Mostrar mensagens com a etiqueta crise. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta crise. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, novembro 12, 2009

TAP 8

Iberia e British Airways fundem-se!
E a TAP? Só se Berlim, Brasília e Luanda ajudarem.



Estacionamento às moscas na Portela, antes da crise!
Agora está saturada com aviões parados da... TAP!!

El Consejo de Iberia aprueba la fusión con British Airways · ELPAÍS.com

Iberia se dispara en bolsa tras anunciar su fusión con BA
Las acciones de la compañía suben un 11,78% al cierre de la sesión.- El acuerdo, adoptado en una reunión extraordinaria, fija la sede financiera de la nueva compañía en Londres.- El presidente será Antonio Vázquez.- Se espera la inminente ratificación de la aerolínea británica. -- LARA OTERO - Madrid - 12/11/2009
Aqui se escreveu mais de uma vez sobre esta possibilidade e de como a TAP estaria descalça perante tal desenvolvimento. A TAP está falida e ninguém aparentemente a quer...

As placas da Portela estão saturadas. Sim, senhor: estão saturadas de aviões da TAP vazios.

Para já, despeçam o inútil gaúcho e enviem os aviões sem destino nem passageiros, nomeadamente os que o governo corrupto de José Sócrates comprou ao BES, para o aeromoscas de Beja do genial Augusto Mateus.

E depois corram-me com a corja da tríade de Macau quanto antes. Antes que seja tarde demais!!

Ingleses e espanhóis tentam salvar os gigantes despesistas e cravejados de dívidas que são as respectivas companhias aéreas de bandeira. Para já, dividem o continente americano em dois, numa espécie de Tordesilhas "latitudinário". Depois logo se verá. Alemães e brasileiros vão reagir. No meio da tempestade pode ser que a falida TAP, depois de despedir metade do seu efectivo, acabe por acolher-se sob o chapéu protector da Lufhtansa (Star Alliance).


OAM 649 12-11-2009 20:25

sexta-feira, julho 17, 2009

Por Lisboa 26

Cidade morta e corrupta

Lisboa é magnífica a 500 metros de distância, mas quando chegamos aos 5 metros, é suja, corrompida e frequentada por gente paralisada numa espécie de arrogância iletrada. O mundo, ao contrário de pertencer-lhes, como chegam a acreditar, segue infelizmente noutro lugar. Lisboa afunda-se na ignorância, na corrupção e numa extraordinária falta de sensibilidade cultural. Como me dizia ontem um amigo: Portugal e a sua capital morreram, mas ninguém se deu conta!

O endividamento catastrófico do país, numa Europa que ameaça rasgar em breve o Tratado de Lisboa, ou enfiar o dito numa espécie de caixão de boas intenções, vai levar-nos inevitavelmente à tragédia.

Há 500 anos que não sabemos viver sem uma árvore das patacas à mão. Há séculos que os desgraçados lusitanos e galegos deste país fogem espavoridos da miséria e da subserviência, deixando as terras e as aldeias ao Deus dará, e deixando também entregues ao vício das rendas e do soldo público as eternas manchas gentílicas que formam esta indecorosa sociedade clientelar. Provinciana, arrogante e sempre dependente de uma qualquer brisa de felicidade imerecida, a caricata sociedade portuguesa não tem desta vez a mais pequena ideia de como safar-se. O circo de corrupção e descaramento exibicionista do bloco das rosas e das laranjas, actualmente engalfinhado numa desesperada corrida pelos restos da despensa comunitária, é a mais confrangedora prova do que escrevo. Esta país morreu e ainda ninguém nos telefonou a comunicar o óbito, nem a hora do funeral!

Tudo leva a crer que os próximos resultados eleitorais conduzirão o país a um impasse total, prelúdio de uma crise de regime para a qual não existe ainda nem discurso crítico coerente, nem utopia. Ou muito me engano, pois, ou as bombas-relógio que irão provocar o colapso do regime já estão colocadas nos sítios: Funchal, Lisboa e Porto. Resta-nos ainda alguma saída, ou esperança? Temo bem que não. Pelo menos, sem antes passarmos por uma convulsão constitucional.

Se não formos capazes nos próximos seis meses de meter na prisão uma boa dúzia de notórios ladrões e piratas do regime, este colapsará necessariamente. A dimensão do drama dependerá tão só da forma como a Europa se comportar perante a actual crise mundial — que é de natureza simultaneamente energética, ambiental, económica, financeira, estratégica e institucional. Se vingar a decisão constitucional da Alemanha de não permitir mais endividamento público nos Estados da União, das duas uma, ou a Europa desaparece (e somos invadidos pela Espanha), ou todos ganhamos juízo e pomos na prisão os especuladores e ladrões que capturaram as democracias europeias, dando início a um período de adaptação estrutural aos novos constrangimentos e paradigmas da convivência mundial.

O que eu, nem ninguém de bom senso, deve fazer, é continuar a alimentar os simulacros de democracia representativa actualmente em curso, a pretexto das próximas eleições legislativa e autárquicas. Ou o senhor Cavaco e a gente honesta dos partidos resolvem em uníssono dar um murro na mesa e endireitar a situação, ou nada melhor nos espera em 2010 do que um colapso económico-social seguido de uma mais do que provável implosão da Terceira República.

As desistências de Manuel Alegre, e agora de Helena Roseta, no que toca à gestação de uma alternativa ao degenerado Partido Socialista — de Jorge Coelho, António Vitorino, Paulo Pedroso, Vera Jardim, Vitalino Canas, Edite Estrela ou Fátima Felgueiras —, fazem-me temer o pior. E pelas bandas do partido laranja, a saída de cena de Paulo Rangel deixa Manuela Ferreira Leite entregue à mediocridade e ganância da corja de piratas que capturou e perverteu o partido fundado por Francisco Sá Carneiro.


OAM 603 17-07-2009 23:25

quinta-feira, junho 18, 2009

Portugal 109

Verão quente, Outono perigoso

Vitorino explicou a Sócrates que o tempo não está para mais malabarismos, e que só reconhecendo a seriedade da crise actual se poderá dialogar seriamente com o eleitorado.




  • Cinco das dez maiores falências da história tiveram lugar nos últimos doze meses (1).
  • Esta é a maior e mais duradoura recessão mundial desde 1929.
  • Os mercados emergentes tornaram-se entretanto exportadores de capital.
  • A crise vai piorar durante este Verão e sobretudo no Outono, ao contrário do que sopram as sereias da banca e da especulação financeira através dos submissos órgãos de propaganda que financiam. Proteja-se da bolsa e dos bancos!!
  • As eleições legislativas e autárquicas portuguesas decorrerão num clima económico sombrio, que poderá provocar uma inesperada explosão social.
Se me tivesse lido com atenção, a tríade de Macau teria há muito explicado a José Sócrates que estamos no meio de um naufrágio, onde arengar propaganda barata em volta dos grandes hubs aeroportuários que faltam, pontes assassinas sobre o estuário do Tejo, altas velocidades ferroviárias, barragens criminosamente inúteis e mais não sei quantas autoestradas vazias, além de afastar o PS dos eleitores, acabaria por exibir o lado ridículo da inglória maioria absoluta que nos governa. Por falta de financiamento, por falta de procura, e sobretudo por causa do colapso inevitável do modelo económico e social das chamadas sociedades afluentes ocidentais, o business as usual acabou. Manuela Ferreira Leite percebeu-o a tempo. O PS precisou de uma humilhante derrota para lá chegar!

GEAB #36 — LEAP/E2020 believes that, instead of « green shoots » (those which international media, experts and the politicians who listen to them kept perceiving in every statistical chart in the past two months), what will appear on the horizon is a group of three destructive waves of the social and economic fabric expected to converge in the course of summer 2009, illustrating the aggravation of the crisis and entailing major changes by the end of summer 2009... more specifically, debt default events in the US and UK, both countries at the centre of the global system in crisis. These waves appear as follows:

1. Wave of massive unemployment: Three different dates of impact according to the countries in America, Europe, Asia, the Middle East and Africa
2. Wave of serial corporate bankruptcies: companies, banks, housing, states, counties, towns
3. Wave of terminal crisis for the US Dollar, US T-Bond and GBP, and the return of inflation.
As empresas financeiras, industriais e de serviços vão continuar a falir. Sobretudo aquelas que cresceram à custa da especulação bolsista e à sombra do endividamento público. A tentativa —promovida por políticas governamentais irresponsáveis— de as salvar, com mais impostos e mais endividamento público, só irá agravar uma situação já de si extremamente grave.

O bluff dos grandes investimentos serviu sobretudo, como aqui escrevi, para dissimular as reais dificuldades de empresas habituadas à mama orçamental pública e ao dinheiro barato oriundo da especulação bolsista. Empresas como a Mota-Engil, a Teixeira Duarte, a EDP e a generalidade da banca portuguesa estão literalmente à rasca. A falta de competitividade real, as imparidades, as ocultações de resultados, a falta de liquidez, as dívidas, os branqueamentos de capitais e as fraudes vão aflorar rapidamente perante um eleitorado incrédulo. Alguns ícones empolados da nossa economia e finanças não tardarão a colapsar. Os demónios soltaram-se. A bicha em direcção ao calabouço só agora começou a formar-se!

Mas como uma desgraça nunca vem só, temos que nos preparar para o colapso iminente do sector público —administração central, regional e local—, de onde decorrerão duas ameaças explosivas: a falência das cidades e o colapso do sistema de segurança social.

A massa de desempregados sem subsídios (porque a eles não têm acesso, ou porque se esgotou o prazo de validade do mesmo), é um actor altamente imprevisível nas eleições que irão decorrer neste Outono. Ou muito me engano, ou a tendência revelada pela recente pugna europeia vai acentuar-se entre nós. A substituição do Bloco Central —de todas as desilusões— por um fenómeno novo de bipolarização social e político-partidária matura, a meu ver, nas entranhas da crise de paradigmas que levou ao estertor do actual sistema partidário. Não creio, enfim, que o acto de contrição da actual maioria socratintas venha a ter os efeitos desejados.

