segunda-feira, setembro 21, 2015

Grande sondagem OAM: PaF na frente


Onde votam os leitores do António Maria


  • PaF continua favorito
  • PS de rastos
  • Nós, Cidadãos! surpreende, mesmo O António Maria ;)
  • PCP parado, à espera da renovação
  • Livre, boas expetativas, à custa do PS
  • Bloco segura votação, à custa do PS
  • PDR mantém Marinho e Pinto em Bruxelas 
  • Os demais partidos que constavam da sondagem somam 1%
  • Reduzido número de votos brancos
  • Diminuição acentuada da abstenção

Em quem vai votar no dia 4 de outubro?

Esta foi a pergunta que fizemos na sondagem realizada com uma mini-aplicação do Blogger ao longo dos últimos seis dias. O universo abrangido é especial: os leitores d'O António Maria e os amigos destes leitores que viram o convite sucessivamente enviado.

A sondagem foi divulgada nas plataformas Blogger, Facebook e Twitter.
Universo: 1246 pessoas com mais de 18 anos, igualmente distribuídos por sexo e localização (Portugal e principais países da diáspora.)

RESULTADOS

PaF (PPD/PSD+CDS-PP) - 452 (36%)

PS - 194 (15%)

CDU (PCP+PEV) - 97 (7%)

BE (Bloco de Esquerda) - 81 (6%)

NC (Nós, Cidadãos!) - 203 (16%)

PDR (Partido Democrático Republicano) - 16 (1%)

L/TDA (Livre/ Tempo de Avançar) - 110 (8%)

PAN (Pessoas-Animais-Natureza) - 6 (0%)

PT (Partido da Terra) - 3 (0%)

Agir (PTP-MAS) - 7 (0%)

Voto noutro partido - 16 (1%)

Voto Branco - 22 (1%)

Não voto - 39 (3%)

O erro dos economistas iluminados de António Costa

Na Europa não é diferente...

Porque é que os economistas do PS só dizem disparates? Este gráfico explica quase tudo.


O maior problema do PS é a sua completa vacuidade ideológica e, mais recentemente, a desonestidade intelectual dos seus economistas que, como qualquer José Sócrates, ou qualquer António Costa (versão bastarda do primeiro), confundem economia com propaganda partidária e jogos de poder.

Na realidade, a coisa é bem pior: o verdadeiro problema do PS é estar de pés e mãos atados a negócios e compromissos inconfessáveis com o que há de mais corrupto na sociedade portuguesa.

Exemplo do que afirmo é o modo sorrateiro como Sérgio Monteiro despachou o contrato de ligação do aeródromo do Montijo ao Aeroporto de Lisboa para o próximo governo (1), ou o boicote do lóbi do NAL instalado no governo e na ANA-Vinci, aos novos terminais de carga aérea que a DHL quer construir no Aeroporto Sá Carneiro e na Portela (2).

Mas voltando à famosa literatura sobre o crescimento, nomeadamente o crescimento da economia portuguesa baseado da expansão do consumo e da produção interna, alimentado, claro está, por mais endividamento público e privado, e mais impostos, cortes e autoritarismo socialista, recomendo a leitura deste artigo ilustrativo da floresta que os obtusos e aldrabões da minha pátria recusam ver.

Charles Hugh Smith, Sunday, September 20, 2015
Why Has Labor's Share of GDP Declined for 40 Years?

How can households pay rising taxes, borrow more money and spend more to support a consumer economy on an income that's shrinking even when the economy is expanding?

Answer: they can't. "Something's gotta give": they can't pay higher taxes, borrow more money (and incur more monthly payments) and spend more on goods and services when their incomes are stagnating. It simply isn't possible.

ÚLTIMA HORA!

Registamos a divergência, entre o Primeiro Ministro e o rapaz das PPP - Sérgio Monteiro.
Passos quer aproveitar aeroporto da Portela “tanto quanto puder”
...esta opção de 'Portela mais um' dará perfeitamente para durante vários anos, e pelo menos seguramente até aos próximos seis ou sete anos, para podermos utilizar as infra-estruturas que temos". Jornal de Negócios/ Lusa, 22/9/2015 12:59

NOTAS
  1. Governo deixou cair o Montijo para o colo do próximo governo. Quanto valeu este negócio?

