sexta-feira, abril 30, 2010

Portugal 185

Grécia corta 13º e 14º meses aos funcionários públicos

Por cá, talvez chegue transformar metade destes subsídios em poupança forçada, sob a forma de certificados de aforro não cobráveis antes de 2014.

Entretanto, há que investigar o que andam os piratas do Bloco Central a fazer com o sobe-e-desce do PSI 20!

E há que exigir de Sócrates que explique ao país para onde foram os 300 milhões de euros que usou para recomprar dívida soberana previamente emitida. A quem recomprou esta divida? Qual foi exactamente a operação? Exigimos transparência!

O senhor Joe Berardo, tal como o BCP, já para não mencionar os escândalos do BPN e do BPP, têm sido objecto de sucessivas operações de resgate dissimulado (nomeadamente via Caixa Geral de Depósitos), ao mesmo tempo que o banco público executa hipotecas a centenas/milhares de famílias que deixaram de cumprir com os seus compromissos. Não pode haver uma lei para os testas de ferro e para os bancos, e outra para o comum dos cidadãos.

A continuarmos por este caminho, não se admirem os partidos da actual nomenclatura se um dia destes alguém exigir o regresso à ordem! A democracia não pode ser uma desculpa para a institucionalização de um Estado mafioso.


POST SCRIPTUM —  O Bagão Félix engasgou-se. Porquê? No lugar de ministro das finanças passámos a ter uma banana. Porquê?


OAM 692—30 Abril 2010 17:48

quinta-feira, abril 29, 2010

Portugal 184

De bluff em bluff até à bancarrota final

"Adjudicação da Pinhal Interior prevista para esta semana" — Jornal de Negócios Online

"Contrato da Pinhal Interior foi assinado hoje" — Jornal de Negócios Online

    1.    O Estado português desembolsou hoje 300 milhões de euros, recomprando a sua própria dívida soberana —uma loucura completa sobre a qual nenhum dos nossos economistas se interrogou!— com o único objectivo de salvar alguns bancos portugueses, nomeadamente o BCP (que hoje viu mudar de mãos mais de 150 milhões de acções!) e... o BES. Mas amanhã, depois de amanhã, e na próxima Segunda-Feira, perante o a manutenção do ataque inglês e americano à divida soberana portuguesa, o qual se estenderá amanhã a Espanha e possivelmente à Irlanda, como vai ser?
    2.    Sócrates e Passos Coelho nem falaram das grandes obras. Sabem porquê? Para manter o bluff de que haverá crescimento e projectos para algumas das mais endividadas construtoras do burgo, com a Mota-Engil à cabeça.

Sucede, porém, que os mercados estão informados!

Por outro lado, o braço de ferro entre a moeda americana (que leva atrelada a libra inglesa) e o euro, não terminará o assalto em curso antes do próximo dia 9 de Maio, data em que a chanceler Angela Merkel saberá finalmente se o seu governo vai mesmo ao charco, como as sondagens das próximas eleições regionais na Renânia do Norte-Westfália prevêem, ou se aguenta (1).

Outro momento crítico no decurso do actual assalto anglo-americano ao euro-marco ocorrerá no próximo dia 6 de Maio, quando se souber que coisa irá substituir o actual governo trabalhista de péssima memória.

No fundo, Portugal está a resistir como pode. Mas pode pouco!

Imaginem um carro a grande velocidade numa autoestrada Sem Custos para o Utilizador (SCUD) que, de repente, perdeu os travões. Por mais que o condutor guine o volante, ou tente meter a marcha atrás, e o pendura de ocasião revele solidariedade, a verdade é que deixou de haver controlo da viatura e ninguém sabe ao certo o que irá acontecer. A probabilidade dum desastre violento é muito grande. Pois bem, assim está Portugal relativamente à sua sorte imediata.

A União Europeia poderá safar-se desta, por um triz. Não digo que não. Mas a turbulência e a crise do euro vão continuar até que haja uma governança económica efectiva na União, ou a Alemanha decida que será preferível deixar cair os porquinhos do Sul e dois dos grandes bancos alemães cujos fundos de pensões detêm boa parte da dívida grega!

A  grande pergunta é: se o euro bom sanear o euro mau, os mercados penalizarão, ou darão um prémio, à Alemanha?

Quanto ao carro que perdeu os travões, um palpite: prepare-se para um desastre financeiro lusitano sem precedentes desde a falência de 1891-92, e para uma década de declínio e agonia. Se a Espanha também cair, então as perspectivas serão medonhas.


POST SCRIPTUM — sabem qual é o sector económico que sairá mais prejudicado de toda esta crise? Acertaram, é o turismo! E por seis vias principais: o colapso do sector imobiliário; o fim do "goze agora e pague depois"; o ataque sem precedentes, que já está ser desencadeado, nomeadamente em Portugal, contra o poder de compra das pensões de reforma; a expansão do desemprego estrutural; e o aumento dos preços da energia, nomeadamente oriundos do petróleo. Não foi pois por acaso que Cavaco Silva, no seu discurso comemorativo do 25 de Abril, preferiu falar de indústrias criativas em vez de turismo.


