domingo, novembro 24, 2013

Repovoamento ou morte

A crise não é para velhos?

O problema não é constitucional

“Portugal tem actualmente 26,6% da população [cerca de 2,8 milhões de pessoas] com mais de 65 anos, mas até 2050 esse valor deverá ultrapassar os 40% (...).” UNFPA/Sol, 1/10/2013.

Nada poderá salvar o nosso 'estado social' se perdermos quase 300 mil pessoas em vinte anos (2010-2030), se a população decair quase 37% entre 2011 e 2100 (ver tabela da ONU publicada pelo The Guardian), ou ainda se a emigração continuar ao ritmo a que tem vindo a crescer desde 1983. É preciso ter a consciência de que esta é a primeira vez na nossa história que a população deixa de crescer e atinge aparentemente um pico demográfico. Portugal, segundo a previsão da ONU terá apenas 10,3 milhões de pessoas em 2030, contra os 10.562.178 apurados no Censos 2011, e os 6.754.000 previstos para 2100, ou seja, perderá mais de 3,8 milhões de residentes nos próximos 89 anos. Basta atentar no facto de a EDP ter garantido rendas excessivas do Estado português até 2085 (ler Os Piratas da Energia), para percebermos as consequências e a inevitabilidade da rejeição frontal dos contratos criminosos assinados por José Sócrates. Quanto ao famoso 'estado social', das duas uma, ou repovoamos o país, ou a sua morte é inevitável, e nada nem ninguém poderá evitar tão triste fado.

Previsão da ONU
Sem percebermos o que vai ser dos fundos de pensões, privados e públicos, em Portugal, nenhuma estratégia de mitigação da crise sistémica em curso, nem nenhuma política de desenvolvimento, poderá ser desenhada e discutida democraticamente, e sobretudo de maneira consequente.

O terrorismo fiscal, aumentar a idade da reforma, cortar nas pensões, ou aumentar o salário mínimo nacional garantindo com tal imposição mais desemprego e maior destruição do tecido empresarial, são falsas soluções para um problema com a dimensão descrita. Eu só vejo duas vias possíveis: deixar morrer rapidamente os velhos e mais fascismo fiscal (que repudio como políticas criminosas), ou lançar um programa de repovoamento de aldeias, vilas, pequenas e médias cidades, com recurso a um programa de imigração orientada, acompanhado de uma redução clara e racional das burocracias.

Tendo em conta que a média de vida dos portugueses em 2011 era de 80 anos, boa parte dos baby-boomers (nascidos entre 1945 e 1964), em 2030, já terão desaparecido. O problema, porém, persiste, na medida em que dos 10,3 milhões de residentes que se estima virem a existir em 2030, três milhões terão mais de 65 anos — ou seja, mais 200 mil reformados e menos 300 mil residentes!

Em 2011 por cada 100 pessoas em idade activa, existiam 52 dependentes. E em 2030, como será?

Este é o lado puramente demográfico do problema. Mas há outro igualmente terrível, que um artigo publicado no Zero Hedge —“Why Your Pension Fund Is Doomed In Five Easy Charts”— explicita para o caso americano, mas que entre nós só poderá ser mais aflitivo: enquanto as responsabilidades dos fundos de pensões crescem a bom ritmo, os rendimentos das aplicações financeiras, do capital e sobretudo do trabalho diminuem.

Zero Hedge: um gráfico sobre o fim do Welfare State.

Bridgewater's Ray Dalio: “The reason why public and all other pension funds are the least discussed aspect of modern finance, is that while Bernanke has done his best to plug the hole in the asset side of the ledger resulting from poor asset returns, it is nowhere near sufficient since the liabilities have been compounding throughout the financial crisis since the two grow independently. Which means that anyone who does the analysis sees a very disturbing picture.

Indeed, while the asset side can and has suffered massively as a result of the great financial crisis, the liabilities are compounding on a base that has grown steadily. As Dalio notes, each year a growing percentage of assets are paid out in the form of distributions, leaving less assets to compound at a given return.”

