contra as políticas de austeridade. Em entrevista ao i, defende a urgência de aprovar um New Deal europeu que ponha a União Europeia a crescer. Quanto à dívida portuguesa, afirma que o problema tem de ser enfrentado, mas deve evitada “uma visão dramática”, leia-se exigir a reestruturação.

...para se atingir um New Deal europeu, o primeiro passo a conseguir é identificar esse New Deal dentro da família social-democrata europeia. Se se conseguir isso, será mais fácil depois consegui-lo, de forma transversal, com as outras famílias políticas. Acho que a família política onde este New Deal pode ser conseguido mais facilmente – embora não seja fácil – é a família social-democrata.
[...]
Está provado que quando reduzimos as desigualdades sociais, os grupos sociais mais desfavorecidos, ao adquirirem capacidade de compra, gastam mais. E isso dinamiza a economia. Esta recomendação foi consagrada no Parlamento Europeu pela primeira vez. Isto quer dizer que as prioridades da política económica para o próximo ano mudam substancialmente em relação aos anos anteriores. Até há pouco tempo, o policy mix estava centrado em duas ideias: consolidação orçamental a grande ritmo, com o argumento de que o nível dos défices e dívidas era muito elevado, e reformas estruturais voltadas para apoiar essa consolidação orçamental, ou seja, cortes nos sistemas de proteção social e privatizações. Agora há uma mudança, em primeiro lugar porque se acrescentam outras duas prioridades, que é o investimento e a aposta na procura interna. Mas além disso há também uma alteração do que se preconiza para as reformas e para a consolidação orçamental. E isso foi também consagrado neste meu relatório, que neste momento é do Parlamento Europeu.
A colagem da socialista Maria João Rodrigues à memória da Grande Depressão e do New Deal, tendo tido porém o cuidado de evitar qualquer referência à Segunda Guerra Mundial, deixa a sua equação fatalmente desprotegida. Bastará olhar para os gráficos do crescimento, do desemprego e do emprego industrial à época para se perceber que o New Deal perdia claramente força em 1937, e só a entrada dos americanos na guerra lhes permitiu sair do buraco.

O que lançou os Estados Unidos num ciclo de expansão económica sem precedentes foi o instantâneo e exponencial crescimento da procura externa. Mesmo num tão vasto território em fortíssima expansão demográfica a procura interna não teria sido suficiente para retirar duradouramente a América do atoleiro financeiro gerado em Wall Street. O Sonho Americano nasceu da destruição da Europa e do holocausto nuclear que infligiu ao Japão. Mas trinta e cinco anos depois dos famosos 100 dias de Franklin D. Roosevelt, em 1973, este sonho começaria a decair.

O chamado debt spending deixou de ser uma alavanca garantida para as economias que perdem velocidade, sobretudo depois de terem sido levantadas as barreiras alfandegárias à escala global e depois da implementação da livre circulação de capitais. O capital, por definição, procura as mais altas taxas de rentabilidade disponíveis nos mercados, seja especulando com os preços das matérias primas, das moedas, ou do dinheiro, seja orientando-se em direção às economias mais competitivas, quer dizer, fiscalmente mais atrativas e com melhores índices de produtividade, seja por fatores tecnológicos, pela qualidade da gestão, ou pelos custos salariais. 

Nos últimos quarenta anos, mais precisamente depois da morte de Mao Tsé-Tung (1) e do regresso em força de Deng Xiaoping, em 1976,  a China foi paulatinamente ocupando o lugar de maior exército laboral de baixo custo e maior exportador do planeta. As sociedades da Europa ocidental, dos Estados Unidos, Canadá, Australia e Nova Zelândia, dotadas de sistemas avançados de proteção social, acabariam por sucumbir comercialmente a esta troca cada vez mais desigual. As taxas de crescimento dos países ricos e desenvolvidos foram decaindo, as poupanças pública e privada passaram a endividamento crónico, os salários declinaram, o desemprego assumiu proporções dramáticas e sistémicas, a criação de novos empregos foi sendo cada vez menos expressiva, a atividade económica orientou-se preferencialmente para a especulação e para a dependência da procura pública, em suma, enquanto as economias de bolha foram gerando aparências de prosperidade, na verdade, o que surgiu foram sociedades e governos sobre endividados, ou mesmo no limiar da bancarrota.

O maior problema das economias desenvolvidas da América do norte, da Europa ou do Japão são os chamados entitlements, isto é: como financiar as responsabilidades assumidas pelos estados perante os seus cidadãos, e nomeadamente perante os contribuintes e eleitores?