ÚLTIMA HORA — "Auto-estradas do centro a reavaliar, Aeroporto, 3ª Travessia e TGV mantêm-se" (RTP). — O verbo de encher Teixeira dos Santos foi desautorizado pela quarta ou quinta vez. Donde a pergunta: Você é ministro ou uma banana? Entretanto, Paulo Rangel demarca-se da moleza de Passos Coelho. Ou seja, ganha terreno para um futuro provavelmente próximo...


NOTAS
  1. Greek instability threatens to topple Merkel's government
    By Tony Paterson in Berlin (The Guardian)
    Wednesday, 28 April 2010 — Growing opposition from the German public to a planned bailout of Greece is jeopardising Angela Merkel's chances in a key state election next week and could ultimately undermine the stability of her coalition government.


OAM 691—29 Abril 2010 0:52 (última actualização: 22:13)

quarta-feira, abril 28, 2010

Portugal 183

Do optimismo à bancarrota?

Se os títulos do BCP, BES e BPI afundarem hoje como ontem e anteontem, um deles irá muito provavelmente à falência e Portugal caminhará provavelmente para a bancarrota. Se resistirmos até meados de Maio, talvez escapemos ao pior, por os holofotes estarem então concentrados na dívida inglesa. Mas seja como for, nada impedirá um aperto dramático no nosso estilo de vida e uma profunda depressão na nossa economia, que poderá prolongar-se até 2015. A saída do euro antes do fim deste ano será então um cenário mais plausível do que hoje parece. Quase tudo dependerá do que a Alemanha decidir fazer com esta crise. Para já, Angela Merkel quer ganhar a guerra do euro contra a libra e o dólar. No entanto, a dimensão que tiver o rebentamento da gigantesca bolha especulativa que se formou no mercado das dívidas soberanas vai ser o factor porventura decisivo.

Em dois dias os principais bancos portugueses perderam, cada um deles, mais de 10% do seu valor em bolsa. E embora os meios de comunicação social e as agências de comunicação, que dependem totalmente dos ditos bancos, tenham passado uma esponja sobre esta espectacular destruição de valor, a verdade é que se percebeu, pela primeira vez, que a Caixa Geral de Depósitos deixou de acudir ao colapso, nomeadamente do BCP. Este é o sinal mais evidente de que amanhã poderá mesmo iniciar-se a contagem decrescente para mais de um dos bancos portugueses — mal preparados para sobreviver em mar alto e sem cinto de segurança. Quando lhes falta o Estado, afinal, esfumam-se!

2006 crise mundial
    A crise aguda de civilização em que estamos metidos aconselha duas coisas: estar atento e evitar o pânico. A melhor receita para a sobrevivência passa por suprir o atraso e desinformação sistemáticos dos média corporativos com informação proveniente de outras fontes, independentes ou simplesmente distintas do ópio mediático disperso pelos média convencionais. Por outro lado, aconselha-se vivamente muito cuidado na tomada de decisões de investimento de médio e longo prazo. O mais provável é que bens como a terra fértil e as zonas habitacionais próximas dos nós de comunicações se venham a valorizar tremendamente nos próximos anos. Para já, o investimento em metais preciosos (como o ouro e a prata) são bem mais seguros do que quaisquer aplicações financeiras e planos de poupança/reforma e seguros de saúde. O mesmo ocorrerá infelizmente com todos os bens e serviços associados a emergências bélicas, sanitárias e sociais decorrentes do previsível agravamento da presente crise mundial. Num cenário de catástrofe financeira mundial, é de prever a falência de centenas de bancos e sociedades de investimento, já para não falar da falência de algumas dezenas de Estados (congelamentos de salários e pensões de reforma, despedimentos nas Administrações Públicas, subidas vertiginosas de impostos, derivas nacionalistas, etc.) Se a crise vier a ocorrer, como se teme, não será fácil evitar o pânico. Mas se estivermos alerta, poderemos evitar o pior, e prepararmo-nos com coragem para uma longa e dolorosa metamorfose. — in O António Maria, 2 de Março 2006.

O Global Europe Anticipation Bulletin (GEAB) anunciou em Fevereiro de 2006 que vinha aí uma crise sistémica. Semanas antes eu tinha estado em Paris numa reunião promovida por Franck Biancheri (fundador do GEAB e impulsionador do programa Erasmus), onde se falou da crise sistémica que se perfilava já então no horizonte, e da importância da investigação prospectiva.

