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segunda-feira, janeiro 01, 2018

CSL Reserva 2015


Um grande vinho, provado hoje, 1 de janeiro de 2018


CSL Reserva Branco 2015. Un. €7,50

Em poucas palavras: personalidade vincada, cor citrina a caminho do ouro, fresco, mineral, agradavelmente ácido, cítrico e tropical, enigmaticamente complexo, feito com as castas Chardonnay, Viosinho, e Encruzado.

Excelente para inaugurar uma exposição de pintura, e com pratos de peixe e marisco complexos. Bebi-o com um caril de cajú e pescada do Chile, acompanhado de arroz Basmati cozido sem sal da marca Caçarola (the best).

Para conhecer melhor antes de provar: Casa Santos Lima
Onde comprar: Garrafeira Internacional, que foi recentemente comprada pela CSL.


sexta-feira, janeiro 01, 2016

Que mudou de 2015 para 2016?

Catarina Martins
Foto: Miguel Manso/ Público (2015)

Um ano que abalou Portugal


2015: os cinco colapsos
  1. Uma Banca cada vez menos portuguesa, dominada pelo BCE e por duas mulheres: Isabel dos Santos (BCP, BPI) e Ana Botin (dona do Santander/Santander-Totta/Banif). Teorias da conspiração à parte, o Santander detinha, em 2015, 4,6% do Grupo Prisa (Media Capital/TVI);
  2. O fim da bolha imobiliária fez enormes estragos na banca e nos grandes grupos económicos indígenas, sobretudo nos da construção civil;
  3. O Bloco Central, como se previa, desapareceu. Falta saber o que virá a seguir; dois casos de estudo: Bloco de Esquerda e CDS/PP;
  4. A indústria jornalística (Sol, i, Diário Económico, Público...) sofreu um tombo provavelmente irrecuperável; 
  5. A personalidade portuguesa do ano é: Catarina Martins.

2016
  1. Marcelo Rebelo de Sousa será eleito à primeira volta;
  2. A banca portuguesa continuará com graves problemas, nomeadamente no BCP e no Montepio (e a Caixa, a ver vamos). A soberania bancária continuará a perder graus de liberdade para o BCE e para a União Bancária (Fundo Único de Resolução, Mecanismo Único de Resolução e Sistema Único de Supervisão);
  3. O crescimento será anémico, quer o OE 2016 tente, ou não, estimular o PIB através do consumo (i..e de mais importações/ endividamento externo);
  4. A crise do estado social agravar-se-à entre episódios jornalísticos mais ou menos recorrentes, e muito ruído partidário, ou seja, a austeridade do tempo novo, a austeridade de esquerda, não será muito diferente da que a precedeu, nem menos escandalosa — a resolução do Banif e o Orçamento Retificativo deram o tom nos últimos dias de 2015;
  5. O Bloco de Esquerda poderá, em breve, exigir ao PS a sua entrada no Governo, deixando o PCP entalado entre a sua necessidade de sobreviver e o pânico de mudar o seu obsoleto registo ideológico, programático e estratégico.
  6. Todo o sistema partidário que nos conduziu à desgraça está em estado de choque, pelo que ou muda ou morre. O pontapé de saída foi dado por Catarina Martins, seguido pelo PCP e por António Costa. Pedo Passos Coelho despediu o CDS/PP, e Paulo Portas sai cautelosamente de cena, abrindo as portas a (espera-se) Assunção Cristas. Aggiornamento!

quinta-feira, setembro 10, 2015

O Ocidente ainda não percebeu que deixou de ditar as regras

Chinese missiles are seen on trucks as they drive next to Tiananmen Square and the Great Hall of the People during a military parade on September 3, 2015 in Beijing, China.
(Original Photo: Kevin Frayer/Getty Images/ edited)

A guerra do gás continua a aumentar a parada belicista no Médio Oriente e no Mediterrâneo. A projeção da crise de refugiados em direção à Europa, e o colapso das exportações alimentares comunitárias para a Rússia, são o preço inicial que esta Europa desmiolada começa a pagar por causa dos idiotas que a dirigem, de cócoras para Washington.

Portugal deve tomar uma posição diplomática de distanciamento da deriva belicista euro-americana, e enveredar pela adoção imediata de uma posição de neutralidade no que começa a parecer-se cada vez mais com uma escalada bélica que pode revelar-se incontrolável.