    Caríssimos confrades,

    Reparem nas subtilezas das noticias. O edil do Montijo, um tal rapaz socialista que “Canta”, coloca uma série de requisitos à ida da Ryanair para o Montijo. Pretende uma autoestrada, uma rede de esgotos e águas, esquecendo outros requisitos como, por exemplo, a ligação ao modo ferroviário que faça articulação com a restante rede. A Ryanair compromete-se com um número astronómico de 5 milhões de passageiros ano, o que obriga a outras infra-estruturas no Montijo. Os 5 milhões, 100% Ryan, sem contar com aqueles que a Ryan vai ganhar à TAP (e às PGA e SATA).

    As outras Câmaras com interesse neste projecto, tais como a da Moita (anda nos toiros), Alcochete, Palmela, Montijo e Barreiro, devem estar de férias, ou não existem.

    Cinco milhões de passageiros, cerca de metade do movimento da Portela, mantendo embora a Ryanair voos para as principais cidades europeias a partir da Portela, significam pelo menos 5000 postos de trabalho na região. Daí o interesse que a base do Montijo deveria ter para as outras autarquias. Presumo que não sabem o que é um avião, coisa a que já estamos habituados.

    Por outro lado, embora não seja dito de forma expressa, e a quinze dias das eleições, torna-se evidente que estão a ser levantadas resistências cor-de-rosa e cor de laranja ao acordo anunciado. Como é óbvio, o aeroporto do Montijo colide com os interesses instalados (e bem instalados) do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL), colidindo também com a projetada (e entretanto abandonada pelo governo ainda em funções) ligação ferroviária em bitola UIC entre Pinhal Novo-Poceirão e Badajoz. A malta do PSD e do PS que meteu (via BPN, BES, CGD e BCP) muito cacau na Hipótese NAL (na Ota ou em Alcochete) quer o NAL de qualquer maneira, ou haverá sapatos de cimento por aí, e a meio caminho entre a Portela e o Aeromoscas Internacional de Beja, para que todos os modos sejam esmagados pelo fantástico NAL, certamente desenhado pelo Pritsker do estádio Axa de Braga. Como dizia um incansável e honesto Professor do Técnico, a seguir vão aparecer mais umas A13 para nenhures, como sucedeu com a famosa, idealizada, projetada, construída e às mocas A10, que serviria para ligar a capital ao NAL da Ota!

    Mesmo com o Salgado apeado os interesses ainda se movem bem. É claro que, com o Dono Disto Tudo no ativo, o Aeroporto na Base do Montijo, nem pensar! Mas mesmo retido na Quinta da Marinha, a banhos com a Justiça, parece que o Montijo, nem pensar!

    Pois então continuem alegremente a protelar a questão do Montijo, e não olhem para o que se está a passar na Galiza com a Ryanair, instalando-se alegremente na Galiza. Onde? Pois em Vigo, onde vão começar a operar comboios de Alta Velocidade que se integram na REDE UIC (bitola europeia) espanhola. Porque será que a Ryanair está a apostar na Galiza? E o CEO da PGA, que clama por ligações ferroviárias compatíveis com a bitola europeia, ameaça mandar a pátria às urtigas se as lesmas e os piratas continuarem a mandar nisto tudo?

    Para as Low Cost os aeroportos são fatores de competição. Os aeroportos da Galiza competem com o de Pedra Rubras, e as taxas que a Vinci (que ouve sempre a Mota-Engil, claro)  está a cobrar não ajudam mesmo nada, aliás até ajudam a fixação da Ryanair na Galiza!

    Os atrasos na extenão do aeroporto de Lisboa ao Montijo também têm implicações nos voos da Portela. Não abrem o Montijo? Então vamos para a Galiza! Não ligam Lisboa a Badajoz por TGV? Pois então vamos para Badajoz (Cáceres, Mérida, Évora ou até Beja!)

    Algo me diz que o acordo para a Base do Montijo não vai para a frente. Imaginem o que isto quer dizer: o NAL, Novo Aeroporto de Lisboa, no Canha, a 50 km de Lisboa, e a Portela transformada na prometida China Town do Senhor Ho. Se estou a especular, ..., então ando a especular desde 2006, e pelos vistos tem batido tudo certo.

    Um bom fim de semana.

    PS: Apenas para confirmar as suspeitas, muito embora se saiba que o Diário Económico alinhava estreitamente com as posição do BES.