Há adaptações importantes a fazer no sistema de pensões, sobretudo no plano da equidade e da limitação das responsabilidades públicas com pensões — criando limites inferiores e superiores para as mesmas (por exemplo, indexando as pensões mínimas a 80% do salário mínimo, e as pensões mais altas a 500% do mesmo salário), mantendo a idade da reforma nos 65 anos, mas permitindo a subida voluntária da mesma até aos 70 anos, favorecendo a mobilidade funcional dos trabalhadores em função da idade, etc.

É fundamental retirar este debate público do maniqueísmo partidário e sindical que tem vindo a contaminar todas as discussões sérias que o tema merece.

POST SCRIPTUM — Algumas ideias para um futuro programa de repovoamento do país:
  1. Subsídio de família, pelo período de 2 anos, para os primeiros dois filhos de cada agregado familiar, equivalente ao salário mínimo nacional.
  2. Definir uma faixa de neutralidade fiscal, energética e de telecomunicações, de 20 a 40 Km, ao longo de toda a fronteira com Espanha, por forma a que os custos de interioridade não sejam agravados pela competitividade fiscal, energética e de telecomunicações do país vizinho.
  3. Definir quotas de imigração por país de origem, idade, origem social e competência profissional, criando simultaneamente condições duradouros favoráveis à fixação de jovens famílias de agricultores, apicultores, artesãos e tecnólogos (esta medida seria suportada por uma bolsa de terrenos florestais, agrícolas e propriedades urbanas na posse do Estado e/ou não reclamadas pelos seus putativos proprietários, concedidas por períodos de 90 anos às famílias de imigrantes).
  4. Implementação de regimes fiscais preferenciais aos municípios com mais de 10 mil e menos de 30 mil habitantes por forma a estimular a agregação dos municípios mais pequenos e o dinamismo dos concelhos medianos (ver lista de município por população).
  5. Acabar com os regimes fiscais ilusórios dirigidos aos investidores de rapina e denunciar, investigar e punir os políticos corruptos envolvidos nesta negociata de espoliação.
  6. Gratuitidade absoluta para o ensino pré-primário e secundário através de transferências dos orçamentos públicos ponderadas de acordo com os custos reais e locais de cada unidade escolar pública, privada ou associativa.
  7. Liberalização dos sistemas de ensino profissional e superior, com o fim da interferência do Estado neste setor. Os bons alunos que demonstrem não ter meios económicos para prosseguir a sua formação terão direito a bolsas de estudo e liberdade total de escolha do estabelecimento de ensino, em qualquer parte da União Europeia.

domingo, novembro 17, 2013

LIVRE ou MDP 3.0?

Papoila, Rosa-louca (Wikipédia), ou Dormideira?

Este 'meio da esquerda' só pode servir eleitoralmente o PCP. Fantástico!

EU Greens launch US-style primary elections.

BERLIN - The European Greens on Sunday (10 November) selected four top candidates for US-style primaries ahead of the 2014 EU elections.

People from all over Europe can cast their vote online in a process that will select two candidates of the four contenders - a man and a woman or two women.

The online poll will run until 28 January 2014, and the duo to lead the campaign will be announced soon afterwards. EUobserver
Ontem escrevi no Facebook: estive no São Luiz, e do que vi e ouvi, concluo: O 'LIVRE' é uma ideia sem futuro, dirigido a meia dúzia de lunáticos e umas centenas de desiludidos com os partidos de esquerda. Mais um nado-morto do Bloco.

Hoje escrevo: a desilusão é total: uma plateia de reformados, de esquerda, pouco convencida com o novo amanhã que canta, algumas ovelhas tresmalhadas do PS (desempregadas, claro), e uns jovens assessores do deputado europeu em fim de mandato, Rui Tavares. Uma dúzia de curiosos como eu preferiram abandonar aquele ambiente de igreja desalmada, ao fim de meia hora de 'debate'. Decidi, depois do zapping, misturar-me no frenesim do Chiado, onde a crise parece ter dado lugar a um 'europeísmo' e a um 'universalismo' raramente vistos por aquelas bandas, para usar dois termos do Manifesto LIVRE.

