quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Consumidores financiaram perdas da EDP em Espanha

BMW 1600 cabriolet (1967)

Portugal, além de falido, é um país invertebrado


Madrid, 25 fev (Lusa) - A EDP Renováveis atribui a quebra de 7% nos lucros de 2014 ao impacto das mudanças regulatórias em Espanha, mas sublinhou que as operações nos outros países [Portugal entra nesta categoria], especialmente o comportamento nos Estados Unidos, conseguiram "mitigar esse efeito".

Num ponto a Troika tem razão: as rendas excessivas não foram atacadas, cortesia deste governo e da passividade cúmplice dos lémures de todas as bancadas parlamentares. Mais um motivo para não votarmos nesta corja e exigirmos uma mudança de regime!

Este despacho da Lusa é a prova de que a regulação portuguesa não cortou nada.
Por isso rebatizei o cargo ocupado por Jorge Moreira da Silva: Ministro do Pseudo Ambiente!

O lóbi associativo do ambiente, no conforto da proteção orçamental de que goza tem demonstrado um atavismo e uma desonestidade cultural a toda a prova. Tratam das suas quintinhas, e mal, como se viu na idiota decisão do Costa sobre a proibição à medida de circulação de automóveis na Avenida da Liberdade. Eu já encomendei um BMW 1600 cabriolet de 1967!


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terça-feira, fevereiro 24, 2015

Varoufakis leak

Declan Costello
Nas propriedades do pdf vê-se quem foi o seu autor...

Afinal quem escreveu a lista de compromissos gregos?


Ontem, segunda-feira, anunciava-se que a lista de compromissos do governo grego, com prazo limite até à meia-noite do dia 23 de fevereiro, afinal, só seria entregue hoje, dia 24 de fevereiro. Mas, aparentemente, foi entrege ontem, depois das dez da noite, através de um burocrata da Comissão Europeia, de nome Declan Costello.

As notícias foram, no mínimo, contraditórias.
Greece Delays Awaited Reform Proposals Until TuesdayThe Wall Street Journal, Feb. 23, 2015 5:00 p.m. ET

ATHENS—Greece’s government pushed back until early Tuesday a list of awaited reforms that its eurozone partners had demanded in exchange for continuing to fund the country for another few months.

Greek officials said late Monday that the list would be sent the following morning, past the original midnight deadline. Eurozone finance ministers are due to review the proposed reforms during a conference call Tuesday afternoon.

Eurogroup of finance ministers backs Greek dealThe Irish Times, Tue, Feb 24, 2015, 16:09

Among the commitments included in the six-page letter sent to the authorities by the Greek government last night...
A explicação pode estar na abertura da meta-informação do pdf dado a conhecer à imprensa (ver img acima). Uma coisa é certa, a carta supostamente enviada por Varoufakis ao Presidente do Eurogrupo consta de um documento pdf cujo “autor” é Declan Costello, um economista da burocracia de Bruxelas, cujo CV apresentamos resumidamente, mas pode ser consultado na íntegra.

Há sempre a possibilidade de o documento original ter sido previamente enviado pelo ministro das finanças grego ao senhor Declan Costello, por email, com um Word .doc anexo, e o senhor Costello, em vez de fazer um forward do anexo, que seria normal, ter decidido converter o .doc num .pdf, e reenviar depois este .pdf às instituições. Tyler Durden, o célebre alien do Zero Hedge, porém, considera esta hipótese altamente improvável, e explica porquê.

Seja como for, a fuga teve origem num tweet de Yannis Koutsomitis, entretanto reportado pelo Zero Hedge. E já começou a levantar voo ;)

Quem é Declan Costello?
Declan Costello is an Economist working in the Directorate General for Economic and Financial Affairs of the European Commission since 1991. Currently he is Head of Unit in the department responsible for the 'Coordination of structural refroms and of the economic service, which is involved in developing the economic framework for analysing progress with structural reforms at EU and Member State level towards raising growth potential (the so-called Lisbon strategy), and developing EU policies in response to the economic crisis.

Read more:  VOX CEPRI's Policy Portal

E agora a famosa carta com a lista de compromissos de Atenas, supostamente redigida por Yanis Varoufakis.
Para um resumo aligeirado e em português da carta, ler artigo do Público.