NOTAS
  1. E as maiores fraudes também. O caso Madoff, e entre nós o "caso de polícia" chamado BPN, ou a estranha novela do Banco Privado, cujo presidente continua a passear a sua falta de vergonha nas barbas de quem já devia tê-lo enviado para junto de Rui Oliveira e Costa, não deixam de ser instrutivos. Mas a maior fraude da história parece estar ainda a caminho de ser revelada (obrigado André Cruz!) Trata-se da estranha e abortada tentativa de dois senhores japoneses de contrabandearem 134,5 mil milhões de dólares americanos —em US bearer bonds— na fronteira entre a Itália e a Suiça. Este valor equivale a mais de metade do PIB português, e cerca de três vezes o custo das olimpíadas de Pequim! Esta extraordinária história, e possível episódio da guerra financeira actualmente em curso entre quem tem dólares a mais e quem continua a imprimi-los com total descaramento e impunidade, acaba de levantar voo nos média. A nossa atarantada imprensa lá chegará, com o tempo...

    Smuggling Or Counterfeit-Printing?

    Ok, this was rumored several days ago, but now I can find actual news reports - at least, outside the US:

    Milan (AsiaNews) – Italy’s financial police (Guardia italiana di Finanza) has seized US bonds worth US 134.5 billion from two Japanese nationals at Chiasso (40 km from Milan) on the border between Italy and Switzerland. They include 249 US Federal Reserve bonds worth US$ 500 million each, plus ten Kennedy bonds and other US government securities worth a billion dollar each.

    Those sound like Bearer Bonds - at least the Kennedy ones do.


    Suitcase With $134 Billion Puts Dollar on Edge: William Pesek

    Commentary by William Pesek
    June 17 (Bloomberg) -- It’s a plot better suited for a John Le Carre novel.

    Two Japanese men are detained in Italy after allegedly attempting to take $134 billion worth of U.S. bonds over the border into Switzerland. Details are maddeningly sketchy, so naturally the global rumor mill is kicking into high gear.
    Are these would-be smugglers agents of Kim Jong Il stashing North Korea’s cash in a Swiss vault? Bagmen for Nigerian Internet scammers? Was the money meant for terrorists looking to buy nuclear warheads? Is Japan dumping its dollars secretly? Are the bonds real or counterfeit?


    ...Think about it: These two guys were carrying the gross domestic product of New Zealand or enough for three Beijing Olympics.

    ...These men carrying bonds concealed in the bottom of their luggage also would be the fourth-largest U.S. creditors. It makes you wonder if some of the time Treasury Secretary Timothy Geithner spends keeping the Chinese and Japanese invested in dollars should be devoted to well-financed men crossing the Italian-Swiss border.


    Strange Inconsistencies in the $134.5 Billion Bearer Bond Mystery

    J.S. Kim
    Seeking Alpha
    Thursday, June 18, 2009 (Prison Planet)

    Here’s yet another huge financial story that has been virtually blacked out by the US financial media. Although on the surface, this story appears to be a non-event, if we consider some of the released facts about this case, you will understand why I consider it to be a huge story. On June 8th, the Asia News reported the following story:

    “Italy’s financial police (Guardia italiana di Finanza) has seized US bonds worth US 134.5 billion from two Japanese nationals at Chiasso (40 km from Milan) on the border between Italy and Switzerland. They include 249 US Federal Reserve bonds worth US$ 500 million each, plus ten Kennedy bonds and other US government securities worth a billion dollars each. Italian authorities have not yet determined whether they are real or fake, but if they are real the attempt to take them into Switzerland would be the largest financial smuggling operation in history; if they are fake, the matter would be even more mind-boggling because the quality of the counterfeit work is such that the fake bonds are undistinguishable from the real ones.”

    ...Given that the discovery of $134.5 billion of bearer bonds in the suitcases of two Japanese nationals in Chiasso, Italy on the border of Switzerland qualifies as one of the largest smuggling operations in history, and given the various implications of such an act and the possible players involved, the silence regarding this huge story is simply stunning. It is not a huge story, per se, because of the counterfeiting operation, because accusations and revelations of massive money counterfeiting operations have occured in the past. It is a huge story, rather, due to all the inconsistencies of the story and the potential explanations that could explain these inconsistencies. The larger story at hand is, who are the players (nations) involved, and what was the intention of this likely counterfeiting operation?


OAM 591 18-06-2009 20:18 (última actualização: 18-06-2009 16:30)

sábado, março 28, 2009

G20-London 2

Lula é menos racista do que parece
O presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva disse que a crise económica foi causada por "brancos de olhos azuis" e que é errado pensar que negros pobres ou povos indígenas devam pagar pelos seus erros. — BBC.



Lula da Silva, presidente do emergente Brasil, arrasa a diligência oportunista de Gordon Brown para levar a Cimeira de Londres do G20 a deixar tudo na mesma — isto é, a facturar às classes médias e sobretudo a milhares de milhões de pobres em todo o planeta 64 anos de capitalismo de casino (desde Bretton Woods), à conta do qual a maior nação do mundo —os EUA—, mas também o Reino Unido e uma boa fatia da Europa, se endividaram alegremente à conta do saque colonial e neo-colonial dos países com recursos energéticos e matérias primas essenciais, como se a sorte da humanidade fosse um Jogo do Monópolio onde os bancos centrais se entretêm a imprimir papel de cada vez que precisam de mais dinheiro, os vampiros da especulação se divertem a destruir empresas e a fabricar quimeras bolsistas, e os governos e nomenclaturas partidárias se deixam avidamente corromper até à medula.

O ponto a que chegámos é este: há uma inimaginável dívida acumulada no buraco negro dos mercados de derivados que é impossível pagar! Mas como o que caracteriza uma dívida é que ela sempre se paga —ou por quem deve, ou por quem emprestou— estamos metidos num sarilho de proporções trágicas. Centenas de milhar de empresas, centenas de bancos e fundos de pensões, milhões de famílias e dezenas de estados irão à falência na sequência do grande crash bolsista que ainda não ocorreu mas irá ocorrer, este ano ou até 2012. A cimeira de Londres é uma tentativa desesperada, sobretudo das elites americanas e inglesas (os tais brancos de olhos azuis), de evitar ir para onde a sua irresponsável e criminosa pirataria os levou: à falência! Querem como sempre continuar a beber os mais caros Champagne (Dom Perignon, Diadema Diamante e Heidsieck ), a snifar coca Colombiana em notas de 500 euros, a degustar ovas de Beluga em salvas de prata, a conduzir Bugattis forrados a couro de vitela, e a dispor de carne adolescente em bacanais exclusivos. Ou seja, querem, como sempre, que sejam os outros, nomeadamente os pobres, pretos, asiáticos e índios a sofrer e pagar!

Eu sou branco, mas como boa parte dos portugueses tenho sangue de várias cores. Do Brasil veio um bisavô alemão, loiro e de olhos muito azuis, e uma bisavó princesa índia — de Belém do Pará. De Portugal veio seguramente muito sangue celta, judeu e algum negro dos idos tempos da escravatura, quando muito escravo se miscigenou com a já então antiga miscelânea galaico-lusitana. Lula não fez uma afirmação racista. Falou sim através de uma poderosa metáfora, em defesa da esmagadora maioria da população mundial, que não é de facto responsável —mas está a pagar as favas— pela luxúria e pirataria assassina que nos conduziu a todos para esta dramática e perigosa situação.

Ou metemos na ordem o sistema internacional e regressamos ao padrão confiável do ouro e da prata, abandonando definitivamente a especulação cambial (FOREX) e a falsificação monetária legalizada (fiat money, money out of thin air) que vigoram desde 1914 e são literalmente responsáveis pela destruição em curso do planeta e da civilização, ou caminharemos muito rapidamente para o colapso. É preciso explicar isto às pessoas. E de caminho, é preciso meter isto nas cabeças obtusas dos economistas e das nomenclaturas político-partidárias deste mundo.

A estes últimos recomendo a leitura urgente de um livro: Gold Wars, de Fernidand Lips.

OAM 564 28-03-2009 11:34

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Portugal 76

Os coveiros da pátria
Estamos perante a ameaça de uma insolvência global, que atingirá fatalmente as economias mais endividadas, como a portuguesa.

S&P corta "rating" de Portugal
21-01-2009 (Jornal de Negócios) A Standard & Poor’s cortou hoje o "rating" da dívida pública da República Portuguesa, de AA- para A+, afirmando que as reformas estruturais delineadas pelo Governo são insuficientes para o país continuar a merecer a notação anterior.

E se Portugal, por incapacidade de mais e mais endividamento, um dia destes suspender os pagamentos devidos às instituições de crédito internacionais? Que sucederia? Voltaríamos ao escudo, ou simplesmente passaríamos a figurar num sub-agrupamento do Euro caracterizado por maiores dificuldades de acesso ao crédito internacional e juros bem mais elevados?
UK cannot take Iceland's soft option
21-01-2009 (Telegraph.co.uk) — Britain has foreign reserves of under $61bn dollars (£43.7bn), less than Malaysia or Thailand. The foreign liabilities of the UK banks are $4.4 trillion – or twice annual GDP – according to the Bank of England. The mismatch is perilous.

It is why sterling has crashed 10 cents from $1.49 to $1.39 against the dollar in two days. The markets have given their verdict on Gordon Brown's latest effort to "save the world".

Credit default swaps (CDS) measuring risk on British debt have reached an all-time high of 125 basis points, just below Portugal.

...

Standard & Poor's has quashed rumours that it will soon strip Britain of its AAA credit rating – an indignity averted even after the International Monetary Fund bail-out in 1976. But there was a sting yesterday as it responded to the Treasury plan for the banks. "Market confidence in the sector has eroded to such a degree that it is not clear whether these measures by themselves will bring about a material improvement," the IMF said. "As a result, full nationalisation of some banks remains a possibility in our view." — Ambrose Evans-Pritchard.

O actual governo, em particular José Sócrates e o seu ministro das finanças (o pior da Europa), não se cansam de mentir compulsivamente aos portugueses.