Somos pequeninos? Somos. E por isso mesmo podemos e devemos assumir uma postura útil e pedagógica, nos antípodas das afirmações aventureiras do senhor do PS que hoje administra um banco falido chamado Banif!

Russia sends ships, aircraft and forces to Syria: U.S. officials
Reuters, Business | Wed Sep 9, 2015 11:49am EDT

Russia has sent two tank landing ships and additional aircraft to Syria in the past day or so and has deployed a small number of forces there, U.S. officials said on Wednesday, in the latest signs of a military buildup that has put Washington on edge.

The two U.S. officials, who spoke to Reuters on condition of anonymity, said the intent of Russia's military moves in Syria remained unclear.

Will China Invade Alaska, Canada? Will Russia?
The theory of 65-year cycles points to a critical moment in China's evolution
Observer, By Bernie Quigley | 09/03/15 1:02pm

Because the Chinese have been studying the cycles. From generational theorists William Strauss and Neil Howe, they have learned that political/cultural cycles last only 65 years, and then they collapse, cycles first observed by Taoist monks and Roman philosophers. And China is exactly 66 years advanced since the Chinese Communist Revolution of 1949. In terms of generational cycles, China is on the eve of destruction. (In terms of the Strauss/Howe theory, so are we.)

The Chinese have been studying Western theories and economic cycles like the Elliott Wave, which suggests that the life cycle of a dominant currency has its limitations, and the American dollar cycle has ended. They have been studying economist Harry Dent, investment gurus Jim Rogers, Marc Faber and libertarian Ron Paul, seen often here only in the shadows, and understand that America is at a full economic transition, potentially a catastrophic cultural turning.

They have been reading Nicholson Baker’s day-by-day account, Human Smoke: The beginnings of WWII, the End of Civilization. They understand fully without Western sentimentality or illusion what comes next at the end of the economic cycle: Total war.

One remark to Bernie's post: you should metric the 65 years cycle, not from 1949 on, but 1960 on, which would lead China strategic calculus to 2025. That is within a decade... The explanation for this suggestion is simples: before 1960 China had to import all the oil it needed, namely from Russia, after 1960 China became a self-sufficient oil producer... until 2015, when its Daqing oil peaked, like it peaked in USA in 1973...

So before 2030, as Donella Meadows and the team that worked with her on the The Limits to Growth predicted, the entire worl will be in big trouble.

sábado, agosto 29, 2015

A Grande Miragem da China








A crowd watched as a building designed by Rem Koolhaas burned in Beijing on Monday, FEB 9, 2009. Credit David Gray/Reuters. The New York Times

China, a terceira maior economia do planeta, depois da UE e dos EUA, chegou a uma encruzilhada


O excesso de reservas cambiais da China, nomeadamente sob a forma de títulos de dívida americana, está a ser aliviado para, com os dólares obtidos na venda dos chamados treasuries, convertidos depois em yuans depreciados, ensopar a gigantesca bolha de endividamento especulativo e deficit spending com que a China pretendeu enganar o abrandamento da economia mundial, mas que acabou por rebentar com estrondo ecuménico na passada segunda-feira—o primeiro Black Monday da bolsa de Xangai. Welcome to crony capitalism!

A China esteve de pernas cortadas no que se refere ao seu crescimento e desenvolvimento enquanto não pôde dispor de petróleo barato. Até 1960, quando finalmente começou a produzir petróleo, a partir das grandes reservas de Daqing, descobertas em 1959, tudo mudou. Pequim deixou de depender de Moscovo e do Ocidente para se abastecer do precioso ouro negro. Foi a descoberta das grandes reservas de petróleo na bacia de Songhua Jiang-Liao —cujo pico de exploração foi, no entanto, atingido em 2014-2015— que viria a pulverizar o comunismo chinês, inventado por Mao Zedong, e tão do agrado de alguns intelectuais sado-masoquistas da Europa. Foi a junção económica entre as reservas próprias de petróleo e as suas formidáveis reservas de mão de obra barata e submissa que levou a China até aos píncaros de 2007. No entanto, a conjunção entre o colapso da procura agregada mundial, pondo fim ao boom das exportações Made in China, a par do fim do petróleo barato chinês, fazendo da China hoje o maior importador de petróleo do planeta, podem transformar 2015 no ano da Grande Miragem da China. Talvez alguns chineses já se tenham apercebido disto mesmo, e por isso começam a voar como as andorinhas em direção ao Ocidente, nomeadamente para Portugal.