Desde 2 de Março de 2006 (DOIS MIL E SEIS) que comecei a alertar o meu país sobre este problema, lendo tudo o que pude agarrar de substantivo sobre a matéria, e obtendo uma crescente e preciosa ajuda de leitores, alguns dos quais são hoje meus amigos. Os economistas portugueses, no entanto, andaram quase todos a florear este assunto até 2007, 2008, ou mesmo até ao princípio deste ano, afirmando que a banca portuguesa era sólida e sofisticada, que os endividamentos público, externo e privado nacionais eram coisa de somenos, e mais recentemente, que Portugal não era a Grécia! Esta noite, finalmente, Luís Campos e Cunha estava verdadeiramente preocupado. Ora bolas! Eu sou artista e escritor, não um economista. Como foi então possível escrever neste blogue, desde 2006, que Portugal caminhava para o desastre, enquanto praticamente todos os economistas, empresários e políticos assobiavam para o ar e cantavam hinos aos grandes benefícios da nossa pertença à moeda única europeia?

A queda abrupta do PSI 20, que hoje afundou para níveis historicamente preocupantes, revela duas coisas fatais: que o banco de Estado (a CGD) já não tem capacidade para acudir aos amigos e especuladores do burgo, e que, por outro lado, controlando Portugal pouco mais do que 15-17% da sua dívida pública (prova do grau miserável da nossa poupança), deixou de poder influenciar sequer os movimentos do PSI 20! Estamos pois completamente nas mãos dos fundos de investimento, dos investidores e dos especuladores estrangeiros. Se hoje, dia 28 de Abril, a venda ao desbarato dos principais títulos nacionais prosseguir, estamos fritos! Provavelmente alguém apagará as luzes a meio da sessão!

O problema é simples: os principais bancos portugueses —CGD, BCP, BPI, BES, Montepio — e algumas das maiores empresas portuguesas —Mota-Engil, Teixeira Duarte, SONAE, Parpública (de que a TAP é um dos principais passivos!) REN e EDP, entre outras— precisam, como náufragos, de financiamento urgente e continuado, seja para aliviar os respectivos e descomunais níveis de endividamento, seja para se manterem em acção. Como tal financiamento já não pode vir de dentro, e os fundos de investimento estrangeiros estão a desertar, das duas uma: ou boa parte do tecido empresarial e financeiro nacional é objecto de operações de aquisição por parte de concorrentes de outro campeonato (como recentemente sucedeu à Cimpor), nomeadamente angolanos, brasileiros, árabes, norte-africanos e chineses, ou vai pura e simplesmente à falência.

Os ingleses preparam-se já para cortar 5% nos vencimentos da função pública. E por cá, como vai ser?


ÚLTIMA HORA: Braço de ferro entre o dólar (e libra) e o euro prossegue sem quartel. Principais bolsas mundiais afundam e euro valoriza face à moeda americana !

Banca nacional tem 6,8 mil milhões em dívida grega

Os bancos portugueses estão entre os que mais caem em bolsa na Europa, penalizados pela perspectiva de um aumento nos seus custos de financiamento. Um estudo divulgado ontem pelo Citigroup revela outro risco: a exposição à dívida pública da Grécia. — Jornal de Negócios Online (28 Abril 2010).
Pergunta: quanto deste dinheiro voou de fundos de pensões nacionais e da Caixa Geral de Depósitos para o buraco negro de Atenas?

BCP afunda mais de 17% e BPI recua mais de 10% no arranque da bolsa

As acções da banca estão a ser as mais castigadas pelos investidores na abertura da bolsa em forte baixa. Logo nos primeiros minutos de negociação, o BCP chegou a cair mais de 17% e o BPI a afundar mais de 10%. O BES já esteve a perder mais de 8%. — Jornal de Negócios Online (28 Abril 2010).

PSI-20 afunda quase 6% com todas as cotadas a descer mais de 2%

A bolsa nacional está a afundar 5,96% para o nível mais baixo desde 30 de Abril, pressionada essencialmente pelo sector da banca que viu a Standard & Poor s reduzir o seu "rating", na sequência da revisão em baixa da qualidade de crédito portuguesa. — Jornal de Negócios Online (28 Abril 2010) .

Stocks Fall, Asia Default Swaps Climb on Greece, Portugal Debt

April 28 (Bloomberg) -- Stocks slid for a second day and the cost to insure against bond losses rose after credit-rating downgrades of Greece and Portugal fueled concern about sovereign defaults. Greek two-year note yields soared to 21.4 percent. The euro strengthened from a one-year low against the dollar. — Bloomberg (28/4/2010) .


