segunda-feira, dezembro 03, 2007

Por Lisboa 11

Rua Garrett, Agosto, 2007
Lisboa, Rua Garrett, Agosto, 2007.

Lisboa, dívida = 1,5 mil milhões de euros

Área: Lisboa (1) = 83,84 kmq; Madrid = 607 kmq
Residentes: Lisboa = 556 797 (INE 2001); Madrid = 3 128 600 (INE 2006)
Densidade populacional: Lisboa = 6 518,1 hab./km²; Madrid = 5 154,2 hab./km²
Nº Freguesias/ Distritos: Lisboa = 53; Madrid = 21
Pessoal contratado pelo município (2006): Lisboa = 12 000; Madrid = 26 416
Pessoal contratado pelo município p/ mil habitantes: Lisboa = 21,5; Madrid = 8,44
Pessoal contratado p/ Km2: Lisboa = 187,9; Madrid = 43,5
Dívida municipal (2007): Lisboa = 1 500 milhões de euros; Madrid = 6 039 milhões de euros
Dívida municipal per capita (2007): Lisboa = 2 694 euros; Madrid = 1 930 euros
PIB per capita (2007): Lisboa = 19 400 euros; Madrid (2006) = 27 279 euros

Se meditarmos um pouco na comparação que rapidamente fiz entre as duas capitais ibéricas, ficamos a perceber que algo vai mesmo muito mal na administração autárquica de Lisboa, e que tal não pode ser atribuído senão ao actual poder político e, claro está, à autarquia da capital, cujas vereações têm sido marcadas pelo predomínio de uma persistente União de Esquerda entre o PS, o PCP e (mais recentemente) o BE.

A dívida actual, que é astronómica, foi sendo acumulada ao longo de uma década (mais precisamente, desde a EXPO 98, passando pelo EURO 2004). Como nada foi feito durante a passagem do PSD pela cidade, e nada foi feito até agora por António Costa, no que é essencial mudar, isto é, a dimensão escandalosa da burocracia municipal, a dívida não pára de crescer e tende a agravar-se rapidamente por efeito das subidas dos custos da energia, da inflação e das taxas de juros bancários. Contrair mais um empréstimo (desta vez, de 500 milhões de euros!) para pagar a fornecedores, sem por outro lado, explicar à cidade quais são as garantias dadas à Caixa Geral de Depósitos para este efeito, nem, por outro lado, apresentar um plano sério de redução das despesas correntes da Câmara, não só contraria o espírito da lei existente sobre os limites de endividamento municipal, como revela a total falta de coragem do actual Presidente da Câmara, e da Frente Popular formada em seu redor, para atacar um problema estrutural criado exclusivamente pela partidocracia dominante (2). Sem reduzir para metade (ou mesmo um terço) o número de Freguesias actualmente existente; sem reduzir para menos de metade o actual número de funcionários (com a consequente eliminação de serviços inúteis); e sem introduzir um sistema de informação estatística e administrativa transparente e em tempo real da estrutura e acção municipais, nada de substancial mudará. A corrupção continuará a ter campo livre e a falência da cidade acabará por se revelar em toda a sua extensão e dramatismo.

O dilema de António Costa está pois à vista: se não conseguir que a CML pague pelo menos parte das dívidas no curto prazo, terá muitas dificuldades em realizar algumas das funções para que foi eleito e verá comprometida a sua popularidade eleitoral com vista às próximas eleições, já em 2009; se pretender seguir pela via das trocas e baldrocas com o lóbi dos betoneiros que esvoaçam à volta de Lisboa (como o PSD vinha fazendo e quer prosseguir), reduzindo substancialmente o montante do empréstimo a contrair, arrisca-se a entrar num campo densamente armadilhado e ver explodir ingloriamente o seu futuro político; se, finalmente, pretendesse simultaneamente pagar as dívidas e eliminar metade das despesas correntes do município (apresentando, por exemplo, um livro branco sobre a cidade e as medidas estruturais inadiáveis à sua sobrevivência) -- de facto, a única coisa decente a fazer --, acabaria envolvido numa polémica monumental com os fariseus à sua esquerda e com toda a gente porreira que paira a prazo sobre as divisões da CML, comprometendo irremediavelmente a sua reeleição. O ultimato que dirigiu à Assembleia Municipal parece-me pois um "acto falhado" cujo desejo secreto é levar o PSD a chumbar a sua proposta, libertando-o do verdadeiro pesadelo em que se está a transformar a sua passagem pela autarquia da capital. Costa não percebe nada de autarquias, a missão que o levou até este atoleiro (o embuste da Ota) morreu de morte natural e já não precisa dos seus serviços, e por conseguinte, o que o promissor dirigente do PS quer, e bem, é sair daquela imprestável novela.