O regresso do lóbi da Macau

António Costa parece ter reaberto o caminho ao lóbi de Macau, isto é, aos defensores de uma TAP pública, mesmo que perdendo os milhares de milhões de euros que vamos pagando sob a forma de resgates cor-de-rosa e vermelhos. Na realidade, a TAP é o único argumento e alavanca político-partidária capaz de justificar a construção de um Novo Aeroporto de Lisboa, ao qual se somariam uma Terceira Travessia do Tejo e ainda a famigerada ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid. 

Das palavras e sobretudo dos silêncios do atual ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, sobre a incorporação da Base Aérea do Montijo no Aeroporto de Lisboa, ao obscuro envolvimento pro bono (!) de Diogo Lacerda Machado, administrador da Geocapital —empresa de Stanley Ho de que Almeida Santos fazia parte—, ficamos com a sensação de que as ilusões de Maria João Rodrigues servem que nem uma luva aos sonhos húmidos de quem já provou não conseguir nada melhor do que atirar Portugal para as garras dos nossos credores, parte dos quais não passam de fundos de investimento especulativo, como se tem constatado nas guerras em volta dos swaps associados ao ruinoso setor público de transportes, do Banif, e do ex-BES.

Ironia suprema: o PCP parece alinhar com tudo isto. Em nome dos trabalhadores, claro!


NOTAS
  1. A saída do isolamento da China começou no início da década de 1960, na sequência da descoberta das suas importantes reservas petrolíferas, em Daqing (1959).

sexta-feira, março 04, 2016

Notícias da Swaplidândia



Portugal-0, Santander-1800 milhões


Os famosos swaps foram contratados por Maria Luís Albuquerque para o Governo 'socialista' de José Sócrates, a fim de acudir a um dos maiores cancros de má gestão, captura e desperdício de recursos públicos, e corrupção: as empresas públicas de transporte, como a Refer, as Estradas de Portugal, a Carris e os Metros de Lisboa e Porto.

Maria Luís perde: Santander recebe 1,8 mil milhões do Estado
TSF, 04 março 2016 
O Santander Totta venceu o processo que mantinha em Londres contra o Estado devido aos contratos swap. O caso remonta a 2013, altura em que o banco recusou os termos da renegociação dos contratos proposto pelo governo de então. Maria Luís Albuquerque (primeiro como secretária de Estado do Tesouro e Finanças e depois como ministra das Finanças) viria a considerar os acordos inválidos. 
O processo diz respeito a nove contratos swap feitos por quatro empresas públicas (Metros de Lisboa e do Porto, Carris e STCP) no valor de 1,2 mil milhões de euros (valor de mercado no final do primeiro semestre de 2015). Quando, em 2013, o Estado os considerou inválidos, deu ordem a estas empresas para que deixassem de pagar ao Santander os juros correspondentes, que, em junho de 2015, ultrapassavam 230 milhões de euros.

A Refer, entretanto, esfumou-se dentro doutro cancro chamado Infraestruturas de Portugal EP.

Esta fusão terá provavelmente um único objetivo: desviar os fundos europeus da ferrovia para a manutenção das auto-estradas e outros desvarios rodoviários que os rendeiros das PPP entretanto despacharam para o Orçamento de Estado, deixando de arcar com as despesas de manutenção das estradas PPP.


A maldade não tem limites

Leiam-me as entrelinhas desta crónica do Jornal de Negócios, de setembro de 2013...

“Maria Luís Albuquerque não fazia só ‘swaps’” 
O antigo presidente da Refer, que trabalhou mais de um ano com a actual ministra das Finanças, deixou elogios ao seu desempenho enquanto elemento da direcção financeira da empresa.

“Maria Luís Albuquerque era, indiscutivelmente, uma colaboradora muito eficaz, muito competente, muito sólida nas áreas daquela especialidade. Não fazia só ‘swaps’”, disse Luís Pardal na comissão parlamentar de inquérito aos contratos de cobertura de risco assinados por empresas públicos.

O presidente do conselho de administração da gestora da rede de infra-estruturas rodoviárias entre 2005 e 2012 exemplificou, dizendo que a governante, na altura, “fazia ‘road-shows’, a vender e a captar soluções de empréstimos”. No Executivo, Maria Luís Albuquerque também já fez “road-shows” por vários países para tentar convencer investidores das virtudes da dívida portuguesa. 
Jornal de Negócios, 17 setembro 2013

Beijocas no ar, tempestade no mar



Era assim que Leonid Brezhnev beijava Erich Honecker. Já as palmadinhas no cu...