REFERÊNCIAS

Republic of Portugal Ratings Lowered To 'A-/A-2' On Weak Macroeconomic Structure; Outlook Negative (Standard & Poor's)
  • Fiscal and economic structural weaknesses in our view leave the Republic of Portugal in a comparably weak position to address the significant deterioration in its public finances and expected lackluster economic growth prospects over the medium term.
  • We are lowering our long-term ratings on Portugal to 'A-' from 'A+' and the short-term ratings to 'A-2' from 'A-1'.
  • The negative outlook reflects our assessment of the risk of a further downgrade should fiscal consolidation fall short of expectations or should concerns over government liquidity mount.
Portugal Suffering Greek Contagion Pressures EU Bonds

April 27 (Bloomberg) -- Portugal risks becoming the new Greece.
With a higher debt burden and a slower 10-year growth rate than Greece, Western Europe’s poorest country is being punished by investors as the sovereign debt crisis spreads. The risk premium on Portuguese bonds rose to more than double the past year’s average this month. Portugal’s credit default swaps show investors rank its debt as the world’s eighth-riskiest, worse than for Lebanon and Guatemala.

O caso desesperado da Letónia


In late 2008, Latvia agreed to what the IMF itself has called one of the most severe austerity programs since the 1970s. To accomplish it, Latvia has done everything from slashing public sector wages by 25 to 40 percent, increasing taxes, reducing unemployment and maternity benefits and cutting the defense budget. The crisis has already cost the Latvian prime minister his job and stoked social unrest. Despite all of that, the budget deficit has not budged much, remaining around eight percent of the GDP mark. Spending has been cut to the bone, but Latvia is simply too small of an economy to emerge from recession on its own.

Since the broader European economic recovery remains moribund at best, less government spending has translated directly to less growth. Less growth means less tax income, and less tax income means that the country' s budget deficit remains stubbornly high. Latvia has essentially become a ward of the IMF, and will remain so until either the broader European economic recovery is more robust or the Baltic state is fast-tracked into the eurozone itself. — in John F. Mauldin, "The Making of a Greek Tragedy".

Is the Euro Doomed?
The dreams of European union could die along with it.
By Christopher Hitchens (Slate)

Sometimes, sheer immodesty compels me to ask, of my long record of prescience, what did I know, and when and how did I know it? In the summer of 2005, Foreign Policy magazine asked its contributors to name one taken-for-granted thing that they thought was overrated or would not last. After a brief interval of reflection, I chose the euro.

'Nothing Justifies Kicking Greece out of the Euro Zone'

With Greece finally pleading for financial help from its European partners and the IMF, Germany is pushing to guarantee that the massive loan comes with strict preconditions. In Monday's newspapers, German commentators are divided over whether Greece's problems should force it out of the euro zone. — in Spiegel Online.

Brutal choices over British deficit
By Chris Giles, Alex Barker and Nicholas Timmins

The next government  will have to cut public sector pay, freeze benefits, slash jobs, abolish a range of welfare entitlements and take the axe to programmes such as school building and road maintenance – or make a set of equally politically perilous choices, according to an analysis by the Financial Times.

An online simulator, developed by the FT using government figures, suggests a saving of that scale would require all of the following: a 5 per cent cut in public sector pay; freezing benefits for a year; means-testing child benefit; abolishing winter fuel payments and free television licences; reducing prison numbers by a quarter; axing the two planned aircraft carriers; withdrawing free bus passes for pensioners; delaying Crossrail for three years; halving roads maintenance; stopping school building; halving the spending on teaching assistants and NHS dentistry; and cutting funding to Scotland and Wales by 10 per cent. — Published: April 25 2010 22:10 | Last updated: April 25 2010 22:10, in FT.com.

OAM 690—28 Abril 2010 1:59 (última actualização: 9:59)

segunda-feira, abril 26, 2010

Portugal 182

Um discurso irrepreensível



O seu a seu dono: Cavaco surpreendeu tudo e todos neste discurso comemorativo do 25 de Abril de 1974.  Não só a referência primeira a Salgueiro Maia, mas também o facto de o 25 de Novembro ter ficado no tinteiro, deixou certamente perplexos todos os deputados!

Apesar das críticas que aqui ultimamente temos dirigido ao actual presidente da república, a verdade é que o seu discurso de Abril não estabelece apenas o arranque da sua recandidatura presidencial, não configura só a evolução presidencialista inevitável do regime, mas sobretudo desenha um novo quadro de autonomia estratégica para Portugal merecedor do meu integral apoio.

Cavaco Silva começou a redefinir de forma clara o novo quadro estratégico do país quando em Andorra declarou que as prioridades portuguesas, nomeadamente em matéria de transportes, não dependem da Espanha. Aliás, a sensibilidade do actual presidente da república para as questões que afectam ou podem vir a afectar a nossa independência nacional tem sido uma constante desde a polémica em torno do estatuto de autonomia dos Açores, fruto de um processo mal conduzido pelos incompetentes e oportunistas deputados da Assembleia da República.

A eleição do mar, das indústrias criativas, e das cidades-região de Lisboa e sobretudo Porto, como lugares de uma resposta à crise objectiva do país e das suas instituições, é todo um programa alternativo à imbecilidade e corrupção corporativa e partidária que tem dominado a economia e a política portuguesas nas últimas décadas. Curiosamente, coincide com o essencial do que aqui temos vindo a defender desde 2006. Daí a minha surpresa e expectativa!