Por outro lado, e ao contrário do que alvitrou o Professor Marcelo, o PSD não pode deixar de ir à luta e morder a provocação de António Costa. Se o não fizer, e deixar passar o empréstimo ruinoso, perde uma grande oportunidade de se preparar para o regresso ao poder municipal. A demissão eventual de António Costa não conduz necessariamente a novas eleições antecipadas, e se levar, qual é o problema? Haverá novas eleições, muito mais tensas que as anteriores, que foram uma pantomima completa, morrendo então os candidatos de papel e os apêndices, em nome de uma real bipolarização, ou tripolarização programática. A capital portuguesa não pode continuar em banho-maria, envolta na retórica apodrecida de quem só pensa na sua medíocre carreira política. Lisboa precisa de uma outra performance e precisa de absoluta seriedade de procedimentos. Haverá alguém disponível, com carisma próprio e vontade de bem-fazer, que os partidos tenham que engolir?



Notas
  1. A Grande Lisboa (a zona a norte do Tejo da Área Metropolitana de Lisboa), tem uma superfície de 1382 kmq e 1 947 249 habitantes, configurando um contínuo urbano e cultural com uma escala mais próxima da capital espanhola. A simples consideração do concelho de Lisboa como unidade de análise e intervenção política é um perfeito anacronismo e causa determinante da sua atrofia ao longo das últimas três décadas. A única via razoável para resolver o problema da falência à vista da capital passa pois pela redução drástica da sua burocracia e pela rápida reordenação administrativa do país, seguindo os modelos das NUT 2 (regionalização) e NUT3 (subregiões estatísticas), como bem recordou o JS num comentário a este post.
  2. Alguém me chamou a atenção para o facto de o pedido empréstimo proposto por António Costa se destinar a transformar dívidas de curto prazo (cujas demoras acarretam juros altos), pelo aumento da dívida de longo prazo, a qual seria escalonada, previsível e com juros menores. No total, a dívida não aumentaria, alterando-se antes a sua estrutura. Será? Não creio. De facto, rescalonar a dívida de 500 milhões de euros, passando-a de um envelope de dívidas de curto prazo para um envelope de dívidas a longo prazo, resultará sempre num custo maior no saldo final, a não ser que as letras (documento de dívida de curto prazo) fossem sendo reformadas ad eternum! Por outro lado, esta operação, transformaria a natureza da própria dívida, deixando de ser um episódio conjuntural de má gestão passada, para ser parte integrante da própria dívida estrutural da CML -- precisamente aquela que António Costa, enquanto ministro da administração do actual governo, limitou, e bem, a tectos consagrados já há algum tempo pela União Europeia! Eis aqui uma transcrição do que ficou claramente expresso na Intervenção do Ministro de Estado e da Administração Interna na apresentação da Proposta de Lei das Finanças Locais na Assembleia da República, por António Costa, a 2006-10-11:

    "... a Proposta de Lei estabiliza um conceito de endividamento líquido, consonante com o Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais (o SEC 95), que, à semelhança do que já sucedeu no Orçamento do Estado para 2006, abrange qualquer tipo de dívida, financeira ou comercial – empréstimos, dívidas a fornecedores, leasings, factorings, etc..

    A este conceito de endividamento corresponde um novo limite ao endividamento líquido municipal, que passa a corresponder a 125% da totalidade das receitas mais importantes do município – a saber, participação no FEF, participação fixa no IRS, impostos municipais, derrama e lucros das empresas municipais.

    Dentro deste primeiro limite, inclui-se um limite específico ao endividamento através de empréstimos de médio e longo prazo, e que corresponde a 100% daquelas receitas."


OAM 287 03-12-2007, 03:16

domingo, dezembro 02, 2007

Crise Global 5

Jardim Gonçalves, Presidente do BCP
Jardim Gonçalves, Presidente do BCP, a máquina de lavar da Opus Dei Lusitana?

De bancário a banqueiro a ladrão?
Subprime Made in Portugal


"...se um criminoso quer assaltar um banco, abre uma conta lá primeiro. Depois, é sigilo bancário." -- Joe Berardo, in Correio da Manhã.

"O BCP perdoou uma dívida de 28,5 milhões de euros ao accionista Goes Ferreira, amigo próximo de Jardim Gonçalves. De acordo com a edição desta semana do jornal Expresso, o banco concedeu um crédito a uma off-shore de José Goes Ferreira, a Somerset Associates Limited.

"A Somerset Associates Limited era propriedade José Manuel Goes Ferreira - líder do grupo IPG, accionista histórico do BCP e amigo pessoal do presidente do conselho geral e de supervisão, Jardim Gonçalves - e Carlos Luís Bessa Monteiro. A empresa já tinha beneficiado de uma redução de cerca de 15 milhões de euros nos juros de empréstimos contraídos para comprar acções do BCP.

"A 31 de Agosto passado, os donos da off-shore pediram a extinção da sociedade e o encerramento das contas no banco. De acordo com o Expresso, "este foi precisamente o dia em que Paulo Teixeira Pinto abandonou a presidência do banco em ruptura com a maioria dos administradores e com Jardim Gonçalves".

"As dívidas foram, entretanto, vendidas por 320 mil euros a uma empresa especializada em crédito malparado. Este caso já foi alvo de queixas por parte dos accionistas que denunciaram a situação aos reguladores financeiros e às Finanças, por considerarem que se está perante um caso de favorecimento." -- Público.