À luz desta visão estratégica, eu recomendaria ao Banco de Portugal que forçasse os chineses interessados no Novo Banco a pagar o que inicialmente prometeram, ou até um pouco mais. A Europa é um ativo cada vez mais precioso, ao contrário do que afirma Krugman e outros lunáticos como ele.


POST SCRIPTUM — vale a pena ler o post de Charles Hugh Smith sobre os mitos que o crash chinês desfez...

Here's Why The Markets Have Suddenly Become So Turbulent
A perfect storm of failing trends
by Charles Hugh Smith
Friday, August 28, 2015, 2:28 PM
Peak prosperity

The China Story is Over

And I don’t mean the high growth forever fantasy tale, I mean the entire China narrative is over:

  • That export-dependent China can seamlessly transition to a self-supporting consumer economy.
  • That China can become a value story now that the growth story is done. 
  • That central planning will ably guide the Chinese economy through every rough patch. 
  • That corruption is being excised from the system. 
  • That the asset bubbles inflated by a quadrupling of debt from $7 trillion in 2007 to $28 trillion can all be deflated without harming the wealth effect or future debt expansion. 
  • That development-dependent local governments will effortlessly find new funding sources when land development slows. 
  • That workers displaced by declining exports and automation will quickly find high-paying employment elsewhere in the economy.

I could go on, but you get the point: the entire Story is over.  (I explained why in a previous essay, Is China’s “Black Box” Economy About to Come Apart? )

This is entirely predictable. Every fast-growing economy starting with near-zero debt and huge untapped reserves of cheap labor experiences an explosive rise as the low-hanging fruit is plucked and the same abrupt stall and stagnation when the low-hanging fruit has all been harvested, leaving only the unavoidable results of debt-fueled speculation: an enormous overhang of bad debt, malinvestment (a.k.a. bridges to nowhere and ghost cities) and policies that seemed brilliant in the good old days that are now yielding negative returns.

sábado, fevereiro 14, 2015

China quer os lombinhos do BES

Bank of China (ao centro). Hong-Kong.

Portugal, 1415—China, 2015 (600 anos depois...), ou a profecia de Xangai


Bank of China, "wholly state-owned", quer o lombo sem gorduras do exBES, o chamado 'banco bom', deixando obviamente milhares de antigos clientes com as poupanças a arder.

Bank of China é um dos interessados no Novo Banco
Dinheiro Vivo 14/02/2015 | 00:00
Está desvendado mais um nome entre os interessados no Novo Banco. O Bank of China está na corrida à instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha, segundo apurou o Dinheiro Vivo. O banco chinês manifestou o seu interesse junto do assessor financeiro escolhido pelo Banco de Portugal que está a assessorar a venda - BNP Paribas - e já terá sido, inclusivamente, uma das entidades que foi validada. Ou seja, que cumpre os critérios exigidos pelo Banco de Portugal para aceder à informação financeira.

Não deixa de ser uma ironia, ou melhor uma farsa, que um país em bancarrota, como Portugal, dirigido por um governo dito neoliberal, esteja a despachar as suas principais empresas estratégicas, outrora públicas e hoje privadas, bancos incluídos, para o setor empresarial público da comunista República Popular da China. Os gregos, ao menos, usam a imaginação!

A estratégia chinesa é bem-vinda, sobretudo para o novo desenho das interdependências lusitanas, mas sob condição de os indígenas ignaros que nos governam saberem o que andam a fazer. Não sabem.

Neste ponto convém sublinhar que dos aldrabões do PSD e CDS, ao indigente cor-de-rosa que governa os Açores, o que transparece é tão só o afã de venda ao desbarato dos dedos da República Portuguesa. Os anéis, como sabemos hoje melhor do que ontem, marcharam com a descolonização maltrapilha e o tumulto pré-revolucionário que se seguiu à queda do Salazarismo.

Dizem os imbecis de Belém e de São Bento que Portugal cumpre com as suas obrigações perante os credores. Vê-se!!!