Multiplicam-se, nas baixas de Lisboa e Porto (obrigado easyJet, obrigado Ryanair) as geladarias, as lojas de pão, os hostels e uma nova e completamente renovada geração de restaurantes, bares e lojas abertas até à meia noite, ou até às tantas da manhã. Fui afogar a minha pequena tristeza entre gente jovem, bonita, sorridente, a várias línguas, num cálice grande, bojudo, cristalino, com uma mistura convincente de Hendrick's, água tónica e pepino. Entre os cabelos loiros, morenas também, hablando, e sucessivos pares de olhos fixados nos smartphones, Lisboa, com o Sol mais perto da América, dava de si uma das suas inesquecíveis vistas. Os magníficos ângulos e o Gin são-nos oferecidos pelo Park, um bar muito in no terraço do estacionamento da Calçada do Combro. Por mero acaso tinha arrumado o carro naquele edifício. Conveniência absoluta. Obrigado Jorge!

Mas vamos aos factos:
  1. O LIVRE é, antes de mais, um projeto pendurado no Partido Verde Europeu (EGP), através de Rui Tavares, coordenador de duas comissões do EGP no Parlamento Europeu (Direitos Humanos e Cultura e Educação). O EGP planeou e vai lançar uma campanha à americana para as próximas eleições europeias, apelando, tal como os liberais democratas do grupo ALDE, ao reforço da União Europeia apesar dos erros cometidos, propondo, pois, uma refundação dos mecanismos eleitorais e de representação da União. Ambos defendem uma Europa mais próxima dos cidadãos, mais claramente representativa da vontade dos europeus, e ambos defendem a diminuição do peso do Conselho Europeu na condução política da União. O LIVRE de Rui Tavares tem, porém, um problema imediato para resolver: a ligação de Cohen-Bendit ao Partido Ecologista os Verdes, do PCP, perdão, de Heloísa Apolónia. O LIVRE é e será um MDP 3.0, a menos que esta subalternidade dos falsos Verdes lusitanos à agenda estalinista do PCP (renovada por Arménio Carlos) seja rapidamente desfeita.
  2. O segundo facto relevante é que a centena de curiosos que se aproximaram do Hotel Borges, e depois se foram sentar na plateia do Teatro São Luiz, dividia-se em dois grupos etários dominantes: um, claramente maioritário, de ex-dirigentes, ex-militantes, votantes e ex-votantes desiludidos da esquerda em geral, entre os 40 e os 70 e tal anos; e outro, de jovens tardios, entre os 30 e os 40 anos, oriundos da mesma banda ideológica, mas com ligações mais ou menos estreitas ao plano LIVRE. A ausência de gente realmente jovem, quero dizer, entre os 20 e os 30 anos foi manifesta. Provavelmente já emigraram todos.
  3. Pelo que decorre dos dois pontos anteriores, gritou a dissonância cognitiva entre a agenda de Rui Tavares, pendurada na plataforma europeia, entretanto estendida e que dá pelo nome de The Greens/European Free Alliance, e os que, ao nada verem de novo na declaração de princípios acabada de proferir, salvo a gritante auto-redução do espaço programático e eleitoral potencial do novel partido, alinharam uma catadupa de avisos à navegação e os receios manifestos de que a coisa poderá, ou morrer à nascença, ou revelar-se mais uma muleta do PCP.
  4. Ora vamos lá aos 'princípios': o Universalismo que reclama Rui Tavares e Ana Benavente) é da Carta das Nações Unidas; os três princípios seguintes estão na nossa Constituição e vêm da Revolução Francesa —Liberdade, Igualdade, Solidariedade (antes chamava-se Fraternidade); o Socialismo está também na nossa Constituição (apesar de ser um profissão de fé anacrónica); a Ecologia também está na nossa Constituição, nos programas de governo de meio mundo, e não há tasca ao virar da esquina, de Lisboa e Pequim, que não venda ecologia a preço de saldo; por fim, o Europeísmo, que eu saiba, não é contestado por nenhum dos partidos com assento parlamentar, e os poucos idiotas que o contestam são reconhecidos rendeiros falidos da nação, ou, nos casos mais compungentes, lunáticos puros. Claro que há uma direita populista em ascensão na Europa, que não quer ver esmagadas por diretórios, nem por burocracias politicamente corretas, oportunistas e preguiçosas, as diferenças que trouxeram à Europa a sua enorme distinção, força e potencial. Mas o problema, senhores da Esquerda, não é o ascenso deste populismo, mas o que lhe deu origem!!!
  5. A lenga-lenga de Rui Tavares parece, pois, mais um atavismo sobre o peso da dívida que nos caiu em cima da cabeça, como se fosse um asteróide vindo do céu, de uma galáxia distante chamada “Eles”. Para esta catástrofe natural apenas tem uma solução, curiosamente a mesma que o atual governo já implementou no terreno: vender dívida pública aos portugueses!
  6. Mas o mais o grave deste manifesto de um partido nado-morto é que nem sequer identifica o dano maior da presente crise. Não, não é a destruição do estado social, nem os cortes nas reformas e vencimentos da função pública, pois ambos fizeram e fazem menos mossa ao país do que as centenas de milhar de jovens e menos jovens que têm emigrado para encontrar trabalho remunerado e honrar as suas responsabilidades. O dano maior é outro. Chama-se metamorfose das classes médias, uma metamorfose dramática, que apenas começou, e que ainda vai fazer muitas vítimas até que um novo paradigma económico e tecnológico se estabilize. E acima deste dano estrutural há um ainda maior. Chama-se fim da energia e dos recursos naturais baratos, do qual decorre uma incapacidade estrutural da oferta agregada global satisfazer a procura agregada global. A consequência que temos pela frente é mesmo uma perda global do poder económico per capita, desemprego estrutural prolongado, depressão demográfica, crises políticas sucessivas e, a pouco e pouco, o regresso de uma economia mais equilibrada, assente em paradigmas por enquanto desconhecidos. Esta equação não se resolve com missas, nem de direita, nem de esquerda, mas com mentes abertas, imaginação, inteligência, coragem, determinação, perseverança, colaboração e honestidade. Nunca dividindo de forma infantil, como Rui Tavares faz, as pessoas entre esquerda e direita!
  7. Rui Tavares declarou que o LIVRE será o meio da Esquerda — mas o que é isto se não umas inúteis décimas eleitorais? É esta a ambição do LIVRE? RIP.