Voltaremos a este importante discurso presidencial. Agora ouçam-no!


OAM 689—26 Abril 2010 13:03

Portugal 181

Quem privatiza está falido!

Embora por razões diversas, concordo em geral com o PCP neste ponto!
É um cenário negro aquele que é traçado pelo secretário-geral do PCP caso o Governo concretize as privatizações previstas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). "Deixaria no final de 2013 o país numa situação bem pior do que aquela em que nos encontramos hoje", disse ontem Jerónimo de Sousa, acrescentando que o PEC é mesmo "uma declaração de guerra aos trabalhadores e ao povo português" — in Público.
Basta olhar para a principais economias emergentes —China, Índia, Brasil, Rússia—, ou mesmo para outros países detentores de importantes recursos naturais —Arábia Saudita, Irão, Angola, Nigéria, etc.—, ou ricos em tecnologia —Japão—, para percebermos que a moda não é privatizar, mas sim nacionalizar e manter sob domínio público (ou nacional) os principais recursos de cada país. Alienar recursos ou sectores estratégicos (1) no actual quadro de deslocação do centro de gravidade do poder económico mundial para Oriente só pode significar uma coisa: quem privatiza está falido!

Daí que antes de vender os anéis que restam, Portugal deva mesmo proceder a uma séria reforma da despesa pública e a uma diversificação estratégica ousada das suas interdependências e alianças comerciais e diplomáticas. Isto se não quiser desaparecer debaixo do tapete espanhol. A fronteira já começou a recuar em Elvas, Valença e Chaves, e não vai ficar por aqui. Se o concurso para a construção da desnecessária TTT Chelas-Barreiro não for anulado, será Madrid a ter as portagens e a chave da futura entrada do AVE (o dito TGV) em Lisboa! Se privatizarem a TAP, em vez de a reestruturarem a sangue-frio (como irá acontecer inevitavelmente), e venderam por um prato de lentilhas a ANA, e os Estaleiros de Viana do Castelo, podem ter a certeza que antes de 2020 Madrid terá alcançado todos os seus objectivos estratégicos relativamente ao nosso país (2). Os imbecis, corruptos e traidores responsáveis por tanta estupidez já pensaram bem nas consequências dos seus actos? Acham que ficarão impunes? Acham mesmo?

A obsessão paranóica de Cavaco Silva com a sua segurança pessoal ficou uma vez mais exposta recentemente. Durante o episódio rocambolesco do seu regresso de Praga a Lisboa mudou três vezes de viatura blindada, por sinal todas alemãs (Mercedes, BMW e Audi). A seguir, para visitar uma escola no problemático Bairro da Bela Vista, na república de que é presidente, montou-se um dispositivo militarizado de segurança próprio dum país em guerra civil. Quando a situação estiver realmente descontrolada, como vai ser? Reconstituem a PIDE?!

NOTAS
  1. Nem tudo deve estar nas mãos do Estado, obviamente. No entanto, num país pequeno como Portugal, as privatizações devem ser medidas com critérios de interesse público muito rigorosos e obedecer a uma visão estratégica. Ambos devem ser publicitados e discutidos democraticamente, e devem mesmo depender, em última instância, do voto referendário favorável dos portugueses.
  2. Os alertas que o António Maria tem vindo a fazer sobre a questão ibérica nada têm de desagravo aos povos de Espanha, amigos e inimigos de longa data. O nova prioridade atlântica de Madrid responde a dois problemas: o acumular lento mas inexorável das tensões nacionalistas no interior de um Estado cuja unidade formal é recente e nunca foi pacífica; e a perspectiva, desfavorável aos interesses de Espanha, mas cada vez mais realista, de uma triangulação estratégica euro asiática, com vértices em Berlim, Moscovo e Beijing, cujos flancos —Iraque, Irão, Arábia Saudita, Cáucaso, repúblicas da Ásia Central, Coreia do Sul e Japão—têm vindo a aproximar-se diplomaticamente.

    Criar ilusões a Madrid sobre um rápido acesso aos portos portugueses seria uma imprudência intolerável. Basta medir o esforço actual da indústria militar naval espanhola, e o modo como tem vindo a pretender entrar pela plataforma continental portuguesa dentro, para não nos deixarmos enganar pelos sorrisos "socialistas" de Zapatero.

    Para lá da amizade e dos casamentos, existem os interesses estratégicos das nações. Os indivíduos podem andar distraídos, mas os governos não. Estes, se forem avisados, e mesmo assim persistirem no erro, serão mais cedo ou mais tarde chamados a prestar contas — como mentecaptos, ou como  traidores.


OAM 688—26 Abril 2010 0:19 (última actualização: 10:02)

quinta-feira, abril 22, 2010

Estado social

Pagar impostos para algo...