    De uma forma não tão clara, é dito no DE de que a decisão do Montijo transita para o novo governo, lavando daí as mãos o amigo Sérgio Monteiro. Caso caia nas mãos do PS, com pompa e circunstância, lá virá o anúncio de um NAL e a respectiva PPP.

    Quanto é que o PSD e o CDS vão receber, com este adiamento, para a sua campanha eleitoral?

    O amigo colombiano, por causa do negócio da TAP, está com vontade de falar. Para breve esperam-se algumas revelações, digo "aparições", quanto ao financiamento encapotado da TAP por parte da Parpublica,...., os 800 milhões foram para algum lado. "Quem cabritos voadores tem, e cabras voadoras não têm, de algum lado lhe vem."

    Entretanto, e até às eleições, ninguém fala dos cortes que se vão fazer nas rotas de médio curso da TAP (e da SATA). Até ao final do ano esperam-se pois "boas novas", e como a coisa anda, o processo da TAP corre o risco certo de borregar. No fundo, quase que se pode concluir que o negócio da TAP não é necessariamente o do transporte aéreo, mas antes o do imobiliário, dos terrenos da Portela e da construção do NAL, seja ele na Ota, em Canha, ou onde calhar. Há muito boa gente com dinheiro por ganhar.

    Tal como o Novo Banco, antes de tentar vender, há que reestruturar para depois vender com menos prejuízo (possível). Malta na placa da Portela.

    Alcochete, 19 de setembro de 2015
    Garganta Funda
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  2. O Bloco Central da Corrupção, ou se quiserem, a CLEPTOCRACIA PORTUGUESA, dá nisto: O LÓBI DO NAL (NOVO AEROPORTO DE LISBOA), QUE CONTINUA VIVO, BOICOTA INVESTIMENTOS DA DHL

    A DHL continua à espera de uma solução para construir um novo terminal no aeroporto de Lisboa, um investimento de 10 milhões de euros, que diz ser vítima da indefinição em relação à manutenção da infraestrutura na Portela.

    "Estamos à espera de uma solução. Queremos fazer o investimento em Lisboa, mas precisamos que o Governo e o aeroporto nos ajudem", afirmou à Lusa o diretor de operações da DHL Express, Roy Hughes, num encontro com jornalistas em Leipzig, na Alemanha, onde está instalado o principal 'hub' da gigante da logística.

    O vice-presidente da DHL explicou à Lusa que o investimento em Lisboa começou por ser vítima da indefinição em relação à continuação da aeroporto na Portela, incompatível com "um projeto a longo prazo, de no mínimo 15 anos"— in CARGO NEWS, 13/9/2015
Atualizado em 22/9/2015, 14:55 WET

Estaremos assim tão zangados?

in The Portuguese missing link, Pedro Magalhães

O Grande Bloco Central tem-se aguentado contra ventos e marés!


Se repararmos bem, Portugal é o mais conservador dos três países europeus do sul que regressaram à democracia após longas décadas de ditadura. Refiro-me, neste caso, à constância eleitoral das nomenclaturas partidárias que dominaram cada um dos países até ao grande colapso mundial de 2008, e depois... Enquanto que a queda dos votos agregados dos partidos dominantes espanhóis e gregos é abrupta e profunda depois do colapso do Lehman Brothers, no caso português a mesma tem sido suave, tanto na velocidade quanto na profundidade.

Não deixa de ser curioso observar como os portugueses reagem positivamente/negativamente aos estímulos imediatos, como se todo o país fosse composto por funcionários e empresas públicas — que não é. A bancarrota de 1983 (governo do PS chefiado por Mário Soares), a chegada do FMI e a austeridade então imposta, apesar de menos dura da que se seguiu ao colapso do governo do PS de José Sócrates, com a aplicação do terceiro programa de austeridade imposto pelos credores, teve um impacto eleitoral bem mais acentuado do que a tragédia social que se seguiu à assinatura do Programa ainda curso, cujo sintoma mais gritante é o nível de emigração a que regressámos. A diferença no comportamento eleitoral resulta porventura das alavancas sociais e económicas que o PCP então ainda controlava. Isto é, se descontarmos este efeito secundário, a norma parece ser o de um conservadorismo eleitoral em volta do Grande Bloco Central (PS, PSD, CDS), cuja perda de influência relativa se iniciou por volta de 1994, e tem vindo a deslizar lentamente para valores cada vez mais próximos do período pós-revolucionário (1976...). Como não têm surgido novidades partidárias desde então, salvo o Bloco de Esquerda, e o PCP já não é o que era, a perda de representatividade do Grande Bloco Central equivale, por aumento dos níveis de abstenção, a uma deslegitimação lenta, mas consistente, do regime constitucional.