Quando em 2005 se explicava pacientemente neste blogue (1) que o aeroporto da Ota não passava de uma quimera arquitectada pela associação entre a indolente e corrupta burguesia burocrática que domina este país, e a família do Bloco Central; ou lançávamos avisos, em Março de 2006 (2), sobre a iminência de um colapso financeiro, fruto do pico petrolífero e de uma bolha especulativa global, as alegres araras da tríade neoliberal que sequestrou o PS martelavam em cada dia da sua incansável agenda de propaganda, a caminhada de Portugal para o pelotão da frente dos países desenvolvidos deste planeta (3).

Nem com os disparates recorrentes proferidos pela figurinha despachada pelo BES para o actual governo, o indescritível Manuel Pinho, a nossa desgraçada, falida e subserviente comunicação social, percebeu que era chegada a hora de desmontar as ilusões criadas e alimentadas incessantemente por um governo dirigido por uma personagem de opereta manifestamente mal formada e conhecida apenas por dois dos seus nomes próprios: José Sócrates.

Nem depois de aqui termos anunciado pela primeira vez que a nossa dívida externa ultrapassava os 200% do PIB, facto muito mais grave do que o défice orçamental de 3%, ou que em 2005 crescíamos apenas a 0,3% ao ano (4), estando por isso a nossa economia, de facto, estagnada, os economistas (exceptuando Medina Carreira) e os jornalistas especializados em temas económicos se decidiam a falar verdade.

Foi preciso ver cair o BCP, o BPN e o Banco Privado para que as campainhas começassem a tinir. Foi preciso ver a Caixa Geral de Depósitos passar pela vergonha de não conseguir a totalidade do empréstimo que pretendeu contrair no estrangeiro, para acordarmos para a dura realidade. Foi preciso ouvir Miguel Cadilhe denunciar num inquérito parlamentar a cumplicidade do Banco de Portugal no silenciamento do affair BPN/Sociedade Lusa de Negócios, para que todas as aves de rapina do Bloco Central tocassem a reunir, como se, agora mais do que nunca, a salvação da sua pele dependesse de uma solidariedade tipicamente mafiosa. Foi preciso regressar ao caso Freeport (5), desta vez sob a pressão impiedosa da pirata-mor inglesa e dona de alguns dos mais importantes off-shores do planeta, a rainha de Inglaterra, para que o céu da tríade de Macau começasse a cair em cima da maioria socialista, porventura de forma irremediavelmente fatal.

Manuela Ferreira Leite, ao apelidar José Sócrates de "coveiro da pátria", apesar da agressividade retórica, acabou por colocar o dedo na ferida. Numa ferida, porém, de que o seu querido PPD-PSD é cúmplice activo. O coveiro da pátria é todo o Bloco Central, e não apenas o PS, nem apenas o PPD/PSD.

Assim, quando Manuela Ferreira Leite anuncia o fim do TGV, rasgando alegremente acordos internacionais reiteradamente subscritos, mas não do novo aeroporto de Alcochete, nem das desnecessárias e criminosas barragens, nem do excesso de autoestradas anunciadas, temo bem que a sua filiação ao clube dos "coveiros da pátria" seja um caso mais sério do que parece.

A situação geral do país aproxima-se rapidamente dum ponto de ruptura. As causas do problema não são apenas endógenas, mas o endividamento galopante para que fomos levados por uma série de decisões estratégicas erradas, da responsabilidade do Bloco Central, contribuiu de modo decisivo para o colapso que ameaça lançar Portugal numa das piores crises económicas, socais e políticas da sua história.

O factor de aceleração, é certo, vem agora de fora. Tanto pior para nós!

O mundo caminha para uma crise de insolvência sem precedentes (6). Por outro lado, a travagem brutal da circulação monetária mundial tem um efeito semelhante ao de uma onda de proteccionismo (7). A verdade é que não há dinheiro para manter a economia mundial a funcionar com as assimetrias que são conhecidas, sobretudo porque não foi o dinheiro que a fez mover nas últimas três décadas, mas antes a dívida mundial! Uma descomunal dívida sistémica, em cima da qual foram sendo construídos casinos de bem estar ilusório, que agora começam a tombar sob o impacto de um imparável efeito de dominó.



NOTAS
  1. 02-07-2005 (O António Maria) — Mas poderá realmente a Portela manter-se por muito mais tempo onde está? Poderiam as pistas do Montijo e de Tires, e novas obras na Portela, configurar uma solução sustentável até 2020-2030? As opiniões dividem-se... e os estudos técnicos também. Segundo Rui Rodrigues, a queda da taxa de crescimento do número de voos e de passageiros, em consequência de novas e mais rápidas ligações ferroviárias entre Lisboa e Madrid (AV e VE), afastaria, pelo menos para já, a necessidade imperiosa de equacionar a construção de uma nova infraestrutura de raiz. O argumento parece razoável, e ainda mais se lhe acrescentarmos os efeitos expectáveis de uma alta contínua do preço do petróleo (praticamente inevitável no actual quadro mundial de aproximação do chamado Peak of Oil Production). Em todo o caso, se um dia tivermos que avançar para um novo aeroporto internacional que altere radicalmente o actual estado de coisas, então a solução mais conforme com a inadiável actualização das nossas prioridades estratégicas no novo contexto europeu estará seguramente ao Sul do Tejo (Rio Frio...) e não no beco da Ota. — in O Lobby da Ota e o velho eixo Norte-Sul.

  2. 02-03-2006 (O António Maria) Num cenário de catástrofe financeira mundial, é de prever a falência de centenas de bancos e sociedades de investimento, já para não falar da falência de algumas dezenas de Estados (congelamentos de salários e pensões de reforma, despedimentos nas Administrações Públicas, subidas vertiginosas de impostos, derivas nacionalistas, etc.) Se a crise vier a ocorrer, como se teme, não será fácil evitar o pânico. Mas se estivermos alerta, poderemos evitar o pior, e preparar-nos com coragem para uma longa e dolorosa metamorfose. — in Maomé e a próxima guerra nuclear.

  3. 05-08-2006 (O António Maria) — Segundo os valores estimados para 2005, dos 214 países considerados, mais de metade (110) crescia a valores do PIB entre 4% e 26,4%. Cresciam a 8% ao ano, ou mais, 24 destes países. A generalidade dos chamados países desenvolvidos crescia abaixo dos 4%. A União Europeia, por sua vez, crescia a uma média de 1,7% ao ano. Portugal, ocupando a posição 202 entre 214 países, crescia tão só a 0,30% ao ano...
    Dizer que este país cresce abaixo da média da União Europeia é, como se vê, uma verdade piedosa sobre a crise que efectivamente atravessa. Piores que os lusitanos apenas há 12 países: Itália, Tanzânia, Niue, Dominica, Monserrate, Saint Kitts and Nevis, Guiana, Iraque, Malawi, Seychelles, Maldivas, Zimbabwe. — in Os sete pecados mortais de um país.

  4. 27-08-2007 (O António Maria) — O que não deixa de ser assustador é o facto de os americanos terem conseguido exportar largas porções do seu crédito mal-parado para o resto do planeta e em particular para a Europa (razão pela qual a crise do subprime atingiu tão duramente a banca alemã e francesa). O que não deixa de ser caricato é que a tão propalada "mão invisível" do mercado se chame afinal BCE e Fed, e que venha aflita socorrer os especuladores, criando para eles taxas de juro especialmente favoráveis, enquanto mantem em alta as taxas dos juros hipotecários das famílias cada vez mais endividadas da América, da Europa e do resto do Mundo! — in O fim da confiança no dólar.

  5. Caso Freeport: polícia faz buscas a tio de Sócrates e ao advogado Vasco Vieira de Almeida 22.01.2009 - 14h28 Romana Borja-Santos (Público)

    O Departamento Central de Investigação e Acção Penal e a Polícia Judiciária realizaram hoje, no âmbito do caso Freeport, buscas na casa e empresas de Júlio Carvalho Monteiro, empresário e tio materno de José Sócrates, e no escritório de advogados de Vasco Vieira de Almeida, noticia a edição online do semanário “Sol”. De acordo com o jornal, em causa estão suspeitas de corrupção no processo que permitiu a construção do “outlet”, em Alcochete, e cujo inquérito criminal começou em Fevereiro de 2005.

  6. Phase IV of the systemic crisis: The sequence of global insolvency begins
    GEAB N°31 (January 16, 2009)

    In 2007, LEAP/E2020 announced that US banks and consumers were both insolvent. More than a year ago, our team estimated that USD 10,000-billion worth in « ghost-assets » would vanish in the crisis. Both announcements came in complete opposition with the common opinion of that time; however they proved perfectly justified in the months after. In the same line, LEAP/E2020 today estimates that a new sequence of the fourth phase (so-called « decanting phase ») of the unfolding global systemic crisis has began: the sequence of global insolvency.

    (...)

    Contrary to what political leaders and their central bankers seem to believe worldwide, the problem of liquidity that they are striving to solve by means of historic interest rate drops and unlimited money creation, is not a cause but a consequence of the current crisis. It is in fact a problem of solvency which is digging « black holes » where liquidities disappear, whether we call these holes bank balance sheets, household debt, corporate bankruptcies or public deficits. In consideration of the fact that a conservative estimation of these “ghost-assets” reaches already USD 30,000-billion, our team considers that the world is now facing a situation of general insolvency affecting in the first place the most indebted countries and organizations (public or private) and/or those depending most on financial services.

    (...)