O problema fiscal português é este: quem paga, paga bem, embora parte significativa da população fuja quanto pode aos impostos, e a banca goze de isenções indecentes. Por outro lado, a aplicação da receita fiscal é má, nada transparente e serve sistematicamente para alimentar uma administração pública obesa e ineficiente. É preciso criar mecanismos que permitam ao vulgar cidadão escrutinar pessoalmente a aplicação dos seus impostos.


OAM 687—22 Abril 2010 1:03

quarta-feira, abril 21, 2010

Crise Global 77

Portugal: o elo mais fraco?

Portugal é, afinal, o segundo país que mais pode perturbar a zona euro

O custo de subscrever a protecção para um eventual incumprimento da dívida portuguesa é actualmente o terceiro mais elevado entre os países europeus emitentes de dívida soberana, sendo apenas superado pela Grécia e pela Islândia.

As preocupações dos investidores com a situação das finanças públicas portuguesas fizeram os Credit Default Swaps (CDS) sobre obrigações de Portugal dispararem durante a última semana, sendo neste momento apenas ultrapassados na Europa pelo risco da Grécia (467,14 pontos), que é o quarto mais alto do mundo, e da Islândia (381,93 pontos), em oitavo lugar. — in Notícias Lusófonas, 20-04-2010.

Custo da dívida pública portuguesa ultrapassa a Irlanda pela primeira vez desde o início da crise

Apesar de estar a prever um défice público mais baixo para este ano e de ter menos problemas no seu sistema bancário, Portugal voltou ontem, pela primeira vez desde o início da crise financeira internacional, a ter de pagar taxas de juro mais elevadas do que a Irlanda, um sinal da desconfiança que os mercados estão a ter relativamente à situação das finanças públicas nacionais. — in Público, 20-04-2010.

Cavaco Silva: "Não acredito que Portugal chegue a uma situação de bancarrota"

O economista [Simon Johnson] diz que Portugal, tal como a Grécia, em vez de abater os juros da sua dívida, tem refinanciado os pagamentos de juros todos os anos através de emissão de nova dívida, chegando mesmo ao ponto de dizer que "vai chegar a altura em que os mercados financeiros se vão recusar pura e simplesmente a financiar este esquema ponzi". in Destak, 20-04-2010.

Must Germany bail out Portugal too?
Portugal, not Greece, poses the greater existential threat to Europe's monetary union.
By Ambrose Evans-Pritchard

Portugal does not face an imminent funding crisis. If Europe's economy grows briskly, it may be enough to lift the country off the reefs. But one thing seems sure: Germany is not going to bail out any more countries, and the IMF is too small to cover. — in Telegraph.

Como refere um amigo meu num email que acaba de me enviar, entre pagar e refinanciar as nossas dívidas, o Estado português precisa de arranjar rapidamente uns 30 mil milhões de euros no mercado financeiro internacional. Como as garantias dadas pelos empréstimos são apenas títulos de dívida pública aceites pelo BCE como bons, mas que na realidade não passam de papeis, progressivamente mais duvidosos desde Janeiro deste ano, haverá previsivelmente cada vez menos interessados em emprestar-nos dinheiro a 10 anos (ver resultados da emissão de dívida pública portuguesa a 14 de Abril, e também no dia 21), e os que emprestam a 2 pressupõem que Portugal ainda tem alguma margem de segurança no curto prazo.

Este simples facto poderá levar o país à falência. E a razão explica-se muito simplesmente assim: é o financiamento de longo prazo que financia os custos de curto prazo. Imaginem, a título de ilustração, que para comprar a nossa própria casa os bancos deixavam de emprestar a 15, 25 ou 30 anos, e por isso éramos forçados a liquidar o empréstimo contraído para a compra da dita casa num prazo de dois anos. Que sucederia? É precisamente esta a situação a que o senhor Cavaco, o senhor Sócrates, o senhor Jardim e outros que tais, mais a bela democracia populista que alimentamos a pão de Ló, levaram as finanças públicas portuguesas!

O problema é especialmente grave porque o endividamento tornou-se um problema sistémico na maioria das economias desenvolvidas, incluindo muito especialmente os seus grandes protagonistas: Estados Unidos, Reino Unido, Japão, França, Itália e mesmo a Alemanha. Na realidade, a situação é explosiva na América de Obama e no reino de sua majestade britânica, dona de alguns dos principais paraísos fiscais onde se esconde boa parte do saque financeiro operado contra milhões de pessoas em todo o planeta. O escândalo que nos últimos dias (1) tem vindo a revelar as entranhas corruptas da Goldman Sachs —o grande propagador e beneficiário, a par da JP Morgan, dos chamados derivados financeiros, de que se destacam os Credit Default Swaps (CDS, inventados em 1995) e os Collateralized Debt Obligation (CDO, inventados em 1987)— mostra que há uma guerra surda de titãs entre a União Europeia (onde a velha Albion não se revê) e o triângulo Reino Unido, Israel, Estados Unidos. A Alemanha (ou se se preferir, a União Europeia sem a Inglaterra, nem a República Checa), e agora também a China, são as grandes ameaças à sobrevivência das super potências militares, financeiras e diplomáticas que reinaram nos últimos 200 anos no mundo. O chamado deficit spending, de origem vagamente keynesiano, levou a América desde o tempo de Reagan até hoje, e boa parte da Europa, a uma lógica de desenvolvimento baseada no endividamento cumulativo dos Estados, empresas, bancos, famílias e pessoas singulares, tudo em nome do crescimento virtual do PIB e das maravilhas estimulantes do consumo.