Atualização: 24 fev 2015, 23:14 WET

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Voos Low Cost varrem TAP e SATA

É politicamente incorreto, mas funcionou ;)


O email ultrapassou o snail mail 

as low cost paparam as companhias de bandeira


Base da Ryanair em Ponta Delgada abre no final de Março

Jornal de Negócios. 24 Fevereiro 2015, 12:43 por Sara Ribeiro

A base da Ryanair em Ponta Delgada vai abrir a 29 de Março. Para o Inverno de 2015 a Ryanair vai lançar sete novas rotas, que vão gerar 6,7 milhões de clientes por ano e suportar 6.700 empregos. Um reforço que vai no seguimento dos objectivos pessoais do CEO: “Ser a companhia número 1 em Portugal daqui a quatro anos”.

Low Cost Portugal, objetivo: conquistar 60% do mercado (40% à TAP e SATA)

Prejuízos estimados da TAP e SATA neste rombo: dois a três mil milhões de euros.
Quem quer casar com a Carochinha, perdão com a Menina TAP, quem é?
Eu diria que uma boa dúzia de inúteis, que espatifaram a TAP ao longo dos últimos quatorze anos, e deram muitos milhões a ganhar aos rentistas e devoristas do reino, deveriam ser rapidamente destapados e enviados num carrro celular para Évora.

TAP e British Airways já deixaram de fazer a ligação Londres-Funchal. Capiche?


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Miopia ferroviária soma e segue


Documento espanhol sobre a Plataforma Logistica Suroeste

Portugal, uma espécie de Berlengas ferroviária

 

Comissão Europeia aprova milhões para projetos ferroviários na linha Sines-Elvas

[Primeiro, os milhões...]

O projeto de uma linha ferroviária moderna para transporte de mercadorias entre o porto de Sines e a fronteira em Elvas já dispõe da comparticipação comunitária para avançar na parte das obras até Évora, que aguardavam luz verde do Fundo de Coesão. Ao todo serão 136 milhões de euros, destinados a comparticipar um investimento total de 267 milhões de euros. Com este dinheiro será construída a segunda fase da variante de Alcácer do Sal e também será modernizado o troço da linha que liga Bombel e Vidigal a Évora.

[Segundo, a justificação aldrabada...]

Este investimento - no valor total de 267 milhões de euros - é fundamental para reforçar a competitividade do porto de Sines, articulando-o com a rede de plataformas logísticas (sobretudo Poceirão e Elvas), com os portos de Setúbal e Lisboa e com a ligação Lisboa-Madrid.

A ligação integra a Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), cujo objetivo é criar uma rede multimodal e interoperável que assegure o livre movimento de pessoas e bens, com recurso ao modo de transporte mais adequado em cada etapa da viagem.

Expresso/ Ler mais
J. F. Palma-Ferreira | 20:02 Segunda feira, 23 de fevereiro de 2015

Ausência de vias duplas é um problema sério

Existem problemas operacionais a montante que deverão merecer a atenção de quem decide, e que se prendem com o troço entre Sines e Ermidas-Sado.

Pelo traçado de curvas e contra-curvas, e rampas a vencer (ocorreram recentemente quebras de engates (tensores), sabe-se que o único tipo de engate com algum grau de confiança é o ATLAS que equipa, por exemplo, as tremonhas do Pêgo.

Estão eventualmente previstos alguns investimentos para melhoria do traçado...

Mas estará prevista alguma via dupla, para se evitarem acidentes, como o embate de comboios ocorrido no troço Sines-Ermidas?

Independentemente das bitolas, as condições mínimas de segurança ferroviária exigem, nos dias de hoje, a existêncoa de vias duplas.

Camiões também estão na corrida, e levam vantagem, claro!

Estranhamente,  foi anunciada para a mesma área de negócio a circulação de camiões de 60 ton, os quais já hoje estão autorizados a fazer o encaminhamento de madeiras para os portos.

O arranque em breve das obras do IP8 (Sines-Beja-Évora) revela, pois, uma tendência dominante no terreno que, na realidade, tem vindo a condicionar quem define a falta de estratégia de transportes do país.

Não creio, pois, que num país com fracos recursos, uma dívida pública que não deixa de aumentar e, para todos os efeitos, atrelado à Troika (perdão às instituições), haja disponibilidade para redundâncias: camiões e IPs, por um lado, linhas ferroviárias desenhadas e financiadas com os pés, por outro.

Das duas uma, ou teremos infra-estrutura rodoviária ou infra-estrutura ferroviária. Quem é que decide?