quinta-feira, novembro 14, 2013

Comprem arte!


 

O acidente de automóvel substitui as batalhas medievais como tema artístico de eleição

Em 1933, o presidente Roosevelt, numa América em profunda depressão, decretou o confisco do ouro na posse dos cidadãos, pagando-lhes uma miséria pelas onças e jóias confiscadas. Realizado o assalto, o ouro subiu em flecha, por decreto! O governo de Washington pagou 20 dólares por cada onça de ouro expropriada, e depois subiu a cotação da mesma para $35, ou seja, o governo americano levou a cabo um roubo equivalente a 75% da riqueza em ouro acumuladas pelos cidadãos ameficanos.

Talvez a memória deste rapto leve os ricos americanos, mas não só, a pensar duas vezes antes de voltarem a meter os dólares todos em ouro. Não será melhor diversificar o risco de confisco público, apostando noutros valores, como por exemplo as obras de arte e a propriedade rural fértil e com água? Os governos têm sempre maneira de roubar o que não lhes pertence, quando as suas cabeças estão a prémio, em nome, claro, dos povos que diariamente também roubam. O fascismo fiscal, como temos vindo a sentir no nosso país, é uma delas.

A procura desesperada de valor prossegue numa América onde o dólar se transformou num vulgar e barato papel higiénico. Ouro, terra que dê pão e água, e arte, são sempre oportunas alternativas ao papel-dinheiro, às obrigações dos governos, dos bancos e das EDPs deste mundo. A nova bolha bolsista de Wall Street, que se financia na diarreia monetária a que a FED chama Quantitative Easing, tem vindo a gerar ativos financeiros astronómicos, ao mesmo tempo que os sem abrigo e sem comida da América ultrapassam já 15% da população. É, pois, lógico que os especuladores e os muito ricos encaminhem parte das suas montanhas de dólares virtuais para algo bem real, como seja uma pintura de Francis Bacon, ou um desastre de Andy Warhol.