Esta constatação tem duas consequências analíticas:
  1. O fatalismo eleitoral português não permite, pelo menos sem que um novo e mais dramático abalo ocorra, uma alteração significativa do Grande Bloco Central;
  2. No entanto, à medida que a linha descendente da representatividade do Grande Bloco Central decai, aumenta o vazio e a frustração geral de onde já começaram a surgir sinais de inquietação traduzidos na vontade dispersa de repensar o regime.
Resta agora saber se 4 de outubro será o ponto de partida da necessária metamorfose da nossa democracia, ou se, pelo contrário, teremos que esperar mais quatro anos.

POST SCRIPTUM

Será que o clubismo partidário em Portugal é mais forte do que os jobs for the boys and gals? De onde vem o conservadorismo eleitoral indígena?

Vale a pena ler estes dois textos, que li já depois deste post.

Lower levels of clientelism in Portuguese politics explain why Portugal handled austerity better than Greece during the crisis.
By Alexandre Afonso, Sotirios Zartaloudis and Yannis Papadopoulos
The London School of Economics and Political Science/ EUROPP

In a recently published article, we argue that the strength of clientelistic links between voters and parties shape party strategies toward austerity reforms. Political parties that draw extensively on clientelistic links and the distribution of rents to their party supporters seek to avoid or delay agreements on fiscal retrenchment because their own electoral survival depends on the control of public sector employment, regulatory powers and budgets in order to reward clients. By contrast, parties that rely less on clientelistic links have a larger margin of manoeuvre in austerity reforms because their electoral fortunes are less tied to public spending as an electoral resource.

(...)

When citizens and parties are tied by ideology only, voters do not depend directly on parties for their resources, and policy drives toward austerity politics may be less constrained by vote-seeking concerns, as in the Portuguese case. Mass clientelism led Greek parties to systematically over-promise, and voters to over-expect, which led to brutal sanctions and anger when these promises had to be betrayed. In contrast, Portuguese parties did not promise as much, and voters did not expect much from them either.


Portuguese puzzle: the bailed-out country that bucks the trend
By Tony Barber
Financtial Times, Sep 17 2015

...Portugal differs from other bailed-out countries, especially Greece and Spain, in not having produced an anti-establishment populist movement inspiring widespread support. Compared with other EU states in the Atlantic-Mediterranean area, Portugal seems a rock of political stability.
 Atualizado: 22/9/2015 14:36 WET

sábado, setembro 19, 2015

O que resta da Esquerda

Yanis Varoufakis, Sydney, 1993

Como estará a esquerda europeia daqui a um ano?


Varoufakis anuncia apoio aos dissidentes do Syriza nas eleições
Lusa, 18 setembro 2015

O ex-ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis anunciou hoje que apoia a Unidade Popular (LAE), o partido proveniente da cisão no Syriza em agosto e que se apresenta às legislativas antecipadas de domingo.


A apropriação oportunista do marxismo iniciada por Lenine criou um cisma insuperável na chamada esquerda intelectual. Esta, ou é infantil, ou autoritária. O seu erro fundamental reside no paternalismo com que sempre encarou a classe operária e, em geral, quem trabalha. O narcisismo vanguardista da esquerda marxista degenerada, traduzido na pressuposta superioridade intelectual e moral das elites socialistas e comunistas diante do Capital e das massas populares, não poderia ter melhor representante que Yanis Varoufakis. Depois da desagregação interna da União Soviética, parece ser agora a vez de assistirmos à implosão da esquerda pequeno-burguesa e chique europeia.

Talvez seja a condição necessária de uma nova utopia.

Varoufakis — finest media moments
By Cynthia Kroet
Politico, 7/6/15, 3:01 PM CET / Updated 7/6/15, 4:34 PM CET

Yanis Varoufakis, who resigned as finance minister Monday to facilitate any attempt by the left-wing government to keep Greece in the eurozone, cut a dash on the international stage with his casual dress and incendiary remarks that were seen as symptoms of a lack of seriousness by Greece’s international creditors and the often critical international media.