Zheng He (1371-1433)—almirante muçulmano, eunuco, chinês, considerado hoje o Grande Navegador da China

Um chinês de Xangai predisse uma vez que em 2015 o Império do Meio seria o banco do mundo. Curiosamente, seiscentos anos depois da conquista de Ceuta, que marca o início da grande diáspora marítima europeia e a primeira experiência de Globalização. A profecia de Xangai está a ponto de cumprir-se, embora, na minha modesta opinião, uma vez cumprida, terá vida curta. Antes de 2030 o mundo voltará a dividir-se ao meio: o hemisfério oriental, para uns, o hemisfério ocidental, para outros.

Esta fatalidade dever-se-à a duas ocorrências, uma imprevista, e outra inevitável.

A causa imprevista do fracasso futuro do projeto imperial chinês chama-se Pico do Petróleo, cujas implicações são muito complexas, mas que podem resumir-se a dois constrangimentos fulcrais: a chegada de um período longo (60 a 120 anos) de crescimento zero (entre 0 e 1%), e uma prolongada crise financeira, social, cultural e militar com origem na extrema dificuldade de diminuir os elevadíssimos níveis de endividamento e de exposição a derivados financeiros especulativos por parte da maioria dos principais países do planeta.

A causa inevitável, por sua vez, é o crescimento do consumo interno na China e a melhoria das condições de vida dos seus habitantes, a qual exercerá uma pressão enorme sobre os recursos disponíveis locais e do planeta, e uma pressão explosiva sobre a inflação interna enquanto o país não regredir para ritmos de crescimento substancialmente inferiores aos atuais, que, apesar de tudo, já começaram a diminuir.

Repetir a receita do Japão (yen carry-trade), que os próprios Estados Unidos têm vindo a copiar, afigura-se materialmente impossível apesar da guerra cambial e de juros em curso desde o colapso do Lehman Brothers. Haverá, pois, um momento em que os problemas internos da China serão mais importantes do que o sonho imperial. Quando tal acontecer, e esse dia está mais próximo do que parece, a China lembrar-se-à do imperador que ordenou a Zheng He a destruição da sua famosa e poderosa armada.

Que deve fazer Portugal?

Os dirigentes chineses afirmaram que a sua relação com Portugal, mas também com a Alemanha, o Reino Unido, a Grécia, Moçambique e Angola, Brasil, Argentina, etc., é de natureza estratégica. Ou seja, que visa o longo prazo e os interesses comuns. Acredito que sim. E Portugal deve cuidar com zelo desta relação estratégica. Mas não enfraquecendo a tal ponto as suas defesas naturais que se transforme numa mera província chinesa na Europa.


NOTAS
  1. Bank of China
    “In 1994, the Bank was transformed into a wholly state-owned commercial bank. In August 2004, Bank of China Limited was incorporated. The Bank was listed on the Hong Kong Stock Exchange and Shanghai Stock Exchange in June and July 2006 respectively, becoming the first Chinese commercial bank to launch an A-Share and H-Share initial public offering and achieve a dual listing in both markets. In 2013, Bank of China was enrolled again as a Global Systemically Important Bank, becoming the sole financial institution from emerging economies to be enrolled for three consecutive years.”

sábado, janeiro 24, 2015

Euribor negativa, 'spreads' exagerados

Atenção às taxas de Euribor a 12 meses


É preciso obrigar os bancos indígenas a baixar os spreads cobrados (4% é um roubo) de modo a refletir a realidade financeira atual. Se os bancos usufruem de taxas de juro abaixo de zero, nomeadamente junto do BCE, também os créditos imobiliários, de quem tem uma casa para pagar, devem refletir esta evolução.

Assim que os spreads baixem para valores de < 2,5%, com taxas Euribor abaixo dos 0,4% (0,323% em 2 de janeiro de 2015), a melhor opção é mesmo renegociar as condições de crédito, optando, sempre que possível, por taxas de juro fixas, ao longo de todo o contrato, abaixo dos 3%.

sexta-feira, dezembro 19, 2014

Esqueçam o crescimento em 2015!

Foto: Reuters

Petróleo barato e dólares caros: uma combinação explosiva para 2015


Segundo o BoA, a suspensão do QE em dólares será compensada apenas em 30% pela soma dos estímulos previstos no Japão e UE. Consequência: um maremoto financeiro global com epicentro nos países emergentes: Rússia, Turquia, Brasil, Indonésia, Angola, Letónia, Peru, etc...