    How to make the difference between a crisis of solvency and a crisis of liquidity? The difference between a crisis of liquidity and a crisis of solvency can appear rather technical and in the end not very decisive concerning the evolution of the current crisis. However it is not a simple academic dispute; indeed, according to the answer to that question, the actions taken by governments and central banks will either be useful or utterly useless, if not dangerous. A simple example can help to understand what is at stake. If you meet a temporary problem of cash, and if your bank or your family agrees to lend you the money you need to cross over that difficult path, their effort is mutually beneficial. Indeed, you can resume your activity, you can pay your employees and yourself, your bank or your family get their money back (with an interest in the case of the bank), and the economy in general benefited from a positive contribution. But if your problem is not due to a question of cash-flow but to the fact that your activity has ceased to be profitable and will never be again because of new economic conditions, then the effort made by your bank or family becomes all the more dangerous that it was substantial. Indeed, in all likelihood, your first call for funds will soon be followed by more calls, always matched with promises (honest ones we suppose) that difficult times are about to be over. The more your bank or your family has lent you (and therefore the more it would lose if your activity is stopped) the more willing they will be to continue helping you. However if the situation worsens, and it will if it comes from a problem of profitability, there is a moment when the limits are reached: on the one hand, your bank will decide that there is more to lose in keeping supporting you than in letting you down; on the other hand, your family ends up with no money left because you have siphoned its entire savings. Then it appears clearly to everyone not only that you are insolvent or bankrupt, but that you dragged down with you your family or your bank4. You have thus dealt a severe blow on the economy around you, including on your close relatives5. It is important to highlight the fact that all this could take place in all sincerity because you were not aware of the impact on your activity of a sudden change in the economic context disrupting the conditions of your profitability.

    According to LEAP/E2020, this simple example illustrates perfectly the situation prevailing today throughout the entire global financial system, a large part of the world economy and all the economic players (including States) who based their growth on debt in the past years. The crisis translates and magnifies a problem of global insolvency. The world is becoming aware of the fact that it is a lot poorer than it used to believe in the last decade. And 2009 is the year when all the economic players must try to assess their real level of solvency, knowing that many assets are still losing value. Moreover a growing number of investors no longer trust the traditional instruments and indicators of measurement. Quoting agencies have lost all credibility. The US Dollar is just a fiction of international monetary unit and many countries are striving to get away from it as quickly as possible. Thus, quite rightly, the entire financial sphere is suspected of being a giant black hole. Concerning companies, no one can tell if their order books are reliable, because in every sector customers cancel their orders, or just stop buying, even when prices are discounted, as indicated by dropping retail sales in the past few weeks. Concerning States (and municipalities), slumping fiscal revenues are likely to result in even higher deficits and then bankruptcies. As a matter of fact, Russian billionaires, Gulf oilmonarchies, Chinese commercial Eldorados, all the « golden-egg geese » of companies and financial institutions of the planet (namely European, Japanese and North-American ones) turn out to be insolvent or hardly solvent. The question of the solvency of the US federal State and federated states (as well as of Russia or the United-Kingdom) is beginning to be asked by some big international media; as well as the question of the solvency of large capital-based pension funds, major players in this past twenty years’ globalised economy.

    According to LEAP/E2020, the trend is clear: the sequence that has begun this year is a sequence of global insolvency.

  7. Where did all the money disappear? Liquid fantasies
    by Satyajit Das, December 15, 2008 (Prudent Bear)

    In recent years, money was cheap and other assets were expensive. But as each of the global economy’s credit creation engines breaks down and systemic leverage declines, money becomes scarce and expensive, triggering adjustments that are reversing the run-up in asset prices.

    In this current financial crisis, the quantum of available capital, the munificent resources of central banks and sovereign wealth funds, and the globalization of capital flows may be some of the accepted "facts" that are revealed to be grand illusions. As Mark Twain once advised: "Don’t part with you illusions. When they are gone, you may still exist, but you have ceased to live."

    ...

    It is not easy to fix the problem. Redirection of capital held in central banks and sovereign wealth funds to domestic economies affects the global capital flows needed to finance the debtor countries, such as the United States, and recapitalize the banking system. Maintenance of the cross border capital flows to finance the debtor countries budget and trade deficits slows down growth in emerging countries and also perpetuates the imbalances.

    Trade has become subordinate to and the handmaiden of capital flows. As capital flows slow down, global trade follows. Indirectly, the contraction of cross border capital flows and credit acts as a barrier to trade. In each case, deleveraging is the end result.

    This opens the way to "capital protectionism." Foreign investors may change their focus and reduce their willingness to finance the United States. Wen Jiabao, the Chinese prime minister, indicated that China’s "greatest contribution to the world" would be to keep its own economy running smoothly. This may signal a shift whereby China uses its savings to invest in the domestic economy rather than to finance U.S. needs.

    China and other emerging countries with large reserves were motivated to build surpluses in response to the Asian crisis of 1997-98. Reserves were seen as protection against the destabilizing volatility of short-term capital flows. The strategy has proved to be flawed.

    It promoted a global economy based on "vendor financing" by the exporting nations. The strategy also exposed the emerging countries to the currency and credit risk of the investments made with the reserves. Significant shifts in economic strategy are likely. Zhou Xiaochuan, governor of the Chinese central bank, commented: "Over-consumption and a high reliance on credit is the cause of the U.S. financial crisis. As the largest and most important economy in the world, the U.S. should take the initiative to adjust its policies, raise its savings ratio appropriately and reduce its trade and fiscal deficits."

    More ominously, Chinese President Hu Jintao recently noted: "From a long-term perspective, it is necessary to change those models of economic growth that are not sustainable and to address the underlying problems in member economies."

    ...

    The slowdown in the credit and liquidity processes outlined may have long-term effects on global trade flows. The volume of world traded, according to the World Bank, may contract by 2.1% in 2009. This contrasts with growth of 9.8 % 2006 and an estimated 6.2 % in 2008. The expected drop for 2009 is more severe than the last major contraction in trade volume of 1.9 % in 1975.

    ...

    The global liquidity process was multifaceted. There was traditional domestic credit creation system built on the fractional reserve system that underpins banking. The leverage in the system was pushed to extreme levels. Losses and renewed regulation are forcing this system of credit creation to shut down.

    The foreign exchange reserve system was another part of the global credit process. Dollar liquidity recirculation has also slowed as a result of reduced trade flows (driven by declines in U.S. consumption and imports), losses on dollar investments, domestic claims on reserves and the inability to readily mobilize large amount of reserves.

    Another credit process − the export of yen savings via the yen carry trade and acquisition of foreign assets by Japanese investors − has also slowed.

    ...

    Markets placed great faith in the volume of money available to support asset prices and assist in alleviating shortages of liquidity. The perceived abundance of liquidity was, in reality, merely an illusion created by high levels of debt and leverage as well as the structure of global capital flows. As the financial system deleverages, it is becoming clear, unsurprisingly, that available capital is more limited than previously estimated.

OAM 520 22-01-2009 18:05 (última actualização: 23-01-2009 12:00)

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Crise Global 56

Espanha: a caminho da depressão?
La industria ingresa más de 400 millones por la venta masiva de CO2

Las empresas comercializan los derechos de emisión que recibieron gratis del Gobierno - El sistema incentiva los paros en las fábricas para obtener liquidez

RAFAEL MÉNDEZ - Madrid - 19/01/2009 (El País) — Qué ironía. Durante años la industria ha presionado contra la limitación de emisiones de dióxido de carbono que imponía el Protocolo de Kioto. Sin embargo, al cumplirse el primer año de entrada en vigor del protocolo, la industria pesada, especialmente la ligada al sector de la construcción (azulejeras, ladrilleras, cementeras...), ha vendido los derechos de emisión de entre 20 y 25 millones de toneladas, con lo que han ingresado entre 400 y 500 millones de euros, según la estimación de Ismael Romeo, director general de Sendeco2, la bolsa española de CO2.

Outros dados reveladores (El País, 17-01-2008 p.15):
  • pior recessão dos últimos 50 anos
  • desemprego: 2008 = 11,1%; 2009 = 15,9%; 2010 = 15,7%; 2011 = 14,9%
  • PIB: 2008 = 1,2%; 2009 = -1,6%; 2010 = 1,2%; 2011 = 2,6%
  • Défice público: 2009 = -5,8%; 2010 = -4,8%; 2010 = -4,8%; 2011 = -3,9%
  • redução do tráfego TIR = 30%
  • redução da produção industrial em Novembro 2008 (face a período homólogo de 2007) = 15%
  • preço da tonelada de CO2 baixou de 29 para 12 euros
  • empresas industriais vendem mais de 20 milhões de toneladas de CO2
  • plano de estímulo (plurianual): 90 mil milhões de euros
É caso para perguntar o que pensam os portugueses fazer? A discussão patética entre o governo Sócrates e a desmiolada Oposição parlamentar augura o pior! Onde está o plano de emergência até 2011? Onde ?!

A declaração da Manuela Ferreira Leite (e de mais alguns economistas ignorantes e preguiçosos) sobre a rede de Alta Velocidade é todo um tratado de estupidez política e submissão à vertente mais bronca e corrupta do Bloco Central do Betão. No fundo, a dona de casa do PSD está simplesmente à mercê do homem da mala e dos fundos negros das construtoras. Foi chão que deu uvas!


OAM 516 19-01-2009 12:19

domingo, novembro 30, 2008

Crise Global 46

Liquidez total

Um longo Inverno
Metade do PIB de 2007 para salvar sistema financeiro americano

U.S. Pledges Top $7.7 Trillion to Ease Frozen Credit
By Mark Pittman and Bob Ivry

Nov. 24 (Bloomberg) -- The U.S. government is prepared to provide more than $7.76 trillion on behalf of American taxpayers after guaranteeing $306 billion of Citigroup Inc. debt yesterday. The pledges, amounting to half the value of everything produced in the nation last year, are intended to rescue the financial system after the credit markets seized up 15 months ago.

The unprecedented pledge of funds includes $3.18 trillion already tapped by financial institutions in the biggest response to an economic emergency since the New Deal of the 1930s, according to data compiled by Bloomberg. The commitment dwarfs the plan approved by lawmakers, the Treasury Department’s $700 billion Troubled Asset Relief Program. Federal Reserve lending last week was 1,900 times the weekly average for the three years before the crisis.

When Congress approved the TARP on Oct. 3, Fed Chairman Ben S. Bernanke and Treasury Secretary Henry Paulson acknowledged the need for transparency and oversight. Now, as regulators commit far more money while refusing to disclose loan recipients or reveal the collateral they are taking in return, some Congress members are calling for the Fed to be reined in.