As duas leiloeiras fizeram vendas agregadas astronómicas. É de prever que algum reflexo desta exuberância acabe por chegar à Europa e a... Portugal.


Francis Bacon, “Three Studies of Lucian Freud” (1969)

Ver notícia do leilão da Sotheby's no sítio do Financial Times.
Ver notícia do leilão no sítio da leiloeira Sotheby's
Ver notícia sobre a venda de “Three Studies of Lucian Freud”, de Francis Bacon, na leiloeira Christie's, Nova Iorque, no sítio do The New York Times.

quarta-feira, novembro 13, 2013

Cortina de ferro entre a Rússia e a... China

Imagem: ©RT
A China precisa de petróleo

Pese a sus grandes éxitos en el sector económico y militar, así como sus avances en la política internacional, China sigue siendo estratégicamente vulnerable.
Todo sobre este tema

Según el portal Topwar,  además de la cada vez mayor dependencia del gigante asiático de los factores económicos globales y la creciente  tensión socioeconómica interna, China se ve inmersa en un remolino de amenazas reales y potenciales que no pueden dejar de influir en su desarrollo.

Texto completo en RT

Rússia tenta criar uma 'cortina de ferro' que trave o avanço demográfico da China em direção ao espaço vital russo, cada vez mais despovoado a oriente. Por outro lado, a grande vulnerabilidade da China chama-se: falta de petróleo. A China chegou em 2010 ao mesmo ponto que os EUA chegaram em 1973: o ponto chama-se Pico do Petróleo, ou seja, metade das reservas próprias do precioso ouro negro foram-se!

Tal como os Estados Unidos e a Europa, sem o petróleo do Irão, do que ainda resta nos países árabes e em África, a economia chinesa colapsa. E colapsa muito mais depressa que a europeia, por razões demográficas evidentes, e porque a racionalidade do sistema económico, financeiro, político e cultural é coisa que não abunda por aquelas paragens, onde a autocracia domina há mais de 2000 anos. Os 'estados do meio', designação chinesa do território, deve o seu nome ocidental —CHINA— a um português, o circum-navegador (com Fernão Magalhães) Duarte Barbosa, que em 1516 assim designou aquelas paragens.

600 anos depois, a China chega a Portugal. Mas não deve esquecer a História!

sábado, novembro 09, 2013

Buraco negro dos derivados diminui


Uma nova divisão do mundo a caminho

Here is a typical example of how the huge Derivatives Beast is ignored by economists pretending to understand what is going on in the world.  I have explained for years how the derivatives game suddenly appeared during the years banks were deregulated and offshored.  This game meant NO CAPITAL was needed for lending and bankers lent money they didn’t have to all and sundry with wild abandon.  Then, when debt deals went bankrupt, there was no capital base to cover losses and the entire system suddenly collapsed in 2008.

Derivatives Contraction Is Leading Cause Of Bank Deflation And Credit Crunch: Economists Ignore This Fact | Culture of Life News.

O gráfico mais importante dos últimos meses: a recapitalização dos bancos e nomeadamente dos grandes bancos de investimento e especulação está a servir sobretudo para diminuir a exposição destes ao buraco negro dos derivados financeiros, o qual, como mostra o gráfico, tem vindo a diminuir.

Esta recapitalização está a ser feita à custa do aumento do endividamento público (são os governos e os bancos centrais que emprestam dinheiro aos bancos para que estes ensopem a trampa que fizeram), mas também da inflação monetária e da subsequente deflação do valor do dinheiro pela via da destruição das taxas de juro (Mario Draghi acaba de baixar a taxa de referência do BCE para 0,25%), e ainda de uma interrupção severa e prolongada do crédito às empresas e às pessoas.