A subida sustentada do dólar arrastará perdas de rendimento gigantescas nas moedas locais em que muita da dívida dos países emergentes foi negociada. Exemplo: investimentos de fundos de pensões americanos e europeus nos países emergentes, em busca de taxas acima dos 1%! Exemplo: empréstimos bancários em dólares a empresas angolanas de construção que vendem os imóveis e os serviços associados em kwanzas.

A fuga dos atoleiros financeiros em que os países emergentes, que representam já 50% da economia mundial, se poderão transformar a curto prazo já começou, mas o impacto só será sentido, e de que maneira, a partir de 2015.

O regresso dos euros vai encontrar um continente a nadar em EQE, a próxima moeda virtual da UE. Taxas de juro: menos de zero!

Haverá, por causa deste cenário mais do que provável, uma procura em massa da moeda americana que, depois de ter suspendido o QE, se afastará progressivamente do ZIRP (Zero Interest Rate Policy)?

Irá o dólar valorizar e ultrapassar em breve o euro?

Crescimento? Quem falou de crescimento? Só se foi o Costa das Caravelas.

UM SANTO NATAL, mas com os cintos de segurança bem apertados!


fx-rate

Fed calls time on $5.7 trillion of emerging market dollar debt

World finance is rotating on its axis. The stronger the US boom, the worse it will be for those countries on the wrong side of the dollar

The US Federal Reserve has pulled the trigger. Emerging markets must now brace for their ordeal by fire.

They have collectively borrowed $5.7 trillion in US dollars, a currency they cannot print and do not control. This hard-currency debt has tripled in a decade, split between $3.1 trillion in bank loans and $2.6 trillion in bonds. It is comparable in scale and ratio-terms to any of the biggest cross-border lending sprees of the past two centuries.

Much of the debt was taken out at real interest rates of 1pc on the implicit assumption that the Fed would continue to flood the world with liquidity for years to come. The borrowers are "short dollars", in trading parlance. They now face the margin call from Hell as the global monetary hegemon pivots.

By Ambrose Evans-Pritchard
The Telegraph, 9:27PM GMT 17 Dec 2014

segunda-feira, dezembro 15, 2014

Cair num novo resgate depende dos eleitores

Números de 2012 em Simon Thrope's Ideas on Economy

Cuidado com os revisionistas!


Portugal, Espanha e Grécia, embora na ordem inversa, voltam a ser os tubos de ensaio da Europa.

Os eleitores portugueses, se deixarem o PS aproximar-me dos esqueletos do estalinismo, do maoísmo e do trotskysmo revisionista, acabarão por empurrar o país para um beco sem saída, pior ainda do que o da Grécia. É que a nossa dívida total per capita é maior do que a dos gregos!

A Grécia de novo
Observador. João Marques de Almeida, 14/12/2014, 17:47

Se o Syriza chegar ao poder no início do ano, as consequências chegarão a Portugal e aos outros países do Euro. O regresso da desconfiança em relação ao Euro por parte dos mercados será o maior risco. Se isso acontecer, os países com finanças públicas mais vulneráveis – como Portugal – voltarão a pagar juros mais altos para se financiarem nos mercados. Antes que as almas mais sensíveis se indignem, convém recordar a realidade. Os governos não recorrem aos mercados por prazer, ou por razões ideológicas, mas sim por necessidade. O recurso aos mercados une a esquerda e a direita. Todos necessitam de se financiar nos mercados porque os recursos nacionais não são suficientes para pagar as despesas. E os “mercados” só emprestam com juros baixos se confiarem que os empréstimos serão pagos.

sábado, junho 07, 2014

Esquerda fragmentada

Sondagem Eurosondagem/ Expresso, 7/6/2014

Só Marinho Pinto poderá viabilizar um governo de 'esquerda' moderada.
Mas com quem? Com Seguro, ou com Costa?


O Partido Socialista de Seguro tem-se aguentado apesar da hecatombe socratina, como as percentagens seguintes demonstram.

Legislativas 2011, depois da queda de Sócrates [CNE]: 28,05%
Autárquicas 2013 [sítio do PS]: 36,26% (150 câmaras municipais em 304)
Europeias 2014 [MAI]: 31,46% (mais um deputado que o PSD e mais um deputado que em 2009)
Sondagem, Legislativas 2015, Eurosondagem/Expresso, jun 2014: 33%.