As principais economias industriais do planeta caminham paulatinamente para uma prolongada deflação, com as respectivas taxas de juro a tender para zero. Entre Janeiro e Fevereiro de 2009 as taxas de juro de referência dos bancos centrais cairão para 2,5% na Eurolândia, 1% ou menos nos Estados Unidos, e 0,1-0,15% no Japão (1). Os países produtores de matérias primas, pelo contrário, verão os respectivos juros subir, fixando a liquidez própria e desviando grandes fluxos de capital na direcção das suas economias.

Ao contrário do que pensa a Esquerda leviana, aumentar as responsabilidades financeiras dos Estados, das empresas e das pessoas, na situação de endividamento estrutural em que se deixaram cair os Estados Unidos e a Europa, prolongando a ilusão de um crescimento à custa do consumo, não só não vai resolver os problemas, como irá agravá-los.

No quadro da imprevisibilidade extrema actual, a que se vêm somar os efeitos catastróficos das alterações climáticas, as prioridades devem ser outras:
  • regular drástica e imediatamente os mercados financeiros;
  • dar prioridade absoluta à eficiência energética;
  • restabelecer a prevalência do capital natural sobre o capital resultante da exploração
  • reinventar os paradigmas de crescimento;
  • criar emprego produtivo
As tentativas insistentes de tapar com dinheiros públicos o buraco negro dos Derivados confeccionados pelas Donas Brancas que dominaram a especulação mundial das últimas duas décadas, são não apenas imorais, mas também inúteis (2), colocando em risco a estabilidade política de inúmeros países, e a própria paz mundial.

O simples facto de Portugal inscrever no seu Orçamento de Estado a possibilidade de hipotecar mais de 10% do PIB no saneamento de instituições bancárias e financeiras à beira do colapso, em vez de apostar na destruição criativa dos especuladores, em linha com o tipo de recomendações que os neo-liberais gostam de sugerir aos sectores produtivos tradicionais, revela até que ponto podemos estar a cavar a nossa própria sepultura.

A proporção dos Derivados na Liquidez Total sugere claramente que a única saída possível é cortar as ligações existentes entre a economia real e o vórtice destrutivo da economia especulativa gerado pela bolha do Subprime. A primeira deve ser saneada e merecer novas estratégias e novos financiamentos. A segunda, por não passar duma ficção informática, deve ser apagada, pura e simplesmente, do sistema! O senhor Stanley Ho não salva da ruína os jogadores que apostam no seu casino. A mesma receita deve ser aplicada, naturalmente, aos especuladores de Wall Street e do Banco Privado.


NOTAS
  1. China downturn deepens, European rate cut sought

    Thu Nov 27, 2008 4:38pm EST (REUTERS) — By Keith Weir

    LONDON (Reuters) — China warned on Thursday that its economic downturn could threaten stability as pressure grew on the European Central Bank to make a big cut in interest rates to help contain the global financial crisis.
    ...

    "The euro zone is in a deep recession, upping the pressure on the ECB to cut interest rates further," said Christoph Weil, economist at Commerzbank. "We envisage a first move next week on a scale of 75 basis points to 2.5 percent."
    ...

    Central banks around the globe have slashed interest rates to try to ease the flow of credit and restart stalled economies.

    Economic sentiment in Europe's single currency zone hit 15-year lows in November and inflation expectations plunged, boosting the case for a big rate cut from the European Central Bank next week.


    Mizuno Opposed Bank of Japan’s October Rate Cut

    Nov. 27 (Bloomberg) -- Bank of Japan board member Atsushi Mizuno voted against the Oct. 31 decision to cut interest rates, saying the central bank should focus on measures to promote the flow of money through the financial system, minutes show.
    ...

    “Further deterioration in the economy will require more action, irrespective of Mizuno’s stance,” said Masamichi Adachi, senior economist at JPMorgan Chase & Co. in Tokyo. Adachi predicts the key rate will be lowered to 0.1 percent or 0.15 percent in February.

  2. Major US banks worse than Japan's zombies?
    Why aren't massive expansions of banking reserves by the Fed working this time?
    By FRED, iTulip Administrator, in iTulip (2008-12-02).

    Back in September 2008 posted this chart that shows the Fed vastly expanding reserves for member banks. We show the expansion as a percentage rather than an absolute change because the numbers are so large as to be meaningless. The real story is the proportion relative to past crisis -- real, as in the case of 9/11, or imagined, as in the case of Y2K:
    ...

    iTulip: What do you make of the extraordinary levels of bank reserves that the Federal Reserve is pumping into the Federal Reserve System, now at more than 600% higher than November 2007 levels?

    Dr. B: Think of the commercial banks that take loans from the Federal Reserve banking system as a person and the money that flows through them as the blood in a person's body. Now think of that person as injured. When he suffers a severe injury and loses blood, the Fed gives him an emergency money transfusion. You can see in your chart below the money transfusions in late 1999 just before the end of the year, due to the Y2K scare -- false, as it turns out -- and in 2001 after 9/11. Some believe that the withdrawal of reserves in mid 2000 caused the market decline that led to the recession of 2001.

    Dr. B: After the injury is operated on and healed and the patient is producing his own money again, the money that was added earlier by the Fed's transfusion is drained back out. As you can see from your chart above, the transfusions usually take two to six months and typically six months or after the crisis is over are gradually withdrawn over a period of several months to return total money in the system to pre-crisis levels.”

    iTulip: That makes sense. But why has the Fed this time had to continue to transfuse money? Why are the transfusions so huge and why do the transfusions seem to not be working? Is he still bleeding and the money is pouring through the system? If you try to compare previous expansions with this one on the same chart on the same scale, the differences are quite stark.

    Dr. B: My theory is, and I admit not everyone will agree with it, is this: the patient is dead.

    iTulip: Interesting. That does not bode well for the efficacy of future transfusions.

    Dr. B: No it does not. They can keep the intravenous tube hooked up to a pint bottle or a 100 gallon drum of blood but it doesn’t matter if the blood is not circulating through the patient so he can to take it in.

    iTulip: Controversial. I see why you are giving this to us on the sly. What evidence do you have to support this theory?

    Dr. B: Note that many smaller banks that do not operate as part of the Fed system are working just fine.

    iTulip: Go on.

    Dr. B: The reason: Credit Default Swaps. It is now well understood that CDS are at the root of today’s financial crisis. Your readers have known that risk since 1999 when you first posted Someone Please Turn on the Lights. Some have suggested the simple expedient of canceling them all, declared all of the CDS contracts null and void.

    iTulip: That will bring the dead patient back to life, assuming as you assert that he is dead?

    Dr. B: CDS certainly killed him but removing them is no cure.

    iTulip: Why not?

    Dr. B: Federal Reserve Bank of New York Staff Report no. 276 "Credit Derivatives and Bank Credit Supply" by Beverly Hirtle, February 2007 concluded that all of the nation’s largest banks used credit default swaps not to protect existing assets but to expand their balance sheets between 1997 and 2006.

OAM 482 29-11-2008 23:30 (última actualização; 02-12-2008)

quinta-feira, novembro 27, 2008

Crise Global 45

Europa, sem direcção económica
Sócrates abandona finalmente a tagarelice em volta das Grandes Obras Públicas

Depois de ouvir hoje Durão Barroso, Joaquín Almunía e Angela Merkel fiquei com uma certeza: a Europa anda à deriva e não sabe o que fazer perante a tempestade que não amaina e ameaça lançar dezenas de países na bancarrota, elevando para níveis altíssimos a probabilidade de ocorrência de golpes de Estado, guerras civis e revoluções, e não apenas fora da Europa.

Enquanto o Reino Unido decide baixar o IVA para os 15% (menos do que é imposto aos açorianos e madeirenses), permitindo-se ao mesmo tempo elevar o défice orçamental para 8% (o da Irlanda chegará aos 6,8% em 2009), no resto da União a receita é basicamente esta: que cada um faça o que entender! Bruxelas será tolerante na questão dos procedimentos por défice excessivo e, por outro lado, disponibilizará uns míseros 30 mil milhões de euros para mitigar a grande seca monetária que persiste.

O pacote imaginário é de 200 mil milhões, mas compete aos membros da União buscarem a maioria da massa: 170 mil milhões de euros! Como? Aumentando o sobre-endividamento de países como Portugal, Reino Unido, Alemanha, França, Holanda, Irlanda, Bélgica, Espanha, Itália, Áustria, Suécia, Dinamarca, Noruega (ver ranking)? De que maneira? Emitindo Obrigações e Certificados de Aforro a torto e a direito? Ou pondo as rotativas do Euro a espirrar óleo pelos tambores, como fizeram americanos e japoneses, com os lindos resultados conhecidos? Ou ambos?! Aumentar as dívidas públicas da Europa para salvar bancos e fortunas temerárias não conduzirá a nada se não à salvação de alguns ricos e piratas. O colapso da economia real já começou e é este que tem que ser estancado em primeiro lugar!

A queda do Baltic Dry Index (94% desde o princípio de 2008) é provavelmente o mais recente e sério indicador da gravidade da actual crise de crédito mundial. A maioria do comércio internacional faz-se por barco. E para exportar/importar mercadorias, há séculos que se utilizam cartas de crédito. Os intermediários destas cartas de garantia são os bancos. No entanto, face à escalada da actual crise de liquidez, os bancos deixaram de emitir este tipo de documentos, ou emitem-nos a conta gotas. Resultado: o comércio mundial está literalmente a parar, como se fosse uma corrente sanguínea obstruída por uma válvula presa. As matérias primas e os alimentos-base deixam de circular, o aço escasseia, as fábricas de automóveis e têxteis param, o trigo com que se faz o pão chega cada vez mais devagar, ou deixa de chegar. Como consequência deste nó górdio, por exemplo, a construção de navios está a diminuir drasticamente na China e na Índia, fechando estaleiros e lançando milhares de operários no desemprego. A recente baixa das taxas de juro decretada pelas autoridades chinesas, como medida para estimular o consumo interno, é toda uma lição amarga sobre a dimensão da primeira crise económica global.