O dinheiro entra a custo zero nos bancos e fica por lá para ensopar o buraco negro dos derivados especulativos. Ou seja, salvar o sistema bancário e financeiro significa promover a destruição parcial da economia, do emprego e das poupanças de centenas de milhões de europeus e americanos e ainda o aumento das responsabilidades sociais dos estados que se vêem confrontados com o aumento súbito das despesas sociais causadas pelo desemprego e pela pobreza crescente.

É fácil de entender, mas as máquinas de propaganda dos governos corruptos de ambos os lados do Atlântico (e as correspondentes Oposições rotativistas) mentem todos os dias aos seus cidadãos.

É preciso tapar o buraco dos derivados; é preciso diminuir o consumo público e privado conspícuo e não reprodutivo; é preciso reequilibrar a balança mundial entre produtores e consumidores (a que chamo Tratado de Tordesilhas 2.0 — e de que a nova aliança comercial em preparação, entre a América e a Europa, é um claro sintoma); é preciso ajustar com prudência e muito saber a redistribuição da riqueza mundial num quadro historicamente marcado pelo fim dos recursos energéticos, industriais e alimentares baratos.

A procura agregada global excede a oferta agregada global, e o inevitável ajustamento vai passar por duas ou três décadas de empobrecimento das classes médias e de instabilidade social dramática. Neste ajustamento, os sábios conseguirão salvar os navios no meio da tempestade. Os ambiciosos sem limite e os cretinos irão ao fundo :(

quinta-feira, novembro 07, 2013

Ensino privado pago com impostos

Os burros não têm culpa nenhuma!


O financiamento escandaloso da ‘liberdade de escolha’

Quando um privado só consegue fazer o seu negócio com o dinheiro dos contribuintes, não é um 'privado' mas um rendeiro do regime. Isto é verdade para a EDP, mas é também verdade para a tropa-fandanga desta democracia corrupta, populista e pindérica.

Esta corajosa reportagem de Ana Leal para a TVI ('Verdade Inconveniente') vem confirmar as minhas suspeitas sobre a falta de transparência do estado neo-corporativo que se mantém praticamente intacto mais de quarenta anos depois de Salazar. Da construção das escolas privadas, ao financiamento contínuo das mesmas, passando pelo apoio às mafias dos manuais escolares, ou ainda pelo interminável negócio benzido das IPSS, percebe-se até que ponto a corrupção em Portugal se transformou numa pandemia, cujo fim só por um triz escapará às cenas de violência e miséria que estamos a ver na Grécia. Com uma diferença: quando a Grécia chegar a Portugal, o tumulto e as consequências serão bem mais graves e imprevisíveis. Não nos esqueçamos da Primeira República!

Se os deputados servissem para algo, já estariam a perguntar ao governo para onde vai cada cêntimo das maiores fatias do orçamento: juros da dívida pública, segurança social, educação e saúde. É aqui que o devorismo e o rentismo indígenas continuam a chafurdar e a roubar os portugueses, ao mesmo tempo que arruinam a economia e expulsam do país centenas de milhar de concidadãos todos os anos.

Cheguei a pensar que o ministro da educação era só ambicioso. Afinal é não passa de mais um lacaio dos rendeiros e devoristas que levaram Portugal à bancarrota. Que diz o cor-de-rosa e inseguro seminarista do PS sobre isto? Pode falar livremente, ou tem que pedir licença à irmã Maria de Belém Roseira, Presidente da Mesa da União das Misericórdias?

quarta-feira, novembro 06, 2013

GOOGLE bug

AVISO

Os meus blogues sediados no Blogger (GOOGLE) estiveram esta tarde em baixo. Não foi nenhuma conspiração, ou ataque, espero. A verdade é que o novo sistema de CONFIRMAÇÃO EM DOIS PASSOS do GOOGLE TEM UM BUG.

É A SEGUNDA VEZ EM 30 DIAS QUE DEIXA OS MEUS BLOGUES DADOS COMO 'REMOVIDOS!

Já recuperei os blogues. Sabem como? Desativando a CONFIRMAÇÃO EM DOIS PASSOS da minha conta via GOOGLE...

Há pois um bug no GOOGLE que é preciso corrigir e sobre o qual é conveniente informar os usuários!


Pedimos desculpa pelo embaraço.

OAM