Para que este endividamento criminoso dos países ocorresse foi necessário, no entanto, proceder ao seu disfarce com produtos financeiros complexos, tais como os derivados especulativos (CDS, CDO, OTC, etc.), ao mesmo tempo que se mantinha a ficção de uma moeda universal, o dólar americano, com o qual os Estados Unidos mantiveram um nível de vida escandalosamente acima das suas possibilidades, esmagando no caminho tudo o que se lhe opusesse. O que hoje está a ruir como um dominó é pois esta monumental pirâmide de corrupção e espoliação dos fracos. Daí a pergunta: por onde vai romper a cadeia desta super Dona Branca? Pelo euro, ou pelo dólar? Pelo elo fraco grego, português ou espanhol, ou pelo elo forte, mas perigosamente falido, de Londres, ou Wall Street? A resposta não é indiferente. E as consequências ainda menos!

O Ocidente pensa com modelos historicamente gastos. Sobretudo a América depois de Reagan, e a Inglaterra desde sempre, convivem mal com a ideia de terem que repartir os recursos energéticos, minerais e alimentares do planeta com o resto da humanidade. Os Estados Unidos, viciados na sua moeda imperial, resistem como podem —e podem ser muito perigosos— ao aparecimento de novas moedas, e sobretudo ao declínio da green back. Atacaram o Iraque quando Saddam Hussein ameaçou aceitar outras moedas que não o dólar por petróleo. Querem desencadear um ataque atómico contra o Irão porque este há alguns anos que troca petróleo por euros com a maioria dos seus principais clientes —China, Itália, Espanha, Grécia, França (o Japão e a Coreia do Sul continuam a preferi usar USD)— e anunciou querer abrir uma bolsa de petróleo em euros!

Os tigres anglo-saxónicos acumularam demasiados inimigos, declarados e disfarçados, nas últimas duas décadas. O mundo está farto da sua arrogância, corrupção e insensibilidade. Preparar, como parece estar em curso, um novo 11 de Setembro, desta vez atómico, para justificar um ataque nuclear contra o Irão (via Israel, supõe-se) seria o suicídio da América. Mais vale sufocar no ninho as forças tenebrosas que neste momento conspiram activamente para ver realizado um tal cenário de guerra total. Espero que Obama acabe por desmontar uma a uma as sucessivas armadilhas que o poderosa teia sionista (2) lhe tem colocado no caminho.

Mas voltemos a Portugal.

A nossa situação é desesperada, por mais que pretendamos olhar para o lado. E é precisamente por estarmos tão mal objectivamente que as aves de rapina das agências de avaliação (todas, não por acaso, norte-americanas ou inglesas) investem furiosamente contra este elo fraco do euro. Que podemos fazer? Mostrar indignação patriótica faz bem ao ego, mas não resolve os problemas. A unidade de que o país precisa tem que nascer rapidamente de uma nova transparência de linguagem que substitua o disléxico discurso político dominante. Por outro lado, é preciso ouvir a verdade, como pedia sem saber como Manuela Ferreira Leite — em vez de continuarmos a aturar o optimismo cada vez mais grotesco do sempre jovial pedaço de asno que supostamente nos governa. Não, não é ele quem nos governa, mas os piratas que o colocaram onde agora está.

As eleições inglesas poderão ser o prelúdio do grande colapso financeiro mundial. Se este ocorrer, estaremos imediatamente à beira de um ou mais conflitos bélicos de vastas proporções. Por outro lado, vários bancos, empresas, cidades e países inteiros caminharão como Zombies para a falência. O valor nocional dos contratos de derivados financeiros (registados e OTC) é da ordem dos 1 144 biliões de dólares (3), ou seja, qualquer coisa como 6,8x a totalidade dos activos financeiros mundiais (acções+obrigações+depósitos bancários), ou 16 vezes o PIB do planeta! Quer dizer, não há dinheiro que chegue para o dominó de incumprimentos que se aproxima a uma velocidade vertiginosa. Nada a fazer se não assistirmos atónitos à maior destruição de valor que alguma vez ocorreu na história da homem. Mas será possível que tal ocorra sem que a humanidade se veja mergulhada num verdadeiro holocausto de penúria, guerra e perda de identidade?

Para já, uma recomendação: é preciso que a sociedade civil se organize e prepare para o pior. Dos populistas que nos governam, nada ou muito pouco podemos esperar.