Em Portugal, só os tolos e desgraçados assaltam bancos de pistola na mão. Em primeiro lugar, porque levam pequenas quantias, em segundo, porque quando são apanhados, ninguém duvida da sua qualidade de ladrões de baixo quilate. Um ladrão de colarinho branco é outra coisa!

Imaginem que eu sou meio dono de um banco, ou que sou o boneco de serviço de alguém que me pôs lá para gerir a instituição. Entretanto, no horizonte, vejo aproximar-se uma tempestade financeira, mais tarde baptizada com o nome Subprime. Ou seja, imaginem que me apercebo do aproximar de um tsunami de crédito mal parado oriundo, numa primeira fase, de milhões de operações de crédito imobiliário de alto risco, e mais tarde, de uma autêntica pandemia de operações de complexos empacotamentos das mais diversas dívidas, produzidas por inúmeros, confidenciais e extraordinariamente elaborados fundos de investimento especializados em obter lucros astronómicos da turbo-circulação das mais variadas formas de endividamento privado e público. Conhecendo eu bem a natureza destes Esquemas de Ponzi, que por serem tão bem desenhados pelos génios de Wall Street e de algumas famosas universidades americanas, e terem nomes tão extraordinariamente opacos (Edge Funds, CDO, SIV, Super SIV, etc.), todos crêem ser sofisticados instrumentos de investimento, fiquei aterrado!

Apercebi-me que o tsunami do empacotamento em cascata de créditos mal parados teria, como todos os maremotos, dois movimentos: uma maré destruidora, alastrando pelos mercados financeiros mundiais, com epicentro no rebentamento da bolha imobiliária norte-americana, que inundará de lixo financeiro as principais praças norte-americanas e europeias; e depois, no refluxo da tormenta, a evaporação da liquidez virtual criada durante a Ponziástica orgia.

Boa parte da liquidez norte-americana e europeia tem sido, de há umas décadas para cá, puramente virtual (a dívida como liquidez a prazo), ou inflacionista (produção de papel dinheiro sem equivalente em nenhuma forma de riqueza efectiva), pelo que se houver uma corrida geral aos depósitos bancários e uma venda maciça de títulos, os bancos e demais instituições financeiras ficarão com as calças na mão, indo boa parte deles parar ao charco da falência. É o que tem acontecido desde Agosto, e só não se produziu até agora uma depressão nos países ocidentais, porque a Reserva Federal dos EUA e o Banco Central Europeu têm emprestado a juros ridículos milhares de milhões de dólares e de euros (dos contribuintes!) aos mais imediata e escandalosamente afectados protagonistas do sistema financeiro. Mas eu, que sei muito bem o que pode ocorrer no banco que dirijo, vou tirar os cavalos da chuva! Como? Pois bem, fazendo empréstimos fictícios a entidades expressamente criadas para o efeito, que depois falham a restituição dos mesmos, desaparecendo misteriosamente no éter impenetrável dos paraísos fiscais criados pela rainha de Inglaterra.

A famosa globalização deslocou boa parte da capacidade industrial norte-americana e europeia para a América Latina e para uma Ásia (Coreia do Sul, India e sobretudo China) que não beneficiara ainda das transferências de tecnologia e éticas sociais que permitiram ao Japão chegar onde chegou, induzindo por aqui o desequilíbrio cada vez mais dramático das trocas comerciais entre as velhas e as nova placas tectónicas da riqueza mundial. Como se isto não bastasse, a escassez relativa e absoluta de recursos energéticos vitais como o petróleo e o gás natural, a par da pressão crescente sobre as demais matérias primas e recursos agrícolas, conduziu a esta curiosa situação: a riqueza real é gerada principalmente nos países produtores de petróleo e gás natural, nos países produtores de matérias primas e recursos agrícolas, e ainda nos países produtores de mercadorias manufacturadas com grande incorporação de trabalho barato e capital. Sucede que tudo isto ocorre cada vez mais fora dos EUA e da Europa Ocidental. E assim sendo, são os referidos produtores de energia, matérias primas e produtos manufacturados, quem acaba por deter as maiores reservas mundiais de liquidez real e de divisas. Fica pois a pergunta: com que valor pagamos nós, cidadãos dos EUA e da União Europeia, o valor que diariamente alimenta as nossas afluentes sociedades? Parece que, cada vez mais, com retórica humanista e contos de vigário!