Criar mais dívida e alimentar a ilusão de que o desenvolvimento poderá continuar a depender do crescimento desmiolado do consumo é o caminho mais directo para o abismo. Socorrer apenas os banqueiros e os especuladores, como se daí viesse algo de bom, é acreditar que os cérebros do desastre em que nos encontramos (que deveriam ir direitinhos para a prisão sem passar pela casa de partida) podem salvar o que quer que seja. Claro que os bancos são necessários, mas é urgente proceder a uma grande vassourada. Sem uma desratização prévia, nenhum plano de salvamento terá efeitos práticos.

Falta obviamente discutir qual possa ser a melhor solução, visto e revisto o fracasso incluso no pacote de boas intenções hoje anunciado pelos burocratas de Bruxelas. A sugestão de Ann Pettifor (autora do célebre The Coming First World Debt Crisis, publicado em 2006) merece seguramente reflexão.

Propõe ela, em conjunto com outros economistas, o seguinte: um abaixamento do custo do dinheiro nos empréstimos de longo prazo, facilitado pela criação de um mercado obrigacionista cujos principais compradores seriam os bancos centrais. O efeito induzido no resto do sistema financeiro seria então a recuperação da confiança e o regresso da liquidez à economia.

Não estou em condições de me pronunciar sobre a receita. Mas sei uma coisa: o Ocidente tem que regressar à economia real e deixar de passar a vida dentro de automóveis, agarrado ao telemóvel.


REFERÊNCIAS
EU Proposes 200 Billion-Euro Stimulus Against Crisis

Nov. 26 (Bloomberg) -- The European Union is coordinating a 200 billion-euro ($259 billion) stimulus proposal for the 27- nation economy and said more may be needed to limit the impact of the global financial crisis.

The package, to which individual countries will contribute 170 billion euros, is equivalent to 1.5 percent of the 27-nation EU’s gross domestic product. “We may even need more,” European Commission President Jose Barroso said in unveiling the proposal in Brussels today, adding that the plan was an “exceptional response” to an “exceptional crisis.”


Credit, economic woes push sea freight to 9-year low
Wed Nov 5, 2008 12:59am IST

By Stefano Ambrogi

LONDON (Reuters) - The Baltic Exchange's dry sea freight index for global resources trade sank to a 9-year low on Tuesday, as fears of global recession and tight lines of credit suffocated trade, industry experts said.

The London-based index, which tracks prices for carrying commodities like iron ore, coal, grains and cement on top export routes, fell 12 points to 815, its lowest level since February 1999.

"Until we get some sanity back in the banking system, financial stability, the inter-bank lending rates narrowing, economic life in the world is going to continue to be stifled," said Nick Collins a director of dry commodities trade at Clarkson PLC ship consultancy in London.

"Nobody is lending, nobody is buying steel -- ArcelorMittal has cut ouput, most of the steel mills in the West are much the same, people arn't buying cars and that just feeds through," he said.

Collins said that a lack of trade finance -- crucial letters of credit -- that grease the wheels of commerce were also adversely affecting trade.

"Credit underpins the whole of the business world. There are even ships hanging outside China full of cargo waiting to get the banks' approval to discharge it," Collins said drawing on ancecdotal evidence.

The index, used by economists to help predict global growth cycles, is in sight of an all-time low of 554 points struck in July 1986 when bankruptcies plagued the industry.


Baltic Dry Index

By the end of 2008, shipping times had been already increased by reduced speeds to save fuel consumption, but lack of credit meant the disappearance of letters of credit, historically required to load cargoes for departure at ports. Debt load of future ship construction was also a problem for the companies, with several major bankruptcies and implications for shipyards. This, combined with the collapsing price of raw commodities created a perfect storm for the world's marine commerce. Cheaper fuel was no longer able to offset this situation and global letters of credit are beyond the powers of the Federal Reserve. -- in Wikipedia.


The crisis deepens and politicians still don’t get it

24th November 2008 (Debtonation)

Its extraordinary. The Credit Crunch ‘debtonated’ on 9th August, 2007. Today, fully fifteen months later politicians and policy-makers in both the US, the UK and Euroland are still facing crises at banks - and don’t appear to grasp the real nature of the crisis, addressing symptoms instead of causes.
...

Some economists treat the property bubble as the cause of the implosion; I disagree. The credit bubble fueled the property bubble, and all other asset bubbles, and it is the bursting of the credit bubble that has led to the bursting of the property bubble - not the other way around.
...

Governments have helped re-capitalise banks and nationalised a few - but little of this has addressed the cause: the insolvency of individual, household and corporate debtors. The weakness of the finance sector can be explained by the weakness of their debtors - homeowners and employers. Helping the banks, while ignoring homeowners and employers has, not surprisingly, meant no halt to falling house prices and rising job layoffs.
...

The bail-outs of banks have been costly - pushing up government borrowing. The more that government borrowing rises, the more that yields on long-term government bonds (e.g. US Treasuries) rise. . This rise in the cost of government debt pushes up the cost on long-term corporate debt and mortgages…making re-financing and borrowing for companies very expensive - at the height of the severest debt crisis in our history!
...

This is why a group of us - including Graham Turner of GFC Economics - argue that government spending alone will not address the crisis faced by homeowners and companies. Indeed too much government borrowing might make things far worse - because of the impact on long term borrowing costs.

The solution? Simple. Lower long-term borrowing costs.

This can be achieved by central banks buying up long-term government bonds and thereby lowering the yield on these bonds. This in turn will lead to a fall in the interest rates on long-term corporate bonds/loans.


Systemic Risk, Contagion and Trade Finance - Back to the Bad Old Days
Friday, 14 November 2008 (London Banker)

We are now starting to see the contagion effects of the current liquidity crisis feed through to the real economy. We are about to go back to the bad old days. Whether the zombie banks are kept on life support by the central banks and taxpayers of the world is highly relevant to whether the zombie bank executives pay themselves outsize bonuses and their zombie shareholders outsize dividends with taxpayer money. It appears sadly irrelevant to whether the banks perform their function of intermediating credit and commercial transactions in the real economy along the supply chain. The bailout cash and executive and shareholder priorities do not seem to reach so far.

The recent 93 percent collapse of the obscure Baltic Dry Index – an index of the cost of chartering bulk cargo vessels for goods like ore, cotton, grain or similar dry tonnage – has caused a bit of a stir among the financial cognoscenti. What is less discussed amidst the alarm is the reason for the collapse of the index – the collapse of trade credit based on the venerable letter of credit.

...

If cargo trade stops, a whole lot of supply chain disruption starts. If the ore doesn’t go to the refinery, there is no plate steel. If the plate steel doesn’t get shipped, there is nothing to fabricate into components. If there are no components, there is nothing to assemble in the factory. If the factory closes the assembly line, there are no finished goods. If there are no finished goods, there is nothing to restock the shelves of the shops. If there is nothing in the shops, the consumers don’t buy. If the consumers don’t buy, there is no Christmas.

Everyone along the supply chain should worry about their jobs. Many will lose their jobs sooner rather than later.

If cargo trade stops, the wheat doesn’t get exported. If the wheat doesn’t get exported, the mill has nothing to grind into flour. If there is no flour, the bakeries and food processors can’t produce bread and pasta and other foods. If there are no foods shipped from the bakeries and factories, there are no foods in the shops. If there are no foods in the shops, people go hungry. If people go hungry their children go hungry. When children go hungry, people riot and governments fall.

Everyone along the supply chain should worry about their children going hungry.

When that happens, everyone in governments should worry about the riots.

Controlling access to trade finance determines who loses their jobs, whose children go hungry, who riots, which governments fall. Without dedicated focus on the issue of trade finance and liquidity from those in the emerging world most interested in sustaining the growth of recent years, little progress can be expected.Trade finance is rapidly communicating the stress on bank liquidity to the real economy. It presents a systemic risk much more frightening than the collapsing value of bits of paper traded electronically in London and New York. It could collapse the employment, the well being and the political stability of most of the world’s population.


Do our rulers know enough to avoid a 1930s replay?
By Ambrose Evans-Pritchard

20 Oct 2008 (Telegraph) The commodity and emerging market booms are breaking in unison, leaving no more bubbles left to burst. Almost every corner of the world is now being drawn into the vortex of debt deflation.

The freight rates for Capesize vessels used to ship grains, coal, and iron ore have fallen 95pc to $11,600 since May, hence the bankruptcy of Odessa’s Industrial Carriers last week with a fleet of 52 vessels. Cargo deliveries dropped 15.2pc at the US Port of Long Beach last month, but that is a lagging indicator.

From what I have been able to find out, shipping is slowing as fast as it did in the grim months of late 1931. “The crisis is now in full swing across the entire world,” said Giulio Tremonti, Italy’s finance minister. “It is hitting the real economy, the productive forces of industry. It’s global, it’s total, and it’s everywhere,” he said.



OAM 480 27-11-2008 01:56

sábado, novembro 08, 2008

Portugal 51

Também eu quero um Obama!

Ainda sem sabermos até que ponto Barack Obama corresponderá às expectativas nascidas em tantos lugares do mundo, interessa, para já, gozar este intervalo de esperança. Creio que o sentimento se encontra amplamente difundido entre as pessoas de bem e será seguramente estimulante para muitos de nós.

Neste enlevo, e respondendo às preocupações de uma cara amiga e excelente colaboradora desta bitagora (bit agora!), ocorreu-me escrever o que segue:

Temos que regressar à realidade!
Defender quem trabalha, quem produz, quem poupa e quem cria....

Temos que ultrapassar o impasse político do regime.
A cada vez mais caricata, corrupta e exangue democracia portuguesa é um caso sério de deterioração cultural do regime instaurado em 25 de Abril de 1974. Digo "caso sério", por ser aparentemente insusceptível de auto-reforma.

Precisamos, creio, de um novo partido político, pois não vejo nenhum Obama no PS.

Não acredito nem no PCP, nem no BE para uma saída da actual crise. São ambos partidos do sistema, mas meramente retóricos, vocacionados para um tipo de Oposição sem nenhuma vocação de projecção positiva de ideias, nem capacidade de governo.