Ao contrário da homossexualidade ainda enfiada no armário que predomina em Portugal, o beijo entre homens, e o beijo na boca entre homens eslavos, é um ritual muito comum, que as televisões difundiram por todo o mundo. Idem para os beijinhos entre políticos de sexos opostos. Passos beija Merkel, que beija Hollande, que beija a provocante Helle Thorning-Schmidt, que beija Jean-Claude Juncker... que beija José Manuel Durão Barroso!

Habituemo-nos à nova praxis. Se ao menos evitasse o empobrecimento da classe média.



TAP a zeros

O fraco 'load factor' em muitas rotas da TAP serviu propósitos inconfessáveis


Assim anda a TAP revertida do Costa e companhia...


Comentário de Rui Moreira sobre a imagem que ilustra este post: “colocado esta manhã no Facebook de um viajante. Voo Lisboa - Gotemburgo. Este deve dar lucro.”

Ao que parece o dito voo transportou 13 pessoas (pessoal de cabine incluído) entre Lisboa e Gotemburgo, e 110 no percurso inverso. Ou seja, 110+13=123. A média foi de 61,5. Quer dizer, o A320, que pode transportar entre 150 e 180 passageiros em cada voo (300 a 360 nos dois sentidos), teve um ‘load factor’, em ambos os sentidos, inferior a 50%.

É este cadáver adiado, a TAP, que chegou a um estado comatoso por exclusiva responsabilidade do velho PS e do velho PSD, que a Geringonça das esquerdas quer agora, ruidosamente, resgatar dos credores e da incompetência—sabem lá eles de quem!

Na verdade, o que persiste a bailar na rarefeita massa cinzenta da burguesia extrativa que temos, e da sua nomenclatura partidária, é o sonho de construir um novo aeroporto, muitas centenas de milhões de euros enterrados na especulação de terrenos depois, emprestados, recorde-se, pela falida banca indígena, que para estas e outras piratarias recorreu à banca e aos fundos abutres globais. Esta é uma fantasia conhecida, que raramente passou nos média, e que até o Jerónimo de Sousa parece não conseguir enxergar. Lá saberá porquê...

A Geringonça mal sabe no que se meteu. António Costa, afinal, tinha um sonho na vida: ser primeiro ministro. Mais vale rei por um dia, que autarca toda a vida.


Os resultados da reversão da TAP são cada vez melhores!

Ryanair disposta a voar para a Madeira 
NEGÓCIOS, Wilson Ledo | 03 Março 2016, 20:18 
A companhia “low cost” já demonstrou disponibilidade para voar para a Madeira, estreando-se no arquipélago. O autarca Paulo Cafôfo pede urgência ao Governo regional. Para combater os preços praticados pela TAP e Easyjet.

Estudo. TAP é a quinta pior companhia aérea do mundo 
Jornal i, 03/03/2016 08:16 
Estudo internacional baseado nas reclamações dos passageiros coloca a SATA em último lugar 
A TAP e a SATA estão entre as piores companhias aéreas do mundo no que respeita à qualidade dos serviços e à gestão de reclamações. No estudo internacional divulgado esta quinta-feira em vários países, como Inglaterra e EUA, a SATA é dada como a pior companhia entre as 34 que foram analisadas. Já a TAP é considerada a quinta pior companhia aérea do mundo. O estudo foi feito pela AirHelp, uma start-up fundada em 2013, em Silicon Valley, nos EUA, já com colaboradores em todo o mundo e a operar em Portugal.

Costa aflito prepara-se para pranchar Fernando Pinto

O Governo, aflito com as asneiras e manobras protagonizadas pelo lóbi do NAL da Ota em Alcochete, e pela Geringonça, já encontrou um bode expiatório: Fernando Pinto, o gaúcho que foi contratado pelo PS no ano 2000, para privatizar a TAP!

A folha de despedimento com justa causa (a falência da companhia) vem já a seguir.

Fernando Pinto merece, sem dúvida, um processo de despedimento, mas os piratas que usaram a TAP para levar por diante o embuste do Novo Aeroporto de Lisboa merecem ser investigados, acusados e metidos na prisão. Lá chegaremos um dia. Os grandes capi deste mundo não perdoam.

O que sempre esteve em causa, e pelos vistos ainda faz sonhar alguns piratas do velho Bloco Central, é isto: sem TAP não há NAL!