Post-scriptum -- No caso que motivou esta divagação --a bagunça que vai no BCP--, parece que os gerontes que se arrastam ainda pelo cockpit da instituição, têm usado o banco como coisa inteiramente sua, sem dar cavaco a ninguém, gozando inexplicavelmente da complacência dos organismos reguladores do Estado, Banco de Portugal e da CMVM, de quem ainda não ouvimos um pio relativamente a esta opereta Haitiana. Por outro lado, segundo vozes recentes (Joe Berardo e Luísa Bessa), os 28,5 milhões de euros "emprestados" ao senhor Goes, serviram, afinal, para comprar ilegalmente acções do BCP para o BCP, com o objectivo de manter artificialmente altos os valores bolsistas da papelada especulativa do banco. O velho Jardim disse que são ossos normais do ofício. Pois são. E é por isso que temos diante de todos nós a maior crise financeira desde o crash de 1929. Esta gentinha tem uma mão cheia de nada, e pensa que com isso pode destruir pessoas, bens e países, sem pagar pelo crime. Mas não é assim. Um dia os inventores desta economia virtual e os acólitos que sempre lambem tais criaturas terão que pagar!
..."As operações com as off shores de Goes Ferreira e o subsequente write off de dívidas de 28,5 milhões de euros (que somam a 15 milhões de juros perdoados noutras operações do mesmo investidor) põem a nu práticas que fontes do banco dizem que são correntes na banca. Se assim é ainda mais afectam a credibilidade do BCP e da generalidade dos bancos, confirmando que quando alguém deve mil euros a um banco tem um problema, quando deve um milhão quem tem o problema é o banco. A menos que o cliente – leia-se Goes Ferreira – tenha servido apenas para camuflar a compra de acções próprias pelo BCP, como se depreende de documentos a que o Jornal de Negócios teve acesso." -- Luísa Bessa, Jornal de Negócios.

OAM 286 02-12-2007, 20:59

sábado, dezembro 01, 2007

America

O re-despertar de uma nação



The Select Committee on Energy Independence and Global Warming holds a hearing, "Youth Leadership on Climate Change." The hearing coincides with Power Shift 2007. Katelyn McCormick of Students Promoting Environmental Students gives opening testimony.

Enquanto os imbecis da nomenclatura política portuguesa (todos os partidos com assento parlamentar e os seus órgãos de propaganda desmiolada ou cínica) se entretêm com invariáveis e ridículos jogos retóricos em volta do pedaço que abocanham à mesa do orçamento, desviando a nossa atenção do que é decisivo, para focar a nossa curiosidade no que é acessório e anestésico, falando sempre do alto da sua ignorância, preguiça e estupidez, eis um contraponto notável de imaginação, vontade e estratégia.

O vigor da democracia americana continua a impressionar-me, apesar de todos os assassinos.

OAM 285 01-12-2007, 00:40

sexta-feira, novembro 30, 2007

Venezuela

Hugo Chavez
Hugo Chávez, vítima de provocação da CNN? CIA envolvida em novo golpe?

¿QUIÉN LO MATÓ? ("Operação Tenaz")

A edição em Espanhol da CNN transmitiu no dia 27-11 uma imagem de Hugo Chávez com a seguinte legenda: "¿Quién lo Mató?". A imagem e a legenda estiveram no ar durante 7 segundos. Mais tarde, a CNN desculpou-se face ao que considerou ter sido um infeliz incidente técnico. Segundo a CNN, a legenda dizia respeito a uma notícia publicada depois, no alinhamento das notícias, sobre a misteriosa morte de um desportista. O certo é que Chávez não gostou e pondera processar a CNN por incitamento subliminar ao magnicídio do presidente eleito da Venezuela. Depois do "¿Por qué no te callas?", proferido pelo bourbónico rei de Espanha, a gaffe de um dos principais órgãos de propaganda do governo Bush, dá para pensar que o homem tem mesmo inimigos de peso!

Entretanto, coisa mais séria, para não dizer grave, o canal governamental Venezolana de Televisión, divulgou parte de um Memorandum secreto, datado de 20 de Novembro último, obtido pelos serviços de contra-espionagem venezuelanos, dando conta de um plano da CIA para destabilizar o regime de Chávez antes do referendo constitucional de 2 de Dezembro próximo. Este suposto plano será brevemente divulgado na íntegra, para conhecimento público e verificação da sua autenticidade.

O Memorandum, muito preocupante pelos seus declarados objectivos, chega a mencionar a "execução de acções militares de apoio a mobilizações da oposição e ocupações propagandisticas"! Imagine-se que algum país montava semelhante operação contra os EUA, ou contra o Reino Unido, ou contra a França, ou mesmo contra a Espanha, como seria visto? Que lhe aconteceria? Como reagiriam os média, i.e., os meios de propaganda oficiais? Ouviram alguma referência a este assunto na imprensa portuguesa ou espanhola? Pois não!

O chamado Ocidente empobrece dia a dia, mas não perde os maus hábitos imperiais. Se não se emendar, vai acabar por aprender da pior maneira. Isto é pagando o petróleo e o gás natural muito caros!

CIA Operation "Pliers" Uncovered in Venezuela

Last night CNN en Español aired the above image, which captions at the bottom "Who Killed him?" by "accident". The image of President Chavez with the caption about killing him below, which some could say subliminally incites to assassination, was a "production error" mistakenly made in the CNN en Español newsroom. The news anchor had been narrarating a story about the situation between Colombia and Venezuela and then switched to a story about an unsolved homicide but - oops - someone forgot to change the screen image and President Chavez was left with the killing statement below. Today they apologized and admitted it was a rather "unfortunate" and "regrettable" mistake. Yes, it was.