POST SCRIPTUM — Portugal vai ter que aguentar o barco até à madrugada do próximo dia 6 de maio, momento em que saberemos todos o que vai acontecer no Reino Unido depois de Gordon Brown deixar o poder. De qualquer forma, mais cedo ou mais tarde (e quanto mais tarde, pior), teremos que optar entre aumentar o desemprego, reduzir os rendimentos do trabalho, ou uma combinação agressiva das duas opções. O desemprego e a redução nominal e real dos salários no sector privado são realidades dramáticas desde meados de 2008, e têm vindo a agravar-se dia a dia. Parece que apenas quem trabalha para o sector privado está a pagar a crise! Ora isto é uma bomba-relógio que irá inevitavelmente explodir e causar um enorme buraco na identidade do país. Em vez de mendigarmos empréstimos no exterior para pagar aos funcionários públicos (e para pagar as mordomias sem conta da nomenclatura populista que temos), talvez fosse boa ideia reter metade dos subsídios de férias e de Natal deste ano e do próximo, na Administração Pública, convertendo-os em certificados de aforro. Ou seja, talvez não fosse má ideia impor uma poupança forçada aos funcionários públicos. Será certamente menos injusto do que a presente situação, onde prolifera o acosso e a ilegalidade em tudo o que são contratações eventuais na Administração Pública e no sector privado. Um poder político que resolva escorar-se apenas nos funcionários do Estado e na tropa de choque do desemprego caminha inexoravelmente para o fascismo!


NOTAS
  1. City watchdog launches Goldman Sachs investigation

    Embattled Wall Street firm Goldman Sachs is now facing an investigation by the City watchdog, the Financial Services Authority, following the $1bn (£650m) fraud allegations brought by the US regulators. — Jill Treanor, Guardian, 19 April 2010.

    Gordon Brown and Angela Merkel attack Goldman Sachs

    A crisis gripping Goldman Sachs deepened today as Britain and Germany moved towards joining the US in pursuing a fraud investigation against the Wall Street bank for allegedly fiddling clients out of $1bn ($650m) through a misleading mortgage investment deal.

    Gordon Brown ordered a special investigation into Goldman, accusing the bank of "moral bankruptcy". He threatened to block multimillion-pound bonus payouts if the firm is found guilty of wrongdoing.

    In Berlin, Angela Merkel's government said it had sought information from the US Securities and Exchange Commission with a view to evaluating "legal steps" against Goldman. — Andrew Clark, Guardian, 18 April 2010.

    Now we know the truth. The financial meltdown wasn't a mistake – it was a con

    The global financial crisis, it is now clear, was caused not just by the bankers' colossal mismanagement. No, it was due also to the new financial complexity offering up the opportunity for widespread, systemic fraud. Friday's announcement that the world's most famous investment bank, Goldman Sachs, is to face civil charges for fraud brought by the American regulator is but the latest of a series of investigations that have been launched, arrests made and charges made against financial institutions around the world. — Will Hutton, The Observer, 18 April 2010.

    Senior Executives at Goldman Had a Role in Mortgage Unit

    The Securities and Exchange Commission filed a civil fraud suit on Friday that essentially says that Goldman built the financial equivalent of a time bomb and then sold it to unwitting investors. Mr. Egol, 40, was not named in the S.E.C.’s suit.

    Goldman has vowed to fight the S.E.C. But the allegations have left many on Wall Street wondering how far the investigation might spread inside Goldman and perhaps beyond.

    Pressure on Goldman mounted on Sunday as two members of Congress and Gordon Brown, Britain’s prime minister, called for investigations into the bank’s role in the mortgage market. Germany also said it was considering legal action against the bank. — Louise Story, The New York Times, 18 April 2010.
  2. A extrema-direita judia e em geral a seita Sionista radical não param de conspirar. A sua rede engloba nomeadamente os serviços secretos israelitas —Mossad—, o poderoso lóbi judeu que actua junto do Congresso americano em Washington —The American Israel Public Affairs Committee (AIPAC)—, e o think-tank Council on Foreign Relations (CFR), entre outros. Enquanto montam um teatro à escala global sobre o perigo iraniano (por querer desenvolver tecnologia nuclear pacífica, e provavelmente militar), que está muito longe de ser verosímil, a verdade é que ainda recentemente os EUA de Obama contrataram a venda de mais 200 mil milhões de dólares de material bélico à potência nuclear que ninguém no Ocidente se atreve a denunciar, ou seja, Israel. Ler a propósito "Despite ‘Tensions,’ US OKs Massive Arms Shipment to Israel" (Antiwar News)
  3. "Total Notional Value Of Derivatives Outstanding Surpasses One Quadrillion" — in Slate. [Listed derivatives =~$548 trillion + OTC derivatives =~$596 trillion = $1.144 quadrillion. ]

OAM 686—20 Abril 2010 23:34 (última actualização: 21 Abril 2010 0:45)