Badajoz está equipada com um porto-seco intermodal, a chamada Plataforma Logistica del Suroeste Europeo, onde os camiões podem descarregar em cima dos comboios espanhois. Ou seja, lançar linhas ferroviárias e investir centenas de milhões em comboios para chegarem apenas a Badajoz, isto é, fazerem trajetos de 200 km ('largura da fronteira') é uma decisão, no mínimo, questionável.




Que sistema de engate têm os comboios para lá de Badajoz?

Tirar de Sines um comboio de mercadorias carregado — com 750 metros (ou lá o que é)—, só mesmo usando engatagem Atlas e três locomotivas 1960 Bombardier (sem limites de admissão de combustível), mais outra à cauda, areeiros bem abastecidos, e mesmo assim, terá que haver grande coordenação na condução, e rezar para que não haja cruzamentos, ou patinhagem, que imobilizem o comboio em plena via, pois caso isso venha a acontecer, o mesmo terá de recuar até Sines!

Esclareça quem decide estas coisas: os comboios de mercadorias da UE que tipo de engatagem têm? Tensor normal, ou Atlas?

Pensará, quem mal informou o governo, ligar os comboios com engates Atlas aos da UE, usando para isso adaptadores? E os espanhóis vão nisso? Só se fossem doidos!

Conclusão

Vai-se construir uma linha ferroviária entre Sines e Badajoz, que depois se verificará ser inviável e completamente anti-económica? Voltamos ao tempo das asneiras a la Cravinho, é isso?

PS

E nem sequer estamos a falar de bitolas!

OAM/RV

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A Porcaria do Euro

Gráfico do Deutsche Bank Research

The big picture ou o que realmente preocupa a Alemanha


Deve notar-se uma mudança de posicionamento no que venho publicando desde que a crise grega entrou na sua terceira e última temporada. Uma coisa é a ilusão e a vontade, outra, a dura realidade. E a dura realidade aponta, neste caso, para um possível colapso do euro, e para uma possível nova desagregação da Europa, sobretudo se a miopia alemã persistir, seja relativamente à Grécia, seja, com maior gravidade ainda, no atoleiro ucraniano.

A ascensão eleitoral dos movimentos anti-austeridade e anti-euro, para já à extrema esquerda e à extrema direita, mas que rapidamente se propagará aos centros, espalha-se nas ruas e nas redes sociais como uma espécie de grito unânime que não podemos continuar a ignorar.

Por mais que os povos europeus desejem a união, a livre circulação de pessoas, bens e capitais, e o euro, nada disto pode custar o empobrecimento generalizado dos seus habitantes, nem a destruição das suas classes médias, nem a morte forçada dos seus idosos, nem muito menos a submissão das democracias europeias a turmas de burocratas arrogantes, incompetentes e sem legitimidade outorgada pelos povos.

Passou mais de uma década, na realidade, passaram mais de dezasseis anos, desde a criação do euro.

Depois da queda do Muro de Berlim os franceses entraram em pânico e convieram com os alemães que era imprescindível acelerar o calendário da moeda única — certamente por receio dum marco excessivamente forte numa Alemanha acrescida, e depois numa Eurásia sem sovietes. Sabiam, desde que tomaram a decisão de apressar a Eurolândia, que as economias, as instituições, as moedas, as línguas, as culturas e as afinidades ultramarinas dos vários países europeus eram muito diversas e desiguais. Ou seja, sabiam, ou deveriam saber, que a decisão de acelerar a União Europeia teria sempre um enorme custo a suportar pelas maiores economias europeias.

No entanto, que fizeram as grandes economias, e nomeadamente a Alemanha?

Aprovisionaram a massa suficiente para pagar a convergência? Investiram desde o início na convergência, de forma racional e ponderada? Não!

O que fizeram foi simplesmente isto: inundaram as periferias de dinheiro fácil. Basta observar, a este respeito, o portefólio de derivados do Deutsche Bank, ou os quadros recentemente divulgados pelo Eurostat sobre as responsabilidades contingentes da dívida pública alemã (1). Este aluvião de euros destinou-se a potenciar o seu desenvolvimento produtivo e a expandir as suas exportações. O caso dos automóveis e das autoestradas é paradigmático. Do outro lado, isto é, do lado das periferias, houve sobretudo uma acumulação virtualmemnte improdutiva de dívidas públicas e privadas, que alfuiram sob a forma de gigantescas doses de fundos comunitários e investimento, boa parte do mesmo, especulativo, que os credores —hedge funds, bancos e governos— entretanto reclamaram com juros farisaicos.