Por outro lado, a Direita continua num limbo troglodita, sem nenhuma possibilidade de responder à crise institucional que vai ganhando paulatinamente o seu momento de ruptura. A própria MF Leite tem-se vindo a revelar uma decepção. Por um lado, porque é politicamente torpe, e por outro, porque está rodeada de gente contaminada. António Borges (ex-Goldman Sachs) e a sinistra personagem que dá pelo nome de José Luís Arnaut são suficientes para liquidar, em duas penadas, a alternativa PSD à captura do PS pela tríade de Macau.

E quanto a Cavaco.... uma incógnita que não me inspira, apesar das invectivas que lhe venho dirigindo para existir, nenhuma confiança. Estamos, pois, num aparente beco sem saída!

Vou continuar a acompanhar de perto as tendências subterrâneas da actual situação.... com a ajuda de alguns amigos atentos que me têm ajudado a ler mais rapidamente a presente situação nacional e internacional. Estamos, creio, numa corrida feia em direcção a algumas ravinas perigosas... e francamente não sei se teremos tempo de mitigar a tempo os problemas e atacar criativamente a actual crise.

Um Obama entre nós? Onde?


OAM 473 08-11-2008 11:49

quinta-feira, novembro 06, 2008

Portugal 50

Legislativas, já! (II)
Lapso do Expresso envolve Estado e empresas nacionais no caldeirão dos CDS

Esta mensagem serve menos para reiterar e esmiuçar as razões que, na minha opinião, fundamentam a necessidade de uma intervenção do Presidente da República, lancetando o pus da actual crise sistémica na economia, nas finanças e no próprio regime, mas para corrigir uma notícia do Expresso online desta manhã, que estava mal redigida, e misteriosamente desapareceu por volta do meio-dia, reaparecendo sob a forma de uma correcção, mas não de um pedido de desculpas, às 18:04.

A notícia publicada afirmava que Estado português e empresas nacionais esbracejavam no caldeirão dos Credit Default Swap (CDS), levando-me a transcrever um erro, e a causar inadvertidamente algum pânico. Na realidade, Portugal, por via das gigantescas e má notadas dívidas do Estado e de vários bancos e grandes empresas portuguesas, aparece na recente lista de contratos e entidades envolvidas nos (ou a que se referem os) famigerados CDS, cuja divulgação pública teve início este mês e é da responsabilidade da Depository Trust and Clearing Corp (DTCC), empresa de serviços financeiros pós-venda, sediada em Nova Iorque e responsável pelo registo de quase 90% dos contratos de seguros financeiros realizados em todo o mundo.

A notícia, como surgiu, às 10:09 da manhã, colocava o país na rota do mais tóxico dos produtos financeiros actuais e o responsável mais imediato da gigantesca reacção em cadeia que fez explodir o mercado de derivados, arrastando atrás de si bancos, países e toda a economia mundial. Só para termos uma ideia do que estamos a falar, pensemos nestes dois números:
  1. valor nocional do mercado de derivados de crédito (CDS): entre 45 e 62,2 biliões de USD;
  2. valor do PIB mundial: à volta de 54,5 biliões de USD.
A notícia do Expresso desapareceu pouco tempo depois do meu postal Legislativas, já! No respectivo URL, como ainda se pode verificar, ficou um buraco branco! Quando regressei a casa, por volta das 21h00, tinha várias mensagens no Gmail avisando-me sobre o desaparecimento da notícia do Expresso. Jantei calmamente, ouvi o rescaldo da triunfal eleição de Obama, dando comigo a pensar nas tremendas expectativas criadas, nomeadamente junto da população afro-americana. Sob a protecção dum Sauternes Chãteau Rayne Vigneau de 2001, comecei então à procura da notícia apagada pelo Expresso. A primeira, publicada às 10:09, fora para o lixo. A segunda, publicada às 18:04, corrigia humildamente a primeira, mantendo-se contudo numa zona de castigada penumbra mediática! Para que conste, e os políticos do Bloco Central, do PCP e do Bloco de Esquerda, não façam vista grossa, aqui ficam as duas:

15 mil milhões de dólares em CDS
Portugal na lista dos derivados tóxicos

O Governo português, dois bancos (BES e BCP) e duas empresas (PT e EDP) estão entre as mil entidades com mais seguros de crédito (CDS-credit default swaps) baseados na sua dívida. No total são cerca de 15 mil milhões de dólares. Portugal é o 9.º do 'top 10' mundial e o 6.º no conjunto da União Europeia.

Jorge Nascimento Rodrigues
10:09 | Quarta-feira, 5 de Nov de 2008 (Expresso)

Portugal consta da lista dos 10 países com maior valor líquido em contratos CDS ('credit default swaps') baseados na sua dívida, um tipo de contratos de crédito derivados que têm estado sob a mira da crise financeira.

O país tem 6 mil milhões de dólares em CDS, em valor líquido, sobre os seus títulos de dívida pública, envolvendo 767 contratos. Com um valor ligeiramente superior encontra-se a França (6,2 mil milhões) e logo abaixo a Irlanda (5 mil milhões).

Os campeões mundiais com mais CDS sobre a sua dívida são a Itália (22,7 mil milhões), a Espanha (16,7) e o Brasil (12,3). Sobre as obrigações do tesouro alemãs, as bunds, consideradas as mais seguras da Europa, existem seguros de crédito no valor de 11,4 mil milhões de euros.

Na lista das mil entidades que servem de referência um maior volume de CDS encontram-se também o Banco Espírito Santo, com 3,1 mil milhões de dólares, a PT International Finance BV, com 2,4, a EDP, com 1,7, e o BCP, com 1,6 mil milhões.

Esta listagem passou a ser colocada online desde ontem pela Depository Trust & Clearing Corp (DTCC), com base em dados da Trade Information Warehouse, que regista todo este tipo de movimentos em derivados. A informação passará a ser actualizada semanalmente.

A DTCC revelou que existiam, à data de 31 de Outubro, 33,6 biliões (33.600 mil milhões) de dólares em CDS em valor líquido, em que 91% estavam na mão de 'dealers', entidades profissionais no mercado de derivados.

Entre as entidades não-estatais com mais de 6 mil milhões de dólares em CDS encontram-se o Deutsche Bank que lidera (com 12,5 mil milhões), General Electric (12,2), Morgan Stanley (8,4), Merrill Lynch (8,2), Goldman Sachs (6,9), Citigroup (6) e UBS (6).

Os CDS foram inventados no final dos anos 90 do século passado por uma equipa do JPMorgan Chase (que detém, actualmente, 5,4 mil milhões, menos que os seus parceiros da Wall Street), depois da crise financeira asiática. São seguros de crédito que as instituições financeiras compram para cobrir o risco de não receberem as dívidas que têm em carteira.

Por exemplo, um banco que tenha dívida pública portuguesa e queira eliminar o risco de incumprimento, compra um CDS junto de uma seguradora que lhe pagará o valor em dívida caso o Estado português falhe ao pagamento. Para isso, tal como nos seguros tradicionais, o banco terá que pagar um prémio que é medido como um "spread". Ou seja, se o "spread" for de 0,5% sobre um valor de dez milhões de euros significa que terá que pagar 50 mil dólares.


Rectificação
Portugal na lista de CDS emitidos

Os CDS são contratos de transferência de risco de incumprimento que as entidades financeiras realizam para cobrir o risco de dívidas que têm em carteira.
Jorge Nascimento Rodrigues

18:04 | Quarta-feira, 5 de Nov de 2008 (Expresso)

O título da notícia "Portugal na lista dos derivados tóxicos", um dos parágrafos no texto, bem como a legenda da fotografia de uma notícia publicada esta manhã no Expresso online, referindo as entidades portuguesas aí existentes, induziram os leitores em erro.

A lista divulgada pela Depository & Trust Clearing Corp diz respeito ao valor líquido em contratos CDS (contratos de transferência de risco de incumprimento) emitidos sobre a dívida de países e entidades, não respeitando a CDS existentes em carteira dessas entidades, como foi interpretado por muitos leitores.

Por essa razão, republicamos a notícia com as rectificações necessárias.

Portugal é um dos 10 países com mais contratos CDS emitidos sobre a sua dívida, segundo uma lista de 1000 entidades divulgada pelo sítio na Internet da Depository Trust & Clearing Corp (DTCC), com base em dados da Trade Information Warehouse. A informação passará a ser actualizada semanalmente.

No total, existem 6 mil milhões de dólares em CDS em valor líquido emitidos sobre títulos de dívida pública portuguesa, envolvendo 767 contratos. Com um valor ligeiramente superior encontra-se a França (6,2 mil milhões) e logo abaixo a Irlanda (5 mil milhões).

Os campeões mundiais com mais CDS em valor líquido sobre a sua dívida são a Itália (22,7 mil milhões de dólares), a Espanha (16,7) e o Brasil (12,3). Sobre as obrigações do tesouro alemãs, as 'bunds', consideradas as mais seguras da Europa, existem CDS no valor de 11,4 mil milhões de euros.

A DTCC revelou que existiam, à data de 31 de Outubro, 33,6 biliões (33.600 mil milhões) de dólares em CDS em valor líquido, em que 91% estavam na mão de 'dealers', entidades profissionais no mercado de derivados.

Na lista das 1000 entidades sobre as quais foram realizadas tais operações encontram-se também dois bancos (BES e BCP) e duas empresas (PT International Finance BV e EDP) portuguesas.

A nível mundial, as empresas e bancos líderes desta lista são o Deutsche Bank (com 12,5 mil milhões), General Electric (12,2), Morgan Stanley (8,4), Merrill Lynch (8,2), Goldman Sachs (6,9), Citigroup (6) e UBS (6).

Os CDS foram inventados no final dos anos 90 do século passado por uma equipa do JP Morgan, depois da crise asiática. Os CDS são contratos de transferência de risco de incumprimento que as entidades financeiras realizam para cobrir o risco de dívidas que têm em carteira.