With his resignation, the Syriza-led coalition government loses one of its most controversial figures. Here are some of his most memorable moments on camera:

“I happen to be conservative”

RESPOSTA A UM AMIGO
Meu caro Armando Ramalho,

A metamorfose das democracias degeneradas que existem no mundo é um processo que já começou, mas vai atravessar ainda algumas fases cuja natureza e momento desconhecemos. Para já, o medo de regressarmos ao tempo dos piratas sem vergonha (do Loureiro ao Pinóquio) vai determinar a maioria de dia 4 de outubro. Pelo que vou vendo, lendo e estudando, o PaF é bem capaz de renovar a maioria. A esquerda populista e fandanga, que no caso do Bloco chegou a surpreender pela positiva, vai piorando dia a dia, sobretudo quando lhes perguntamos como faria se estivesse no lugar de Passos Coelho e Paulo Portas. Na frente da desgraça esquerdinofrénica, claro, o radicalismo crescente e suicida do sargento-ajudante Costa. Aceitei ser candidato em Lisboa pelo Nós, Cidadãos pois desejo ardentemente que algo mude naquela sacristia sórdida e bafienta a que chamam Assembleia da República.

Atualização: 19/9/2015 16:54 WET

sexta-feira, setembro 18, 2015

Rien ne va plus? Just joking!

Janet Yellen
Illustração: DonkeyHotey

A caminho da deflação global (2016-2017-...)


ZERO TAX CAPITALISM > TRANSITION > COLLAPSE > POSTCAPITALISM

Tudo isto sem uma mãozinha sequer dos sindicatos, ou dos famosos e desmiolados 'donos' intelectuais do marxismo degenerado que chegou até nós.

Taxas de juro negativas tão só alimentam a economia de casino e a corrupção e jamais o crescimento. O ZIRP e o NIRP, ou seja, taxas de juro igual a zero ou realmente negativas, numa conjuntura global caracterizada pelo esgotamento da capacidade de endividamento público e privado (peak debt), apenas conseguem arruinar a poupança privada e o poder de compra dos mais débeis: reformados, pensionistas e os que estão pendurados nos subsídios de desemprego, ou no rendimento mínimo.

Por outro lado, uma subida empinada das taxas de juro dos bancos centrais destruiria as finanças públicas, as quais, na ausência de crescimento e perante uma demografia adversa, se alimentam há vários anos da inflação monetária virtual (no transmission whatsoever, you know...) e da expropriação silenciosa da poupança privada. Mas destruiria também o próprio sistema bancário mundial na configuração existente desde 1971, ou seja, desde que abandonou o padrão-ouro, primeiro, e o dólar como referência, depois.

Este é o nó górdio keynesiano que atirou o capitalismo mundial para uma irreversível metamorfose.

Não podem continuar a destruir valor, nomeadamente pela via da desvalorização monetária e da repressão fiscal, nem conseguem reflacionar a economia, dado o excesso de endividamento global, e estimular o crescimento (o novo Graal cujo paradeiro ninguém descobre), pois há excesso de capacidade instalada, excesso de stocks, e o consumo está bloqueado pelo excesso de endividamento privado e por uma destruição líquida de empregos à escala planetária como nunca se viu.

É por estas e por outras que o programa do PS está errado duma ponta à outra, e que o próximo governo não terá outra alternativa que não seja seguir o BCE, mitigando como puder os efeitos da destruição dos preços e a austeridade que vai continuar a fustigar as nossas vidas.

Uma no cravo e outra na ferradura. É o que há...

Mas atenção: entregar  o país a uma frente populista formada pelo disléxico Costa, o PCP, o Bloco, o Livre e o PDR, atirar-nos-ia imediatamente para um beco sem saída muito parecido com o grego, ou pior!

Janet Yellen decidiu ontem manter as taxas de juro da Fed a zero vírgula qualquer coisa. Sobre as implicações desta decisão vale a pena ouvir o que David Stockman disse na véspera da decisão.
David Stockman Interview On Yahoo——The Fed Painted Itself Into A Corner, Confidence In The Casino Is Headed For A Fall
by Yahoo • September 17, 2015

David Stockman is not a fan of the Fed. In fact he claims that the Fed is on a “jihad” against retirees and savers.