Só depois do rebentamento de bolha imobiliária e financeira americana é que Frankfurt, Berlim, Paris e Bruxelas acordaram. E acordaram mal, assumindo uma arrogância retórica sem precedentes. O acrónimo PIGS (2) nasceu por volta de 1996, nos corredores da bem paga e privilegiada eurocracia sediada em Bruxelas, mas foi a partir de 2008 que se tornou um acrónimo de moda.

Se bem que os ditos PIIGS tenham feito quase tudo para merecer o epíteto, o ponto é outro: à volta de uma aceleração institucional trapalhona e oportunista, à volta de uma moeda mal concebida (3), e à volta de uma tentativa de moldar a Europa ao figurino prussiano que continua a marcar o código genético, o autoritarismo e a falta de sentido de humor das elites alemãs, a Europa foi de novo apanhada numa encruzilhada extremamente perigosa. Não existe autoridade moral, as economias estão desfeitas, a deflação come as poupanças de centenas de milhões de europeus, e a velha aliança entre vendilhões do templo, burocratas e militares ameaça de novo a prosperidade e a paz europeias.

Isto sim é uma porcaria!

NOTAS
  1. “Germanexit?” — in O António Maria.
  2. “So, when in 1995 Italy — along with the other southern countries of Portugal, Greece and Spain — finally made it to the borderless Europe, signs of elation were palpable ... The euphoria, however, did not last long. European clerks in Brussels soon started referring to the Giovannios-come-lately with an unflattering acronym: Portugal, Italy, Greece, and Spain — the PIGS, no less, as Linday Waters reported.” — in Wikipedia.
  3. “Grécia poderá repudiar legitimamente a sua dívida...” — in O António Maria.


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segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Novo computador (mais perto:)



O António Maria precisa dum novo computador


Este blogue teve 20.252 visualizações nos últimos 30 dias, ou seja, mais de 600 leitores diários. Um euro por leitor seria suficiente para completar o orçamento da renovação do equipamento usado na produção do blogue. Considere a hipótese de uma pequena doação.

Obrigado :)

Se aprecia o que escrevo, pense em enviar-me €1, mas também pode enviar €100 ;)
  • material necessário: novo computador portátil, novo rato, + 1 memória externa, pacote de manutenção do sistema (contra intrusões e lixo eletrónico)
As nossas máquinas têm que ser robustas e seguras. Duram em média 4 a 6 anos cada. Precisamos dum portátil que tome o lugar no velho iBook G4, que deixou de suportar os novos browsers e muitas aplicações e plug-ins, cuja resolução de écrã já não chega para as encomendas, e cuja bateria deixou praticamente de carregar. E precisamos também de reforçar a capacidade e segurança dos discos externos. De um pacote de manutenção e segurança. E de um ratão novo;)

OBJETIVO: 900 euros

Assim que este montante for alcançado faremos o devido anúncio. A quantia recebida e o seu destino serão divulgados neste mesmo blogue.

QUANTIA RECEBIDA ATÉ 15/04/2015: 382,40€
Início desta campanha: 22/1/2015

Obrigado :)

COMO FAZER? Através de uma pequena doação...



Utilize o sistema seguro da Paypal
OU este NIB: 003501270005354410055


Outro modo de proceder a uma doação? Escreva-me um E-mail ou uma msg no Facebook.

Obrigado :)


Atualizado: 15/04/2015, 17:24 WET

Grécia poderá repudiar legitimamente a sua dívida...

O regresso do Dracma?

 

Euro Is One of the Worst Designed Currencies: Kerr - Bloomberg Business


Nas palavras de Gordon Kerr, segundo o Citibank, se a Grécia não puder contar com uma extensão da Assistência de Liquidez de Emergência (ELA), então estará no seu pleno direito de repudiar 300 mil milhões de euros de dívida. E assim, se isto vier a acontecer, a Grécia ficará aliviada em 300 mil milhões de euros.

Um bom ponto de partida para recomeçar, com uma nova moeda, digo eu!

Gordon Kerr:
“Citibank is saying that if the ELA's are not extended Greece would be perfectly in its rights to repudiate up to €300 billion of debt. So the day after this happens, Greece would be €300 billion better off than it is right now.

[...] Bulgaria’s currency collapsed in 1996; within a weekend it was restructured.”
Bloomberg. Feb. 20 -- Cobden Partners Co-Founder Gordon Kerr discusses Greece’s debt negotiations and why he says Greece should leave the euro with Bloomberg’s Mark Barton and Manus Cranny on “Countdown.”

Euro Is One of the Worst Designed Currencies: Kerr - Bloomberg Business


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