As sondagens de avental valem o que valem, e normalmente valem pouco. Mas vamos fazer de conta que servem para alguma coisa, por exemplo, para ver o futuro...

A conclusão essencial que podemos retirar desta sondagem-propaganda não diz respeito a Seguro, mas ao PS e à 'esquerda' no seu conjunto, que não convencem apesar da grave crise social instalada e dos impactos dolorosos da governação PSD-CDS. O eleitorado sabe perfeitamente que a 'esquerda' não é capaz de unir-se nem para fazer um pic-nic!

O eleitorado também começou a intuir que, afinal, a conjuntura europeia tem vindo a esvaziar paulatinamente a eficácia das propostas de reestuturação da dívida portuguesa a que a 'esquerda' se tem agarrado de forma oportunista, na medida em que tem sido o próprio BCE a garantir que nem o euro colapsa, nem os países do euro serão forçados a abandonar a moeda única.

Depois do grito de Mario Draghi —whatever it takes—, reforçado com as medidas financeiras desta semana e as que conheceremos em breve, o que está efetivamente em curso é um complexo jogo de reestruturação disfarçada das dívidas soberanas, e uma presença crescente do BCE na condução das políticas orçamentais dos estados membros, a par de uma integração cada vez maior do ambiente financeiro e da macroeconomia na zona euro, com destaque para os grandes projetos estratégicos, nomeadamente nos setores da energia, transportes, agricultura, indústria, comércio internacional, ambiente e políticas ativas de educação, formação profissional para o emprego e solidariedade social.

A 'esquerda' indígena e os seus delegados sindicais no TC têm empurrado o país para uma sangria fiscal sem precedentes, em nome da manutenção de privilégios inaceitáveis, sabendo-se o que já toda a gente sabe sobre os efeitos desastrosos do imenso buraco que o endividamento público e privado trouxe a Portugal.

O que resta de 2014, e provavelmente até 2020, vão ser anos de monetização agressiva das dívidas públicas europeias e de apoio direto, embora seletivo e comandado a partir do BCE, aos países do euro em situação crítica. Numa conjuntura em que as reformas estruturais têm sido sistematicamente boicotadas pelo PS e pela restante 'esquerda', a pressão do BCE, do FMI e de Bruxelas para que as mesmas sejam levadas a cabo ou... irão acentuar-se nos meses que se seguem, até às próximas eleições —o pau—, a par do próximo envio de fundos comunitários e do investimento financeiro orientado para a economia e o emprego produtivo —a cenoura, que os socratinos querem, por todos os meios, agarrar!

O processo de fragmentação da 'esquerda' ficou patente nas últimas eleições.

Nesta conjuntura, das duas uma, ou a coligação no poder dá um golpe de rins e ataca de vez o problema das rendas excessivas da corja rendeira (sucessivamente exigida pelo FMI!), deixando para a próxima legislatura a revisão constitucional, a reforma efetiva do mapa autárquico e a redução do aparelho de estado em função das nossas reais necessidades e de acordo com as nossas reais possibilidades, e conseguem assim ganhar uma nova maioria, ou então, teremos balbúrdia, isto é, uma mais do que provável ausência de maioria parlamentar para formar o próximo governo.

A pulverização da 'esquerda' deixa ao PS uma de duas soluções: coligar-se com o MPT/Marinho Pinto se este for capaz de mais do que duplicar a sua votação e chegar aos 14 ou 15%, e o PS, por sua vez, subir dos 33% das últimas Legislativas (curiosamente os mesmos 33% da sondagem-propaganda) para uma percentagem acima dos 37%, ou teremos um governo minoritário sequestrado pela 'esquerda' oportunista e indigente à esquerda do PS, que cairá logo na aprovação do primeiro orçamento!

O governo de um novo Bloco Central alargado (PS+PSD, ou PS+PSD+CDS+MPT) que os socratinos e António Costa desejam, mas sobre o qual nada dizem, ou até negam como São Pedro negou a sua amizade a Cristo, seria uma espécie de compromisso possível no rescaldo de umas eleições sem vencedores, nem vencidos. Mas quanto tempo se aguentaria de pé?

O António Maria é independente, mas vê no plano de 4 pontos anunciado por António José Seguro —
  • Primárias abertas aos militantes, simpatizantes e eleitores regulares do PS
  • Diminuição do número de deputados para o limite mínimo legalmente previsto: 180
  • Aproximação dos eleitores aos eleitos, mudando o método de eleição dos deputados
  • Alteração da lei de incompatibilidades de cargos públicos por forma a afastar os lobistas encapotados dos centros de decisão política.