Sem esgotar artificialmente a Portela não teria havido nunca forma de justificar o NAL. Para esgotar artificialmente a Portela teria sempre sido necessário segurar ‘slots’, e rotas a perder dinheiro anos a fio, endividando a empresa até ao tutano. A frota, essa, envelheceu até se tornar irremediavelmente obsoleta face à concorrência e sobretudo face às Low Cost. O resultado está à vista: mais de dois mil milhões de euros de passivo acumulado (Relatório e Contas de 2014), prejuízos operacionais sucessivos, financiamento estatal oculto (nomeadamente através a Parpública e do ex-BES), empréstimos de cobrança duvidosa estacionados numa banca que rebenta dia a dia, e ainda a encomenda de 88 Airbus, cujo preço de catálogo supera os 12 mil milhões de euros, mas que ninguém sabe como pagar.

quinta-feira, março 03, 2016

Da austeridade às restrições do pós-capitalismo burocrático



Uma das formas de restruturar as dívidas públicas e privadas, e salvar bancos TBTF, é expropriar paulatinamente o capital, as poupanças e o rendimento do trabalho.


Remuneração dos depósitos a prazo abaixo dos 0,5% pela primeira vez 
Económico, 00:07 Catarina Melo 

A banca nacional está cada vez menos generosa a remunerar os depósitos dos portugueses. Dados disponibilizados ontem pelo ‘site’ do Banco Central Europeu (BCE) mostram que, em Janeiro, a remuneração dos depósitos a prazo, em Portugal, baixou pela primeira vez a fasquia dos 0,5%. Nesse mês, a taxa de juro das novas aplicações em depósitos a prazo fixou-se, em média, nos 0,49%, o que corresponde ao nível mais baixo de sempre tendo em conta o histórico disponível que remonta ao início de 2003.  
A quebra da remuneração dos depósitos a prazo acompanha o rumo descendente das taxas de juro de referência e a cada vez menor aposta dos bancos nesta classe de produtos financeiros, já que não têm urgência em captar depósitos de modo a equilibrarem o rácio de transformação. Além disso, a banca nacional defronta ainda uma menor concorrência pela via dos produtos de poupança do Estado desde que estes sofreram um corte de remunerações no arranque do ano passado.

No entanto, a nomenclatura partidária e nepotista instalada autoriza subidas nas faturas da EDP acima dos 2,4%, e aumentos no salário mínimo acima dos 18%! Depois admiram-se que os bancos portugueses estejam todos mortos ou a morrer na praia (exceto, ao que parece, a Caixa de Crédito Agrícola e a até agora blindada Caixa Geral de Depósitos).

Eis em síntese a situação portuguesa (2015-2016)

  • Crescimento do PIB em 2016: menos de 1,5% (est.) ; 1,3% em 2015 ; 0,39% entre 1988-2015
  • Dívida pública (2015): 129%
  • Dívida total: acima dos 350%
  • Inflação (2015): 0,6%
  • Taxa de juro de referência (BCE): 0,05%
  • Remunerações dos depósitos a prazo (jan-fev 2016): abaixo dos 0,5%
  • Salário mínimo (2016): +18,85% (previsão) ; entre 2008-2015: +19%
  • Pensões até €628,8: +0,33% a +0,4% ; uma pensão de 628€ subirá de 1,88€ a 2,51€/mês
  • Energia elétrica: +2,5% (mais 400% x inflação)
  • Telecomunicações: +2,5% (mais 400% x inflação)
  • Livros escolares: +2,5% (mais 400% x inflação)

Um artigo recomendável
Portugal’s Debts Are (Also) Unsustainable 
Erico Matias Tavares | Sinclair & Co. | Linkedin 
Everyone seems to be focusing on Greece these days – a country so indebted that it needs even more loans to repay just a fraction of its gigantic credits. Clearly this is unsustainable and something has to give. Even the IMF agrees 
But what about the other Southern European countries? 
Actually, Portugal’s financial situation is looking particularly shaky, and any hiccups could have serious cross-border repercussions from Madrid all the way to Berlin.
The prevailing narrative is that Portugal has been a star pupil compared to Greece, with austerity delivering much better results 
The government, a coalition of a center party and center-right party that together have held the majority of parliamentary seats since the 2011 election, pretty much followed all the major guidelines demanded by its creditors (the famous “Troika”) pursuant to the 2010 bailout, and was even praised for it. 
Exports have performed exceedingly well given everything that was going on domestically and abroad; 
the managers of small and medium enterprises in Portugal are true heroes, operating in difficult conditions and with limited access to credit. 
Portugal has recently become a darling of international real estate investors and tourists. 
The country’s citizens have stoically endured a range of tough austerity measures with surprisingly little social disruption. 
So it is understandable that hopes for Portugal’s future are much rosier than in Greece… AND YET ITS FINANCIAL SITUATION IS ALSO UNSUSTAINABLE! 
We realize that this is quite a bold statement. So to support our argument we will use some simple math to show where government finances stand after five years of austerity.