On a scarier note, an internal CIA memorandum has been obtained by Venezuelan counterintelligence from the US Embassy in Caracas that reveals a very sinister - almost fantastical, were it not true - plan to destabilize Venezuela during the coming days. The plan, titled "OPERATION PLIERS" was authored by CIA Officer Michael Middleton Steere and was addressed to CIA Director General Michael Hayden in Washington. Steere is stationed at the US Embassy in Caracas under the guise of a Regional Affairs Officer. The internal memorandum, dated November 20, 2007, references the "Advances of the Final Stage of Operation Pliers", and confirms that the operation is coordinated by the team of Human Intelligence (HUMINT) in Venezuela. The memo summarizes the different scenarios that the CIA has been working on in Venezuela for the upcoming referendum vote on December 2nd. The Electoral Scenario, as it's phrased, confirms that the voting tendencies will not change substantially before Sunday, December 2nd, and that the SI (YES) vote in favor of the constitutional reform has an advantage of about 10-13 points over the NO vote. The CIA estimates abstention around 60% and states in the memo that this voting tendency is irreversible before the elections. -- in Global Research.




"La Abogada y escritora Venezolana-Estadounidense Eva Golinger, denunció en el programa La Hojilla que conduce Mario Silva, el nuevo intervencionismo del imperio gringo en Venezuela, mediante ONGs financiadas con miles de dólares procedentes de la CIA, NED, USAI entre otras, penetrando en esta ocasión a organizaciones comunitarias en el interior del país, especialmente en los Estados Sucre, Aragua, Mérida y Tachira."

Venezuela, Operación Tenaza: Informe confidencial de la CIA devela plan de saboteo al referéndum del 2 de diciembre

27/11/07. A continuación presentamos el informe completo de la operación que tiene la Agencia Central de Inteligencia (CIA) en nuestro país dirigido a evitar la Victoria del SÍ en el Referendum de la Reforma Constitucional del próximo 2 de Diciembre. -- Aporrea.org

Este informe confidencial, fue leído parcialmente en la edición del programa La Hojilla en TV por Venezolana de Televisión del día 26 de Noviembre. -- in Aporrea.org.


OAM 284, 29-11-2007, 23:27

segunda-feira, novembro 26, 2007

Aeroportos 44


Airbus A350, Cockpit
Cockpit do A350, o avião escolhido pela TAP para voos de Longo Curso a partir de 2014.

Laissez faire, laissez passer Montijo!

Esquadra 601 será transferida para a Base de Beja em 2008
26-11-2007. A Esquadra 601 «Lobos», sedeada na Base Aérea nº 6 (Montijo), será transferida em 2008 para a Base Aérea nº 11 (Beja), que ficará com quatro esquadras, disse hoje à agência Lusa fonte da Força Aérea Portuguesa (FAP) -- SOL. RTP.

Presidente da TAP já aceita discutir solução Portela + 1
26-11-2007. O presidente da TAP já aceita discutir a solução Portela + 1 caso o aeroporto da capital seja inteiramente direccionado para a operação da trasportadora nacional. -- Jornal de Negócios.

TAP vai comprar mais oito A320
A TAP vai assinar hoje em Toulouse um contrato para a compra de oito Airbus A320 e vai ainda tomar firme a compra de doze A350, cujo primeiro será recebido em 2014. A companhia aérea fica ainda com a opção de adquirir mais três A350. -- Jornal de Negócios.

Ou sou muito burro, ou a consigna que há muito circula entre internautas, sobre o futuro da indústria aeroportuária nacional -- "TUDO A BATER CERTO!" -- teve hoje a sua confirmação. A data prevista para o Novo Aeroporto de Lisboa e a sua cidade aeroportuária, 2015-2016, é incompatível com a necessidade de responder imediatamente ao desafio lançado pelas companhias Low Cost ao sector da aviação comercial de passageiros na Europa.

A TAP está a perder, ao ritmo actual dos cancelamentos, mais de mil voos por ano! Por outro lado, as companhias de Low Cost são o principal factor do aumento acentuado de visitas ao nosso país, tanto no Algarve, como em Lisboa e no Porto. Sob pena de um completo descalabro, a TAP (ou melhor o Governo) percebeu finalmente que é do seu interesse colocar as Low Cost, as Charter e a maioria das companhias de bandeira no Montijo, o mais depressa possível, reservando para si e para os voos de ligação, o aeroporto da Portela, assim que devidamente ampliado e melhorado.

O Terminal 2 é uma vergonha e deve ser remodelado (à custa de quem o desenhou!) A ampliação do terminal 1 deve iniciar-se o mais rapidamente possível, transformando-o numa coisa decente e funcional. O taxi-way da Portela deve ser ampliado, por forma a evitar o cruzamento de pistas. A pista 03/21 deve ser aumentada por forma a permitir que os aviões sobrevoem a maior altitude a zona de Entre-campos e Universidade quando descolam para Sul. O sistema de gestão de bagagens deve ser automatizado. A actual gerência do aeroporto deve ir para a rua!