The former Reagan budget director and author of “The Great Deformation: The Corruption of Capitalism in America” visited Yahoo Finance ahead of the Fed announcement to discuss his predictions and the potential impact of today’s interest rate decision. “80 months of zero interest rates is downright crazy and it hasn’t helped the Main Street economy because we’re at peak debt,” he says.

Businesses in the U.S. are $12 trillion in debt. That’s $2 trillion more than before the crisis, but “all of it has gone into financial engineering—stock buybacks, mergers and acquisitions and so forth,” according to Stockman. “The jig is up; [the Fed] needs to get on with the business of allowing interest rates to find some normalized level.”

While Stockman believes that the Fed should absolutely raise rates today, he isn’t so sure that they will. But even if they do, he says they’ll muddle the effect by saying “‘one and done’ or ‘we’re going to sit back and watch this thing unfold for the next two or three months.’”   

quinta-feira, setembro 17, 2015

Síria, uma crise fabricada

Aylan Kurdi. Ilustração @ Antimedia

Quem engendrou e quem quer lucrar com a crise dos refugiados?


O mais deprimente mesmo foi ver como o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, e o veterano Rui Marques, e mais não sei quantos espertos da solidariedade saltaram imediatamente para a frente televisiva, cheios de ideias e compaixão pelos refugiados. Na realidade, o que estas criaturas piedosas não deixaram de ver em primeiro lugar foram os milhões de euros que a UE (9.000 euros por refugiado acolhido) e o governo português (aqui o montante não foi ainda anunciado) terão que desembolsar por causa desta crise, criada, em primeiro lugar, pelos belicistas americanos e israelitas, mas com o apoio sonâmbulo, desde o início da guerra civil na Síria, dos indigentes políticos que pusemos à frente dos destinos desta desmiolada Europa.

Não temos 308 governos municipais? Não temos 3.092 freguesias? Não temos centenas de edifícios escolares vazios, abandonados ou à venda? Não contam as nossas Forças Armadas com mais de 3.000 efetivos, boa parte dos quais em estado de prontidão operacional? Não existem várias unidades hospitalares no recém concentrado Hospital das Forças Armadas? Não sai tudo isto dos impostos que pagamos, e da sobre dívida que suportamos? Não é precisamente nestas ocasiões que o estado deve cumprir a sua missão com eficácia e brilho? Então porque é que se levantou o indecoroso circo da desgraça alheia e se escancararam os microfones aos profissionais da piedade remunerada?

A União Europeia está cercada de fogos postos pelos Estados Unidos e por Israel

A colonização americana da Europa ocidental está em pleno curso, por via da tentativa sistemática de destruição do euro, através das guerras artificiais implantadas no Iraque, Afeganistão, Líbia, Ucrânia, Síria, etc., das sanções e tensões artificiais envolvendo o Irão, África mediterrânica, África subsariana, e ainda por meio do grande abraço de urso que é a famosa Parceria Transatlântica (TTIP), de que a frota de empresas globais já desembarcadas na Europa é uma antecipação clara do que nos espera: Standard & Poor's (S&P), Moody's, Fitch, Google, Facebook, Twitter, Microsoft, Apple, Fox, Disney, Remax, Era, Century 21, ou a mais recente e escandalosa Uber!

Na realidade, o que está em curso é a preparação de uma nova divisão do mundo em duas metades: uma metade ocidental liderada pelos Estados Unidos, que inclui todo o continente americano, a Europa ocidental, incluindo a Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, Moldávia, Roménia e Turquia, a península da Arábia e todo o continente africano; e uma metade oriental, com vértice na China e na Rússia, e abrangendo um número indeterminado de países, de que se excluem, para já, o Japão e a Austrália...

A morte de Aylan Kurdi, que na realidade fugia do auto-proclamado Estado Islâmico (ISIS), e não de Bashar al-Assad, tal como a morte de tantos outros meninos e meninas parece, pois, um dos altos preços a pagar por um novo Tratado de Tordesilhas.

Presidente sírio acusa Ocidente de usar dois pesos e duas medidas sobre migrantes
AFP - Agence France-Presse/ Diário Pernambuco, Publicação: 17/09/2015 09:09 
Bashar Al-Assad afirmou que os países ocidentais choram pelos refugiados sírios ao mesmo tempo em que alimentam a guerra que os expulsa para o exílio

"É como se o Ocidente chorasse com um olho pelos refugiados e com o segundo mirasse neles com uma arma", declarou o chefe de Estado sírio, durante uma entrevista à imprensa russa, divulgada nesta quarta-feira.