— um passo muito importante para começarmos a reformar a populista e desgraçada democracia que temos. Neste sentido, todos aqueles que se revêm nos princípios básicos do Partido Socialista deveriam acorrer às eleições primárias do PS, emitindo um sinal claro de que querem uma democracia mais participativa e responsável.

Se em vez de Seguro, preferirem o regresso de Sócrates, de Mário Soares e dos aventais da Maçonaria, através de um vigário de nome Costa, é outro problema. O voto é livre, mas depois não se queixem!

Na reunião da Comissão Política Nacional do PS foi decidida a data de 28 de setembro para as eleições primárias, abertas a simpatizantes, que irão decidir o candidato socialista a primeiro-ministro. [...]

Poderão votar nestas eleições primárias os cidadãos inscritos nos ficheiros nacionais do PS e simpatizantes, sendo considerados simpatizantes os cidadãos eleitores que cumpram os requisitos a estabelecer no regulamento eleitoral, entre eles, obrigatoriamente, a assinatura de um compromisso individual de concordância com a Declaração de Princípios do PS.

Para o Secretário-geral, “este é um processo que deixará uma marca histórica na vida do PS. Temos obrigação de desenvolver um processo credível, o mais transparente e participado possível. Um projeto que prestigie o Partido Socialista”. Na hipótese de não vir a ser o candidato eleito, e apenas nessa circunstância, o secretário-geral do PS apresentará a sua demissão.

- Leia a declaração completa do PS

sábado, junho 16, 2012

Hiperinflação ao virar da esquina ?

Imaginem que um litro de leite Vigor, que hoje custa 0,80€, passaria a custar daqui a um ano OITO MIL BILIÕES DE EUROS (0,8x10E16). Foi o que aconteceu na Hungria depois da Segunda Guerra Mundial!


Uma nota de 1 bilião de dólares do Zimbabué

As rotativas digitais americana e inglesa retomaram a sua criação virtual de liquidez a partir do zero, isto é, a partir do nada!

Todos pressionam para que a tia Merkel faça o mesmo, para tapar o buraco negro do endividamento europeu, começando por encher os bolsos dos grandes especuladores, e expropriando depois a poupança de centenas de milhões de pessoas e empresas. A hiperinflação traduz-se nisto: em vez de o banco não pagar nada pelo dinheiro que lá depositamos (que é a situação que temos hoje, pois os juros que nos pagam são comidos pela inflação real e pelos impostos), passa a pagar juros crescentes, mas a uma velocidade infinitamente inferior à da subida brutal dos preços do que consumimos no dia a dia. A tal ponto que, em poucos meses, todo o dinheiro que temos no banco deixa de valer seja o que for, salvo se foram biliões de euros, e mesmo assim....

Quando o dinheiro perde todo o seu valor, o que passamos a querer em troca de um pacote e leite fresco, não é uma mochila cheia de notas, mas um pão alentejano, um pacote de massa, um quilo de maçãs de Alcobaça, ou uma lata de atum dos Açores. O sinal de que caminhamos para isto é este: todas as empresas do PSI20, salvo as que lidam com petróleo e mercearias, perderam mais de 64% do seu valor nos últimos quatro anos. A Rio Tinto, líder mundial da extração de metais, vai reabrir as minas de ferro de Moncorvo, enquanto a China açambarca ouro, petróleo e cereais usando as suas gigantescas reservas de dólares em contratos de futuros para aquisição de bens essenciais.

É bem possível que Berlim e Frankfurt acabem por ceder, ainda que e apenas na condição de haver uma centralização orgânica dos poderes e dos controlos financeiros, fiscais e orçamentais da União Europeia.

Em suma, depois da deflação em curso, que poderá agravar-se mais ainda até ao fim de 2013, é bem possível que o espectro da hiperinflação na Europa esteja ao virar da esquina, em 2014, ou 2015.

Tempo para ver o histórico deste tipo de calamidade!

Episódios de hiperinflação desde a Revolução Francesa (1789)


Peak Monthly Inflation In 1945 Hungary: 12,950,000,000,000,000% And Other Hyprinflationary Facts | ZeroHedge

Última atualização: 16 jun 2012 23:13