Entretanto, Beja dará uma boa infraestrutura para a Base Aérea nº6 (Montijo), e o campo de tiro de Alcochete ficará melhor acomodado nos arredores de Serpa. Assim, em vez do projectado aeromoscas anunciado por José Sócrates, teremos um aeroporto remodelado, que até pode ser misto, servindo simultaneamente necessidades militares e civis, como a de alguns Corporate Jets captados pelas novas indústrias turísticas de luxo previstas para o distrito (estou a pensar nos sonhos de José Roquete.) Entretanto, manda a prudência que Alcochete fique a aguardar em banho-maria, isto é, sem desperdiçar muito mais dinheiro em estudos.

Bem vistas as coisas, os euros de Bruxelas dão para tanto, mas não para mais!

OAM 283, 26-11-2007, 21:59

domingo, novembro 25, 2007

Espanha 3

Menos mal que nos queda Portugal

"El lehendakari Juan José Ibarretxe ha convocado a los ciudadanos vascos a una consulta popular para el 25 de octubre de 2008. La elección de la fecha no es casual, ya que coincide con el aniversario del Estatuto de Gernika." -- PÚBLICO / AGENCIAS - VITORIA - 28/09/2007 10:45.


"Serbian Prime Minister Vojislav Kostunica said on Saturday that the government has been preparing measures and action plans to reject ethnic Albanians unilateral declaring Kosovo's independence.

"The entire Serbia must strongly and unequivocally show that it does not recognize that illegal entity and that the province of Kosovo and Metohija is an integral and inalienable part of Serbia," Kostunica said in a statement.

Kosovo, which legally remains a Serbian province, has been under U.N. administration since 1999. The predominantly Albanians of the 2 million population demand outright independence instead of maximum autonomy offered by Serbia." -- BELGRADE, Nov. 24 (Xinhua) -- Xinhuanet, 2007-11-25.


What kind of Europe are we likely to see in 2057? There are three major elements in any response to this question. First of all, given the precipitate geopolitical decline of the United States, we are living amidst the creation of a truly multipolar world-system. The question for Europe is whether it can compete - economically, politically, culturally - not with the United States but with East Asia. This depends in part on whether or not East Asia (China, Japan, and Korea) will come together in a meaningful way. But it also depends on whether Europe is able to create a more politically cohesive structure and, on top of that, will be one that includes both Russia and Turkey. -- Immanuel Wallerstein, "Europe, 2057".

Um dos desígnios estratégicos do Reino de Espanha desde a união entre Castela e Aragão, em 1469, tem sido sempre reunir os territórios e povos ibéricos sob um poder único. Nunca tal foi possível, salvo no período de 60 anos (1580-1640) em que foi estabelecida a união com Portugal, na sequência da crise dinástica provocada pela morte do rei português de então (Sebastião) na batalha dos Três Reis, em Alcácer Quibir (Marrocos). Em rigor, nem sequer durante aquele período houve uma completa união ibérica (e portanto uma Espanha única propriamente dita), pois persistiram formalmente duas coroas em funções, com os seus territórios bem delimitados, moedas próprias e fronteiras aduaneiras: a união entre Castela-Aragão e Portugal, e Navarra. O fim definitivo do reino de Navarra e consequente submissão ao "Reino de Espanha" (designação que aparece após a união entre Castela-Aragão e Portugal) só viria a ocorrer em 1841, na sequência de uma guerra civil. As guerras civis dentro do Reino de Espanha foram, aliás, menos esporádicas do que se pensa -- 1702-1744, 1833-1840, 1872-1876, 1936-1939 --, tendo invariavelmente como pano de fundo a unidade estratégica projectada pelos Reis Católicos. Em suma, o uso da expressão Reino de Espanha ("Espanha", no singular) como denominação oficial de Estado, só é fixada no século XIX, em 1868, na sequência da Revolución de 1868, ou La Gloriosa (1).

Sempre que Portugal atravessou crises graves de sucessão ou foi ameaçado por potências estrangeiras, a Espanha Castelhana aproveitou ou tentou aproveitar a oportunidade. Foi assim durante a crise dinástica de 1383-1385 (ainda antes, portanto, da existência da união Castela-Aragão). Foi assim com a crise dinástica aberta pela morte do rei Sebastião em Marrocos (que levaria o duque de Alba a conquistar pela força, em 1580, o reino português, para a coroa castelhana-aragonesa). Foi assim por ocasião da restauração da independência portuguesa, em 1640-1668, com a perda de Ceuta para os Reis Católicos. Foi assim durante as Invasões Francesas, com a tentativa de retalhar Portugal entre a França e o Reino Católico de Espanha, de que resultaria a usurpação de Olivença (cuja devolução a Portugal, acordada em 1814-1815, no Congresso de Viena, ainda está por cumprir.) Foi assim com o pacto secreto entre Hitler e Franco, que previa a anexação de Portugal pela Espanha Franquista, no rescaldo da vitória alemã, que felizmente não ocorreu. E parece estar a ser outra vez assim com a Espanha pós-Franquista, aproveitando-se esta da persistente crise de liderança política em Portugal, para o controlo progressivo de alguns sectores estratégicos da nossa economia -- energia, banca (Totta, BPI, BCP), telecomunicações (PT), transportes e redes viárias (Alta Velocidade ferroviária e Brisa), produção agro-alimentar --, e ainda para a propaganda intelectual duma espécie de Iberismo recauchutado e neo-liberal, encabeçada pelo El País, socorrendo-se para tal de escritores sofríveis (Saramago e Grass), cujas intuições ideológicas e apostas históricas inspiram os maiores cuidados!