Resumindo, a diferença é esta: na primeira notícia, sugere-se que o Estado, instituições e empresas portuguesas teriam comprado ou vendido contratos de derivados de crédito denominados CDS -- o que não corresponde efectivamente à verdade. Na correcção da notícia, clarifica-se que as entidades portuguesas aparecem na lista dos mil principais Credit Default Swaps, tão só na qualidade de referentes, isto é, de devedores cujos títulos de dívida foram objecto de empacotamento especulativo destinado ao mercado de derivados. O risco da dívida portuguesa é suficientemente interessante para os jogadores do casino dos CDS, nomeadamente se houver quebra pontual ou definitiva de compromissos, mas não onera nem beneficia por si só os devedores.

Basicamente, o que acontece num contrato CDS é isto: um dado banco financeiro empresta dinheiro, por exemplo ao BES, ao BCP, ou ao Estado português. Normalmente, muito dinheiro. Tal empréstimo é por definiçao um risco, pois o devedor pode, por qualquer motivo, deixar de pagar, e nesse caso quem emprestou fica a arder. Para mitigar este risco, o banco financeiro, ou banco sombra (shadow bank), uma entidade sem qualquer espécie de regulação e que normalmente opera este tipo de negócios (Bear Sterns, Lehman Brothers Holdings, etc.), assume-se como segurador do empréstimo por si realizado, criando um produto financeiro chamado CDS, que entretanto coloca no mercado de derivados. Aqui, alguém ou alguma entidade, cujo jogo é subscrever e especular com aquele Credit Default Swap, passa a pagar ao banco sombra um prémio regular pelo bom comportamento da dívida. No entanto, fá-lo quase sempre na expectativa de que algo corra mal do lado do devedor. Se tal acontecer, ganha a lotaria! Isto é, recebe o valor estipulado no contrato CDS para este género de sinistro.

No caso vertente as apostas foram estas:

Table 6: Top 1000 Reference Entities (Gross Notional Value, Net Notional Value and Number of Contracts)
  • BANCO COMERCIAL PORTUGUES, S.A. - 13,065,158,499; 1,636,325,066; 1,501
  • BANCO ESPIRITO SANTO, S.A. - 19,025,188,959; 3,058,801,218; 2,005
  • EDP - ENERGIAS DE PORTUGAL, S.A. - 15,426,350,542; 1,703,101,395; 1,950
  • PORTUGAL TELECOM INTERNATIONAL FINANCE B.V. - 33,209,440,252; 2,438,638,087; 4,421
  • REPUBLIC OF PORTUGAL - 24,272,147,229; 6,046,724,719; 767
Embora, como se disse, os contratos CDS não envolvam directamente as entidades portuguesas, seria relevante conhecer o tipo de relacionamento existente entre todos os actores destes negócio, sobretudo quando estão em causa interesses nacionais evidentes.


Post scriptum - os bancos portugueses não compraram, que se saiba, CDS. No entanto, as dívidas de alguns bancos e a dívida pública portuguesa foram objectos de contratos CDS por parte das entidades que emprestaram o dinheiro e entidades terceiras. Isto significa que a dívida pública portuguesa e os empréstimos contraídos por vários bancos (BES, BCP) e empresas (Portugal Telecom, EDP) estão demasiado expostos aos contratos de derivados realizados tomando as rersponsabilidades como referente. Há pois um certo grau de perigo, embora afecte, em primeiro lugar, os detentores de CDS, e não as entidades portuguesas.

Em suma, não parece haver um perigo imediato, mas é preciso mantermo-nos vigilantes, e vasculhar os covis a economia especulativa reinante!


OAM 472 06-11-2008 03:40

quarta-feira, novembro 05, 2008

Portugal 49

Legislativas, já!

Não sei se o Estado português tem dinheiro para pagar o décimo terceiro mês e os meses que se lhe seguirão. Mas sei que este Governo, a Banca e as principais empresas do país, boa parte delas recentemente privatizadas, têm andado a mentir descaradamente aos portugueses e atolaram o país num verdadeiro buraco de dívidas, ameaçando torná-lo insolvente, na linha do que recentemente ocorreu na Islândia.

Perante a gravidade da situação não vejo como poderá o actual Presidente da República permanecer numa posição meramente expectante. Este Governo deve ser imediatamente demitido. A incompetente Assembleia da República deve ser dissolvida. E as eleições legislativas devem ser antecipadas para a Primavera que vem. Até lá, deverá ser constituído um Governo de Emergência Nacional, de iniciativa presidencial, com plenos poderes executivos, obviamente dentro dos limites constitucionais, e assistido de forma permanente pelo actual Conselho de Estado.

As tropelias dos grupos financeiros e grandes empresas nacionais (EDP, PT, Mota-Engil, etc.), na sua desesperada corrida ao Estado, para que este injecte liquidez de qualquer maneira nos seus cofres vazios, por conta das verbas do QREN e do exponencial endividamento do país -- que todos nós pagaremos sob a forma de falências em massa, desemprego brutal, aumento criminoso dos impostos e perseguições fiscais de todo o tipo -- atingiu o paroxismo do mais íntimo e corrupto conúbio entre quem manda no Governo e quem manda no Dinheiro. Basta!

Como os partidos com assento parlamentar não têm juízo e persistem na balbúrdia, existe uma figura eleita por todos os portugueses, entre outras razões, para desempenhar a função de "última razão" do actual regime político. Chama-se Presidente da República. O normal funcionamento das instituições está irremediavelmente afectado. Daqui para a frente a situação só poderá apodrecer. Impõe-se uma intervenção decidida da primeira figura do Estado Português!

Os exemplos que se seguem chegaram à minha caixa de correio entre a tarde de ontem e esta manhã, mas são suficientemente catastróficos para que não se perca mais tempo. Está em causa a independência económica do país e a credibilidade de todo um povo!

15 mil milhões de dólares em CDS
Portugal na lista dos derivados tóxicos

05-11-2009 (Expresso online). O Governo português, dois bancos (BES e BCP) e duas empresas (PT e EDP) estão entre as mil entidades com mais seguros de crédito (CDS-credit default swaps) baseados na sua dívida. No total são cerca de 15 mil milhões de dólares. Portugal é o 9.º do 'top 10' mundial e o 6.º no conjunto da União Europeia.

Estado Português = 6,2 mil milhões USD
BES = 3,1 mil milhões USD
PT International Finance BV = 2,4 mil milhões USD
EDP = 1,7 mil milhões USD
BCP = 1,6 mil milhões USD


Banco de Portugal depositou, sem nenhum controlo democrático, em bancos privados, até Junho de 2008, 2.516 milhões de euros


Este número consta de um relatório do próprio BdP. No entanto, nenhum órgão de comunicação até agora divulgou, nem sobretudo denunciou este evidente abuso de poder, congeminado e executado na sombra estatística duma entidade irresponsável, cujo governador há muito deveria ter sido objecto de investigação séria por parte da Assembleia da República, e mesmo por parte do Ministério Público.


Ministério da Segurança Social injectou ilegalmente liquidez em bancos corruptos e aflitos


Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS), dependente do Ministério da Segurança Social, e que gere as pensões da esmagadora maioria dos portugueses, tem contas abertas nos principais bancos do país, supondo-se que tenha "investido" 500 milhões de euros no BPN (que já em Março de 2008 obtinha miseráveis notações de credibilidade financeira por parte das duas principais agências "rating" internacionais, a Fitch Ratings e a Moody's, respectivamente de BBB e Baa3).


Caixa Geral de Depósitos injectou 300 milhões de euros no Banco Português de Negócio à medida que uma inexorável corrida ao banco reduzia a sua liquidez a pó


03-11-2008 (Sapo Notícias). Para tentar evitar o colapso do BPN a Caixa Geral de Depósitos chegou a realizar um empréstimo de 200 milhões de euros mas a injecção não foi suficiente. Esta verba foi aumentando mas, ao final do dia, já não havia dinheiro. Muitos clientes levantavam o dinheiro das suas contas, e a administração acabou por não resolver o problema estrutural comprometendo também o aumento de capital previsto, de 300 milhões de euros.


Jardim pede dinheiro à banca para pagar ordenados


05.11.2008 - 09h35 Tolentino de Nóbrega (Público). O governo regional da Madeira decidiu contrair um empréstimo bancário de curto prazo, no valor de 50 milhões de euros, para pagar ordenados e subsídio de Natal dos funcionários públicos.

Na resolução 1221/2008, tomada pelo executivo regional a 23 de Outubro e publicada no Jornal Oficial de 3 de Novembro, o governo de Alberto João Jardim justifica o empréstimo para "fazer face às necessidades de tesouraria" no corrente ano económico, mas o PÚBLICO apurou que a verba se destina a responder a compromissos salariais. O montante corresponde ao duplo vencimento (ordenado mais o 13.º mês) a pagar, este mês, aos funcionários da administração pública regional - que representam uma despesa de 357 milhões de euros em 2008, cerca de 24 por cento do orçamento madeirense.


Estado português quer vender dívida pública aos chineses


05-11-2008 (Diário Económico) O Estado português está a desenvolver contactos com a SAFE, a agência oficial chinesa que administra as reservas monetárias do país, as maiores do mundo, avaliadas em um bilião de euros. O objectivo do Ministério das Finanças é simples: conseguir uma sessão de promoção com a autoridade monetária chinesa e atrair um investidor de peso para comprar títulos de dívida pública portuguesa.

“No contexto das actividades de promoção de dívida pública portuguesa, regularmente conduzidas pelo Instituto de Gestão do Crédito Público, está a procurar incluir-se a SAFE num próximo ‘road show’ a realizar na Ásia”, avançou fonte oficial do Ministério das Finanças ao Diário Económico.

Até agora, Portugal tem estado de fora do horizonte da autoridade monetária chinesa, uma vez que esta, “à semelhança de agências congéneres, só recentemente começou a alargar os seus critérios de investimento para ‘ratings’ inferiores [a triplo A]”, explica o Ministério. O ‘rating’ da dívida portuguesa – indicador que mede a capacidade de cumprimento das obrigações financeiras – é de AA- , de acordo com a avaliação da agência Standard&Poor’s.


OAM 471 05-11-2008 11:55 (última actualização: 06-11-2008 12:23)