"O Ocidente (...) apoia os terroristas desde o início da crise e (aponta a responsabilidade do que acontece) para o regime ou o presidente sírio", ressaltou em sua primeira reação à tragédia dos migrantes.

O regime de Damasco chama de "terroristas" todo os seus opositores: dissidentes políticos que escolheram a luta pacífica, rebeldes que pegaram em armas e os jihadistas, incluindo os do grupo Estado Islâmico (EI).

"Se a Europa está tão concentrada no futuro dos refugiados, deveria parar de apoiar o terrorismo", insistiu Assad. Muitos países europeus apoiam a oposição "moderada" a Assad, mas que lutam contra os jihadistas do EI.

Mais de 500 mil migrantes atravessaram as fronteiras da União Europeia entre janeiro e agosto deste ano, contra 280 mil em 2014, segundo a agência europeia Frontex.

Read This Before the Media Uses a Drowned Refugee Boy to Start Another War
Antimedia, Dan Sanchez. September 8, 2015

Warmongers in government and the media are perversely but predictably trying to conscript Aylan’s corpse into their march to escalation. They are contending that Aylan died because the West has not intervened against Syria’s dictator Bashar al-Assad, and that it must do so now to spare other children the same fate.

Um, no, Aylan’s family were Kurdish refugees from Kobani who had to flee that city when it was besieged, not by Assad, but by Assad’s enemy: ISIS.

And ISIS is running rampant in that part of Syria only because the US-led West and its regional allies have given them cover by supporting and arming the jihadist-dominated uprising against Assad.

The West has been intervening in Syria heavily since at least 2012. Indeed, it is Western intervention that has exacerbated and prolonged the conflict, which has now claimed a quarter of a million lives.

terça-feira, setembro 15, 2015

Que tal comprar uns dólares?

Se eu fosse um Panda, e não um Atum, ficarias mais preocupado?

Whatever it takes? This time is different!


Não há nenhum bilião de euros que resolva o esgotamento de um recurso natural do dia para a noite. Nem nenhuma monetização maciça que segure uma guerra cambial global.

Talvez seja de comprar alguns dólares e apostar nas empresas portuguesas e espanholas que mais exportam para os Estados Unidos, além de manter uma boa parte da poupança em moedas de ouro (Libras inglesas, violinos austríacos, Krugerrand sul-africanos, etc.), imobiliário nos centros urbanos e quintas com água e boa terra (são precisos uns seis a dez anos para eliminar os pesticidas e adubos químicos acumulados numa terra sobre explorada), ou ainda em obras de arte com valor de mercado estável (ou apostas informadas nos jovens talentos...). Afastem-se das bolsas e dos bancos!!! A dívida em dólares da EDP (em euros, ultrapassa os 17 mil milhões) poderá disparar de um dia para o outro, afugentando os chineses. Os espanhóis já fugiram...

Charles Hugh Smith
Of Two Minds, Monday, September 14, 2015
The Next Financial Crisis Won't be Like the Last One

The ocean's fisheries will not magically come back from being stripmined if a central bank prints $1 trillion. If the $1 trillion is spent wisely, perhaps in a decade or two fisheries can recover. But neither employment or ecosystems can be "saved" by printing money and throwing it at the usual vested interests.

So what else is beyond the easy fix of a quick $1 trillion printing/bailout? How about the foreign exchange (FX) market? Many a government and central bank has attempted to fix the foreign exchange market, but they fail for the simple reason that the FX market is too large to control for long.

$1 trillion just isn't that much in a market that trades $3 or $4 trillion per day.

It's not that difficult to predict that the next global financial crisis will arise not in the banking sector but in a market that's beyond the reach of central banks.That is, printing $1 trillion and promising to "do whatever it takes" won't fix what's broken.

One reason I have been focusing on the potential of the U.S. dollar (USD) to strengthen for the past four years is the potential for this dynamic to fatally disrupt the central bank-managed global "recovery." 

Could the U.S. Dollar Rise 50%? (January 12, 2011)


IMPORTANTE: Não se esqueça de votar na nossa sondagem (topodireito  do blogue) para nos ajudar a adivinhar o resultado das eleições de 4 de outubro. Obrigado ;)