As movimentações de Madrid têm, porém, no actual momento, um aspecto contraditório: enquanto pressionam paulatinamente o nosso país no sentido de uma maior integração subordinada ao contexto ibérico, por outro, parecem cada vez mais incapazes de segurar a unidade interna do próprio Reino de Espanha. As autonomias do País Vasco e da Catalunha dirigem-se inexoravelmente para a independência, legitimadas aliás pelos exemplos da Irlanda e da Escócia, de várias repúblicas centro-europeias recentemente libertas ou em fase de libertação de antigas potências, e sobretudo do Kosovo. Não é outra a lógica da União Europeia!

O Reino de Espanha, que sofreu recentemente dois enormes revezes diplomáticos -- o primeiro, em Marrocos, e o segundo, num conjunto de países da América Latina (Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador) -- caminha, no seu próprio território, para uma conjuntura particularmente crítica, alimentada pelas tensões independentistas e pela contaminação do abalo financeiro mundial actualmente em curso e que poderá ocorrer a qualquer momento. A direita e a extrema direita espanholistas estiveram até agora adormecidas por uma abundância superficial, mas as suas cabeças venenosas e violentas começam a assomar à varanda da crise que se avista no horizonte. Daí que o desejo madrileno por Lisboa me pareça mais um reflexo defensivo, do que a mera prossecução do desígnio estratégico, originalmente congeminado por Isabel de Castela e Fernando de Aragão, que permitiu à península ser o berço de dois imensos impérios coloniais.

Mas se é assim, teremos que trabalhar todos em plena e franca colaboração de vontades e inteligências para uma nova acomodação das várias antropologias e culturas ibéricas, prudente, negociada, equilibrada, sem centros radiais, referendária sempre que se justificar, e tendo um horizonte suficientemente generoso para tão complexa transição. O ano de 2057 parece-me justo! A Ibéria de Unamuno e Antero de Quental, se for tratada com muito carinho e bom senso, poderá um dia ser uma das malhas apertadas de nações de uma rede maior, a Eurásia, sem que ninguém perca nada, e todos ganhem alguma coisa. Se foi possível fazer avançar os eternos rivais europeus para a grande União que hoje somos, porque motivo não poderemos sonhar com uma Confederação Ibérica dentro da primeira?

O que será sempre intolerável é confundirmos a razão democrática com agendas secretas e insidiosas que, em nome dos bons princípios, pretendem prosseguir ambições deslocadas do espaço-tempo da humanidade.

Para dar, neste sentido, um sinal de visão estratégica inconfundível, bastaria elevar a Língua Portuguesa e o Castelhano ao patamar de idiomas oficiais da Ibéria, ensinados em toda a península desde a mais tenra idade. A decisão é racional e pragmática. Sem entendermos isto, que é básico, dificilmente iremos a alguma parte.


Post scriptum -- Alguém me questionou sobre o lugar do Catalão e do Basco na "minha política linguística". Respondo assim: enquanto os idiomas português e castelhano seriam adoptados à escala de uma futura Confederação Ibérica, basicamente por causa da sua origem, estatuto actual e expressão internacional, as línguas catalã e basca deveriam ser oficiais nas respectivas nações e opcionais no resto da península. O Galego, por razões históricas e propriamente linguísticas, deveria integrar-se na corrente geral do Português, enriquecendo-o com as suas variantes vernaculares.

NOTAS
  1. ERRO MEU! Ao contrário do que escrevi acima, verifiquei no passado mês de março de 2013, que a expressão 'Reyes de españa' aparece inscrita no planisfério do português Diogo Ribeiro (assina Diego Ribero), desenhado em Sevilha no ano de 1529, e no qual aparece claramente delimitado o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494. É ainda curioso notar que num globo chinês construído por Manuel Dias e Niccolo Longobardo, em 1623, e exibido com o planisfério acima referido na exposição 360º (Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2mar-2jun, 2013) a Austrália continua a não aparecer representada.

OAM 282, 25-11-2007, 03:54 

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 8 abr 2013 - 17:20 WET

quinta-feira, novembro 22, 2007

Aeroportos 43

TGV
A União Europeia decidiu privilegiar, como prevíramos, a Alta Velocidade ferroviária
em detrimento dos aviões nos trajecto até 800Km.

Pato-bravo Lusitano (espécie em vias de extinção)


CIP: sector da construção admite abandonar confederação
Construtores fazem ultimato a Van Zeller

A 'guerra' está instalada entre os patrões. A falta de uma reacção firme às declarações do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Amaral Tomaz, sobre as empresas envolvidas em fraudes fiscais, e o estudo realizado sobre a localização do novo aeroporto revoltaram os empresários da construção civil, que ameaçam deixar a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) se Francisco Van Zeller não abandonar a presidência da CIP. -- Correio da Manhã, 22-11-2007 00:00.

O confraria bancário-betoneira está desesperada! Montou uma armadilha ao patrão da CIP e espera agora, depois da carambola iniciada pelas declarações do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Amaral Tomaz, arrumar com o projecto de Alcochete e retomar o embuste da Ota. É certo que a CIP e o Prof Viegas se puseram a jeito. Mas nada justifica a opereta em curso.

A crise financeira mundial, que teve origem no rebentamento da monumental borbulha imobiliária criada pelo consórcio bancário-betoneiro americano e europeu, ainda vai no adro. A rede de casinos que se dedica à emissão de dinheiro virtual e a transaccionar dívidas públicas e privadas como se de matérias primas, ou transformadas, se tratasse, destruindo paulatinamente a verdadeira actividade produtiva dos povos, ainda nos reserva muitas e desagradáveis surpresas. Entre estas, poderemos certamente esperar pelas falências estrondosas de alguns bancos e seguradoras em ambas as margens do Atlântico. No momento preciso desta crónica, rumores sobre aberturas eminentes de falência cruzam o éter da rede a velocidades estonteantes!

Ora bem, manda a prudência que não se assinem quaisquer contratos de médio ou longo prazo com nenhum banco, seguradora ou construtora civil (nomeadamente OPAs, fusões e Parcerias Público Privadas), nem muito menos se façam aplicações financeiras fora de algumas zonas de confiança muito restritas (petróleo, metais preciosos, ...) enquanto persistir o actual grau de elevadíssima contaminação dos mercados financeiros mundiais. A falência do dólar está neste momento a funcionar como um buraco negro para o qual boa parte da liquidez virtual criada nas últimas décadas se precipita a velocidade estonteante. Assim sendo, no que se refere a grandes projectos em estudo, só há uma atitude certa a tomar: parar para ver!


Ferrovia: 557M-euros; aeroportos: 69M-euros

A Comissão Europeia decidiu atribuir a Portugal financiamentos de 556,8 milhões de euros para o projecto ferroviário de alta velocidade, e 69 milhões de euros para o futuro aeroporto de Lisboa, revelou hoje em Bruxelas o executivo comunitário.

A Comissão anunciou hoje a distribuição entre os Estados-membros de um orçamento de mais de 5 mil milhões de euros (para o período 2007-2013), entre 30 grandes projectos prioritários de transporte a ligar a Europa, tendo os projectos ferroviários absorvido a grande fatia destes fundos (3,9 mil milhões de euros, ou seja, 74,2 por cento), e Portugal visto correspondidas as suas pretensões. -- Diário Digital / Lusa; 21-11-2007 14:00:00

O recado da Comissão Europeia é bem claro. Portugal é demasiado pequeno para aventuras fora de moda em matéria de transporte aéreo! Por um lado, não temos nem massa crítica nem mercado para nos lançarmos em Hubs intercontinentais, e por outro, 82% das ligações aéreas que partem ou chegam a Portugal ocorrem num raio de 2300 Km (i.e, na Europa!), ou seja, situações ideais para transportes aéreos em regime de eficiência Low Cost, ou para viajar de comboio, em Velocidade Elevada ou em Alta Velocidade. Que precisa o Presidente da República, já que o governo não liga se não à confraria bancário-betoneira, e aos rapazes de Macau, para explicar-nos a todos a sua visão sobre este tema e as medidas que estará disposto a tomar para fazer o governo regressar aos carris da responsabilidade e da transparência democráticas?


"Problema com bagagens é uma questão do aeroporto"
(Paulo Campos dixit)

O secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, considera que o problema de gestão de bagagens existente no aeroporto de Lisboa prende-se, essencialmente, com questões relacionadas com a infraestrutura aeroportuária e não com a gestão da maior operadora da Portugal, Groundforce. -- Jornal de Negócios, 20-11-2007
Imaginem que as caixas dos supermercados voltavam a funcionar com o lápis atrás da orelha. Pois é isso que acontece com a manipulação das bagagens no aeroporto da Portela! Por culpa de quem? Pois da administração do aeroporto, isto é da ANA, do Governo e de todos aqueles que pretendem demonstrar que o actual aeroporto internacional de Lisboa está gasto e ultrapassado. Este sound bite não passa de uma ideia-feita muito longe da verdade, apesar da vergonha que foi até ao momento a operação Terminal 2 -- mais uma manobra de diversão destinada a demonstrar que a Portela não serve... os interesses do bando bancário-betoneiro!

OAM 281, 22-11-2007, 16:59